A LEI DO KARMA
(Causa e Efeito)
Exposição enfocando fatos atuais

Frater Velado

Pelo Rev. Frater Velado, OS+B (*)
(Irmão Leigo da
Ordem Rosacruz)

 

Colaboração de
Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Jazz

Fonte: http://members.iinet.net.au/~tazman/Midi.htm

 

Introdução

 

Quando se conhece inteiramente (ou quase) a obra de um pensador, acaba-se tendo preferência por um ou outro livro de sua autoria. Por exemplo: de Jorge Amado gosto muito de Capitães da Areia (grupo de meninos de rua que morava em um trapiche abandonado), e de Immanuel Kant me identifico com a sua Paz Perpétua (projeto iluminista que visava estabelecer uma paz duradoura entre os povos europeus e depois espalhá-la pelo Mundo). Já do Frater Vicente Velado, acho que gosto de todos os seus livros e ensaios. Mas isto é fácil de ser entendido, pois ambos fazemos parte da mesma Fraternidade Mística há muitos anos – a Ordem Rosacruz AMORC – daí a natural identificação com os temas por ele examinados. Por esse motivo, mais uma vez, estou tendo o prazer de divulgar neste Website um ensaio de sua autoria – A Lei do Karma. Minha colaboração, nesta oportunidade, foi colocar algumas poucas animações que não constam do texto que recebi por e-mail e o poema de oito versos que apresento logo abaixo. Antes informo que este importante ensaio poderá ser lido no endereço abaixo em sua publicação original, na qual há uma apresentação em flash do Autor cujo título é Karmalleluia Astral Contortion:

 

http://svmmvmbonvm.org/leidokarma.htm

 

 

Muitos pensam que o Karma

É uma Lei Cósmica punitiva.

Mas o Karma não é uma arma

E muito menos uma Lei coercitiva.

Portanto, não deve ser motivo de alarma,

Mas de reflexão presente e retrospectiva.

Contudo, ninguém matará com uma bisarma

Sem compensar por meio dessa Lei Educativa!

 

 

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A LEI DO KARMA

Pelo Rev. Frater Velado, OS+B (*)
(Irmão Leigo da
Ordem Rosacruz)

 

Uma das Leis Cósmicas mais avocadas, invocadas, mencionadas e estudadas pelos místicos e ocultistas é a Lei da Causa e Efeito, que se popularizou entre os esoteristas de todas as vertentes e categorias sob o nome de Lei do Karma. Há historiadores do esoterismo levado a sério que asseguram ter sido a Lei do Karma inventada por sacerdotes persas com a finalidade de perpetuar no poder certas linhagens, pois, essa Lei, nesse caso, é apresentada como sendo inapelavelmente ligada à reencarnação. Essa tese também tem sido defendida por historiadores com base no método de sucessão Budista no Tibet, onde o Dalai Lama é sempre uma reencarnação de um anterior. Como já tive oportunidade de expor em outros textos destinados à Internet, considero que a reencarnação existe, mas não é uma regra geral: apenas aqueles que atingiram certo grau de desenvolvimento da consciência e julgam que necessitam de mais uma vida como ente animado finito – para o cumprimento de uma missão a que se propuseram – conseguem reencarnar sob controle, com domínio total ou parcial desse processo; também há casos em que as Leis Cósmicas (que são entidades autoconscientes e muito poderosas em relação aos seres viventes manifestados em planetas) fazem com que uma criatura reencarne, a fim de que possa receber certas lições, as quais são não só necessárias à sua evolução, mas são, também, requeridas pela própria Mente Cósmica para a consumação de suas experiências de manifestação do Existir, ou seja, do Ser.

Apesar do interesse que certamente representa para todos os místicos e ocultistas o estudo da reencarnação, tanto como fenômeno da Física, como matéria de conotação altamente subjetiva, rotulada de “sobrenatural”, aqui não será feita uma abordagem em profundidade desse tema, que já foi exaustivamente examinado por muitos especialistas de renome no mundo da Metafísica. Neste presente trabalho unicamente a Lei do Karma irá ser abordada, e assim mesmo em função de fatos atuais do mundo fenomênico ocorridos neste Planeta, que vive sob as injunções do karma coletivo.

 

 

Bem, não me agrada nada ter de tocar no assunto que se segue, mas afinal alguém tem de fazer isto para tentar abrir os olhos de uma enorme quantidade de pessoas que ainda não se deram conta de certas Leis que é preciso respeitar para que possa haver mais felicidade e mais qualidade de vida, e não o contrário, como vem ocorrendo ultimamente com tanta intensidade (escrevo isto em 2005 CE). Se examinarmos com absoluta isenção o cenário político mundial, sob a visão, inclusive, da Interdependência das Nações – que é o conceito mais apropriado para se definir a Globalização – verificaremos que nunca a Lei da Causa e Efeito, ou Lei do Karma, como queiram, esteve tão presente e ágil neste Planeta como neste Terceiro Milênio CE. Observando-se, mesmo que com profunda compaixão – que é o que se espera pelo menos dos místicos – a tragédia que se abateu sobre New Orleans, e que todos puderam ver ao vivo pela TV, não se pode deixar de fazer uma vinculação com a ação da máquina bélica Americana no Iraque. Quem poderá contestar, por exemplo, que faltaram soldados da Guarda Nacional naquela Cidade arrasada pelo furacão Katrina, porque esses militares estavam, naquele momento, garantindo a segurança em outro lugar – e fora dos Estados Unidos: o Iraque? Além do mais, o Governo Americano havia sido avisado de que aquela hecatombe no berço do Jazz poderia ocorrer a qualquer momento, e simplesmente não liberou os recursos solicitados para as obras de segurança preventivas, preferindo destinar bilhões de dólares para essa empreitada sinistra e covarde e que agride toda a comunidade internacional – a invasão do Iraque?

Pois bem: os Estados Unidos da América destruíram uma cidade histórica do Islam e viram, poucos anos depois, uma cidade histórica sua ser totalmente destruída pela fúria da Natureza. Absolutamente não vejo nisto a mão vingativa de Allah, o Clemente, o Mais Misericordioso, como possam querer os fundamentalistas que fazem da religião instrumento de guerra e do terror. Note-se que quase ao mesmo tempo em que New Orleans era devastada pelo Katrina, com milhares de mortos, também no Iraque invadido mais de mil muçulmanos Xiitas tombavam vitimados pelo medo de algo que simplesmente não existia: um falso alarma de homem-bomba em meio à procissão de um milhão de fiéis que ia visitar a Mesquita na qual está sepultado o corpo de um mártir do Islam reverenciado por aquela facção islâmica que fora duramente reprimida pelos Sunitas durante a ditadura de Saddam Hussein. É bem verdade que os Xiitas, àquela altura, estavam praticamente apoiando as tropas invasoras da Coalizão, por decisão (sábia?) do Grande Aiatollah Ali Al-Sistani (a Paz esteja com ele), que é, inegavelmente, um dos místicos mais respeitáveis da atualidade, um verdadeiro santo, voltado para a paz. Mas também é verdade que muitos Xiitas discordaram dessa posição de Sistani, que parece seguir, de certa forma, a filosofia de Ghandi. Entre estes sobressai Shaykh Muktada Al-Sadr, líder político de um bairro paupérrimo, que carrega a pesada cruz de ser ao mesmo tempo filho de um grande místico islâmico e chefe militar da Resistência, como nacionalista autêntico. Não vejo, portanto, a mão de Allah sobre New Orleans e muito menos sobre os Xiitas. Como também não posso ver a mão de Jeovah sobre o Iraque, apesar das declarações enfáticas de George W. Bush de que está “a serviço de Deus”. É verdade que os nomes desses dois Deuses de raiz Semita vêm sendo usados para fazer a guerra, mas temos de recordar que os Avatares que os anunciaram ao mundo falavam em paz e em amor. O próprio Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele), não queria a guerra, mas, sim, a unificação das tribos do deserto, o que, contudo, só foi conseguido pela espada. A História da Humanidade tem mostrado que muitas e muitas vezes os donos do poder temporal – e até do poder religioso, principalmente o Vaticano – entenderam que apenas pela guerra seria possível promover a paz, no mais dialético e perturbador teorema (ou na verdade um brutal sofisma?) proposto ao mundo e que bem define o áspero contexto da Dualidade, Plano no qual as criaturas animadas vivem em permanente embate, regidas pela Lei da Devoração, que extrapola a cadeia alimentar. É dever dos místicos dissecar os fundamentos desse teorema, para verificar se é um sofisma, e o que fazer, nesse caso.

Então, o que podemos ver na tragédia de New Orleans é a Lei de Causa e Efeito em ação, abatendo-se impiedosamente sobre os pobres, sobre aqueles com os quais a Água Americana, sucessora da Águia Romana, nunca se importou. “Para eles (o Governo), nós não significamos nada, nós nunca tivemos importância alguma!?” disse um negro pobre ante as câmeras de TV que mostravam ao mundo a New Orleans arrasada. Para se entender o tamanho dessa tragédia, basta dizer que o Jazz representa o máximo da Arte Americana, a sua expressão maior no mundo. E justamente essa Cidade que recebia cerca de 10 milhões de turistas por ano, em uma região que sedia nada mais nada menos do que um quarto das refinarias de petróleo dos Estados Unidos – New Orleans, berço do Jazz – é que foi sofrer destruição proporcionalmente quase igual à da Baghdad bombardeada pelos caçadores de petróleo. Provavelmente muitos irão argumentar: “Não seria mais justo a Lei do Karma se abater sobre o Pentágono e a Casa Branca, diretamente? Por que foram os pretos e os pobres, os atingidos”? Bem, eu diria que, com essa ação catastrófica, terrível e que nos deixa a todos muito pesarosos, o Cósmico mostrou, na realidade, quem são os responsáveis pela invasão do Iraque: pessoas frias e impiedosas que não se importam com ninguém, a não ser com elas mesmas e com o dinheiro que possam acumular, seja de que forma for, mesmo que para isso o sangue de dezenas de milhares de seres humanos – a maioria dos quais civis – tenha de ser derramado. Essas pessoas são as responsáveis diretas pela morte de mais de mil soldados Americanos e de cerca de 100 mil civis Iraquianos, incluindo-se mulheres e crianças. Essas pessoas são as responsáveis diretas pela deflagração de um período dantesco de terror, antes inimaginável, apesar dos horrores do Nazismo e das bombas atômicas sobre o Japão. Essas pessoas, ligadas ao lado nefasto do Governo Oculto do Mundo, estão conscientemente a serviço das Forças das Trevas e são membros da Grande Loja Negra.

 



Que disso tudo, desse cenário macabro de quarteirões arrasados por bombas, de reféns decapitados e da fúria de um furacão, se tire uma lição: Toda ação gera um efeito, por isso todos nós devemos aferir cuidadosamente o que os nossos pensamentos, palavras e atos possam causar, pois seremos sempre os responsáveis e, como tal, seremos avaliados e medidos pelo Cósmico.

Para finalizar este ensaio, um tema tão triste que faz parte da realidade de todos neste Terceiro Milênio Cristão, reproduzo aqui o poema que escrevi no exato momento da invasão de Baghdad pelas tropas da Coalizão, e que se encontra online (em .html e em .pdf) em:

http://svmmvmbonvm.org/baghdad.htm

BAGHDAD

 



Naquela noite, 320 mísseis foram disparados
Um atrás do outro, um atrás do outro,
E chegaram todos quase ao mesmo tempo
Para a grande destruição de Baghdad.

Jóia do Islam, cidade mística e antiga,
Cais agora sob a bota do Deus Dinheiro
Para a Anunciação do Anticristo
Entre gargalhadas sádicas e gritos de dor.

Assim como ardeste em chamas
Na convulsão dos estrondos
O Império dos Senhores da Guerra arderá,
Consumindo-se em sua iniqüidade.

Os que hoje destilam o veneno
Amanhã serão apenas ossos,
E deles tudo o que se dirá
é que eram ruins, apenas isto.

Depois haverá um grande período de Paz,
Aquela Paz que só existe no Silêncio.
Tudo terá passado, como um vento,
Um vento sem nome e sem destino.

O Universo continua a girar
Sempre subindo, subindo,
Indiferente aos seus eventos,
Sem se ressentir das guerras.

E quando a tarde cair mais uma vez,
Quando o Sol estiver se pondo novamente,
Tudo será esquecido e mais uma era começará,
Em um novo ciclo, sem tanta dor.


Que a Paz do Cristo Cósmico prevaleça sobre todos e que a Luz do Santo Espírito ilumine todos os seres!

+Frater Velado, OS+B

 

 




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NOTAS

(*) O Illuminatus Frater Vicente Velado,
7Ph.D., é Abade da Ordo Svmmvm Bonvm para o Terceiro Mundo e Irmão Leigo da Ordem Rosacruz Verdadeira, Eterna e Invisível. Foi instruído pela Loja da Grande Fraternidade Branca para construir a Interface Web do Rosacrucianismo na Nova Era. Filósofo, pintor místico, músico e experimentador científico o Frater Velado, como é conhecido, foi eremita Beneditino durante oito anos. Um livro digital contendo sua biografia oficial, pela Ordo Svmmvm Bonvm, está disponível online e para download na Biblioteca Digital OS+B:


http://svmmvmbonvm.org/livrariaos+b/

 

Seu website oficial é o Prophet Jehosu:


http://svmmvmbonvm.org/jehosu/


A Galeria de Arte do Frater Velado, que expõe fotos de cerca de 750 de suas telas, criados pelo processo de sua invenção denominado Digital-Matrix, pode ser visitada através de Digital-Matrix R+C:


http://digital-matrix.org/