Kofi Annan
(Pensamentos e Reflexões)

 

 

 

Kofi Annan

Kofi Annan

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Texto

 

 

 

Este texto teve por objetivo garimpar aqui e ali alguns pensamentos e algumas reflexões de Kofi Annan.

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

Kofi Annan (Kumasi, Gana, 8 de abril de 1938) é um diplomata de Gana. Foi, entre 1º de janeiro de 1997 e 1º de janeiro de 2007, o sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, tendo sido laureado com o Nobel da Paz, em 2001, dividido com as Nações Unidas, por seus esforços para construir um mundo mais pacífico e melhor organizado.

 

De origem nobre em sua terra natal, seu nome significa nascido em uma sexta-feira. Após começar a estudar Economia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kumasi, Kofi recebeu uma bolsa de estudos para continuar seus estudos nos EUA.

 

Annan começou a trabalhar nas Nações Unidas ao ingressar em 1962 na Organização Mundial da Saúde. Ao longo dos anos exerceu diferentes funções na ONU até chegar ao posto de secretário-geral em 1º de janeiro de 1997.

 

 

 

 

Pensamentos e Reflexões

 

 

 

Eu não tenho feito nada sozinho. Milhões de pessoas em todo o mundo anseiam por paz. Então, eu digo que não devemos subestimar o poder da oração.

 

É preciso trocar o foco das ações que discutem as mudanças climáticas, deixando em outro plano o urso-polar e colocando o ser humano como principal 'target'. Isto porque as pessoas já estão sofrendo as conseqüências das alterações... Nós precisamos entrar em ação urgentemente. Não se trata de discutir o que vai acontecer, e, sim, o que já está acontecendo. Se essas lideranças fracassarem em Copenhagen, os efeitos serão potencialmente catastróficos.

 

Uma sociedade que isola a sua juventude rompe suas amarras: está condenada a sangrar.

 

As mudanças climáticas são o maior desafio humanitário enfrentado hoje pela Humanidade. E é um desafio que tem uma grave injustiça no seu coração. São as Economias mundiais mais desenvolvidas que contribuem para a esmagadora maioria de emissões de gases de efeito de estufa. Mas são as nações mais pobres e menos desenvolvidas que são atingidas de forma mais grave pelo seu impacto.

 

O poder no mundo vai emanar cada vez mais da base da sociedade do que de cima para baixo.

 

Como você gasta seu dinheiro? O que você compra?

 

Eu sou um dos que acreditam que as animosidades entre as pessoas não devem durar para sempre.

 

Um dos maiores testes a uma União Européia alargada, nos próximos anos e décadas, será a maneira como gere o desafio da imigração... Sem a imigração, a população dos Estados membros da UE diminuirá, passando de cerca dos atuais 450 milhões para menos de 400 milhões, em 2050. A imigração é uma parte essencial da solução... Não seria sensato da parte dos europeus fechar as portas aos imigrantes. Isto não só prejudicaria as suas perspectivas econômicas e sociais em longo prazo, como levaria cada vez mais pessoas a tentar recorrer a estratagemas para entrar nos seus países, quer pedindo asilo político, quer procurando obter a ajuda de contrabandistas, arriscando-se a morrer ou a ficarem feridas por, num ato de desespero, utilizarem o transporte clandestino em barcos, caminhões, comboios ou aviões.

 

É possível chegar a um acordo prévio de redução de emissão de gases de efeito estufa pelos países ricos e em desenvolvimento e sobre recursos financeiros necessários para os países mais pobres. Mas não tenho certeza se conseguiremos um acordo absoluto... A responsabilidade que está nas mãos do Brasil é um papel de liderança nas grandes mudanças globais. Esta liderança pode começar agora em Copenhague... O mundo ainda parece não perceber a dramaticidade e a velocidade das mudanças climáticas, e falta a mesma presteza para lidar com a catástrofe. As mudanças são ameaçadoras, difíceis e têm de ser gerenciadas.

 

Sejamos claros: a tortura não pode ser, em caso algum, um meio para lutar contra o terrorismo porque a tortura é um instrumento de terror. Hoje, Dia dos Direitos Humanos, voltemo-nos a nos comprometer com a defesa dos princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem e a eliminar a tortura da face da Terra.

 

A violência contra as mulheres é, talvez, a mais vergonhosa violação dos direitos humanos. Não conhece fronteiras geográficas, culturais ou de riqueza.

 

Haveis provado que o papel dos indivíduos é importante, e que, se cada um de nós fizer a parte que lhe compete, o nosso contributo coletivo será considerável.

 

Você pode fazer muito com a diplomacia; mas é claro que pode fazer muito mais se a diplomacia for apoiada pela justiça e pela força.

 

As armas, em si, não causam as guerras. Mas muitas armas geram suspeita e desconfiança que podem aumentar as tensões e levar a conflitos violentos.

 

Temos de fazer mais para livrar o mundo das malévolas armas, cujo principal objetivo são os inocentes de qualquer conflito, mulheres e crianças.

 

Para qualquer pessoa, em qualquer lugar, a alfabetização é, assim como a educação em geral, um direito humano básico.

 

Há um novo consenso crescente de que a proliferação de armas de qualquer tipo, armas de destruição em massa ou armas de pequeno calibre, em si, constitui uma ameaça à paz.

 

O mundo está começando a reconhecer... a verdade sombria que a intolerância, a injustiça e a opressão e suas conseqüências não respeitam fronteiras nacionais.

 

O mundo de hoje gasta bilhões preparando-se para a guerra. Não deveríamos gastar um ou dois bilhões nos preparando para a paz?

 

A manutenção efetiva da paz exige um conceito mais amplo de segurança humana. Não poderemos ter segurança rodeados pela fome; não podemos construir a paz sem aliviar a pobreza; não podemos construir a liberdade em bases injustas.

 

Diz-se que os fracassos dos Estados e as guerras civis e étnicas, muitas vezes, são inevitáveis... As eventuais dificuldades enfrentadas por intervenções internacionais confirmam com precisão o quão difícil é tratar estes problemas... Proponho uma visão diferente. Estas falhas, estas guerras e estes problemas são políticos e econômicos, e só serão resolvidos por meio de soluções políticas e econômicas. Os conflitos em uma parte do mundo ou a tirania em outra não são inevitáveis. A liberdade e os direitos humanos são conceitos tão universais quanto políticos e aplicáveis a todos os seres humanos de qualquer credo ou cor. A Carta das Nações Unidas foi escrita em nome de 'nós, os povos das Nações Unidas'.

 

Hoje, a segurança é cada vez mais entendida em termos militares e vista como ausência de conflitos. É, de fato, um fenômeno que inclui o desenvolvimento econômico, a justiça social, a proteção ambiental, a democratização, o desarmamento e o respeito aos direitos humanos.

 

Não se esqueçam da África.

 

Ao baixar gratuitamente 'Beds Are Burning' das principais plataformas de música na Internet, pessoas do mundo todo estarão adicionando seus nomes a esta petição global cada vez maior.

 

A manutenção da paz pela comunidade internacional, em busca de interesses comuns, deve ser credível e legítima. Uma força credível sem legitimidade pode ter resultados imediatos, mas, a longo prazo, não desfrutará do apoio internacional.

 

A percepção da diversidade como uma ameaça é a semente da guerra.

 

Acredito que o Brasil pode e deve ter um papel importante sem precisar se militarizar. Atualmente, há muitos países sem poderio nuclear ou que renunciaram a essa condição e têm grande influência mundial.

 

A ONU e a Santa Sé compartilham um compromisso firme pela paz, pela justiça social, pela dignidade humana, pela liberdade religiosa e pelo respeito mútuo entre as religiões do mundo.

 

A respeito da AIDS: Estou zangado, deprimido, impotente, por viver em um mundo em que temos os meios para poder ajudar todos estes doentes, e o que falha é a vontade política.1

 

As crianças são abandonadas, crescem sozinhas, são obrigadas a tomar conta do resto da família, deixam de estudar ou morrem rapidamente. Em uma frase: a AIDS devasta a infância.

 

Vivemos uma época de rápidas transformações. Tudo muda: a nossa maneira de viver, de aprender, de trabalhar, de comunicar e de desenvolver as atividades comerciais. Não devemos enfrentar estas transformações de uma forma passiva; mas, sim, como artífices do nosso destino. A tecnologia deu origem à era da informação. Cabe-nos, agora, construir uma sociedade da informação.

 

A desertificação – a perda da capacidade de renovação biológica das zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas – é um dos perigos que ameaça mais seriamente a Humanidade. A desertificação é um problema mundial e atinge um quinto da população do Planeta, em mais de 100 países. As suas repercussões são imensas. A pobreza é, em parte, uma causa deste fenômeno que, ao mesmo tempo e num círculo vicioso trágico, se agrava. Juntamente com outros problemas, obriga as populações de zonas rurais empobrecidas a migrarem para as cidades, que, em geral, não têm condições para alojar e empregar os recém-chegados de maneira adequada. Se não agirmos e as atuais tendências se mantiverem, em 2020, cerca de 60 milhões de pessoas terão partido das zonas da África subsariana para o Norte da África e Europa e, em nível mundial, 135 milhões de indivíduos correrão o risco de desenraizamento. Ao mesmo tempo, é urgente proteger os desertos. Trata-se, de fato, de ecossistemas vitais, que foram em tempos remotos o berço de algumas das civilizações mais antigas e culturalmente mais ricas do mundo, que se estenderam por milhares de quilômetros, desde o lendário Crescente Fértil da Mesopotâmia até às regiões da Rota da Seda e aos ecossistemas áridos da América Latina.

 

Pobreza é inaceitável, até porque a globalização abriu vastas avenidas para a criação de criação de riqueza. A globalização pode ser uma grande força na luta contra a pobreza. Mas a globalização deve significar mais do que a criação de mercados maiores, e a experiência confirma que o crescimento sozinho não pode reduzir a pobreza e desigualdade de renda. A política econômica deve ser combinada com políticas sociais eficazes voltados à educação para todos, saúde para todos e igualdade para todos. Isto é essencial se a globalização trabalhar para todos os povos do mundo, e se quisermos cumprir a meta de reduzir para a metade, até o ano 2015, a proporção de pessoas vivendo em extrema pobreza. Este é um objetivo ambicioso, mas não é nem utópico nem impossível. Nós temos os conhecimentos e os meios para alcançá-lo. O que falta é vontade política.

 

... a segurança e o desenvolvimento dependem do respeito pelos direitos humanos e o respeito pela letra da lei... É o princípio básico da Democracia que os Governos prestem contas àqueles que governam. Mas as ações de um Estado têm, muitas vezes, um efeito decisivo na vida das populações de outros Estados. Assim, não deve este Governo prestar igualmente contas a esses Governos e essas populações? Penso que sim.

 

Vamos iniciar uma revolução verde africana, uma revolução que já devia ter acontecido há muito tempo, uma revolução que ajudará o continente na sua luta pela dignidade e pela paz... E, sobretudo, não permitamos que a fome, uma fome que não tem razão de ser, continue a ameaçar vidas e o futuro de um continente.

 

Não é realista pensar que alguns podem retirar grandes benefícios da globalização, enquanto milhões continuam a sofrer e a ser atirados para a pobreza mais abjeta.

 

Os jovens precisam se envolver o mais rápido possível. É preciso começar na sua escola, bairro, cidade ou comunidade. O jovem não pode temer falar o que pensa e deve colocar a boca no mundo.

 

 

 

 

Sei lá, mas...

 

 

 

Eu sou pobre, pobre, pobre,

de marré, marré, marré...

Eu sou rico, não sou pobre,

não tolero um zé mané.

 

 

Eu roubo, esfolo e mato,

de marré, marré, marré...

E você é um grande pato,

de marré deci.

 

 

Eu quero o seu sangue,

de marré, marré, marré...

Se você ficar exangue,

eu lhe dou um pontapé.

 

 

Não me venha com queixume,

de marré, marré, marré...

Vê se chupa pedra-ume,

de marré deci.

 

 

Eu só vivo para mim,

de marré, marré, marré...

Se é mutreta, eu digo sim;

se não é, finjo que é.

 

 

Não suporto compaixão,

de marré, marré, marré...

Pra você eu digo não,

de marré deci.

 

 

E por aí vai...

 

 

 

 


 

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Nota:

1. Isto é fácil de entender: não é que a vontade política falhe; cuidar de doentes com AIDS não dá voto.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.agroportal.pt/x/
agronoticias/2004/07/06.htm

http://www.agencia.ecclesia.pt/
cgi-bin/noticia.pl?id=6225

http://www.mmonline.com.br/

http://notasaocafe.wordpress.com/
2006/12/14/o-legado-de-kofi-annan/

http://ideias-soltas.net/seccao/
pessoas/personalidades/kofi-annan/

http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP
/Barra_Escolha/ONU_DesertificacaoSeca.htm

http://www.nossosaopaulo.com.br/
Reg_SP/Amar_Instruir/Ainst_PensDez2003.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Kofi_Annan

http://www.palmares.gov.br/
003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=321

http://g1.globo.com/

http://ultimosegundo.ig.com.br/

http://osfilhosdamadrugada.weblog.com.pt/
arquivo/040947.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/kofi-annan.html

 

Fundo musical:

Beds Are Burning
Composição: Midnight Oil

Fonte:

http://www.eadcentral.com/