Eu
não tenho feito nada sozinho. Milhões de pessoas em todo o
mundo anseiam por paz. Então, eu digo que não devemos subestimar
o poder da oração.
É
preciso trocar o foco das ações que discutem as mudanças
climáticas, deixando em outro plano o urso-polar e colocando o ser
humano como principal 'target'. Isto porque as pessoas já estão
sofrendo as conseqüências das alterações... Nós
precisamos entrar em ação urgentemente. Não se trata
de discutir o que vai acontecer, e, sim, o que já está acontecendo.
Se essas lideranças fracassarem em Copenhagen, os efeitos serão
potencialmente catastróficos.
Uma
sociedade que isola a sua juventude rompe suas amarras: está condenada
a sangrar.
As mudanças climáticas
são o maior desafio humanitário enfrentado
hoje pela Humanidade.
E é um desafio que tem uma grave injustiça no seu coração.
São as Economias mundiais mais desenvolvidas que contribuem para
a esmagadora maioria de emissões de gases de efeito de estufa. Mas
são as nações mais pobres e menos desenvolvidas que
são atingidas de forma mais grave pelo seu impacto.
O
poder no mundo vai emanar cada vez mais da base da sociedade do que de cima
para baixo.
Como você gasta seu dinheiro?
O que você compra?
Eu
sou um dos que acreditam que as animosidades entre as pessoas não
devem durar para sempre.
Um
dos maiores testes a uma União Européia alargada, nos próximos
anos e décadas, será a maneira como gere o desafio da imigração...
Sem a imigração, a população dos Estados membros
da UE diminuirá, passando de cerca dos atuais 450 milhões
para menos de 400 milhões, em 2050. A imigração é
uma parte essencial da solução... Não seria sensato
da parte dos europeus fechar as portas aos imigrantes. Isto não só
prejudicaria as suas perspectivas econômicas e sociais em longo prazo,
como levaria cada vez mais pessoas a tentar recorrer a estratagemas para
entrar nos seus países, quer pedindo asilo político, quer
procurando obter a ajuda de contrabandistas, arriscando-se a morrer ou a
ficarem feridas por, num ato de desespero, utilizarem o transporte clandestino
em barcos, caminhões, comboios ou aviões.
É
possível chegar a um acordo prévio de redução
de emissão de gases de efeito estufa pelos países ricos e
em desenvolvimento e sobre recursos financeiros necessários para
os países mais pobres. Mas não tenho certeza se conseguiremos
um acordo absoluto... A responsabilidade que está nas mãos
do Brasil é um papel de liderança nas grandes mudanças
globais. Esta liderança pode começar agora em Copenhague...
O mundo ainda parece não perceber a dramaticidade e a velocidade
das mudanças climáticas, e falta a mesma presteza para lidar
com a catástrofe. As mudanças são ameaçadoras,
difíceis e têm de ser gerenciadas.
Sejamos
claros: a tortura não pode ser, em caso algum, um meio para lutar
contra o terrorismo porque a tortura é um instrumento de terror.
Hoje, Dia dos Direitos Humanos, voltemo-nos a nos comprometer com a defesa
dos princípios da Declaração Universal dos Direitos
do Homem e a eliminar a tortura da face da Terra.
A
violência contra as mulheres é, talvez, a mais vergonhosa violação
dos direitos humanos. Não conhece fronteiras geográficas,
culturais ou de riqueza.
Haveis
provado que o papel dos indivíduos é importante, e que, se
cada um de nós fizer a parte que lhe compete, o nosso contributo
coletivo será considerável.
Você
pode fazer muito com a diplomacia; mas é claro que pode fazer muito
mais se a diplomacia for apoiada pela justiça e pela força.
As
armas, em si, não causam as guerras. Mas muitas armas geram suspeita
e desconfiança que podem aumentar as tensões e levar a conflitos
violentos.
Temos
de fazer mais para livrar o mundo das malévolas armas, cujo principal
objetivo são os inocentes de qualquer conflito, mulheres e crianças.
Para
qualquer pessoa, em qualquer lugar, a alfabetização é,
assim como a educação em geral, um direito humano básico.
Há
um novo consenso crescente de que a proliferação de armas
de qualquer tipo, armas de destruição em massa ou armas de
pequeno calibre, em si, constitui uma ameaça à paz.
O
mundo está começando a reconhecer... a verdade sombria que
a intolerância, a injustiça e a opressão e suas conseqüências
não respeitam fronteiras nacionais.
O mundo de hoje gasta bilhões
preparando-se para a guerra. Não deveríamos gastar um ou dois
bilhões nos preparando para a paz?
A
manutenção efetiva da paz exige um conceito mais amplo de
segurança humana. Não poderemos ter segurança rodeados
pela fome; não podemos construir a paz sem aliviar a pobreza; não
podemos construir a liberdade em bases injustas.
Diz-se
que os fracassos dos Estados e as guerras civis e étnicas, muitas
vezes, são inevitáveis... As eventuais dificuldades enfrentadas
por intervenções internacionais confirmam com precisão
o quão difícil é tratar estes problemas... Proponho
uma visão diferente. Estas falhas, estas guerras e estes problemas
são políticos e econômicos, e só serão
resolvidos por meio de soluções políticas e econômicas.
Os conflitos em uma parte do mundo ou a tirania em outra não são
inevitáveis. A liberdade e os direitos humanos são conceitos
tão universais quanto políticos e aplicáveis a todos
os seres humanos de qualquer credo ou cor. A Carta das Nações
Unidas foi escrita em nome de 'nós, os povos das Nações
Unidas'.
Hoje,
a segurança é cada vez mais entendida em termos militares
e vista como ausência de conflitos. É, de fato, um fenômeno
que inclui o desenvolvimento econômico, a justiça social, a
proteção ambiental, a democratização, o desarmamento
e o respeito aos direitos humanos.
Não
se esqueçam da África.
Ao
baixar gratuitamente 'Beds Are Burning' das principais plataformas de música
na Internet, pessoas do mundo todo estarão adicionando seus nomes
a esta petição global cada vez maior.
A
manutenção da paz pela comunidade internacional, em busca
de interesses comuns, deve ser credível e legítima. Uma força
credível sem legitimidade pode ter resultados imediatos, mas, a longo
prazo, não desfrutará do apoio internacional.
A
percepção da diversidade como uma ameaça é a
semente da guerra.
Acredito
que o Brasil pode e deve ter um papel importante sem precisar se militarizar.
Atualmente, há muitos países sem poderio nuclear ou que renunciaram
a essa condição e têm grande influência mundial.
A
ONU e a Santa Sé compartilham um compromisso firme pela paz, pela
justiça social, pela
dignidade humana, pela
liberdade religiosa e pelo
respeito mútuo entre as religiões do mundo.
A
respeito da AIDS: Estou zangado, deprimido, impotente, por viver
em um mundo em que temos os meios para poder ajudar todos estes doentes,
e o que falha é a vontade política.1
As
crianças são abandonadas, crescem sozinhas, são obrigadas
a tomar conta do resto da família, deixam de estudar ou morrem rapidamente.
Em uma frase: a AIDS devasta a infância.
Vivemos
uma época de rápidas transformações. Tudo muda:
a nossa maneira de viver, de aprender, de trabalhar, de comunicar e de desenvolver
as atividades comerciais. Não devemos enfrentar estas transformações
de uma forma passiva; mas, sim, como artífices do nosso destino.
A tecnologia deu origem à era da informação. Cabe-nos,
agora, construir uma sociedade da informação.
A
desertificação – a perda da capacidade de renovação
biológica das zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas
– é um dos perigos que ameaça mais seriamente a Humanidade.
A desertificação é um problema mundial e atinge um
quinto da população do Planeta, em mais de 100 países.
As suas repercussões são imensas. A pobreza é, em parte,
uma causa deste fenômeno que, ao mesmo tempo e num círculo
vicioso trágico, se agrava. Juntamente com outros problemas, obriga
as populações de zonas rurais empobrecidas a migrarem para
as cidades, que, em geral, não têm condições
para alojar e empregar os recém-chegados de maneira adequada. Se
não agirmos e as atuais tendências se mantiverem, em 2020,
cerca de 60 milhões de pessoas terão partido das zonas da
África subsariana para o Norte da África e Europa e, em nível
mundial, 135 milhões de indivíduos correrão o risco
de desenraizamento. Ao mesmo tempo, é urgente proteger os desertos.
Trata-se, de fato, de ecossistemas vitais, que foram em tempos remotos o
berço de algumas das civilizações mais antigas e culturalmente
mais ricas do mundo, que se estenderam por milhares de quilômetros,
desde o lendário Crescente Fértil da Mesopotâmia até
às regiões da Rota da Seda e aos ecossistemas áridos
da América Latina.
Pobreza
é inaceitável, até porque a globalização
abriu vastas avenidas para a criação de criação
de riqueza. A globalização pode ser uma grande força
na luta contra a pobreza. Mas a globalização deve significar
mais do que a criação de mercados maiores, e a experiência
confirma que o crescimento sozinho não pode reduzir a pobreza e desigualdade
de renda. A política econômica deve ser combinada com políticas
sociais eficazes voltados à educação para todos, saúde
para todos e igualdade para todos. Isto é essencial se a globalização
trabalhar para todos os povos do mundo, e se quisermos cumprir a meta de
reduzir para a metade, até o ano 2015, a proporção
de pessoas vivendo em extrema pobreza. Este é um objetivo ambicioso,
mas não é nem utópico nem impossível. Nós
temos os conhecimentos e os meios para alcançá-lo. O que falta
é vontade política.
...
a segurança e o desenvolvimento dependem do respeito pelos direitos
humanos e o respeito pela letra da lei... É o princípio básico
da Democracia que os Governos prestem contas àqueles que governam.
Mas as ações de um Estado têm, muitas vezes, um efeito
decisivo na vida das populações de outros Estados. Assim,
não deve este Governo prestar igualmente contas a esses Governos
e essas populações? Penso que sim.
Vamos
iniciar uma revolução verde africana, uma revolução
que já devia ter acontecido há muito tempo, uma revolução
que ajudará o continente na sua luta pela dignidade e pela paz...
E, sobretudo, não permitamos que a fome, uma fome que não
tem razão de ser, continue a ameaçar vidas e o futuro de um
continente.
Não
é realista pensar que alguns podem retirar grandes benefícios
da globalização, enquanto milhões continuam a sofrer
e a ser atirados para a pobreza mais abjeta.
Os
jovens precisam se envolver o mais rápido possível. É
preciso começar na sua escola, bairro, cidade ou comunidade. O jovem
não pode temer falar o que pensa e deve colocar a boca no mundo.
Sei
lá, mas...
Eu
sou pobre, pobre, pobre,
de
marré, marré, marré...
Eu
sou rico, não sou pobre,
não
tolero um zé mané.
Eu
roubo, esfolo e mato,
de
marré, marré, marré...
E
você é um grande pato,
de
marré deci.
Eu
quero o seu sangue,
de
marré, marré, marré...
Se
você ficar exangue,
eu
lhe dou um pontapé.
Não
me venha com queixume,
de
marré, marré, marré...
Vê
se chupa pedra-ume,
de
marré deci.
Eu
só vivo para mim,
de
marré, marré, marré...
Se
é mutreta, eu digo sim;
se
não é, finjo que é.
Não
suporto compaixão,
de
marré, marré, marré...
Pra
você eu digo não,
de
marré deci.
E
por aí vai...
_____
Nota:
1. Isto
é fácil de entender: não é que a vontade política
falhe; cuidar de doentes com AIDS não dá voto.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.agroportal.pt/x/
agronoticias/2004/07/06.htm
http://www.agencia.ecclesia.pt/
cgi-bin/noticia.pl?id=6225
http://www.mmonline.com.br/
http://notasaocafe.wordpress.com/
2006/12/14/o-legado-de-kofi-annan/
http://ideias-soltas.net/seccao/
pessoas/personalidades/kofi-annan/
http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP
/Barra_Escolha/ONU_DesertificacaoSeca.htm
http://www.nossosaopaulo.com.br/
Reg_SP/Amar_Instruir/Ainst_PensDez2003.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kofi_Annan
http://www.palmares.gov.br/
003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=321
http://g1.globo.com/
http://ultimosegundo.ig.com.br/
http://osfilhosdamadrugada.weblog.com.pt/
arquivo/040947.html
http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/kofi-annan.html
Fundo
musical:
Beds
Are Burning
Composição: Midnight Oil
Fonte:
http://www.eadcentral.com/