Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Marx
(Fragmentos)

 

 

 

 

 

 

Nós, comunistas, temos sido acusados de querer abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do próprio trabalho e do mérito pessoal. Falais da propriedade do pequeno burguês? Não precisamos aboli-la: o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.

 

O Comunismo consiste em uma reunião de homens livres trabalhando com meios de produção comuns e, dependendo, a partir de um plano combinado, de suas numerosas forças individuais como uma única e mesma força de trabalho social.

 

Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de várias formas. O que importa é transformá-lo.

 

O dinheiro não é apenas um dos objetos da paixão de enriquecer, mas é o próprio objeto dela. Esta paixão é essencialmente 'auri sacra fames' (a maldita ganância do ouro), e faz com que as pessoas vivam em torno de uma medíocre vida, ocasionada por necessidades impostas, gerando uma rotina alienada.

 

O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele a adora.

 

Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha, e, sim, sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.

 

O que distingue uma época econômica de outra é menos o que se produziu do que a forma de o produzir.

 

A tortura deu lugar às descobertas mecânicas mais engenhosas, cuja produção dá trabalho a uma imensidade de honestos artesãos.

 

Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem... A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.

 

O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado.

 

O que caracteriza a economia política burguesa é que ela vê na ordem capitalista não uma fase transitória do progresso histórico, mas a forma absoluta e definitiva da produção social.

 

Se o indivíduo trabalha apenas para si mesmo, poderá vir a ser um famoso erudito, um grande sábio, um poeta renomado, mas jamais alguém genuinamente grande e completo.

 

A classe capitalista rasgou o véu sentimental da família, reduzindo as relações familiares a meras relações monetárias.

 

Quanto mais o operário produz, menos tem para consumir; quanto mais cria valores, mais se deprecia.

 

Os operários não têm pátria.

 

A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos de produção e, portanto, as relações de produção, isto é, todo o conjunto das relações sociais. Esta mudança contínua da produção, esta transformação ininterrupta de todo o sistema social, esta agitação, esta perpétua insegurança distinguem a época burguesa das precedentes. Todas as relações sociais tradicionais e estabelecidas, com seu cortejo de noções e de idéias antigas e veneráveis, dissolvem-se; e todas as que as substituem envelhecem antes mesmo de poderem se ossificar.

 

As revoluções são a locomotiva da história.

 

A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem.

 

As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias da classe dominante.

 

O Capitalismo gera o seu próprio coveiro.

 

Os que, no regime capitalista, trabalham não lucram, e os que lucram não trabalham.

 

A melhor forma de Estado é aquela em que os antagonismos entram abertamente e encontram sua solução.

 

Que aqui se afaste toda suspeita. Que neste lugar se despreze todo o medo.

 

O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria no interesse da imensa maioria.

 

As idéias nada podem realizar. Para realizar as idéias são necessários homens que ponham a funcionar uma força prática.

 

Os filósofos alemães estão discutindo o mundo em termos metafísicos. Chega de discutir o mundo; vamos transformá-lo.

 

Os comunistas não se rebaixam a ocultar suas opiniões e os seus propósitos. Declaram abertamente que os seus objetivos só poderão ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista. Nela, os proletários nada tem a perder a não ser suas prisões; têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!

 

A religião é o suspiro da criatura aflita, o estado de ânimo de um mundo sem coração, porque é o espírito da situação sem espírito. A religião é o ópio do povo.

 

À primeira vista, a mercadoria parece ser coisa trivial, imediatamente compreensível. Analisando-a, vê-se que ela é algo muito estranho, cheia de sutilezas e de argúcias teológicas.

 

A produção capitalista não é apenas produção de mercadorias; ela é essencialmente produção de mais-valia.1 O trabalhador não produz para si, mas para o Capital.

 

O Capital tem, pois, o instinto imanente e a tendência permanente de aumentar a força produtiva do trabalho para diminuir o preço das mercadorias e, em conseqüência, o do próprio operário.

 

O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.

 

O primeiro requisito da felicidade dos povos é a abolição da religião.

 

O trabalho não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades.

 

A ditadura do proletariado constitui-se na transição para atingir uma sociedade sem classes.

 

Se o bicho-da-seda tecesse para ligar as duas pontas, continuando a ser uma lagarta, seria o assalariado perfeito.

 

Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.

 

O que caracteriza a divisão de trabalho no interior da sociedade moderna é que ela engendra especialidades, e com elas, o idiotismo da especialização.

 

O povo que subjuga outro forja suas próprias cadeias.

 

Todas as paixões e as atividades são tragadas pela cobiça.

 

O aumento dos salários não é nada mais do que o pagamento de salários melhores a escravos, e não conquista para o operário seu destino e sua dignidade humana.

 

A consciência não pode ser coisa diversa do ser consciente e o ser dos homens é o seu processo de vida real... A consciência é, portanto, desde início, um produto social, e assim sucederá enquanto existirem homens em geral... Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.

 

De cada um, de acordo com suas habilidades [ou capacidades], a cada um, de acordo com suas necessidades.

 

 

Karl Heinrich Marx (1818 – 1883)

 

_____

Nota:

1. Mais-valia é o nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De cada um,

de acordo com suas habilidades.

A cada um,

de acordo com suas necessidades.

 

 

De cada um,

de acordo com seu temporizamento.

A cada um,

de acordo com seu merecimento.

 

 

De cada um,

de acordo com seu Coração.

A cada um,

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mais-valia

http://aprender.unb.br/mod/
resource/view.php?id=21497

http://www.pensador.info/autor/Karl_Marx/

http://www.citador.pt/pensar.php?
pensamentos=Karl_Marx&op=7&author=94

http://pt.wikiquote.org/wiki/Karl_Marx

 

Fundo musical:
Hino da Internacional Socialista
Letra: Eugéne Pothier
Música: Pièrre Degeyter

Fonte:
http://www.robynet.psi.br/~geraldom/hinos.html