KARL POPPER – REFLEXÕES

 

 

 

Karl Popper

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo da Pesquisa

 

 

Concordo com George Marmelstein quando afirma que o pensador austríaco Karl Raimund Popper foi um dos mais conhecidos filósofos da ciência do século XX. Suas idéias revolucionaram a metodologia científica (ou pelo menos o estudo da metodologia científica), pois permitiram que os cientistas refletissem criticamente sobre suas próprias teorias e, conseqüentemente, aprimorassem suas técnicas de trabalho.

 

Por isto, hoje, estou divulgando alguns fragmentos do pensamento popperiano, para que você, caro leitor, reflita profundamente sobre eles. Penso sinceramente que, na vida, nada seja mais importante do que refletir criticamente sobre aquilo que, para nós, se constitui nos alicerces das verdades sobre os quais se assentam as estruturas que admitimos como verdades. Acredito, entretanto, que se reconhecermos que todas as verdades que nos sustentam são relativas e atualizáveis, esta crítica, então, será bastante facilitada. Se assim procedermos, concluiremos que jamais alcançaremos o que costuma ser denominado de Conhecimento Verdadeiro; apenas nos aproximaremos, paulatinamente deste Conhecimento Verdadeiro. Brincando com a Matemática, isto é mais ou menos assim:

 

 

A coisa toda é como disse Popper: a verdade objetiva e absoluta jamais poderá ser atingida, pois o nosso conhecimento sendo finito, a nossa ignorância tem, necessariamente, de ser infinita. Logo, há uma virtude que é a chave e a base de tudo: humildade. O que não podemos, por causa das dificuldades, é desistir ou tirar umas férias nesta busca. Para concluir esta introdução, leia esta máxima de Xenófanes de Cólofon (cerca de 570 a.C. – 460 a.C.): A verdade segura jamais alguém a soube ou saberá. Se alguém, alguma vez, proclamasse a mais perfeita das verdades, não o poderia saber: tudo está entretecido de conjecturas.

 

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Filósofo de origem austríaca naturalizado britânico em 1945, Karl Raimund Popper (Viena, 28 de julho de 1902 – Londres, 17 de setembro de 1994) foi um dos grandes filósofos do século XX. Atacou fortemente o Marxismo e a Psicanálise, classificando-as como as duas maiores superstições da época, por tentarem impor um sistema fechado não desafiando a refutação. Em uma das suas obras de referência, A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos, faz uma análise dos grandes sistemas filosóficos, de Platão a Marx, com implicações totalitárias. Apesar de ter trabalhado com o Círculo de Viena, rompeu com o Positivismo com outra obra de referência A Lógica da Descoberta Científica. A tese defendida nesta obra é a de que a descoberta científica é uma conjectura racionalmente controlada pela pesquisa do erro.

 

Outras importantes áreas de trabalho de Popper foram a da linguagem e da comunicação. Para ele, a linguagem humana é caracterizada pelas suas funções descritiva e argumentativa: a primeira faz da linguagem um veículo de verdade ou de falsidade (é ambivalente); a segunda requer uma expressão e pensamentos claros que atuem contra a ambivalência – tal é efetuado através da crítica, apresentando razões para sustentar uma determinada concepção e assinalando dificuldades e contradições em outra concepção.

 

Popper cunhou o termo Racionalismo Crítico para descrever a sua Filosofia. Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do Empirismo Clássico e do Observacionalismo-indutivista da Ciência, que disto resulta. Apesar disto, alguns acadêmicos, incluindo o filósofo e antropólogo social Ernest André Gellner (1925 – 1995), defendem que Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou dedutiva.

 

Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado atual da Ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos fatos e pelas observações, devemos nos perguntar: Será que é mesmo assim? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa? Albert Einstein (1879 – 1955) é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias da Física estabelecidas. O trabalho científico de Popper foi influenciado pelo seu estudo da Teoria da Relatividade de Einstein.

 

Enfim, Ernest André Gellner afirma em Relativism and the Social Sciences (Relativismo e as ciências sociais): a definição do método científico de Popper difere da versão baconiana de Empirismo por sua ênfase na eliminação em vez da ênfase na verificação. No entanto, eles têm em comum um determinado ponto: quer nós verifiquemos ou refutemos, de qualquer forma fazemos com a ajuda de duas ferramentas e apenas duas: a lógica e a confrontação com os fatos. As teorias são julgadas por dois juízes: consistência lógica e conformidade com os fatos. A diferença entre os dois modelos situa-se apenas em saber se os fatos condenam os pecadores ou canonizam os santos. Para o jovem Popper havia alguns pecadores apropriadamente certificados, mas nunca santos definitivamente canonizados.

 

 

 

Reflexões Popperianas

 

 

 

A verdade é aquilo que corresponde aos fatos. Uma teoria é melhor do que a outra quando corresponde melhor aos fatos.

 

A tarefa do cientista consiste em testar, em examinar criticamente, duas (ou mais) teorias rivais. Devemos tentar refutá-las – uma ou outra até chegarmos a uma decisão. Na Matemática (mas apenas na Matemática), estas decisões são geralmente finais: é raro haver provas inválidas não detectadas. Se olharmos, agora, para as ciências empíricas, veremos que, regra geral, seguimos fundamentalmente o mesmo procedimento. A única diferença importante é que agora podemos utilizar também argumentos empíricos nas nossas análises críticas. Mas esses argumentos empíricos só se apresentam acompanhados por outras considerações críticas. O pensamento crítico enquanto tal continua a ser o nosso principal instrumento.

 

O caminho da ciência é calçado de teorias abandonadas, que, certa vez, foram declaradas evidentes por si mesmas.

 

A intuição, indubitavelmente, desempenha grande parte na vida de um cientista, assim como o faz na vida de um poeta. Leva-o a suas descobertas. Mas pode também levá-lo a seus fracassos. E sempre permanece assunto privado seu, por assim dizer. A ciência não indaga como ele conseguiu suas idéias; interessa-se apenas por argumentos que possam ser submetidas à prova de todos.

 

Em uma teoria, o importante é o seu poder explicativo e a sua capacidade de resistência à crítica e aos testes a que é submetida. A questão da sua origem, de como se chegou à ela – se por um ‘processo indutivo’, como alguns dizem, ou por um ato de intuição – pode ser extremamente interessante, em especial para o biógrafo do inventor dessa teoria, mas tem pouco a ver com o seu estatuto ou caráter científico.

 

Qualquer critério que se adote envolve interpretação à luz de teorias, sendo, nessa medida, incerto.

 

Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais profundo o nosso conhecimento, mais específico, consistente e articulado será o nosso conhecimento do que ignoramos – o conhecimento da nossa ignorância. Esta, com efeito, é a principal fonte da nossa ignorância: o fato de que o nosso conhecimento só pode ser finito, mas a nossa ignorância deve necessariamente ser infinita. Vale a pena lembrar que, embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância.

 

Papel do cientista: formular conjecturas —› tentar refutá-las.

 

Em vez de lutar com armas, a possibilidade de lutar com palavras constitui o fundamento da nossa civilização.

 

A crença de que existe algo como a Física, a Biologia ou a Arqueologia, e que esses ‘estudos’ ou ‘disciplinas’ são indistinguíveis pela matéria que investigam, parece-me um resquício da época em que se acreditava que uma teoria tinha de provir de uma definição da sua própria matéria temática. Mas matérias ou espécies de coisas não constituem, digo eu, uma base para distinguir disciplinas. As disciplinas são distinguidas, em parte, por razões históricas e por razões de conveniência administrativa (como a organização do ensino e dos apontamentos); e, em parte, porque as teorias que elaboramos para resolver os nossos problemas têm tendência para se transformar em problemas unificados. Nós não somos estudantes de uma matéria qualquer, mas estudantes de problemas. E os problemas podem atravessar diretamente as fronteiras de qualquer matéria ou disciplina específica.

 

A busca de precisão é análoga à busca de certeza, e tanto uma como a outra deveriam ser abandonadas.

 

 

 

 

Penso que só há um caminho para a Ciência ou para a Filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e se apaixonar por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe – a não ser que encontrem um outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim dos vossos dias.

 

A ciência deve começar com os mitos e com a crítica dos mitos.

 

Não há dúvida de que nossas expectativas – e, portanto, nossas teorias podem até preceder, historicamente, nossos problemas. Entretanto, a ciência só começa com problemas. Os problemas afloram, sobretudo, quando estamos decepcionados em nossas expectativas ou quando nossas teorias nos envolvem em dificuldades, em contradições.

 

Temos, pois, de proclamar, em nome da tolerância, o direito de não sermos tolerantes com os intolerantes. Temos de proclamar que qualquer movimento que promova a intolerância se coloca fora da lei, e temos de considerar criminoso todo e qualquer incitamento à intolerância e à perseguição, como consideramos criminoso o incitamento ao homicídio, ao rapto ou ao restabelecimento do tráfico de escravos.

 

Devemos aprender bem a lição de que a honestidade é fundamental para tudo aquilo que nos interessa.

 

Temos que fazer planos para a liberdade e não só para a segurança, pela única razão de que só a liberdade pode tornar segura a segurança.

 

Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere nos matar a ser convencido pelos nossos argumentos.

 

Não sabemos. Só podemos conjecturar.

 

Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes, senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância.

 

É preferível errar do lado da indulgência do que do lado da crueldade.

 

Ninguém sabe o suficiente para ser intolerante.

 

O que não é falseável ou refutável não pode ser considerado científico.

 

O fenômeno do conhecimento humano é, sem dúvida, o maior milagre do Universo. Ele constitui um problema que não será solucionado brevemente.

 

O princípio da indução é supérfluo e conduz a incoerências lógicas.

 

 

 

 

A tentativa de alicerçar o princípio da indução na experiência malogra, pois conduz a uma regressão infinita.

 

Independentemente de quantos casos de cisnes brancos possamos observar, isto não justifica a conclusão de que todos os cisnes sejam brancos.

 

O método de aprendizagem por tentativa e erro – de aprender com nossos erros parece ser fundamentalmente o mesmo, o pratiquem os animais inferiores ou superiores, os chimpanzés ou os homens da ciência.

 

Deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico.

 

No meu entender, o conhecimento humano consiste em teorias, hipóteses e conjecturas que nós formulamos como produto de nossas atividades intelectuais.

 

 

 

 

Iniciamos nossas investigações partindo de problemas. Sempre nos encontramos em uma situação problemática e escolhemos um problema que esperamos poder solucionar. A solução, que sempre tem o caráter de tentativa, consiste em uma teoria, em uma hipótese, em uma conjectura. As várias teorias rivais são comparadas e discutidas criticamente, a fim de se identificar suas deficiências; os resultados permanentemente cambiantes e sempre inconcludentes desta discussão crítica formam o que poderia ser denominado a ciência do momento.

 

Quatro maneiras de submeter uma teoria à prova: a) comparação de conclusões; b) investigação da lógica da teoria; c) comparação com outras teorias; e d) confirmação pelas experiências.

 

Aquilo que sempre prometeu um paraíso na Terra nunca produziu nada além de um inferno.

 

Os enunciados científicos serão válidos se puderem ser intersubjetivamente submetidos a um teste.

 

Enquanto que a Lógica da Descoberta tem muito pouca coisa para aprender com a Psicologia da Pesquisa, esta tem muito que aprender com aquela.

 

Só a experiência pode decidir acerca da verdade ou falsidade de um enunciado científico.

 

Não existe uma história da Humanidade; só há muitas histórias de todos os tipos de aspectos da vida humana.

 

O critério de demarcação inerente à lógica indutiva, isto é, o dogma positivista do significado, é equivalente ao requisito de que todos os enunciados da ciência empírica (ou todos os enunciados 'significativos') são suscetíveis de ser finalmente decididos, com relação à sua verdade ou falsidade; diremos que eles devem ser decidíveis de modo conclusivo. Isto significa que sua forma deve ser tal que deve ser logicamente possível tanto verificá-los como falseá-los.

 

 

 

Como a Ciência Evolui?
(Tradução: Pedro Galvão)

 


1. O Objetivo da Ciência

 

Sugiro que o objetivo da ciência é encontrar explicações satisfatórias para aquilo que consideramos precisar de uma explicação. Por explicação (ou explicação causal) entendo um conjunto de enunciados em que uns descrevem o estado de coisas a ser explicado (o 'explicandum') enquanto que os outros, os enunciados explicativos, formam a explicação no sentido estrito da palavra (o 'explicans' do 'explicandum').

A questão “Que tipo de explicação pode ser satisfatória?” conduz à seguinte resposta: uma explicação em termos de leis universais falsificáveis e testáveis e de condições iniciais. E uma explicação deste tipo será mais satisfatória quanto mais testáveis forem essas leis e quanto melhor tiverem sido testadas. (Isto também se aplica às condições iniciais.)

Desta maneira, a conjectura de que o objetivo da ciência é encontrar explicações satisfatórias nos conduz à idéia de melhorar o grau com que as explicações são satisfatórias, melhorando o seu grau de testabilidade; isto significa avançar para teorias com um conteúdo cada vez mais rico e com graus de universalidade e de precisão cada vez mais elevados. Isto está, sem dúvida, inteiramente de acordo com a prática efetiva das ciências teóricas.

Podemos chegar fundamentalmente ao mesmo resultado também de outra maneira. Se o objetivo da ciência é explicar, então é também seu objetivo explicar o que até aqui foi aceito como 'explicans'; por exemplo, uma lei da Natureza. Deste modo, o objetivo da ciência se renova constantemente a si próprio. Podemos prosseguir para sempre, avançando para explicações com um nível de universalidade cada vez mais elevado.

 

2. Profundidade

 

Sugiro que as nossas leis ou as nossas teorias devem ser universais, isto é, devem fazer asserções sobre o mundo — sobre todas as regiões espaço-temporais do mundo. Sugiro, para além disso, que as nossas teorias façam asserções sobre propriedades estruturais ou relacionais do mundo, e que as propriedades descritas em uma teoria explicativa devam ser, em algum sentido, mais profundas do que aquelas a explicar. Acredito que esta expressão 'mais profundas' resiste a qualquer tentativa de análise lógica exaustiva, mas ainda assim é um guia para as nossas intuições.

No entanto, parece haver uma espécie de condição suficiente para a profundidade ou para graus de profundidade, que pode ser logicamente analisada. Vou tentar explicar isto com a ajuda de um exemplo da história da ciência.

É do conhecimento geral que a Dinâmica de Newton realizou uma unificação da Física terrestre de Galileu e da Física celeste de Kepler. Diz-se freqüentemente que a Dinâmica de Newton pode ser induzida a partir das Leis de Galileu e de Kepler, e se chegou mesmo a dizer que pode ser estritamente deduzida a partir delas. Mas isto não é verdade; de um ponto de vista lógico, a Teoria de Newton, em rigor, contradiz tanto a Teoria de Galileu como a de Kepler (embora, obviamente, estas últimas teorias possam ser obtidas como aproximações logo que tenhamos à nossa disposição a Teoria de Newton). Por esta razão, é impossível derivar a Teoria de Newton a partir da de Galileu, da de Kepler ou de ambas, seja por dedução ou por indução, pois nem uma inferência dedutiva nem uma inferência indutiva podem avançar de premissas consistentes para uma conclusão que contradiz formalmente as premissas de que partimos.

É importante notar que das Teorias de Galileu ou de Kepler não obtemos o menor indício sobre como estas teriam que ser ajustadas — que falsas premissas teriam que ser abandonadas ou que condições teriam que ser estipuladas — se tentássemos avançar a partir delas para outras teorias com uma validade mais geral, como a de Newton. Só depois de estarmos na posse da Teoria de Newton poderemos descobrir se, e em que sentido, as teorias anteriores podem ser suas aproximações. Podemos exprimir este fato resumidamente dizendo que, embora do ponto de vista da Teoria de Newton as de Galileu e de Kepler sejam aproximações excelentes a certos resultados newtonianos específicos, não podemos dizer que a Teoria de Newton seja, do ponto de vista das outras duas teorias, uma aproximação aos seus resultados. Tudo isto mostra que a Lógica, seja ela dedutiva ou indutiva, nunca pode realizar o passo que vai destas teorias à Dinâmica de Newton. Só a imaginação pode realizar este passo. Logo que ele tenha sido realizado, podemos dizer que os resultados de Galileu e de Kepler corroboram a nova teoria.

Aqui, no entanto, não estou tão interessado na impossibilidade da indução como no problema da profundidade e, no que diz respeito a este problema, podemos de fato aprender algo a partir do nosso exemplo. A Teoria de Newton unifica a de Galileu e a de Kepler mas, longe de ser uma mera conjunção dessas duas teorias, que desempenham o papel de explicanda em relação à de Newton, corrige-as ao mesmo tempo que as explica. A tarefa explicativa original era a dedução dos resultados anteriores, mas esta tarefa é abandonada, porque não se deduzem os resultados anteriores, deduzindo-se algo melhor no seu lugar: novos resultados que, sob as condições específicas dos velhos resultados, aproximam-se muito deles numericamente ao mesmo tempo em que os corrigem.

Penso que, sempre que nas ciências empíricas uma nova teoria com um nível de universalidade mais elevado explica com sucesso uma teoria anterior corrigindo-a, temos um indício seguro de que a nova teoria penetrou mais fundo do que as teorias anteriores.

 

 

Evolução Científica

 

 

 

O princípio indutivista dos positivistas do Círculo de Viena não proporciona conveniente sinal diferenciador do caráter empírico não-metafísico de um sistema teorético; em outras palavras, consiste em não proporcionar adequado critério de demarcação.

 

Gostava de criar a moda da modéstia intelectual, do pensamento constante naquilo que ignoramos. Era esta a nova moda que eu queria lançar entre os intelectuais.

 

Só devemos nos sacrificar por ideais.

 

Até os nossos dias, a história da sociedade é a história da luta de classes.

 

Por razões estritamente lógicas, é impossível predizer o curso da história.

 

 

 

 

Pode ser que eu esteja errado e que você esteja certo, mas, talvez, com algum esforço nos aproximaremos da verdade.

 

É impossível falar de uma tal maneira que não se possa ser mal compreendido.

 

É preciso estar contra o que já foi pensado e também contra a tradição, da qual não se pode prescindir, porém, na qual não se pode confiar integralmente.

 

A razão não é todo-poderosa. É uma trabalhadora obstinada, ponderadora, cautelosa, crítica e cruel, sempre disposta a ouvir, a discutir e a se arriscar.

 

O crescimento do conhecimento depende por completo da existência de desacordo.

 

Sempre abordamos tudo á luz de uma teoria preconcebida... O cientista normal, a meu juízo, foi mal preparado. O cientista normal, descrito por Kuhn, foi mal ensinado. Foi ensinado com espírito dogmático: é uma vítima da doutrinação. Aprendeu uma técnica que se pode aplicar sem que seja preciso perguntar a razão pela qual pode ser aplicada.

 

A ciência será sempre uma busca, nunca um descobrimento real. É uma viagem; nunca uma chegada.

 

A história da ciência, como a de todas as idéias humanas, é uma história de sonhos irresponsáveis, de obstinações e de erros. No entanto, a ciência é uma das poucas atividades humanas, talvez a única, na qual os erros são sistematicamente criticados, e, amiúde, ao longo do tempo, corrigidos.

 

A verdadeira ignorância não é ausência de conhecimento, mas a recusa de os adquirir.

 

Para mim, buscar a simplicidade e a lucidez é um dever moral de todos os intelectuais. A falta de clareza é um pecado e a presunção um crime.

 

O que caracteriza o homem de ciência não é o conhecimento ou a posse de verdades irrefutáveis, mas a busca desinteressada e incessante da verdade.

 

A ciência pode ser descrita como a arte de simplificação sistemática.

 

 

 

 

Você pode escolher qualquer nome para os dois tipos de Governo. Eu, pessoalmente, denominei de Democracia aquele que pode ser removido sem violência; ao outro, chamei de tirania.

 

Poderemos nos tornar verdadeiros criadores do nosso destino quando deixarmos de pensar em nós mesmos como profetas.

 

A tarefa mais importante de um cientista é certamente contribuir para o avanço de sua área de conhecimento. A segunda tarefa mais importante é escapar da visão estreita de uma especialização excessiva, interessando-se ativamente por outros campos em busca do aperfeiçoamento pelo saber – que é a missão cultural da ciência. A terceira tarefa é estender aos demais a compreensão de seus conhecimentos, reduzindo ao mínimo o jargão científico, do qual muitos de nós temos orgulho. Um orgulho deste tipo é compreensível. Mas ele é um erro. Deveria ser nosso orgulho ensinar a nós mesmos, da melhor forma possível, a sempre falar tão simplesmente, claramente e despretensiosamente quanto possível, evitando como uma praga a sugestão de que estamos de posse de um conhecimento que é muito profundo para ser expresso de maneira clara e simples. Esta, é, eu acredito, uma das maiores e mais urgentes responsabilidades sociais dos cientistas. Talvez a maior. Porque esta tarefa está intimamente ligada à sobrevivência da sociedade aberta e da Democracia. Uma sociedade aberta (isto é, uma sociedade baseada na idéia de não apenas tolerar opiniões dissidentes, mas de respeitá-las) e uma Democracia (isto é, uma forma de Governo devotado à proteção de uma sociedade aberta) não podem florescer, se a ciência se torna propriedade exclusiva de um conjunto fechado de cientistas. Eu acredito que o hábito de sempre declarar tão claramente quanto possível nosso problema assim como o estado atual de discussão deste problema faria muito em favor da tarefa importante de fazer a ciência – isto é, as idéias científicas ser melhor e mais amplamente compreendida.

 

Trabalhe mais pela eliminação das maldades concretas do que pela realização do bem imaginário.

 

Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que lhe determina a consciência.

 

O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.

 

Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.

 

A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.

 

Tradição mitológica e tradição religiosa: Temos, creio eu, de admitir que as novas histórias que eles [os filósofos gregos] puseram no lugar das antigas eram fundamentalmente mitos – tal como as outras o eram. Mas há duas coisas acerca delas que convém realçar. Em primeiro lugar, essas histórias não eram meras repetições ou reformulações das antigas, mas continham novos elementos. Mas o segundo e mais importante aspecto é este: os filósofos gregos inventaram uma nova tradição – a tradição de adotar uma atitude crítica em relação aos mitos, a tradição de os discutir; a tradição de não apenas contar um mito, mas também de o ver posto em causa por aquele a quem foi contado. Ao narrar o seu mito, eles estavam, por seu turno, prontos para ouvir o que o seu interlocutor dele pensava – admitindo, com isso, a possibilidade de o outro ter, talvez, uma explicação melhor do que eles. Estava-se perante algo que nunca antes havia acontecido. Nascera uma nova forma de interrogar. Juntamente com a explicação – o mito – surgia a pergunta: ‘Será que me pode dar uma explicação melhor?’. E outro filósofo podia responder: ‘Posso sim’. Ou então, podia dizer: ‘Não sei se lhe posso dar uma explicação melhor, mas posso lhe dar uma muito diferente que serve igualmente bem. Estas duas explicações não podem ser ambas verdadeiras, por isto deve haver algo aqui que não está certo. Não podemos simplesmente aceitar estas duas explicações. Nem temos qualquer razão para aceitar apenas uma delas. Queremos realmente saber mais sobre esse assunto. Temos de o discutir melhor. Temos de ver se as nossas explicações justificam aquilo que já conhecemos, e até alguma outra coisa que nos tenha até aqui escapado’. A minha tese é a de que aquilo a que chamamos de ‘Ciência’ se distingue dos mitos mais antigos, não por ser algo mais distinto de um mito, mas por surgir acompanhada por uma tradição de segunda ordem – a tradição de discutir criticamente o mito. (...) Esta atitude de segunda ordem era a atitude crítica ou argumentativa. Foi, segundo penso, uma coisa nova, e continua ainda a ser o aspecto fundamental da tradição científica. Se compreendermos isto, assumiremos uma atitude totalmente diferente em relação a um bom número de problemas do método científico. Compreenderemos que, em um certo sentido, e tal como a religião, a Ciência é uma criadora de mitos. Dir-me-eis: ‘Mas os mitos científicos são tão diferentes dos mitos religiosos!’ Certamente que são diferentes. Mas por que o são? Porque, se adotarmos esta atitude crítica, os nossos mitos se tornam realmente diferentes. Modificam-se; e se modificam no sentido de nos ir dando uma explicação cada vez mais aperfeiçoada do mundo e das diferentes coisas que nele podemos observar.

 

Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.

 

O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência o domina e ele a adora.

 

 

O Deus-dinheiro

 

 

As revoluções são a locomotiva da história.

 

Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.

 

Por que a simplicidade da linguagem foi tão importante para os pensadores iluministas? Porque o verdadeiro pensador iluminista, o verdadeiro racionalista, nunca pretendeu convencer ninguém a fazer nada. Não, nem sequer desejou convencer ninguém; tinha permanentemente consciência de que poderia estar errado. Acima de tudo, valorizava demasiado a independência intelectual dos outros para querer convencê-los em questões importantes. Preferia provocar a contradição, preferivelmente sob a forma de crítica racional e disciplinada. Não procurava convencer, mas despertar – desafiar os outros a formar opiniões livres. Uma das razões de o pensador iluminista não querer convencer ninguém de nada é a seguinte: ele sabia que, fora do estreito campo da Lógica, e talvez da Matemática, nada pode ser provado.

 

 

 

Creio que todos os amantes da paz e da vida civilizada deveriam trabalhar para esclarecer o mundo quanto à impraticabilidade e à desumanidade deste famoso – ou deverei dizer tristemente célebre? – 'princípio da autodeterminação nacional', que, neste momento, degenerou no mais puro horror do terrorismo étnico.

 

É absolutamente verídico ser possível que alguns problemas – a poluição do ar, por exemplo – necessitem de uma legislação específica. Há adoradores ideológicos do denominado livre mercado (ao qual, obviamente, devemos muito) que pensam que tal legislação que limite a Economia de mercado é um passo perigoso no caminho da escravidão. Mas isso é um disparate ideológico.

 

Devemos viver de modo que os nossos netos tenham uma vida melhor do que a nossa – e não apenas no sentido econômico.

 

A Igreja e o Papa acabarão por ceder, em especial se houver razões éticas convincentes. Estou a pensar em coisas como a violação ou o nascimento de crianças infectadas com AIDS, ou aquelas que, em alguns países, vêm ao mundo sem ter praticamente quaisquer oportunidades de vida. É um crime não ajudar essas crianças impedindo o seu nascimento.

 

As crianças não desejadas se encontram em risco, e refiro-me a um risco moral. As pessoas que não as desejam deveriam ter os meios para as evitar. Os meios já existem – estou a pensar na pílula abortiva.

 

Nem sempre os cientistas de renome têm razão. Não estou a afirmar que estejam errados – apenas que muitas vezes sabem menos do que pensam.

 

A Teologia não é outra coisa além de falta de fé.

 

Todo o mundo se surpreende de que um chinês possa ser de duas religiões: confucionista em algumas ocasiões e budista em outras. Se isto é verdade quanto à China, não sei; também ignoro se, na verdade, estas duas atitudes são realmente incompatíveis. Mas não pode haver dúvida de que fato análogo é verdadeiro em relação ao Ocidente, e que as duas atitudes em questão são incompatíveis. Um realismo científico baseado no mecanismo se conjuga com uma crença estável no mundo dos homens e dos animais superiores como constituídos de organismos autodeterminados. Esta incompatibilidade radical na base do pensamento moderno responde, em grande parte, pelo que há de dúbio e instável em nossa civilização.

 

O determinismo científico requer a capacidade de prever qualquer acontecimento com qualquer grau de precisão que se deseje, desde que nos sejam dadas condições iniciais suficientemente precisas. É evidente que temos de explicar suficientemente de uma maneira tal que nos privemos do direito de alegar – todas as vezes que falhemos nas nossas previsões – que nos foram dadas condições iniciais que não eram suficientemente precisas.

 

Qualquer definição satisfatória de determinismo científico terá de se basear no princípio (da determinabilidade) de que podemos calcular a partir da nossa tarefa de previsão (em conjunção com as nossas teorias, é claro) o grau de precisão exigido das condições iniciais.

 

Para certos fins, pode ser útil trabalhar com um princípio de determinabilidade um tanto mais forte, a que chegamos nos referindo à precisão dos resultados de medições possíveis, a partir das quais as condições iniciais podem ser calculadas, e não à precisão das condições iniciais. Assim, neste sentido mais forte, uma tarefa de previsão pode não ser determinável por não podermos determinar a partir dela (e da teoria) o grau de precisão requerido de medições possíveis em que possamos basear nossas previsões.

 

De um modo bastante geral, podemos dizer que, se bem que o nosso conhecimento, e, com ele, a nossa capacidade de prever, possa aumentar continuamente em uma determinada área, este fato, por si mesmo, nunca pode ser usado como argumento a favor da idéia de que algo como o determinismo científico se verifica nesta área. É que o nosso conhecimento pode aumentar continuamente sem se aproximar deste gênero muito especial de conhecimento que satisfaz o princípio da determinabilidade.

 

Em nossos dias, a pesquisa social apresenta uma urgência prática que supera até a da pesquisa sobre o câncer.

 

Bons testes eliminam teorias erradas; e continuamos vivos para conjecturar novamente.

 

Nenhum argumento racional terá um efeito racional sobre um homem que não quer adotar uma atitude racional.

 

Sempre que uma teoria pareça a você como a única possível, tome isto como um sinal de que você não entendeu a teoria nem o problema que se pretendia resolver.

 

 

Os falsificacionistas de Copérnico estavam equivocados
quando insistiram na idéia aristotélica e ptolomaica
de que a Terra é o centro do Universo.

 

 

Todos nós nos lembramos de quantas guerras religiosas foram travadas em nome do amor e da ternura. Quem esqueceu de quantos corpos foram queimados vivos com o intuito de salvar as almas do fogo eterno do inferno?

 

A luta contra a miséria evitável deve ser um objetivo reconhecido de política pública, enquanto o aumento da felicidade deve ser deixado, em grande parte, à iniciativa privada.

 

Só uma sociedade aberta poderá libertar os poderes críticos do homem.

 

Mais pessoas são mortas por estupidez do que por maldade.

 

A busca por um mundo melhor – como a investigação do nosso meio ambiente – é (se eu estiver correto) um dos mais antigos e mais importante de todos os instintos.

 

Não permita que seus sonhos de um mundo maravilhoso o afaste das reivindicações dos homens que sofrem aqui e agora. Nossos companheiros precisam da nossa ajuda; nenhuma geração deve ser sacrificada para o bem das gerações futuras.

 

Nós, os intelectuais, temos feito o mal mais terrível por milhares de anos. Assassinatos em massa em nome de uma idéia, de uma doutrina, de uma teoria, de uma religião... Tudo isto são invenções nossas: invenções dos intelectuais.

 

Costuma-se afirmar que um debate só é possível entre pessoas que têm uma linguagem comum, e desde que sejam aceites determinados pressupostos básicos comuns. Eu acho que isto é um erro. Tudo o que é necessário para aprender com um parceiro em uma discussão é a prontidão, que inclui o desejo genuíno de entender o que ele pretende dizer. Se esta disposição estiver presente, a discussão será tanto mais frutífera quanto mais o 'background' do parceiro for diferente.

 

Eu sou contra olhar a Lógica como uma espécie de jogo. Alguém poderia pensar que é uma questão de escolha ou de convenção lógica que se adota. Não concordo com esta visão.

 

Não devemos olhar a ciência como um 'corpo de conhecimento', mas, sim, como um sistema de hipóteses, isto é, como um sistema de suposições ou de antecipações que, em princípio, não podem ser justificadas.

 

Como muitas vezes as pessoas pensam, a irrefutabilidade não é uma virtude de uma teoria.

 

Os méritos da ciência não decorrem apenas dos resultados práticos por ela alcançados, mas sobretudo pelo seu conteúdo informativo e pela sua capacidade de libertar as nossas mentes de velhas crenças, velhos preconceitos e velhas certezas, oferecendo-nos, em seu lugar, novas conjecturas e audaciosas hipóteses.

 

Minha tese é que o que chamamos de 'ciência' se diferencia dos mitos mais antigos, não por ser algo diferente de um mito, mas por ser acompanhada por uma segunda ordem tradição: a de discutir criticamente o mito. Em um certo sentido, a ciência é um mito, tanto quanto o é a religião.

 

O crescimento do nosso conhecimento é o resultado de um processo semelhante ao que Darwin chamou de 'seleção natural' – isto é, a seleção natural de hipóteses. Nosso conhecimento consiste, em cada momento, daquelas hipóteses que mostraram sua aptidão (comparativa) em sobreviver até agora em sua luta pela existência, uma luta competitiva que elimina aquelas hipóteses que são incapazes.

 

 

 

 

A influência (positiva ou negativa) da obra de Platão é imensurável. O pensamento ocidental, pode-se dizer, tem sido platônico ou antiplatônico, mas dificilmente não-platônico.

 

O velho ideal científico de episteme – de um conhecimento absolutamente certo e demonstrável – provou ser uma idéia ilusória. A exigência de objetividade científica torna inevitável que todo enunciado científico deva permanecer para sempre uma tentativa.

 

O filósofo da ciência não está muito interessado nos processos de pensamento que levam a descobertas científicas; ele faz uma análise lógica da teoria completa, incluindo o estabelecimento de sua validade. Isto é, ele não está interessado no contexto da descoberta, mas, no contexto da justificação.

 

Não pode haver um ultimato científico. Não pode haver uma só declaração científica que não possa ser testada, e, portanto, nenhuma que não possa, por extensão, ser refutada.

 

São as novas idéias que realmente fazem a ciência crescer, inclusive as idéias falsas.

 

Não é com base na natureza das coisas, por assim dizer, que separamos a Ciência da Filosofia, mas pela decisão de denominar científicas aquelas teorias que são falseáveis, e metafísicas ou filosóficas as teorias não-falseáveis. (Apud Hélio Moraes Marques, in: O Rosacruz, verão de 2012, nº 279, p. 3).

 

A base empírica de uma ciência objetiva não tem assim nada de 'absoluto'. A ciência não repousa sobre um sólido leito pedregoso. A audaciosa estrutura de suas teorias ergue-se como se estivesse em um pântano. Ela é como um prédio construído sobre estacas. Estas são impulsionadas para baixo do pântano, mas não para alguma base natural ou 'dada'; e, se paramos de impulsionar as estacas mais para o fundo, não é porque alcançamos solo firme. Nós simplesmente paramos quando ficamos satisfeitos pelas estacas estarem suficientemente firmes para agüentar a estrutura, ao menos por um tempo. (Apud Hélio Moraes Marques, in: O Rosacruz, verão de 2012, nº 279, p. 3).

 

Devemos nos converter em forjadores do nosso destino. Devemos aprender a fazer as coisas o melhor possível e descobrir nossos erros.

 

Os nossos sonhos e as nossas esperanças não têm necessariamente de comandar as nossas conclusões. Na procura da verdade, o nosso melhor plano pode ser o de começar por criticar as crenças que mais prezamos. É possível que este pareça a alguns um plano perverso. Mas não o parecerá àqueles que querem descobrir a verdade e não têm receio dela.

 

 

 

Birra Encanzinada

 

 

 

Adoro o que me intoxica;

estimo o que me prejudica.

Nasci assim; não mudarei.

O que eu não sei eu não sei.

 

Idolatro só o que me desluz;

venero o que a nada conduz.

E tenho repulsa a conselho.

Há um que não seja revelho?

 

Ora, o que eu fiz está feito;

jamais poderá ser desfeito.

O que adianta um conselho?

 

Sempre será do meu jeito;

com defeito ou sem defeito.

Nada há que seja parelho!

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.gifmania.co.uk/climatology/clouds/

http://www.indianmuslimobserver.com/2011/
01/opinion-our-thoughts-are-incoherent.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Popper

http://www.knoow.net/ciencsociaishuman/
filosofia/popperkarl.htm

http://bafanaciencia.blog.br/

http://pt.scribd.com/doc/11474830/Versao-Preli
minar-O-Metodo-Popperiano-Aplicado-ao-Direito

http://seer.ufrgs.br/ConTexto/
article/view/11236/6639

http://www.presentermedia.com/index.php?
target=closeup&maincat=animsp&id=489

http://www.todayinsci.com/P/Popper
_Karl/PopperKarl-Quotations.htm

http://blog.gaiam.com/quotes/
authors/karl-popper?page=1

http://blog.gaiam.com/quotes/
authors/karl-popper

http://thinkexist.com/quotes/karl_popper/

http://www.brainyquote.com/quotes/
authors/k/karl_popper.html

http://www.clker.com/clipart-10030.html

http://www.animationplayhouse.com/
new/seasons1.html

http://www.celeberrima.com/
autor/karl-popper

http://www.mathpuzzle.com/
30November2008.html

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua
.exe/sys/start.htm?infoid=516&sid=360

http://www.consciencia.org/argumentos-popp
erianos-em-favor-do-indeterminismo-cientifico

http://entreaspas.org/autores/karl-popper

http://no-mundo.weblog.com.pt/
arquivo/003810.html

http://raazanimo.blogspot.com.br/
2011_08_01_archive.html

http://raazanimo.blogspot.com.br/
2011_08_01_archive.html

http://www.minifrases.com.br/
as-principais-teses-de-karl-popper

http://www.frazz.com.br/frase.html/
Karl_Popper-Trabalhe_mais_pela_e-41721

http://diplomatizzando.blogspot.com.br/
2011/09/frase-de-sempre-karl-popper.html

http://diplomatizzando.blogspot.com.br/
2011/09/frase-de-sempre-karl-popper.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/karl-popper_2.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/karl-popper.html

http://pensador.uol.com.br/
as_principais_teses_de_karl_popper/6/

http://pensador.uol.com.br/
as_principais_teses_de_karl_popper/4/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Falseabilidade

http://ateus.net/artigos/filosofia/
como-a-ciencia-evolui/

http://www.paradigmas.com.br/
parad11/p11.5.htm

http://www.consciencia.org/a-ciencia-
normal-e-seus-perigos-karl-popper

http://www.consciencia.org/
fichamento_logica_pesquisa_cientifica.shtml

http://www.institutoliberal.org.br/
galeria_autor.asp?cdc=925

http://educacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-da-ciencia
-karl-popper-falseabilidade-e-limites-da-ciencia.jhtm

http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/361197.html

http://pt.wikiquote.org/wiki/Karl_Popper

http://www.ronaud.com/frases-
pensamentos-citacoes-de/karl-popper

http://www.citador.pt/textos/a-principal-
fonte-da-nossa-ignorancia-karl-popper

 

Música de fundo:

What a Wonderful World
Compositores: Bob Thiele e George David Weiss

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/http://
www.drugsense.org/tfy/jukebox/juke2.htm

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.