No Zen-budismo, um
Koan
é uma narrativa, um diálogo, uma questão ou uma afirmação
que contém aspectos que são imediatamente inacessíveis
à razão. O Koan
tem como objetivo propiciar a Illuminação
do aspirante a zen-budista. O Koan
é um problema que o discípulo do Zen deverá resolver,
mas cuja solução não poderá ser atingida apenas
pelo pensamento intelectual. O Dicionário Eletrônico Houaiss
de Língua Portuguesa assim define um Koan:
no Zen-budismo,
o Koan é uma sentença ou pergunta de caráter enigmático
e paradoxal, usado em práticas monacais de meditação
com o objetivo de dissolver o raciocínio lógico e conceitual,
conduzindo o praticante a uma súbita Illuminação intuitiva.
Os
métodos mais usados no Zen com vista à Illuminação
(Satori,
em japonês) são o trabalho sobre a respiração,
a postura e os Koans.
O Zen-budismo japonês divide-se essencialmente em duas escolas: Soto
e Rinzai.
A primeira valorizou os dois primeiros métodos; já a segunda
deu ênfase essencialmente ao método dos Koans.
Enfim,
os Koans
mais famosos foram compilados por Mumon Ekai (1183 – 1260), da Escola
Rinzai,
sob o título de Wu-men
kuan (Mumonkan) – a Porta sem porta (Mu,
a barreira do Supremo Conhecimento). Eles são as portas para a verdade
e para a libertação. Mas, não são portas já
abertas, mas portas a abrir. Daí, que no próprio Mumonkan
se possa ler:
O
Grande Caminho não tem porta,
Milhares
de estradas lá vão dar.
Aquele
que atravessa esta Porta sem porta
Caminha
livremente entre o céu e a Terra.
Aquele
que tiver se libertado dos pensamentos ilusórios e realizado a unidade
entre o interior e o exterior será como um mudo que teve um sonho,
mas que não o pode comunicar aos outros. O céu ficará
aturdido e a Terra tremerá.
1º
Koan:
Mal comeces
a pensar se 'tem' ou 'não tem' és
um homem morto.
2º
Koan:
Aquele
que passa a Porta sem porta marchará de mão dadas com toda
a linhagem de Patriarcas, olhando com o mesmo olho e ouvindo com o mesmo
ouvido.
3º
Koan:
Batendo
duas mãos uma na outra temos um som. Qual é o som de uma única
mão?
4º
Koan:
Quem pensa
que entendeu se questiona.
Quem pensa que não entendeu questiona os outros.
Quem entendeu não diz nada.
E quem não entendeu também não diz nada!
5º
Koan:
Antes
de os teus pais terem nascido, qual era a tua natureza original?
6º
Koan:
Qual
é o som do silêncio?
7º
Koan:
A própria
mente desencaminha a mente; acautela-te contra a mente.
8º
Koan:
Não
use o arco e flecha de outrem.
Não cavalgue o cavalo de outra pessoa.
Não discuta as falhas de outro.
Não se meta nos negócios de uma outra pessoa.
9º
Koan:
Um Mestre
oferece um melão a um discípulo, e pergunta: —
Que te parece o melão? Tem bom gosto?
—
Sim, sim! Muito bom gosto! – responde o discípulo.
O Mestre,
então, faz outra pergunta: — O que tem bom gosto: o melão
ou a língua?
10º
Koan:
Como
se pratica a esgrima sem espada?
11º
Koan:
Quem
é você?
12º
Koan:
Suba
uma escada de 99 de graus até o último degrau. Agora, suba
mais um degrau...
13º
Koan:
Qual
era o seu rosto original – aquele que você possuía antes
de nascer?
14º
Koan:
Todos
os fenômenos são impermanentes. Tudo que nasce deve finalmente
morrer. O que nasce e o que morre?
15º
Koan:
Não
siga o passado; não se perca no futuro. O passado não existe
mais; o futuro ainda não chegou. Observando profundamente a vida
como ela é, aqui e agora, é que permanecemos equilibrados
e livres.
16º
Koan:
Um cão
tem uma natureza de Buddha? Se você disser que sim, eu vou bater em
você. Se você disser não, eu vou bater em você.
Vá e descubra a resposta. E, qualquer que seja a sua resposta, eu
vou bater em você!
17º
Koan:
Um homem,
viajando em um campo, encontrou um tigre. Ele correu, com o tigre em seu
encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes
expostas de uma vinha selvagem em suas mãos, e pendurou-se precipitadamente
abaixo, na beira do abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem
olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro tigre a esperá-lo.
Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos,
um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz. Neste momento, seus
olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com
uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.
— Que delícia! — ele disse.
18º
Koan:
Nan-In,
um Mestre japonês durante a Era Meiji,1
recebeu um professor universitário, que veio lhe inquirir sobre Zen.
Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas.
Nan-In,
enquanto isso, servia o chá. Ele encheu completamente a xícara
de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela
borda.
O
professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter
e disse:
— Está muito cheia! Não cabe mais chá!
Então, o Mestre
Nan-in
disse: — Como esta xícara, você está cheio de
suas próprias opiniões e especulações. Como
eu posso lhe demonstrar o Zen sem que você primeiro esvazie a sua
xícara?
19º
Koan:
Um grande
shogun japonês, chamado Nobunaga, decidiu atacar o inimigo, embora
ele tivesse apenas um décimo do número de homens que seu oponente.
Mesmo assim, ele sabia que poderia ganhar, mas seus soldados tinham dúvidas.
No caminho para a batalha, ele parou em um templo Shintó, e disse
aos seus homens:
— Após
eu visitar o relicário eu jogarei uma moeda. Se a cara sair, iremos
vencer; se sair a coroa, iremos com certeza perder. O destino nos tem em
suas mãos.
Nobunaga
entrou no templo e ofereceu uma prece silenciosa. Então, saiu e jogou
a moeda. A cara apareceu. Seus soldados ficaram tão entusiasmados
para lutar, que acabaram ganhando a batalha facilmente.
Após
a batalha, seu segundo em comando comentou orgulhoso:
— Ninguém pode mudar a mão do destino!
— Realmente não — disse Nobunaga, mostrando-lhe reservadamente
a moeda, que tinha sido duplicada, possuindo a cara impressa nos dois lados.
20º
Koan:
Um orgulhoso
guerreiro, chamado Nobushige, foi até o Mestre
Hakuin,
e perguntou-lhe: — Se existe um paraíso e um inferno, onde
estão?
— Quem
é você? — perguntou Hakuin.
— Eu sou um samurai! — o guerreiro exclamou.
— Você? Um guerreiro? — riu-se Hakuin. — Que espécie
de governante teria tal guarda? Sua aparência é a de um mendigo!
Nobushige
ficou tão raivoso que começou a desembainhar sua espada, mas
Hakuin continuou:
— Então, você tem uma espada! Sua arma provavelmente
está tão cega que não cortará minha cabeça...
O
samurai desembainhou a espada e avançou pronto para matar, gritando
de ódio. Neste momento, Hakuin anunciou:
— Acaba de se abrir o Portal do Inferno!
Ao
ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do Mestre, o samurai embainhou
sua espada, e fez-lhe uma profunda reverência.
— Acaba de se abrir o Portal do Paraíso — disse suavemente
o
Mestre
Hakuin.
21º
Koan:
Um homem
queria ficar rico e, todos os dias, pedia a Deus que atendesse às
suas súplicas. Em um
dia de inverno, ao voltar da oração, avistou, presa no gelo
do caminho, uma polpuda carteira de dinheiro. No mesmo instante, julgou-se
atendido. Mas, como a carteira resistisse aos seus esforços para
retirá-la, urinou em cima dela, a fim de derreter o gelo que a retinha.
E, foi então que despertou na cama toda molhada!
22º
Koan:
Mestre
Tokuan (cujo nome significa pepino) estava morrendo. Um discípulo
se aproximou, e perguntou-lhe qual era o seu testamento. Takuan respondeu
que não tinha testamento. Mas o discípulo insistiu:
—
Não tendes nada? Nada para dizer?
— A vida não passa de um sonho2
— disse o Mestre
Tokuan.
E
expirou.
23º
Koan:
Um renomado
Mestre Zen dizia que seu maior ensinamento era este: Buddha é a sua
Mente. De tão impressionado com a profundidade implicada neste axioma,
um monge decidiu deixar o monastério e se retirar em um local afastado
para meditar nesta peça de sabedoria. Ele viveu vinte anos como eremita
refletindo no grande ensinamento.
Um
dia, ele encontrou outro monge, que viajava na floresta próxima à
sua ermida. Logo, o monge eremita soube que o viajante também havia
estudado com o mesmo Mestre Zen.
— Por favor, diga-me: você conhece o grande ensinamento do Mestre
— perguntou ansioso o
monge eremita.
Os
olhos do monge viajante brilharam. E disse: — Ah! O Mestre foi muito
claro sobre isto. Ele disse que seu maior ensinamento era: Buddha não
é a sua mente.
24º
Koan:
Certa
vez, o Mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando
alegremente aqui e ali. No sonho, ele não tinha mais a mínima
consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente
uma borboleta. Repentinamente, ele acordou, e se descobriu deitado em sua
cama, uma pessoa novamente.
Mas, então,
ele pensou para si mesmo:
'Antes,
fui um homem que sonhava ser uma borboleta ou, agora, sou uma borboleta
que sonha ser um homem?'
25º
Koan:
O primeiro-ministro
da Dinastia Tang era um herói nacional pelo seu sucesso tanto como
homem de Estado quanto como líder militar. Mas, a despeito de sua
fama, poder e riqueza, ele se considerava um humilde e devoto buddhista.
Freqüentemente ele visitava seu Mestre Zen favorito para estudar com
ele, e eles pareciam se dar muito bem. O fato de ser era primeiro-ministro
aparentemente não tinha efeito em sua relação, que
parecia ser simplesmente a de um reverendo Mestre e seu respeitoso estudante.
Um
dia, durante sua visita usual, o primeiro-ministro
perguntou ao Mestre: — Mestre, o que é o egoísmo, de
acordo com o Buddhismo?
O
rosto do Mestre ficou vermelho, e num tom de voz extremamente desdenhoso
e insultuoso, gritou em resposta:
— Que tipo de pergunta estúpida é esta?
Tal
resposta, tão inesperada, chocou tanto o primeiro-ministro,
que, imediatamente, arrogante e com raiva, retorquiu:
— Como ousa me tratar assim?
Neste
momento, o Mestre Zen sorriu e disse: — Isto,
Excelência, é egoísmo!
26º
Koan:
O Certa
vez Chuang Tzu e um amigo caminhavam à margem de um rio.
— Veja
os peixes nadando na corrente — disse Chuang Tzu. — Eles estão
realmente felizes...
— Você não é um peixe — replicou arrogantemente
seu amigo. — Então, você não pode saber se eles
estão felizes!
— Você não é Chuang Tzu — disse Chuang Tzu.
— Então, como você pode afirmar que eu não sei
que os peixes estão felizes?
27º
Koan:
Após
dez anos de aprendizagem, Tenno atingiu o título de Mestre Zen. Em
um dia chuvoso, ele foi visitar o famoso Mestre Nan-In. Quando ele entrou
no mosteiro, o Mestre, imediatamente, recebeu-o com uma questão:
— Você
deixou seus tamancos e seu guarda-chuva no alpendre?
— Sim, Mestre — respondeu Tenno.
— Então, diga-me — continuou o
Mestre:
— Você colocou seu guarda-chuva à esquerda de seu calçado
ou à direita?
Tenno
não soube responder, percebendo, afinal, que ainda não havia
alcançado a plena atenção. Ele, então, se tornou
aprendiz do Mestre
Nan-In,
e estudou sob sua orientação por mais dez anos.
28º
Koan:
Um monge
pôs-se a caminho de uma longa peregrinação para encontrar
Buddha. Ele levou muitos anos em sua busca até alcançar a
terra onde se dizia que vivia o Senhor Buddha. Ao cruzar o sagrado rio que
cortava este país, o monge olhava em torno, enquanto o barqueiro
conduzia o bote. Ele percebeu algo flutuando que vinha em sua direção.
Quando o objeto chegou mais perto, ele viu que era um cadáver –
e que o morto era ele mesmo! O monge perdeu todo o controle e deu um grito
de dor à visão de si mesmo, rígido e sem vida, flutuando
suavemente na corrente do grande rio. Neste instante percebeu que ali estava
começando sua busca pela liberação... E, então,
ele soube, definitivamente, que sua busca por Buddha havia terminado.3
29º
Koan:
O amanhã
não é real. É uma ilusão. A única realidade
é o agora. O verdadeiro sofrimento é viver ignorando este
'Dharma'.
30º
Koan:
O Santo
Dharma – o Primeiro Princípio – é um vasto vazio,
sem nada santo dentro dele.
31º
Koan:
Dois
peregrinos estavam perdidas no deserto. Estavam morrendo de inanição
e sede. Finalmente, avistaram um alto muro. Do outro lado, podiam ouvir
o som de quedas d'água e de pássaros cantando. Acima, podiam
ver os galhos de uma árvore frutífera atravessando e pendendo
sobre o muro. Seus frutos pareciam deliciosos. Um
dos homens subiu o muro e desapareceu no outro lado. O
outro, em vez disso, saciou sua fome com as frutas que sobressaíam
da árvore, ali mesmo, e retornou ao deserto para ajudar outros perdidos
a encontrar o caminho para o oásis.
32º
Koan:
Dois
monges estavam lavando suas tigelas no rio quando perceberam um escorpião
que estava se afogando. Um dos monges, imediatamente, pegou-o e o colocou
na margem. No processo, ele foi picado. Ele voltou para terminar de lavar
sua tigela, e, novamente, o escorpião caiu no rio. O monge salvou
o escorpião, e novamente foi picado. O outro monge, então,
perguntou:
— Amigo,
por que você continua a salvar o escorpião quando você
sabe que sua natureza é agir com agressividade, picando-o?
— Porque — respondeu o monge — agir com compaixão
é a minha natureza.
33º
Koan:
O monge
perguntou ao Mestre:
— Como posso sair do 'Samsara'?
O
Mestre respondeu:
— Quem te colocou nele?4
34º
Koan:
O pensamento
lógico não pode ser usado para obter a Compreensão;
apenas com a sensibilidade da não-mente alcança-se a Verdade.5
35º
Koan:
Quando
estiver com fome, coma. Quando estiver cansado, durma.
36º
Koan:
Buscar
o Estado Búddhico apenas fazendo meditação é
matar o Buddha.
37º
Koan:
Terminaste
a refeição? Então, vai lavar tuas tigelas!
38º
Koan:
Não
façais nada violento; praticai somente o aquilo que é justo
e equilibrado.
39º
Koan:
O 'Samsara'
é como um caroço de manga, que plantamos para comer o fruto.
Quando a grande árvore cresce e dá frutos, as pessoas os comem,
para, em seguida, plantar os caroços. E dos caroços nascem
grandes mangueiras, que, novamente, dão frutos. Deste modo, a mangueira
não tem fim. E assim, da mesma forma, nascemos aqui, morremos ali...
Nascemos... Morremos... Nascemos... Morremos... Isto é 'Samsara'.
40º
Koan:
Não
é o mesmo nome, o mesmo espírito e o mesmo corpo que nascem
depois da morte. Este nome, este espírito e este corpo criam a ação.
Pela ação ou Karma, nascem outro nome, outro espírito
e outro corpo.
Koan
Vegetariano
Humildemente,
vou dar minha contribuição com um pequeno diálogo koânico
sobre o vegetarianismo.
O Católico:
— Você
é vegetariano?
O Ateu:
— Sim;
sou.
O Católico:
— Como
você sabe, eu sou católico. Na Bíblia, não há
qualquer passagem que recomende o vegetarianismo. O próprio Jesus
comia peixe.
O Ateu:
— Comia?
Tem certeza? Bem, cada um come o que quer. Mas, quem sou eu para julgar
Jesus! Jesus é Jesus; eu sou eu. E nós dois somos um.
______
Notas:
1. O Período
Meiji ou Era Meiji do Japão constitui-se em um período de
quarenta e cinco anos do reinado do Imperador Mutsuhito (Quioto, 3 de novembro
de 1852 – Tóquio, 30 de julho de 1912), o 122º imperador
do Japão na lista tradicional de sucessão, que se estendeu
de 8 de setembro de 1868 a 30 de julho de 1912. Nesta fase, o Japão
conheceu uma acelerada modernização, vindo a se constituir
em uma potência mundial.
2. Aqui, novamente,
me lembrei de Émile Dantinne (Sâr Hieronymus, Sacerdos
in Æternum) ao fazer a sua Grande Iniciação
em Huy, no dia 21 de maio de 1969, com a idade de 85 anos. Ao seu lado,
como descreve Marco Antonio Coutinho, velando por ele, sua filha Marie-Louise
pôde ouvi-lo sussurrar as últimas palavras; — A
gente não sabe nada. E partiu para sondar o insondável
que nos dá a mão por sobre o muro.
3. Até aqui,
evitei comentar os koans,
pois o entendimento é pessoal e deverá provir do interior.
Mas, este merece uma rápida ponderação. Enquanto buscarmos
a guarida de deuses e de avatares, de mestres ascensos e de hierofantes,
de sapientíssimos e de eruditos, do lado de fora, aqui, ali, lá
e acolá, não seremos mais do que cadáveres viventes.
Isto, talvez, poderá se afigurar meio duro de ler, mas não
posso escrever de outra maneira, pois, enquanto dependermos deste ou daquele,
disto ou daquilo... A Santa Sabedoria – a Santa SOPhIa
– está disponível para todos – no
Coração de cada um. Precisamos compreender que a Santa SOPhIa
é intransferível e intransmissível. Ou, por trabalho
e mérito, nós A conquistamos... Ou, dormindo e pedindo, ignorantes
continuaremos. E não adianta fazer como o monge que perguntou ao
Mestre: — Como
posso sair do 'Samsara'? Enfim,
somos nós quem criamos o 'Samsara';
somos nós que dele deve(re)mos
nos desvencilhar. Ou, de tanto
(re)encarnar, acabaremos criando um calo na alma!
4. O
samsara pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos
– perpétua repetição do nascimento e da morte.
A menos que se adquira a Perfeita Sabedoria ou que se tenha alcançado
a Illuminação,
não se poderá escapar desta roda – a Roda do Samsara.
5. Apenas
com a sensibilidade da não-mente alcança-se a Verdade. Sim,
isto é um fato reconhecido por todos os Místicos. Sim, mas
os Místicos também sabem que qualquer verdade alcançada
será sempre relativa, e, em um certo sentido, provisória,
aprimorável. Se, definitivamente, pudéssemos alcançar
a Verdade Absoluta, a Peregrinação teria terminado. Mas, como
a Peregrinação é interminável, a Verdade Absoluta
é inatingível. Sempre haverá um carmesim a ser atingido
pelo entendimento; sempre haverá um branco
mais branco em uma Dimensão mais elevada.