Este
estudo tem por objetivo divulgar algumas reflexões do etólogo
e ornitólogo austríaco Konrad Lorenz – Nobel
de Fisiologia/Medicina de 1973 por seus estudos sobre o comportamento animal
(organização e levantamento de padrões de comportamento
individuais e sociais).
Nota
Biográfica
Konrad
Zacharias Lorenz (Viena, 7 de novembro de 1903 – Viena, 27 de fevereiro
de 1989) foi um zoólogo, etólogo e ornitólogo austríaco.
Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1973, por seus estudos
sobre o comportamento animal, a Etologia.
Konrad
Lorenz era filho de um cirurgião, e apresentou grande interesse sobre
os animais, estudando o seu comportamento desde o nascimento. Em 1922, começou
o seu curso de Medicina em Nova Iorque, mas voltou depois para Viena. Fez
o seu doutorado em Zoologia pela universidade local.
Foi
professor da Universidade de Königsberg. Em 1935, descreveu o processo
de aprendizagem nos gansos, e criou o conceito de imprinting
ou cunhagem.
Reflexões
Lorenzianas
A
moralidade de um homem é julgada de acordo com a capacidade, o grande
sacrifício que ele está disposto a tomar, sem perder em contrapartida
o pensamento.
Quando
se compara a ameaça emergente das armas nucleares com os efeitos
que exercem sobre a Humanidade os outros sete pecados capitais, é
impossível não perceber que, entre os oito, as armas nucleares
são as mais facilmente evitáveis.
A
necessidade cada vez mais aguda de ruído só se explica pela
necessidade de sufocar alguma coisa.
A
verdade, na Ciência, pode ser mais bem definida como a hipótese
de trabalho mais adequada para abrir o caminho até a próxima
hipótese.
É
um bom exercício para um pesquisador se livrar de uma hipótese
favorita todo dia, antes do café da manhã. Isto o manterá
jovem.
Acredito
ter achado o elo perdido entre o animal e o homem civilizado: somos nós.
O
prazer
não passa de um ato de consumação. A alegria é
o prazer do ato criador.
Aquele
que conhece verdadeiramente os animais é, por isto mesmo, capaz de
compreender plenamente o caráter único do homem.
Os
combates codificados entre vertebrados são um belo exemplo de comportamento
análogo à moral humana. Toda a organização destes
combates parece ter por finalidade a função mais importante
da luta entre rivais, ou seja, estabelecer quem é o mais forte sem
prejudicar demasiadamente o mais fraco.
Uma
das piores conseqüências da agitação alimentada
pela angústia é a incapacidade manifesta que os homens de
hoje em dia têm de ficar sozinhos consigo mesmos, ainda que por um
só minuto.
Os
velhos instintos, partilhados universalmente, que levam a acasalar e a se
alimentar, têm tendência à hipertrofia.
Devemos
acrescentar, entretanto, que o criador sempre favorece a tendência
de comer desbragadamente e de se acasalar sem discernimento.
A Etologia
trata do comportamento animal e humano enquanto funções de
um sistema.
Os
que querem ainda ter para com seus semelhantes sentimentos calorosos e benévolos
são obrigados a se concentrar em um pequeno número de amigos,
pois, somos feitos de modo que nos é impossível amar toda
a Humanidade, apesar da justeza dessa exigência moral. Somos, portanto,
obrigados a fazer uma escolha, ou seja, a manter emocionalmente
a distância
de numerosos seres dignos da nossa amizade. 'Not to get emocionally involved'
[Não se envolver emocionalmente]
é um dos principais cuidados de muitos habitantes das
grandes cidades. É um processo absolutamente inevitável para
cada um de nós.
Quem
mora em uma gaiola barata, em um conjunto de habitações para
animais de carga humanos, tem um único meio de preservar o seu amor-próprio;
ignorar deliberadamente a existência de seus múltiplos companheiros
de miséria e se isolar totalmente do próximo.
Aquilo
que é bom para toda a Humanidade, e mesmo o que é útil
e bom para cada um, perdeu-se. A esmagadora maioria de nossos contemporâneos
só dá importância ao sucesso, àquilo que permite
vencer os outros, na dolorosa obrigação de exceder.
Um
ser que pára de pensar está ameaçado de perder todas
as suas faculdades e qualidades especificamente humanas.
Os
homens sofrem a tensão nervosa e psíquica que lhes é
imposta pela concorrência com seus semelhantes. Por mais que tenham
sido educados, desde a mais tenra infância, para identificar o progresso
com a louca aberração da competição, a angústia
que os oprime se lê nos seus olhos, sobretudo nos olhos daqueles que
querem 'estar na crista da onda', que são os mais ativos e os primeiros
a morrer de infarte.
Uma
intolerância crescente para o desagrado, aliada à redução
de atração pelo prazer, leva os homens a perder a capacidade
de trabalhar arduamente em busca de um resultado distante, embora promissor...
A necessidade de satisfação imediata é infelizmente
favorecida de todos os modos pelas empresas comerciais e produtores, sendo
espantoso constatar que os consumidores não percebem o quanto se
tornaram escravos das compras a prazo.
A
perda da capacidade de se dispor a um objetivo a longo prazo causa o desaparecimento
das etapas, sutilmente diferenciadas, do comportamento instintivo ou cultural
para a conquista do objeto amado.
Nosso
comportamento com a família e com os amigos, visando a conquistar
amor e amizade, é baseado em processos inatos, de origem muito mais
distante do que imaginamos.
A
ausência da mãe na primeira infância da criança
determina uma espécie de incapacidade para estabelecer ligações
sociais, quando não provoca perturbações mais graves.
A
opinião pública é inerte. Ela só reage a influências
novas depois de longos períodos de insensibilidade. Além do
mais, é ávida de simplificações grosseiras,
que brotam, geralmente, do exagero de uma situação.
A compaixão
que sentimos pelos marginais, cuja inferioridade provém, talvez,
de lesões irreversíveis datando da primeira infância
ou de taras hereditárias, nos impede de proteger os seres normais.
O
desencadear de ódio da população que leva facilmente
ao linchamento constitui uma das atitudes mais desumanas a que um homem
normal contemporâneo pode ser levado.
Uma
musculatura frouxa, uma barriga saliente, a adiposidade, o encurtamento
da base do crânio e das extremidades são sinais característicos
da domesticação, tão feios no animal quanto no homem...
No conjunto, o animal doméstico é uma ridícula caricatura
de seu dono.
No
homem idoso, a persistência da curiosidade de espírito e da
abertura ao mundo é um sinal de juventude duradoura.
O
trabalho paciente em busca de um objetivo distante, a responsabilidade e
os cuidados para com o próximo são características
do comportamento de um homem maduro.
Devemos
aprender a aliar a simpatia e a compreensão que temos pelas pessoas
aos deveres que temos para com a sociedade.
Hoje
em dia, um
rapaz quase
não vê o pai no trabalho. Ainda mais rara é a oportunidade
de ajudá-lo, o que possibilitaria sentir admiração
pelo homem em sua maturidade.
O
maior prejuízo causado ao gênero humano pelo pensamento e pela
ameaça do 'fim do mundo' é de criar um clima generalizado
e intimidador de que nosso fim é inevitável. E, com isto,
aparecem processos como a tendência infantil e irresponsável
de satisfazer imediatamente os desejos mais primitivos e a incapacidade
de se sentir responsável pelo que nos reserva um futuro distante.
O
Homem
ameaça fazer precisamente o contrário do que raramente acontece
com os sistemas vivos, ou seja, sufocar a si mesmo.
O
vínculo com um cão é o mais duradouro desta Terra.
Ansiedade
com medo e medo com ansiedade contribuem para roubar ao homem suas qualidades
mais essenciais. Uma delas é a reflexão.
A
inocência1
– no sentido mais nobre do termo –
é um dos caracteres mais importantes e mais humanos do
homem.
Todos
os perigos perdem muito de suas ameaças quando as suas causas são
descobertas.
[Infelizmente],
não levamos muito a sério o humor.
Quando
eu era garoto, essa coisa inocente aí
era chamada de ver
cineminha de graça.
Um
bom cão, ocasionalmente, pode morder; mas, um homem sempre dispara
com um sorriso.
Acreditar
que a Natureza é inesgotável é um erro amplamente difundido.
Seria
o caso de perguntar o que causa mais danos para a alma do homem: se a ganância
cega ou a escassez devastadora.
A
beleza da Natureza e a beleza do ambiente cultural criado pelos seres humanos
são ambos necessários para manter a saúde da alma e
do espírito do homem.
O
tipo mais perigoso de guerra é a guerra religiosa.2
Cada
homem precisa progressivamente restringir
e limitar os seus conhecimentos, a fim de competir com os outros. O especialista
sabe cada vez mais sobre menos e, finalmente, acaba sabendo tudo sobre nada.
A
total cegueira espiritual para tudo o que é belo, que hoje se expande
tão rapidamente em todos os lugares, é uma doença mental
que deve ser levada a sério, quanto mais não seja porque está
correlacionada com a insensibilidade frente ao que é eticamente execrável.
O
mal, por definição, é o que põe em perigo o
bem, e o bem é aquilo que nós percebemos como valioso.3
Atualmente,
a esmagadora maioria das pessoas percebe como valor somente
aquilo que resulta exitoso e apropriado para sobrepujar o próximo
em uma competição impiedosa. Qualquer meio que sirva a este
propósito aparece enganosamente como
um valor em si mesmo.
A
aglomeração de muitos seres humanos em um pequeno espaço
não só leva a fenômenos de desumanização
por via indireta de esgotamento e de estagnação das relações
interpessoais, mas, diretamente produz
um comportamento agressivo.
Somente
quando alguém amar e simultaneamente admirar outro ser
humano do fundo de sua alma estará em condições de
aceitar sua tradição cultural.
Todos
nós, que vivemos em países civilizados e em grandes cidades
densamente povoadas, não
percebemos como nos faz falta um amor afável e caloroso do próximo.
O
aumento do número de pessoas que se aglutinam em um único
grupo cultural em conjunção com o aperfeiçoamento dos
meios tecnológicos para manipular a opinião pública
têm conduzido a uma uniformidade de pontos de vista que não
existiu antes na história da Humanidade.
É totalmente
impossível para alguém desenvolver o pensamento
conceptual, a linguagem
falada e a consciência moral responsável, se não tiver
tomado consciência da existência do seu próprio Ser Interior.
A
questão não é apenas saber quantos homens a Terra pode
alimentar, mas, a partir de qual densidade populacional os homens começarão
a se odiar uns aos outros.4
O
homem não é como a formiga, que vive para trabalhar anonimamente.
Não é um inseto, que aparece, torna-se mais um entre milhões,
reproduz-se e morre. Não! O homem, que teria sido feito à
imagem e semelhança de Deus, é mais do que isto. Mas está
sendo reduzido a um inseto.5
Entre
todos os seres vivos diferentes de nós, a criatura espiritualmente
mais perto do homem é um bom cão feminino.
Os
seres humanos não desenvolveram qualquer mecanismo de inibição
do comportamento agressivo reutilizado para a sobrevivência da espécie.
Por esta razão, o homem é considerado um animal muito perigoso.
Eu
acho que o Nome de Deus não só não deva ser nominado
em vão; mas, também, que não deva ser mencionado em
tudo.
Há
um consenso que não foi quebrado: não há fidelidade
que não tenha sido traída. Mas, um cão é sempre
verdadeiramente fiel.
Se
você deseja proteger a Natureza, o mais importante é o contato
direto com os animais.
A
fidelidade de um cão é um bem precioso, que impõe obrigações
morais não menos desafiantes do que com relação a um
ser humano.
Tenha
em mente que um animal, em muitos aspectos, não sofre menos, mas
mais do que nós.
Todos
os animais domésticos são verdadeiros escravos; só
o cão é um amigo.
Todas
as ambições são justificadas, exceto aquelas que se
aproveitam da miséria e da credulidade humanas.6
As
mulheres têm uma maneira especial de atormentação.
Nosso
amor pelos animais é medido pelos sacrifícios que estamos
dispostos a fazer por eles.
Foi
dito, mas não foi escutado. Foi escutado, mas não foi entendido.
Foi entendido, mas não foi aceito. Foi aceito, mas não foi
posto em prática. Foi posto em prática, mas, por quanto tempo?7
Eu
sigo uma regra pela qual um cientista só deve dizer ou escrever aquilo
que ele já tem como certo, com uma exceção: quando
estiver chamando a atenção para um perigo.
Realmente,
a superpopulação é a raiz de todas as desgraças.
Os
perigos da poluição são tão óbvios que
a gente só pode esperar que se faça alguma coisa antes que
seja tarde demais. Eu creio que o homem muito cedo verificará que
atingiu um ponto sem retorno possível.
Eu
também sou um animal.
Pensar
é uma característica biológica da espécie humana.
O pensamento serve para transmitir o conhecimento e para inová-lo.
Por isto, contestação e tradição precisam existir
sempre. E quem pretender partir do ponto zero será provavelmente
um cretino.
Atualmente,
as perspectivas para o futuro da Humanidade são extraordinariamente
sombrias. Ameaçado pela iminência de um conflito nuclear ou
por tantas outras formas de destruição do meio-ambiente, o
homem convive com a possibilidade de ver anuladas todas as realizações
intelectuais e emocionais que o distinguem dos demais seres vivos.
Sei
que
o meu cão me ama mais do que eu o amo; mas, cada vez que penso nisto,
eu me envergonho.
Insistindo,
com razão, sobre o direito de cada um à igualdade das oportunidades,
chegou-se, num espírito de confusão pseudodemocrática,
à convicção que a aptidão à utilização
das oportunidades era também a mesma para todos, e que, conseqüentemente,
se podia fazer alguém de quem quer que fosse. Para negar que existem
entre os homens diferenças inatas, postulou-se que era possível
condicionar tudo. Este não é, graças a Deus, o caso.
A
aptidão não é senão o órgão da
civilização. Aí se encontra a dualidade de dois mecanismos
antagônicos, em que um tende a fixar o que foi adquirido, enquanto
o outro visa suprimir, gradualmente, o que se encontra fixado, a fim de
o substituir por uma realidade superior. A falta de fixação
provoca a formação de monstros, tanto no domínio da
hereditariedade genética como no da tradição cultural.
A falta de mudança leva à perda do poder de adaptação,
à morte da arte e à morte da cultura.
Cada
geração deve recriar um novo equilíbrio entre a manutenção
da tradição e a ruptura com o passado
A
Humanidade é, no momento, um todo funcional, que se extraviou completamente
do seu caminho.
O
homem, pela sua natureza – quer dizer, pela sua filogênese –
é um ser
de cultura. Dizendo de outra maneira: as suas impulsões naturais
e o seu controle consciente formam um sistema único no interior do
qual estes dois fatores são complementares.
É
vão esperar pelo desaparecimento da agressividade suprimindo as «situações
estimulantes», nas quais se dispara o comportamento agressivo ou opondo-lhe
um veto moral. Pôr em prática qualquer um destes dois métodos
equivaleria a querer diminuir a pressão crescente de uma caldeira,
fechando mais a válvula de segurança. Mais vale reorientar
a agressividade natural para formas de atividade que permitam uma «descarga
catártica»: a competição científica, o
desporto, que provoca o «entusiasmo militante» etc.
Os
interesses da espécie se opõem, infelizmente, às exigências
humanitárias.
A
convicção, elevada à categoria de religião,
de que todos os homens nascem iguais, e que as taras e os defeitos dos criminosos
são produto de uma educação deficiente, por culpa dos
educadores, contribui para aniquilar o sentimento normal do bem e do mal,
em primeiro lugar no próprio culpado, que se apieda de si mesmo e
se considera como uma vítima da sociedade. O indivíduo deficiente,
no domínio afetivo e social, é um infeliz, um doente digno
de compaixão. Mas a deficiência, essa, é o próprio
mal.
Em
a Natureza, cada aprendizagem de um comportamento, confirmada por uma recompensa,
leva o organismo a se acomodar a situações penosas, por causa
do prazer a obter. Em outras palavras: o organismo aceita, sem hesitar,
situações que, antes do adestramento, teriam provocado, da
sua parte, reações de aversão e de inibição.
Um cão ou um lobo, por exemplo, para se apossarem de uma presa, fazem
muita coisa que normalmente lhes repugnaria. Passam por silvados, entram
em água fria e se expõem a perigos que temem abertamente.
A
criança educada no interior de um grupo não-hierarquizado
encontra-se em uma situação absolutamente artificial. Não
podendo controlar, em si, a tendência instintiva para ocupar o primeiro
lugar, ela tiraniza os pais, desprovidos de resistência, e se vê
obrigada a assumir um papel de chefe no qual não se sente, de modo
algum, à vontade. Quando ensaia irritar os pais para provocar da
sua parte uma justa reação de indignação, não
recebe resposta agressiva, que esperava inconscientemente, mas choca com
o muro de borracha dos belos discursos e das frases ocas pseudo-racionais.
O
reconhecimento de uma situação hierárquica não
é um obstáculo ao amor. Cada um deveria se lembrar de que,
quando criança, não amou menos as pessoas que admirava pelo
fato de a elas estar submetido. Ao contrário, amou-as ainda mais
e melhor do que aos seus iguais e inferiores.
Os
oito pecados mortais (superpopulação, devastação
do espaço vital, corrida disputada pela Humanidade com ela mesma,
desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção,
degradação genética, ruptura das tradições,
receptividade crescente à doutrinação, armamentos nucleares)
são os sinais mais visíveis de um processo de desumanização.
E este processo é favorecido por esta doutrina pseudodemocrática
segundo a qual o comportamento social e moral do homem não é,
de modo algum, determinado pela evolução filogenética
do seu sistema nervoso ou dos seus órgãos sensoriais, mas,
unicamente influenciado pelo condicionamento a que foi sujeito no curso
da sua ontogênese.
É
insensato
supor que basta destruir uma floresta para automaticamente fazer nascer
uma nova. Ora, assiste-se, nos nossos dias, ao enfraquecimento contínuo
dos fatores que asseguram a transmissão da tradição
e ao fortalecimento dos fatores de ruptura. Destruindo as instituições
e os antigos valores, arriscamo-nos a desembocar em uma verdadeira regressão.
Se esta evolução continuar a sua marcha de modo incontrolado,
se nenhum mecanismo e/ou nenhuma instituição de conservação
fizer a sua aparição, este fenômeno poderá muito
bem significar o fim da civilização...
A
solução dos problemas atuais não passa, de modo algum,
pela «especulação ideológica», mas por
um «trabalho paciente de pesquisa indutiva», consistindo em
identificar as verdadeiras causas e atuar sobre elas.
Não
considero nada utópico.
Os
historiadores terão que enfrentar o fato de que a seleção
natural determinou a evolução das culturas da mesma maneira
como fez isto com as espécies.
'Eu
não preciso de cérebros'; eu
sou inteligente o suficiente!'
diz desdenhosamente
o bilionário.
'O corretor da bolsa de valores pergunta: 'O que, em nome do céu,
que você quer? 'Bondade', é a resposta.
A
maioria dos vícios e dos pecados mortais, hoje condenada pela
sociedade, corresponde às inclinações que eram puramente
adaptativas ou, pelo menos, inofensivas no homem primitivo.
Em
a Natureza, encontramos não só o que é conveniente,
mas, também, tudo o que é inconveniente e que põe em
risco a existência da espécie.
Mais
do que qualquer outro produto da cultura humana, o conhecimento científico
é propriedade coletiva de toda a Humanidade.
O
cientista sabe muito bem que está se aproximando da verdade última
apenas em uma curva assintótica. Sabe, portanto, que nunca chegará
à verdade
última.
Visualize-se
confrontado com a tarefa de matar, um após outro, um repolho, uma
mosca, um peixe, um lagarto, um porquinho-da-índia, um gato, um cachorro,
um macaco e um bebê chimpanzé. No caso improvável de
que você experimente, sem inibições maiores, o desejo
de matar o bebê
chimpanzé
do que em destruir o repolho
ou a mosca, meu
conselho para você é que cometa suicídio na primeira
oportunidade possível, porque você é uma monstruosidade
estranha e um perigo público.
Um
meteorologista disse que, se a teoria estivesse correta, o movimento das
asas de uma gaivota seria suficiente para alterar o curso do tempo para
sempre.8
Os
cães são melhores do que os seres humanos porque eles sabem,
mas não dizem.
Há apenas um tipo de louro
natural na Terra: os albinos.
O ódio da Humanidade e o amor
dos animais fazem uma combinação muito ruim.
A
alma humana é muito mais velha do que a mente humana.
Um dos círculos viciosos mais
perigosamente ameaçadores à existência de toda a Humanidade...
é a busca irresponsável de poder combinada com a ganância
insaciável de proporções neuróticas...
A
mente humana, levando-nos para o caminho da tecnocracia, tornou-se adversária
da própria vida e, colateralmente, antagonista da alma humana.
Cada
mutação, através de uma nova combinação
de fatores genéticos, fornece ao organismo uma nova oportunidade
para chegar a um acordo com as condições de seu ambiente.
Isto significa, nada mais, nada menos, que novas informações
sobre o meio ambiente são incluídas no sistema orgânico.
Neste sentido, a adaptação é, essencialmente, um processo
cognitivo.
Mutação
Genética
Eu
vejo as realizações criativas dos seres humanos como casos
especiais do processo criativo universal...9
A Terra
oferece o suficiente
para satisfazer todas as necessidades do homem, mas não a ganância
de todos os homens.
O
homem só é homem quando brinca.
O
elemento contemplativo faz parte das necessárias correções
que devem ser realizadas no caráter da Humanidade.
Qualquer
que seja a crise da sua vida, nunca destrua as flores da esperança,
para que você possa colher os frutos da fé.
É
Muito Banal...
É
muito
banal
ser instrumento
do mal;
mas é
dificultoso
ser só
um tico bondoso.
depois,
nos abatemos.
depois,
compensamos.
Somos
surdos:
obedecemos
absurdos.
Somos
ignaros:
os baratos
saem caros.
E
chega o fim:
que vida
mais chinfrim!
E reencarnamos:
e papalvos
continuamos!
Mas,
lá um dia,
ouvimos
o Som da Alegria,
e, em
nós, começa
a rapidificar
nossa caleça.
______
Notas:
1. Inocência
não no sentido de abstenção ou de abestalhação,
mas, de solidariedade e de pureza. E mais: inocência por ignorância
ou por incultura é um perigo, pois, poderá levar o brocoió
a se tornar um inocente útil, acabando por se converter em uma pessoa
que poderá ser usada no serviço de uma causa ou de uma idéia
política. Foi exatamente isto o que aconteceu, por exemplo, com uma
parcela da população alemã durante a Segunda Grande
Guerra, que aderiu ao Nazismo espontaneamente, estando mais por fora do
que umbigo de vedete sobre o que realmente estava acontecendo no seu quintal.
Terminada a guerra, certo dia, o Comandante Supremo das Forças Aliadas,
o General Dwight David "Ike" Eisenhower (Denison, Texas, 14 de
outubro de 1890 – Washington, 28 de março de 1969), ao ver
a desgraceira e as vítimas dos campos de concentração,
ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos,
e que os alemães das cidades vizinhas fossem levados para esses campos
para verem direitinho, com os próprios olhos, o que havia acontecido,
impondo a eles, inclusive, que enterrassem os mortos assassinados pelos
fanáticos nazis. E por quê? Ike
explicou: — Há
tanta documentação a fazer – filmes, fotos, provas de
registro –
porque pode acontecer de, um dia, em algum lugar, um idiota
dizer que tudo isto nunca aconteceu.
2.
Não acho que o
tipo mais perigoso de guerra é a guerra religiosa. Penso
que o tipo mais perigoso de guerra
seja a guerra ideológica.
3.
Aqui, cabe perguntar: será que, sempre, aquilo
que nós percebemos como valioso é um bem?
Na verdade, mal e bem são relativos, e o que hoje se nos afigura
como bem poderá, no futuro, ser percebido ou entendido como mal.
E vice-versa. E o que é um bem para uns poderá ser um mal
para outros. Seja como for, tirar o sofá da sala ou empurrar o lixo
para debaixo do tapete não adianta nada.
4. Estima-se
que o número total da população da Terra atingiu 7
bilhões de pessoas em 31 de outubro de 2011. De acordo com projeções
populacionais, este valor continua a crescer em um ritmo sem precedentes,
quando comparado a séculos anteriores ao século XX. Entretanto,
a taxa de crescimento vem caindo desde que os índices de crescimento
atingiram seu auge em 1963. A população está em explosão
demográfica desde a Revolução Industrial – conjunto
de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo
produtivo em níveis econômico e social, iniciada no Reino Unido
em meados do século XVIII, tendo se expandido pelo mundo a partir
do século XIX. Ao longo do processo (que, de acordo com alguns autores,
se mantém até nossos dias), a era da agricultura foi superada,
a máquina foi substituindo o trabalho humano, uma nova relação
entre Capital e Trabalho se impôs, novas relações entre
nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura
de massa, entre outros eventos. Esta transformação foi possível
devido a uma combinação de fatores, como o Liberalismo Econômico,
a acumulação de Capital e uma série de invenções,
tais como o motor a vapor. O Capitalismo se tornou o sistema econômico
vigente. A Revolução Industrial é comumente dividida
em três partes: primeira (1780 – 1830), segunda (1860 –
1945), conhecida como Revolução Tecnológica, e terceira
(1970 –), também chamada de Revolução Digital.
A atribuição de datas varia muito de autor para autor.
5. Sinceramente,
não acho que esteja acontecendo isto. Mas, se, em alguma escala,
isto estiver sucedendo, não é porque o
homem está sendo reduzido a um inseto, mas, porque, estupidamente,
ele está se deixando reduzir a um inseto. Enfim, o fato é
que, lamentavelmente, o pão francês tem mais miolo do que muita
gente.
6. Não
existe isso de ambição justificada. Mas, ainda que contra
a minha vontade, considerando como certo que algumas ambições
possam ser mais ou menos justificadas, aquelas que se aproveitam atrevida
e desrespeitosamente da desgraça, da infelicidade e da credulidade
humanas, como se vê de montão em todos os programas religiosos
na televisão, são um zilhão de vezes pior do que o
cocô do Equus
caballus do bandido.
7. As
pessoas, normalmente, se sentem humilhadas e ficam acanhadas por serem incultas
e ignorantes; mas, não fazem nada (ou quase nada) para deixarem de
ser ineruditas e obtusas. Quando fazem, normalmente é meio que fogo
de palha ou sol de inverno. É aquela velha estória do deixapralá.
Ou, nas palavras de Konrad Lorenz: Os
homens atingiram hoje um estado de moleza perigoso, que levará, com
certeza, à ruína de uma cultura.
Walter
D'Ávila
(Seu Obturado + Baltazar da Rocha)
8. Isto
é semelhante ao Efeito Borboleta. Efeito Borboleta é um termo
que se refere à dependência sensível às condições
iniciais dentro da Teoria do Caos. Este efeito foi analisado pela primeira
vez em 1963 pelo meteorologista, matemático e filósofo estadunidense
Edward Norton Lorenz (West Haven, 23 de maio de 1917 – Cambridge,
16 de abril de 2008). Segundo a cultura popular, na Teoria do Caos, o bater
de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das
coisas e, assim, talvez, provocar um tufão do outro lado do mundo.
Este tipo de efeito, quando restrito a uma ou duas variáveis, fixando-se
as demais, tende a ser simples, e aí, somente nesta situação
não-natural ou limítrofe, é que as leis da ciência
clássica podem demonstrar a previsibilidade de um sistema fechado.
Neste caso, aumenta a rigidez sistêmica e o Efeito Borboleta pode
ser mapeado de forma bastante simples. Alguns estudiosos afirmam que deixa
de existir, porém, é conhecido que a resultante de determinado
cálculo quando passa a ser dado numérico de outro (e assim
por diante), influi em seu resultado, portanto, atua o Efeito Borboleta.
Isto foi descoberto (quase por acaso) por Edward Lorenz quando estava trabalhando
com previsões meteorológicas no Massachusetts Institute
of Technology (MIT), tendo verificado a influência ocasionada
em sistemas dinâmicos quando são feitas alterações
muito pequenas nos dados iniciais inseridos em computadores numéricos
programados para fazerem cálculos em série.
9. Não
penso que haja um processo
criativo universal,
mas, sim, uma transformação
cósmica permanente. Mas, admitindo-se o verbo criar, qualquer criação
só poderá provir de algo anteriormente (desde sempre) existente,
porque o nada não
pode dar origem a alguma coisa, como ensinou Harvey Spencer
Lewis (25 de novembro de 1883 – 2 de agosto de 1939), Rosa+Cruz, autor,
ocultista, místico e fundador, nos Estados Unidos da América,
da Ordem Rosacruz – AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosæ
Crucis), sendo, de 1915 a 1939, seu primeiro Imperator.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.berkshirecarriage.com/
http://glareanverlag.wordpress.com/
category/konrad-lorenz/
http://www.tierarztblog.com/2011/01/28/kinder
-wunsch-haustiere-familie-geignet-tipps/
http://www.tumblr.com/tagged/
konrad%20lorenz?language=it_IT
http://www.lifequoteslib.com/
authors/konrad_lorenz.html
http://svmmvmbonvm.org/SpiraLegis.pdf
http://bgv.bssb.de/gau-babenhausen/
Impressum.html
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wiki/Konrad_Zacharias_Lorenz
http://www.nobelprize.org/
nobel_prizes/medicine/laureates/1973/#
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Konrad_Lorenz
Música
de fundo:
Jesus
– Alegria dos Homens
Compositor: Johann Sebastian Bach
Fonte:
http://www.4shared.com/get/INDTRTAx/Z
_Jesus_alegria_dos_Homens_-_B.html
Direitos
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