Karl
Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de
março de 1883) foi um filósofo, sociólogo, jornalista
e revolucionário socialista. Nascido na Prússia, mais tarde
se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres,
no Reino Unido. A obra de Marx, em Economia, estabeleceu a base para muito
do entendimento atual sobre o trabalho e sua relação com o
Capital, além do pensamento econômico posterior. Publicou vários
livros durante sua vida, sendo O Manifesto Comunista e O Capital
os mais proeminentes.
Marx
nasceu em uma família de classe média em Tréveris,
na Renânia Prussiana, e estudou nas Universidades de Bonn e Berlim,
onde se interessou pelas idéias filosóficas dos jovens hegelianos.
Depois dos estudos, escreveu para o Rheinische Zeitung, um jornal
radical publicado em Colônia, e começou a trabalhar na Teoria
da Concepção Materialista da História. Em 1843, mudou-se
para Paris, onde começou a escrever para outros jornais radicais
e conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu amigo de longa data e colaborador.
Em 1849, foi exilado e se mudou para Londres juntamente a sua esposa e filhos,
onde continuou a escrever e a formular suas teorias sobre a atividade econômica
e social. Também fez campanha para o Socialismo, e se tornou uma
figura significativa na Associação Internacional dos Trabalhadores.
As
teorias de Marx sobre a sociedade, a Economia e a política –
a compreensão coletiva do que é conhecido como Marxismo –
sustentam que as sociedades
humanas progridem através da luta de classes (um conflito entre uma
classe social que controla os meios de produção e a classe
trabalhadora, que fornece a mão-de-obra para a produção),
e que o Estado foi criado para proteger os interesses da classe dominante,
embora seja apresentado como um instrumento que representa o interesse comum
de todos. Além disto, Marx previu que, assim
como os sistemas socioeconômicos anteriores, o Capitalismo produziria
tensões internas que conduziriam à sua autodestruição
e substituição por um novo sistema: o Socialismo. Ele argumentava
que os antagonismos no sistema capitalista, entre a burguesia e o proletariado,
seriam conseqüência de uma guerra perpétua entre a primeira
e as demais classes ao longo da História. Isto, associado à
sociedade industrial e ao acúmulo de Capital, geraria a sua classe
antagônica, que resultaria na conquista do poder político pela
classe operária e, eventualmente, no estabelecimento de uma sociedade
sem classes e apátrida –
o Comunismo
–
regida
por uma livre associação de produtores. Marx, ativamente,
argumentava que a classe trabalhadora deveria realizar uma ação
revolucionária organizada para derrubar o Capitalismo e provocar
mudanças socioeconômicas.
Elogiado
e criticado, Marx tem sido descrito como uma das figuras mais influentes
na História da Humanidade. Muitos intelectuais, sindicatos e partidos
políticos em nível mundial foram influenciados por suas idéias,
com muitas variações sobre o seu trabalho base. Marx é
normalmente citado, ao lado de David Émile Durkheim (Épinal,
15 de abril de 1858
– Paris,
15 de novembro de 1917) e Karl Emil Maximilian Weber (Erfurt, 21 de abril
de 1864
– Munique,
14 de junho de 1920), como um dos três principais arquitetos da Ciência
Social moderna.
Fragmentos
Marxistas
A
riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista
aparece como uma imensa coleção de mercadorias, e a mercadoria
individual como sua forma elementar. A mercadoria é, antes de tudo,
um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades
humanas de qualquer espécie. A natureza dessas necessidades, se elas
se originam do estômago ou da fantasia, não altera nada na
coisa.
—
Estou com fome,
compro um cachorro-quente.
Estão com fome,
vendo um cachorro-quente.
As
propriedades corpóreas das mercadorias só entram em consideração
à medida que elas lhes conferem utilidade, isto é, as tornam
valor de uso. Por outro lado, porém, é precisamente a abstração
de seus valores de uso que, evidentemente,
caracteriza a relação de troca das mercadorias.
Dentro da mesma, um valor de uso vale exatamente tanto como outro qualquer,
desde que esteja disponível em proporção adequada.
Ou como disse o velho Nicholas Barbon (cerca de 1640 – cerca
de 1698): Uma
espécie de mercadoria é tão boa quanto a outra se o
seu valor de troca for igual. Pois não existe nenhuma diferença
ou distinção entre coisas de valor de troca igual.
Ao
desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece
o caráter útil dos trabalhos neles representados, e desaparecem
também, portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos,
que deixam de se diferenciar uns dos outros para se reduzirem, em sua totalidade,
a igual trabalho humano –
a trabalho humano abstrato.
É
apenas
o quantum de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho
socialmente necessário para produção de um valor de
uso o que determina a grandeza de seu valor.
A
força produtiva do trabalho é determinada por meio de circunstâncias
diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores,
o nível de desenvolvimento da ciência e sua aplicabilidade
tecnológica, a combinação social do processo de produção,
o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições
climáticas naturais [favoráveis
ou desfavoráveis]. Assim, por exemplo,
o mesmo quantum de trabalho em condições climáticas
favoráveis, se representa em 8 bushels [O
bushel (abreviadamente bsh. ou bu.) é uma unidade de medida de capacidade
para mercadorias sólidas e secas (especialmente grãos e farinhas)
utilizada nos países anglo-saxões] de
trigo, em condições climáticas desfavoráveis,
em somente 4. A mesma quantidade de trabalho fornece mais metais em minas
ricas do que em minas pobres . Diamantes aparecem muito raramente na crosta
terrestre; encontrá-los custa, portanto, em média, muito tempo
de trabalho. Em conseqüência representam, em pouco volume, muito
trabalho... Caso se conseguisse, com pouco trabalho, transformar carvão
em diamante, o valor deste poderia cair abaixo do de tijolos.
Genericamente,
quanto maior a força produtiva do trabalho, tanto menor o tempo de
trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor
a massa de trabalho nele cristalizada, tanto menor o seu valor. Inversamente,
quanto menor a força produtiva do trabalho, tanto maior o tempo de
trabalho necessário para a produção de um artigo, tanto
maior o seu valor. A grandeza do valor de uma mercadoria muda na razão
direta do quantum, e na razão inversa da força produtiva do
trabalho que nela se realiza.
Comentário:
Isto não deixa de ser ± semelhante ao esforço despendido
por um ser-humano-aí-no-mundo para compreender suas limitações
e se libertar dos seus desejos, das suas cobiças, das suas paixões,
dos seus coisismos, dos seus fideísmos etc. Ajoelhar-se, se confessar
e pedir perdão é rapidinho, só que não adianta
nada. Lutar o Bom Combate poderá demorar milênios, porém,
um dia, adiantará tudo, pois, a(s) Iniciação(ões)
só depende(m) de nós. No primeiro caso, quantum
= zero; no segundo caso
quantum
= impossível de
ser medido, pois, é ilimitado.
—
Não lutei, ajoelhei e me confessei;
empaquei como mula quadrada.
Lutei o Bom Combate e me esforcei;
um Belo Dia, achei a Estrada.
Para
que seja produzida uma mercadoria, ela não precisa produzir apenas
valor de uso, mas, ter valor de uso para outros, valor de uso social. Para
uma coisa se tornar mercadoria, é preciso que o produto seja transferido,
por meio da troca, a quem vai servir como
valor de uso.
Comentário:
Isto é ± como o conhecimento e a expertise. O conhecimento
e a expertise guardados na caixinha da Dona Baratinha não
valem bulhufas, nem para quem os possuem, nem para quem deles necessita.
O conhecimento e a expertise precisam ser compartilhados, comparticipados,
repartidos, distribuídos. Neste caso, não há troca;
há Amor Impessoal. Enfim, isto é como deixou escrito Marx
em O Capital:
Nenhuma coisa pode ser [ter] valor
sem ser objeto de uso.
O
trabalho é uma condição de existência do homem,
independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural
de mediação do metabolismo entre homem e Natureza e, portanto,
da vida humana. O trabalho não é a única fonte dos
valores de uso que produz, isto é, da riqueza material. Dela, o trabalho
é o pai, como diz William Petty1,
e a Terra a mãe. Seja como for, o valor de uma mercadoria representa
simplesmente trabalho humano, dispêndio de trabalho humano, sobretudo.
Ninguém
sabe o duro que dei,
pra ter fonfom,
trabalhei, trabalhei!2
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra avançar,
injusticei, injusticei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra
prosperar,
esfolei, esfolei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra enricar,
'maisvaliei', 'maisvaliei'!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra não mixar,
prejudiquei, prejudiquei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra compensar,
reencarnei, reencarnei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra me livrar,
mudancei, mudancei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra coerentizar,
me ilustrei, me
ilustrei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra 'anti-horariar',
batalhei, batalhei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra LLuz enxergar,
pelejei, pelejei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra me divinizar,
alquimiei, alquimiei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra completar,
embarquei, embarquei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra fraternizar,
retornei, retornei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra unificar,
ajudei, ajudei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra integrar,
ensinei, ensinei!
—
Só
eu sei o duro que dei,
pra finalizar,
hoje, sei, hoje, sei!
Suponha
que o trabalho necessário para a produção de um casaco
suba para o dobro ou caia para metade. No primeiro caso, um casaco possui
tanto valor quanto antes dois casacos; no segundo caso, dois casacos apenas
tanto valor quanto anteriormente um, apesar de que em ambos os casos um
casaco, tanto depois como antes, presta os mesmos serviços, e da
mesma forma o trabalho útil nele contido permanece, tanto antes como
depois, com a mesma qualidade. Mudou, porém, o quantum de trabalho
despendido em sua produção.
—
Esforcei-me um tiquinho;
obtive zerinho.
Esforcei-me um pouco mais;
obtive um +.
Esforcei-me um tantão;
obtive muitão.
Esforcei-me completamente;
obtive diferente.
Todo
trabalho é, por um lado, dispêndio de força de trabalho
do homem no sentido fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano
igual ou trabalho humano abstrato gera o valor da mercadoria. Todo trabalho
é, por outro lado, dispêndio de força de trabalho do
homem sob forma especificamente adequada a um fim, e nessa qualidade de
trabalho concreto útil produz valores de uso.3
As
mercadorias vêm ao mundo sob a forma de valores de uso ou de corpos
de mercadorias, como ferro, linho, trigo etc. Esta é a sua forma
natural com que estamos habituados. Elas são só mercadorias,
entretanto, devido à sua duplicidade: objetos de uso e, simultaneamente,
portadores de valor. Elas aparecem, por isto, como mercadoria ou possuem
a forma de mercadoria apenas na medida em que possuem forma dupla: forma
natural e forma de valor. As mercadorias apenas possuem objetividade de
valor na medida em que elas sejam expressões da mesma unidade social
de trabalho humano, pois, sua objetividade de valor é puramente social
e, então, é evidente que ela pode aparecer apenas em uma relação
social de mercadoria para mercadoria.
—
Aprendi.
Escondi.
Não dividi.
Fui egoísta.
Fui arrivista.
Fui anti-humanista.
Empacotei.
Reencarnei.
Compensei.
Compreendi.
Corrigi.
Reparti.
Compreensão
Libertação
O
Balaio das Compensações
C4H8O2
= Ácido Butírico e
C4H8O2
= Formiato de Propila.4