Tá certo ou não tá?

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Nada se cria, nada se perde; tudo se transforma.1
Tá certo ou não tá?

 

 

Por mais polêmico que possa aparentar,

nunca se perde nada; sempre se ganha.

Por mais kuru'pírico que possa kuru'pízar,

algo se aprende – até com o caamanha.2

 

A vida é uma seqüência de experiências:

umas são agradáveis; outras, nem tanto.

Todavia, nas presenças ou nas absências,

sempre haveremos de escutar um canto.

 

Nada se perde: tudo é experimentação.

Seja no contentamento, seja na opressão,

seja lá no que seja, tudo é um catalisador.

 

 

Seja no bem-estar, seja no adoecimento,

seja lá no que seja, tudo é um fomento.

Nada se esperdiça: tudo é Bem e Amor.

 

 

 

Tudo é Bem e Amor!

 

 

 

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Notas:

1. Esta Lei é de autoria do químico francês – considerado o criador da Química moderna – Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 – Paris, 8 de maio de 1794), não do George Savalla Gomes (Rio Bonito, 18 de julho de 1915 – São Gonçalo, 5 de abril de 2006), o nosso querido e saudoso Carequinha, que, sempre que podia, como bom pedreiro-livre, ensinava coisas legais às crianças. Bem, se Nada se cria, nada se perde; tudo se transforma, como entender ao pé da letra que BeREShITh BaRA ELOHIM possa ser no princípio criou Deus? Ora, primeiro, ELOHIM (ALHIM) não é, nunca foi e nunca será Deus. Segundo, se houve um princípio – e não houve – no princípio (que não houve) era o Verbum Dimissum Inenarrabile. E se no princípio (que não houve) era o Verbum Dimissum Inenarrabile, hoje Ele também é, e amanhã Ele também será, porque nunca foi criado, sempre existiu e sempre existirá. Enfim, se o Carequinha estivesse vivo, talvez perguntasse: — Tá certo ou não tá?

2. O caamanha é um ser imaginário da mitologia ameríndia, de características obscuras, que supostamente vive na mata e de que se diz ser o curupira. Já segundo o historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro Luís da Câmara Cascudo (Natal, 30 de dezembro de 1898 – Natal, 30 de julho de 1986), o caamanha é a mãe-do-mato – um mito do Estado do Pará. Nos acampamentos, dentro das matas, os trabalhadores, ao se encaminharem para o serviço, desatam as redes ou desarmam as camas, com medo de que a mãe-do-mato, protetora dos animais fabulosos, venha colocar em cada leito algum graveto de madeira, como sinal de que possa fazer o efeito de morfina, prostrando em sono profundo o incauto que ali se deitar, predispondo-o a ser devorado por esses animais.

 

Música de fundo:

Pai Francisco
Interpretação: Carequinha

Fonte:

http://www.mediafire.com/?yvtjjjnnnky