Quando se conhece inteiramente (ou
quase) a obra de um pensador, acaba-se tendo preferência por
um ou outro livro de sua autoria. Por exemplo: de Jorge Amado gosto
muito de Capitães da Areia (grupo de meninos de rua
que morava em um trapiche abandonado), e de Immanuel Kant
me identifico com a sua Paz Perpétua (projeto iluminista
que visava estabelecer uma paz duradoura entre os povos europeus e
depois espalhá-la pelo Mundo). Já do Frater Vicente
Velado, acho que gosto de todos os seus livros e ensaios. Mas isto
é fácil de ser entendido, pois ambos fazemos parte da
mesma Fraternidade Mística há muitos anos – a
Ordem
Rosacruz AMORC
– daí a natural identificação com os temas
por ele examinados. Por esse motivo, mais uma vez, estou tendo o prazer
de divulgar neste Website um ensaio de sua autoria –
A Lei do Karma. Minha colaboração,
nesta oportunidade, foi colocar algumas poucas animações
que não constam do texto que recebi por e-mail e o
poema de oito versos que apresento logo abaixo. Antes informo que
este importante ensaio poderá ser lido no endereço abaixo
em sua publicação original, na qual há uma apresentação
em flash do Autor cujo título é Karmalleluia
Astral Contortion:
http://svmmvmbonvm.org/leidokarma.htm
Muitos pensam que o
Karma
É uma Lei Cósmica
punitiva.
Mas o Karma
não é uma arma
E muito menos uma Lei
coercitiva.
Portanto, não
deve ser motivo de alarma,
Mas de reflexão
presente e retrospectiva.
Contudo, ninguém
matará com uma bisarma
Sem compensar por meio
dessa Lei Educativa!
___________
A LEI DO KARMA
Pelo Rev. Frater Velado, OS+B
(*)
(Irmão Leigo da Ordem
Rosacruz)
Uma das Leis Cósmicas mais
avocadas, invocadas, mencionadas e estudadas pelos místicos
e ocultistas é a Lei da Causa e Efeito, que se popularizou
entre os esoteristas de todas as vertentes e categorias sob o nome
de Lei do Karma. Há historiadores do esoterismo
levado a sério que asseguram ter sido a Lei do Karma
inventada por sacerdotes persas com a finalidade de perpetuar no poder
certas linhagens, pois, essa Lei, nesse caso, é apresentada
como sendo inapelavelmente ligada à reencarnação.
Essa tese também tem sido defendida por historiadores com base
no método de sucessão Budista no Tibet, onde o Dalai
Lama é sempre uma reencarnação de um anterior.
Como já tive oportunidade de expor em outros textos destinados
à Internet, considero que a reencarnação existe,
mas não é uma regra geral: apenas aqueles que atingiram
certo grau de desenvolvimento da consciência e julgam que necessitam
de mais uma vida como ente animado finito – para o cumprimento
de uma missão a que se propuseram – conseguem reencarnar
sob controle, com domínio total ou parcial desse processo;
também há casos em que as Leis Cósmicas (que
são entidades autoconscientes e muito poderosas em relação
aos seres viventes manifestados em planetas) fazem com que uma criatura
reencarne, a fim de que possa receber certas lições,
as quais são não só necessárias à
sua evolução, mas são, também, requeridas
pela própria Mente Cósmica para a consumação
de suas experiências de manifestação do Existir,
ou seja, do Ser.
Apesar do interesse que certamente representa para todos os místicos
e ocultistas o estudo da reencarnação, tanto como fenômeno
da Física, como matéria de conotação altamente
subjetiva, rotulada de “sobrenatural”, aqui não
será feita uma abordagem em profundidade desse tema, que já
foi exaustivamente examinado por muitos especialistas de renome no
mundo da Metafísica. Neste presente trabalho unicamente a Lei
do Karma irá ser abordada, e assim mesmo em função
de fatos atuais do mundo fenomênico ocorridos neste Planeta,
que vive sob as injunções do karma coletivo.
Bem, não me agrada nada ter
de tocar no assunto que se segue, mas afinal alguém tem de
fazer isto para tentar abrir os olhos de uma enorme quantidade de
pessoas que ainda não se deram conta de certas Leis que é
preciso respeitar para que possa haver mais felicidade e mais qualidade
de vida, e não o contrário, como vem ocorrendo ultimamente
com tanta intensidade (escrevo isto em 2005 CE). Se examinarmos com
absoluta isenção o cenário político mundial,
sob a visão, inclusive, da Interdependência das Nações
– que é o conceito mais apropriado para se definir a
Globalização – verificaremos que nunca a Lei da
Causa e Efeito, ou Lei do Karma, como queiram, esteve
tão presente e ágil neste Planeta como neste Terceiro
Milênio CE. Observando-se, mesmo que com profunda compaixão
– que é o que se espera pelo menos dos místicos
– a tragédia que se abateu sobre New Orleans, e que todos
puderam ver ao vivo pela TV, não se pode deixar de fazer uma
vinculação com a ação da máquina
bélica Americana no Iraque. Quem poderá contestar, por
exemplo, que faltaram soldados da Guarda Nacional naquela Cidade arrasada
pelo furacão Katrina, porque esses militares estavam, naquele
momento, garantindo a segurança em outro lugar – e fora
dos Estados Unidos: o Iraque? Além do mais, o Governo Americano
havia sido avisado de que aquela hecatombe no berço do Jazz
poderia ocorrer a qualquer momento, e simplesmente não
liberou os recursos solicitados para as obras de segurança
preventivas, preferindo destinar bilhões de dólares
para essa empreitada sinistra e covarde e que agride toda a comunidade
internacional – a invasão do Iraque?
Pois bem: os Estados Unidos da América destruíram uma
cidade histórica do Islam e viram, poucos anos depois, uma
cidade histórica sua ser totalmente destruída pela fúria
da Natureza. Absolutamente não vejo nisto a mão vingativa
de Allah, o Clemente, o Mais Misericordioso, como possam querer os
fundamentalistas que fazem da religião instrumento de guerra
e do terror. Note-se que quase ao mesmo tempo em que New Orleans era
devastada pelo Katrina, com milhares de mortos, também no Iraque
invadido mais de mil muçulmanos Xiitas tombavam vitimados pelo
medo de algo que simplesmente não existia: um falso alarma
de homem-bomba em meio à procissão de um milhão
de fiéis que ia visitar a Mesquita na qual está sepultado
o corpo de um mártir do Islam reverenciado por aquela facção
islâmica que fora duramente reprimida pelos Sunitas durante
a ditadura de Saddam Hussein. É bem verdade que os Xiitas,
àquela altura, estavam praticamente apoiando as tropas invasoras
da Coalizão, por decisão (sábia?) do Grande Aiatollah
Ali Al-Sistani (a Paz esteja com ele), que é, inegavelmente,
um dos místicos mais respeitáveis da atualidade, um
verdadeiro santo, voltado para a paz. Mas também é verdade
que muitos Xiitas discordaram dessa posição de Sistani,
que parece seguir, de certa forma, a filosofia de Ghandi. Entre estes
sobressai Shaykh Muktada Al-Sadr, líder político de
um bairro paupérrimo, que carrega a pesada cruz de ser ao mesmo
tempo filho de um grande místico islâmico e chefe militar
da Resistência, como nacionalista autêntico. Não
vejo, portanto, a mão de Allah sobre New Orleans e muito menos
sobre os Xiitas. Como também não posso ver a mão
de Jeovah sobre o Iraque, apesar das declarações enfáticas
de George W. Bush de que está “a serviço de Deus”.
É verdade que os nomes desses dois Deuses de raiz Semita vêm
sendo usados para fazer a guerra, mas temos de recordar que os Avatares
que os anunciaram ao mundo falavam em paz e em amor. O próprio
Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele), não queria a guerra,
mas, sim, a unificação das tribos do deserto, o que,
contudo, só foi conseguido pela espada. A História da
Humanidade tem mostrado que muitas e muitas vezes os donos do poder
temporal – e até do poder religioso, principalmente o
Vaticano – entenderam que apenas pela guerra seria possível
promover a paz, no mais dialético e perturbador teorema (ou
na verdade um brutal sofisma?) proposto ao mundo e que bem define
o áspero contexto da Dualidade, Plano no qual as criaturas
animadas vivem em permanente embate, regidas pela Lei da Devoração,
que extrapola a cadeia alimentar. É dever dos místicos
dissecar os fundamentos desse teorema, para verificar se é
um sofisma, e o que fazer, nesse caso.
Então, o que podemos ver na tragédia de New Orleans
é a Lei de Causa e Efeito em ação, abatendo-se
impiedosamente sobre os pobres, sobre aqueles com os quais a Água
Americana, sucessora da Águia Romana, nunca se importou. “Para
eles (o Governo), nós não significamos nada, nós
nunca tivemos importância alguma!?” disse um negro
pobre ante as câmeras de TV que mostravam ao mundo a New Orleans
arrasada. Para se entender o tamanho dessa tragédia, basta
dizer que o Jazz representa o máximo da Arte Americana,
a sua expressão maior no mundo. E justamente essa Cidade que
recebia cerca de 10 milhões de turistas por ano, em uma região
que sedia nada mais nada menos do que um quarto das refinarias de
petróleo dos Estados Unidos – New Orleans, berço
do Jazz – é que foi sofrer destruição proporcionalmente
quase igual à da Baghdad bombardeada pelos caçadores
de petróleo. Provavelmente muitos irão argumentar: “Não
seria mais justo a Lei do Karma se abater sobre o Pentágono
e a Casa Branca, diretamente? Por que foram os pretos e os pobres,
os atingidos”? Bem, eu diria que, com essa ação
catastrófica, terrível e que nos deixa a todos muito
pesarosos, o Cósmico mostrou, na realidade, quem são
os responsáveis pela invasão do Iraque: pessoas frias
e impiedosas que não se importam com ninguém, a não
ser com elas mesmas e com o dinheiro que possam acumular, seja de
que forma for, mesmo que para isso o sangue de dezenas de milhares
de seres humanos – a maioria dos quais civis – tenha de
ser derramado. Essas pessoas são as responsáveis diretas
pela morte de mais de mil soldados Americanos e de cerca de 100 mil
civis Iraquianos, incluindo-se mulheres e crianças. Essas pessoas
são as responsáveis diretas pela deflagração
de um período dantesco de terror, antes inimaginável,
apesar dos horrores do Nazismo e das bombas atômicas sobre o
Japão. Essas pessoas, ligadas ao lado nefasto do Governo Oculto
do Mundo, estão conscientemente a serviço das Forças
das Trevas e são membros da Grande Loja Negra.
Que disso tudo, desse cenário macabro de quarteirões
arrasados por bombas, de reféns decapitados e da fúria
de um furacão, se tire uma lição: Toda
ação gera um efeito, por isso todos nós devemos
aferir cuidadosamente o que os nossos pensamentos, palavras e atos
possam causar, pois seremos sempre os responsáveis e, como
tal, seremos avaliados e medidos pelo Cósmico.
Para finalizar este ensaio, um tema tão triste que faz parte
da realidade de todos neste Terceiro Milênio Cristão,
reproduzo aqui o poema que escrevi no exato momento da invasão
de Baghdad pelas tropas da Coalizão, e que se encontra online
(em .html e em .pdf) em:
http://svmmvmbonvm.org/baghdad.htm
BAGHDAD
Naquela noite, 320 mísseis foram disparados
Um atrás do outro, um atrás do outro,
E chegaram todos quase ao mesmo tempo
Para a grande destruição de Baghdad.
Jóia do Islam, cidade mística e antiga,
Cais agora sob a bota do Deus Dinheiro
Para a Anunciação do Anticristo
Entre gargalhadas sádicas e gritos de dor.
Assim como ardeste em chamas
Na convulsão dos estrondos
O Império dos Senhores da Guerra arderá,
Consumindo-se em sua iniqüidade.
Os que hoje destilam o veneno
Amanhã serão apenas ossos,
E deles tudo o que se dirá
é que eram ruins, apenas isto.
Depois haverá um grande período de Paz,
Aquela Paz que só existe no Silêncio.
Tudo terá passado, como um vento,
Um vento sem nome e sem destino.
O Universo continua a girar
Sempre subindo, subindo,
Indiferente aos seus eventos,
Sem se ressentir das guerras.
E quando a tarde cair mais uma vez,
Quando o Sol estiver se pondo novamente,
Tudo será esquecido e mais uma era começará,
Em um novo ciclo, sem tanta dor.
Que a Paz do Cristo Cósmico prevaleça sobre todos e
que a Luz do Santo Espírito ilumine todos os seres!
+Frater Velado, OS+B
_________
NOTAS
(*) O Illuminatus Frater Vicente Velado, 7Ph.D.,
é Abade da Ordo
Svmmvm Bonvm
para o Terceiro Mundo e Irmão Leigo da Ordem Rosacruz Verdadeira,
Eterna e Invisível. Foi instruído pela Loja da Grande
Fraternidade Branca para construir a Interface Web do Rosacrucianismo
na Nova Era. Filósofo, pintor místico, músico
e experimentador científico o Frater Velado, como é
conhecido, foi eremita Beneditino durante oito anos. Um livro digital
contendo sua biografia oficial, pela Ordo Svmmvm Bonvm, está
disponível online e para download na Biblioteca
Digital OS+B:
http://svmmvmbonvm.org/livrariaos+b/
Seu website oficial é
o Prophet Jehosu:
http://svmmvmbonvm.org/jehosu/
A Galeria de Arte do Frater Velado, que expõe fotos de cerca
de 750 de suas telas, criados pelo processo de sua invenção
denominado Digital-Matrix, pode ser visitada através de Digital-Matrix
R+C:
http://digital-matrix.org/
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