USURPADORES DE ALMAS

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Eu sei que você bem sabe

o que é um cavalinho afanar.

Todavia, será que você sabe

o que é uma alma usurpar?

 

Bem, um usurpador de alma

e a crédula alma, agora calma,

se deixa sujeitar, toda contente.

 

E depois do depois, como será?

1

Aí, será inapropriado reclamar.

 

é, sem par, magna boçalidade.

 

 

 

— Oh!, Deus de meu Coração!
Como eu pude ser capaz?
Perdão! Perdão! Perdão!
Liberta-me desta Alcatraz!

— Fizeste o que bem quiseste;
agora, terás que compensar.
A Santa LLuz está no Leste;
não te olvides ao reaportar!

 

 

 

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Nota alertadora:

1. Fraternalmente alerto que, em termos místico-espirituais, muitérrimo pior é o momento dramático post-mortem pelo qual inevitavelmente passarão os usurpadores de almas, que – agora pobres-diabos choramingueiros! – também haverão de ver e de recordar tudinho o que fizeram e tudinho o que desfizeram. Estupefatos, ao obrigatoriamente assistirem ao filme de trás para a frente, se arrependerão amargamente de, para poderem usurpar almas, terem se apresentado como (autonomeados) interlocutores da Divindade. Pergunto: por que e desde quando a Divindade necessita de interlocutores, de mediadores, de interpretadores? Ora, precisamos definitivamente aprender que não existem interlocutores, mediadores ou interpretadores da Divindade, nem na Austrália nem na China, nem em São Paulo nem em Maranguape. Todos os autonomeados medianeiros da Divindade não são menos do que um putrefactum conciliabulum mistureba fedorenta de scrota canalhocratia + infecta bacchanalia + irrationalis propensionis + maledicta locupletationis + infernalis et cetera. Sem exceçõezinhas! O Deus de nosso Coração, o Deus de todos os Corações, fala ininterrompidamente, dia e noite, nas segundas-feiras, nas terças-feiras, nas quartas-feiras, nas quintas-feiras, nas sextas-feiras, nos sábados, nos domingos e nos feriados. Se não O ouvimos, de duas, uma: ou estamos surdos ou estamos nos fazendo de surdos. Talvez, um cotonete da resolva este problema; acreditar em usurpadores de almas só nos tornará mais surdos.

 

 

 

 

Música de fundo:

Body and Soul
Compositores: Edward Heyman, Robert Sour, Frank Eyton & Johnny Green
Intérpretes: Artie Shaw e Benny Goodman

Fonte:

http://www.anameloart.com/midis.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://magma.cowblog.fr/2.html

http://www.humanitysteam.org/pt-br/blog/12145?page=7