DAS KAPITAL
(Uma Análise ± Esotérica)
Parte I

 

 

 

O Capital

O Capital
(Livro 1, capa da 1ª edição, 1867)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este rascunho se constitui da 1ª parte de uma coletânea de fragmentos (eventual e esotérico-despretensiosamente comentados e, algumas vezes, ligeiramente editados) de O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de Karl Marx, que constitui uma análise do Capitalismo (crítica da Economia Política). Muitos consideram esta obra o marco do pensamento socialista-marxista. Deste conjunto de livros, o único que foi lançado em vida por Marx foi O Processo de Produção do Capital, em 1867. Os outros foram publicados após a sua morte, ficando as edições a cargo de Friedrich Engels (Barmen, 28 de novembro de 1820 – Londres, 5 de agosto de 1895). Devo enfatizar que este estudo não é para especialistas nem para comunistas; ao prepará-lo, tive em mente a pessoa comum, que nunca leu O Capital ou sequer ouviu falar deste livro. Por isto, não é mais do que um despretensioso rascunho. Meu intento foi compatibilizar (ou incompatibilizar) a obra com alguns princípios esotéricos fundamentais. Seja como for, quantos lembram das passagens a seguir do Evangelho de Mateus? Não ajunteis tesouros na Terra, onde as traças e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem as traças nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso Coração. (Mateus, VI:19 a 21). Disse-lhe Jesus: se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem, e me segue. (Mateus, XIX:21). Uma coisa eu tenho certeza: ao longo dos séculos, o próprio Vaticano esqueceu destas recomendações!

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Karl Heinrich Marx

Karl Heinrich Marx

 

 

 

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) foi um filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista. Nascido na Prússia, mais tarde se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres, no Reino Unido. A obra de Marx, em Economia, estabeleceu a base para muito do entendimento atual sobre o trabalho e sua relação com o Capital, além do pensamento econômico posterior. Publicou vários livros durante sua vida, sendo O Manifesto Comunista e O Capital os mais proeminentes.

Marx nasceu em uma família de classe média em Tréveris, na Renânia Prussiana, e estudou nas Universidades de Bonn e Berlim, onde se interessou pelas idéias filosóficas dos jovens hegelianos. Depois dos estudos, escreveu para o Rheinische Zeitung, um jornal radical publicado em Colônia, e começou a trabalhar na Teoria da Concepção Materialista da História. Em 1843, mudou-se para Paris, onde começou a escrever para outros jornais radicais e conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu amigo de longa data e colaborador. Em 1849, foi exilado e se mudou para Londres juntamente a sua esposa e filhos, onde continuou a escrever e a formular suas teorias sobre a atividade econômica e social. Também fez campanha para o Socialismo, e se tornou uma figura significativa na Associação Internacional dos Trabalhadores.

 

As teorias de Marx sobre a sociedade, a Economia e a política – a compreensão coletiva do que é conhecido como Marxismo sustentam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes (um conflito entre uma classe social que controla os meios de produção e a classe trabalhadora, que fornece a mão-de-obra para a produção), e que o Estado foi criado para proteger os interesses da classe dominante, embora seja apresentado como um instrumento que representa o interesse comum de todos. Além disto, Marx previu que, assim como os sistemas socioeconômicos anteriores, o Capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua autodestruição e substituição por um novo sistema: o Socialismo. Ele argumentava que os antagonismos no sistema capitalista, entre a burguesia e o proletariado, seriam conseqüência de uma guerra perpétua entre a primeira e as demais classes ao longo da História. Isto, associado à sociedade industrial e ao acúmulo de Capital, geraria a sua classe antagônica, que resultaria na conquista do poder político pela classe operária e, eventualmente, no estabelecimento de uma sociedade sem classes e apátrida o Comunismo regida por uma livre associação de produtores. Marx, ativamente, argumentava que a classe trabalhadora deveria realizar uma ação revolucionária organizada para derrubar o Capitalismo e provocar mudanças socioeconômicas.

 

Elogiado e criticado, Marx tem sido descrito como uma das figuras mais influentes na História da Humanidade. Muitos intelectuais, sindicatos e partidos políticos em nível mundial foram influenciados por suas idéias, com muitas variações sobre o seu trabalho base. Marx é normalmente citado, ao lado de David Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 Paris, 15 de novembro de 1917) e Karl Emil Maximilian Weber (Erfurt, 21 de abril de 1864 Munique, 14 de junho de 1920), como um dos três principais arquitetos da Ciência Social moderna.

 

 

 

Fragmentos Marxistas

 

 

 

A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma imensa coleção de mercadorias, e a mercadoria individual como sua forma elementar. A mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. A natureza dessas necessidades, se elas se originam do estômago ou da fantasia, não altera nada na coisa.

 

Estou com fome,
compro um cachorro-quente.
Estão com fome,
vendo um cachorro-quente.

 

As propriedades corpóreas das mercadorias só entram em consideração à medida que elas lhes conferem utilidade, isto é, as tornam valor de uso. Por outro lado, porém, é precisamente a abstração de seus valores de uso que, evidentemente, caracteriza a relação de troca das mercadorias. Dentro da mesma, um valor de uso vale exatamente tanto como outro qualquer, desde que esteja disponível em proporção adequada. Ou como disse o velho Nicholas Barbon (cerca de 1640 – cerca de 1698): Uma espécie de mercadoria é tão boa quanto a outra se o seu valor de troca for igual. Pois não existe nenhuma diferença ou distinção entre coisas de valor de troca igual.

 

Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados, e desaparecem também, portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de se diferenciar uns dos outros para se reduzirem, em sua totalidade, a igual trabalho humano a trabalho humano abstrato.

 

É apenas o quantum de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para produção de um valor de uso o que determina a grandeza de seu valor.

 

A força produtiva do trabalho é determinada por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o nível de desenvolvimento da ciência e sua aplicabilidade tecnológica, a combinação social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições climáticas naturais [favoráveis ou desfavoráveis]. Assim, por exemplo, o mesmo quantum de trabalho em condições climáticas favoráveis, se representa em 8 bushels [O bushel (abreviadamente bsh. ou bu.) é uma unidade de medida de capacidade para mercadorias sólidas e secas (especialmente grãos e farinhas) utilizada nos países anglo-saxões] de trigo, em condições climáticas desfavoráveis, em somente 4. A mesma quantidade de trabalho fornece mais metais em minas ricas do que em minas pobres . Diamantes aparecem muito raramente na crosta terrestre; encontrá-los custa, portanto, em média, muito tempo de trabalho. Em conseqüência representam, em pouco volume, muito trabalho... Caso se conseguisse, com pouco trabalho, transformar carvão em diamante, o valor deste poderia cair abaixo do de tijolos.

 

Genericamente, quanto maior a força produtiva do trabalho, tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizada, tanto menor o seu valor. Inversamente, quanto menor a força produtiva do trabalho, tanto maior o tempo de trabalho necessário para a produção de um artigo, tanto maior o seu valor. A grandeza do valor de uma mercadoria muda na razão direta do quantum, e na razão inversa da força produtiva do trabalho que nela se realiza.

Comentário: Isto não deixa de ser ± semelhante ao esforço despendido por um ser-humano-aí-no-mundo para compreender suas limitações e se libertar dos seus desejos, das suas cobiças, das suas paixões, dos seus coisismos, dos seus fideísmos etc. Ajoelhar-se, se confessar e pedir perdão é rapidinho, só que não adianta nada. Lutar o Bom Combate poderá demorar milênios, porém, um dia, adiantará tudo, pois, a(s) Iniciação(ões) só depende(m) de nós. No primeiro caso, quantum = zero; no segundo caso quantum = impossível de ser medido, pois, é ilimitado.

 

Não lutei, ajoelhei e me confessei;
empaquei como mula quadrada.
Lutei o Bom Combate e me esforcei;
um Belo Dia, achei a Estrada.

 

Para que seja produzida uma mercadoria, ela não precisa produzir apenas valor de uso, mas, ter valor de uso para outros, valor de uso social. Para uma coisa se tornar mercadoria, é preciso que o produto seja transferido, por meio da troca, a quem vai servir como valor de uso.

Comentário: Isto é ± como o conhecimento e a expertise. O conhecimento e a expertise guardados na caixinha da Dona Baratinha não valem bulhufas, nem para quem os possuem, nem para quem deles necessita. O conhecimento e a expertise precisam ser compartilhados, comparticipados, repartidos, distribuídos. Neste caso, não há troca; há Amor Impessoal. Enfim, isto é como deixou escrito Marx em O Capital: Nenhuma coisa pode ser [ter] valor sem ser objeto de uso.

 

 

O trabalho é uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e Natureza e, portanto, da vida humana. O trabalho não é a única fonte dos valores de uso que produz, isto é, da riqueza material. Dela, o trabalho é o pai, como diz William Petty1, e a Terra a mãe. Seja como for, o valor de uma mercadoria representa simplesmente trabalho humano, dispêndio de trabalho humano, sobretudo.

 

Ninguém sabe o duro que dei,
pra ter fonfom,
trabalhei, trabalhei!
2

Só eu sei o duro que dei,
pra
avançar,
injusticei,
injusticei!

Só eu sei o duro que dei,
pra
prosperar,
esfolei,
esfolei!

Só eu sei o duro que dei,
pra
enricar,
'maisvaliei',
'maisvaliei'!

Só eu sei o duro que dei,
pra
não mixar,
prejudiquei,
prejudiquei!

Só eu sei o duro que dei,
pra compensar,
reencarnei,
reencarnei!

Só eu sei o duro que dei,
pra me livrar,
mudancei,
mudancei!

Só eu sei o duro que dei,
pra coerentizar,
me ilustrei,
me ilustrei!

Só eu sei o duro que dei,
pra 'anti-horariar'
,
batalhei,
batalhei!

Só eu sei o duro que dei,
pra LLuz enxergar,
pelejei,
pelejei!

Só eu sei o duro que dei,
pra me divinizar,
alquimiei,
alquimiei!

Só eu sei o duro que dei,
pra completar,
embarquei,
embarquei!

Só eu sei o duro que dei,
pra fraternizar,
retornei,
retornei!

Só eu sei o duro que dei,
pra unificar,
ajudei,
ajudei!

Só eu sei o duro que dei,
pra integrar,
ensinei,
ensinei!

Só eu sei o duro que dei,
pra finalizar,
hoje, sei,
hoje, sei!

 

Suponha que o trabalho necessário para a produção de um casaco suba para o dobro ou caia para metade. No primeiro caso, um casaco possui tanto valor quanto antes dois casacos; no segundo caso, dois casacos apenas tanto valor quanto anteriormente um, apesar de que em ambos os casos um casaco, tanto depois como antes, presta os mesmos serviços, e da mesma forma o trabalho útil nele contido permanece, tanto antes como depois, com a mesma qualidade. Mudou, porém, o quantum de trabalho despendido em sua produção.

 

Esforcei-me um tiquinho;
obtive zerinho.
Esforcei-me um pouco mais;
obtive um
+.
Esforcei-me um tantão;
obtive muitão.
Esforcei-me completamente;
obtive diferente.

 

 

 

 

Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de força de trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor da mercadoria. Todo trabalho é, por outro lado, dispêndio de força de trabalho do homem sob forma especificamente adequada a um fim, e nessa qualidade de trabalho concreto útil produz valores de uso.3

 

As mercadorias vêm ao mundo sob a forma de valores de uso ou de corpos de mercadorias, como ferro, linho, trigo etc. Esta é a sua forma natural com que estamos habituados. Elas são só mercadorias, entretanto, devido à sua duplicidade: objetos de uso e, simultaneamente, portadores de valor. Elas aparecem, por isto, como mercadoria ou possuem a forma de mercadoria apenas na medida em que possuem forma dupla: forma natural e forma de valor. As mercadorias apenas possuem objetividade de valor na medida em que elas sejam expressões da mesma unidade social de trabalho humano, pois, sua objetividade de valor é puramente social e, então, é evidente que ela pode aparecer apenas em uma relação social de mercadoria para mercadoria.

 

Aprendi.
Escondi.
Não dividi.
Fui egoísta.
Fui arrivista.
Fui anti-humanista.
Empacotei.
Reencarnei.
Compensei.
Compreendi.
Corrigi.
Reparti.

 

Compreensão Libertação

 

 

O Balaio das Compensações

 

 

C4H8O2 = Ácido Butírico e C4H8O2 = Formiato de Propila.4

 

 

Ácido Butírico
Formiato de Propila
Ácido Butírico
Formiato de Propila

 

Somos diferentes,
mas, somos iguais.
Sim, somos iguais,
mas, somos diferentes.
5

Um segredo patente:
em coisinhas iguais
ou em coisinhas desiguais,
tudo é equivalente.

 

1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + ... = 1

 

No raso e no fundo,
o Cosmos é esférico,
energético, isomérico,
vivo, não-bigfreezeundo.
6

Se nunca houve começo,
como poderá haver fim?
No pertinho e no confim,
tudo é incessante (re)começo.

 

... Reconstrução ... Destruição ... Reconstrução ...

 

Nós é que dividimos,
separamos e isolamos.
E pior: pré-qualificamos.
E aí... Nos miraludimos!
7

Para todos nós
– um ente-aí ou uma lesma –
a Estrada é a mesma.
Peregrinar = Desatar Nós.

Não há jeitinho,
não há privilégio,
não há sortilégio.
A Meta —› o Ninho.

Só pela Compreensão
nós progrediremos
e nos libertaremos.
O restolho é balão!

 

Como valores, as mercadorias são meras gelatinas de trabalho humano.

 

Somente a expressão de equivalência de diferentes espécies de mercadoria revela o caráter específico do trabalho gerador de valor, ao reduzir, de fato, os diversos trabalhos contidos nas mercadorias diferentes a algo comum neles, ao trabalho humano em geral.

 

Não devemos esquecer que qualquer quantum de mercadoria contém determinado quantum de trabalho humano.

 

Se subissem ou caíssem os valores de todas as mercadorias simultaneamente e na mesma proporção, seus valores relativos permaneceriam imutáveis.

 

O corpo da mercadoria que serve de equivalente figura sempre como corporificação do trabalho humano abstrato e é sempre o produto de determinado trabalho concreto, útil. Esse trabalho concreto se torna, portanto, expressão de trabalho humano abstrato.

 

A troca não pode existir sem a igualdade, nem a igualdade sem a comensurabilidade... É, porém, em verdade, impossível que coisas de espécies tão diferentes sejam comensuráveis, isto é, qualitativamente iguais. Essa equiparação pode apenas ser algo estranho à verdadeira natureza das coisas, por conseguinte, somente um artifício para a necessidade prática. [Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.)].

 

Na forma dos valores de mercadorias todos os trabalhos são expressos como trabalho humano igual, e, portanto, como equivalentes. Aristóteles não podia deduzir da própria forma de valor, porque a sociedade grega se baseava no trabalho escravo e tinha, portanto, por base natural a desigualdade entre os homens e suas forças de trabalho. O segredo da expansão de valor, da igualdade e da equivalência de todos os trabalhos, porque são trabalhos humanos em geral, somente pode ser decifrado quando o conceito da igualdade humana já possui a consciência de um preconceito popular. Mas, isso só é possível numa sociedade na qual a forma mercadoria é a forma geral do produto de trabalho, por conseguinte também a relação das pessoas umas com as outras enquanto possuidoras de mercadorias é a relação social dominante. O gênio de Aristóteles resplandece justamente em que ele descobre uma relação de igualdade na expressão de valor das mercadorias. Somente as limitações históricas da sociedade, na qual ele viveu, o impediram de descobrir em que consiste, em verdade, essa relação de igualdade.

 

Não é a troca que regula a grandeza de valor, mas, ao contrário, é a grandeza de valor da mercadoria que regula suas relações de troca.

 

Uma mercadoria só ganha a expressão geral do valor porque simultaneamente todas as demais mercadorias expressam seu valor no mesmo equivalente, e cada nova espécie de mercadoria que aparece tem que fazer o mesmo. Evidencia-se, com isso, que a objetividade do valor das mercadorias, por ser a mera “existência social” dessas coisas, somente pode ser expressa por sua relação social por todos os lados, e sua forma, por isso, tem de ser uma forma socialmente válida.

 

Se 10 libras de chá 20 varas de linho e 40 libras de café 20 varas de linho, então, 10 libras de chá 40 libras de café.

 

A forma valor geral, que representa os produtos de trabalho como meras gelatinas de trabalho humano indiferenciado, mostra, por meio de sua própria estrutura, que é a expressão social do mundo das mercadorias. Assim, ela evidencia que, no interior desse mundo, o caráter humano geral do trabalho constitui seu caráter especificamente social.

 

Se 20 varas de linho 2 onças de ouro e se 2 onças de ouro 2 libras esterlinas, então, 20 varas de linho 2 libras esterlinas.

 

A objetividade de valor dos produtos de trabalho isto é, a medida do dispêndio de força de trabalho do homem, por meio da sua duração assume a forma da grandeza de valor dos produtos de trabalho, e as relações entre os produtores em que aquelas características sociais de seus trabalhos são ativadas assumem a forma de uma relação social entre os produtos de trabalho.

 

O caráter fetichista do mundo das mercadorias provém do caráter social peculiar do trabalho que produz as mercadorias.

 

Os trabalhos privados, empreendidos de forma independente uns dos outros, são universalmente interdependentes como membros naturalmente desenvolvidos da divisão social do trabalho.

 

É exatamente a forma dinheiro do mundo das mercadorias que objetivamente vela, em vez de revelar, o caráter social dos trabalhos privados e, portanto, as relações sociais entre os produtores privados.

 

Só a distribuição socialmente planejada regulará a proporção correta das diferentes funções de trabalho, conforme as diversas necessidades.

Comentário: Enquanto isto não acontecer, como, por exemplo, é o caso atual do Brasil, haverá desigualdade brutal, miséria sesquipedal e fome colossal, e, como conseqüência direta —› distorção, insegurança e violência. Todos nós somos responsáveis por este inaceitável, inadmissível e dantesco estado de coisas.

 

 

Na atualidade (2.023), 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
Além dos 33 milhões de brasileiros que não têm o que comer, 32 milhões
têm acesso a quantidade insuficiente de alimentos e quase 60 milhões
não sabem se conseguirão se alimentar nos próximos dias. Ao todo,
125 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira (58,7%)
da população brasileira, convive com algum grau de insegurança alimentar.
No momento, apenas quatro em cada dez casas brasileiras têm acesso
à alimentação adequada, ou seja, estão em condição de segurança alimentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por que há tanta desigualdade?
Por que há tanta desproporção?
Por que há tanto desnivelamento?
Por que há tanta assimetria?
Por que há tanto ?
Por que há tanta carência?
Por que há tanta privação?
Por que há tanta necessidade?
Por que há tanta miséria?
Por que há tanta aflição?
Por que há tanta indigência?
Por que há tanto desespero?
Por que há tanta penúria?
Por que há tanta fome?
Por que há tanta insegurança alimentar?

Porque ainda somos egoístas.
Porque ainda somos ególatras.
Porque ainda somos exclusivistas.
Porque ainda somos chauvinistas.
Porque ainda somos outrofóbicos.
Porque ainda somos preconceituosos.
Porque ainda somos desirmãos.
Porque ainda somos desfraternos.
Porque ainda somos imisericordiosos.
Porque ainda somos ambulantes.
Porque ainda somos paralíticos.
Porque ainda somos .
Porque ainda somos muito pra lá de muito horríveis.

 

O reflexo religioso do mundo real somente poderá desaparecer quando as circunstâncias cotidianas, da vida prática, representarem para os homens relações transparentes e racionais entre si e com a Natureza. A figura do processo social da vida, isto é, do processo da produção material, apenas se desprenderá do seu místico véu nebuloso quando, como produto de homens livremente socializados, ela ficar sob seu controle consciente e planejado. Para tanto, porém, se requer uma base material da sociedade ou uma série de condições materiais de existência, que, por sua vez, são o produto natural de uma evolução histórica longa e penosa.

 

Ainda prevalece a idéia de que processo de produção deve dominar os homens, e não o homem dominar o processo de produção. A consciência burguesa considera isto uma necessidade natural tão evidente quanto o próprio trabalho produtivo. Por isso, ela trata as formas pré-burguesas do organismo social de produção como os padres da Igreja tratam as religiões pré-cristãs. [Isto, de fato, é um verdadeiro filme de horror.]

 

De onde provieram as ilusões do sistema monetário? Não ter reconhecido ao ouro e à prata que eles representam, como dinheiro, uma relação social de produção, porém, na forma de objetos naturais com insólitas propriedades sociais.

 

 

 

Continua...

 

 

 

______

Notas:

1. William Petty (Romsey, Hampshire, 27 de maio de 1623 – Londres, 16 de dezembro de 1687) foi um economista, cientista e filósofo britânico. Pioneiro no estudo da Economia Política, Petty propôs a utilização da métodos quantitativos – por ele chamados de aritmética política – como meio de análise da riqueza de um país. Ele antecipou também a importância da velocidade de transações no equilíbrio das contas nacionais, conceito posteriormente ilustrado na Teoria Quantitativa da Moeda. Petty foi um dos primeiros defensores do laissez-faire na Economia (na versão mais pura de Capitalismo, esta expressão francesa simboliza o Liberalismo Econômico, ou seja, de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferências, sem taxas e sem subsídios, apenas com regulamentos suficientes para proteger os direitos de propriedade), embora concebesse a atividade estatal como elemento complementar de alocação de recursos.

2. In: Carango, de Carlos Imperial e Nonato Buzar.

3. Quantidades iguais de trabalho precisam, em todos os tempos e em todos os lugares, ter para o próprio trabalhador o mesmo valor. Em seu estado normal de saúde, força e atividade, e com o grau médio de habilidade, que ele possua, precisa ceder a mesma porção de seu sossego, sua liberdade e sua felicidade. (In: The Wealth of Nations, Adam Smith.)

4. Em Química, isto se denomina isomerismo ou isomeria, um fenômeno no qual dois ou mais compostos químicos diferentes denominados isômeros apresentam a mesma fórmula molecular (mesmo conjunto de átomos) e diferentes fórmulas estruturais (diferente arranjo entre os átomos).

5. Iguais no sentido de que estamos sujeitos às mesmas Leis Universais; diferentes porque, no Teclado Cósmico Universal, estamos em níveis de compreensão distintos, ou seja, em oitavas vibratórias específicas. Só neste sentido somos iguais e somos diferentes. Isto é fácil de ser compreendido. Basta você imaginar um assassino em série e um Adepto avançado, e imediatamente perceberá que eles não podem estar no mesmo Plano Cósmico.

6. Bigfreezeundo = Big Freeze + Moribundo.

7. Miraludir = Verbo neologístico que eu inventei, derivado de miragem + ilusão.

 

Música de fundo:

L'internationale
Composição: Eugène Pottier (letra) & Pierre Chretien De Geyter (música)

Fonte:

http://drapeaurouge.free.fr/inter.html#fr

 

Páginas da Internet consultadas:

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https://averdade.org.br/2022/06/331-milhoes-de-
pessoas-passam-fome-sob-governo-bolsonaro/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Isomerismo

https://www.bomcultivo.com/

https://gfycat.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bushel

https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Capital

https://pcb.org.br/portal2/7333/ler-o-capital/

 

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