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Notas:
1. Atenta
para o fato de que o teu Senhor está sempre alerta. (Surata
Al Fajr, versículo 14). O
teu Senhor está sempre alerta, simbolicamente, significa
o Olho Que Tudo Vê ou o Olho da Providência. No Islamismo,
Hamsa representa a mão de Fátima, filha do Profeta Muhammad,
que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele, e significa
os cinco Mandamentos fundamentais que todo muçulmano precisa cumprir
(os chamados cinco pilares do Islã – Arkan Al-Islam):
1- jejuar no mês do Ramadã; 2 - fazer, pelo menos,
durante a vida, uma peregrinação à Cidade Sagrada de
Meca; 3 - orar diariamente; 4 - fazer caridade; e 5 - declarar a Chahada
(ou Shahada, profissão de fé ou testemunho que atesta
a crença do devoto muçulmano em Deus e no Profeta Muhammad
– Não há outra Divindade além de Allah;
Muhammad é o seu Profeta). Hamsa aparece também,
por exemplo, como parte da iconografia da Maçonaria. O Olho Que Tudo
Vê é uma espécie de lembrete para os Maçons de
que sempre são observados pelo Grande Arquiteto do Universo. Por
outro lado, Hamsa (Hamesh) é um símbolo
utilizado pela comunidade sefaradi, muito ligada à parte
mística e cabalística da Torá. O Hamesh
é uma mão estilizada representando os cinco níveis
da alma, o órgão/canal através do qual uma pessoa abençoa
outra, simbolizando, portanto, bênçãos e proteção.
No Gnosticismo, voando sobre as Águas da Vida, o Cisne Celestial
Kâla Hamsa (ou Hansa) representa o Terceiro Logos
(ou Mente Universal, responsável pela manifestação,
modelando a matéria do plano tridimensional). Hamsa é
também uma ave mística do Esoterismo, análoga ao Pelicano
dos Rosacruzes. Nesta palavra, está contido o mistério alquímico
universal – a doutrina da identidade da essência humana com
a Essência Divina (identidade a ser alquímica e misticamente
alcançada no processo evolutivo). Na eternidade do tempo –
que é tempo e que não é tempo – corresponde ao
conceito zarathustriano Eu-sou-o-que-Eu-Sou. Hamsa representa,
por último, a Sabedoria Divina, na obscuridade e fora do alcance
objetivo e sensorial humano. Teosoficamente, Hamsa está
intimamente relacionada com a Sagrada Palavra AUM: A = asa direita
de Hamsa; U = asa esquerda; M = cauda. Enfim,
AUM – que é equivalente a OM e que corresponde
ao Triângulo Superior (Manas, Buddhi, Athma) – significa
reto procedimento, que deve ser traduzido em atos. AUM é
um Nome composto de duas vogais (A e U) e da
semivogal M (esta deve ser prolongada). Santa e exatamente pronunciado,
projeta a vida na Santa Vida, libertando o ser das misérias fabricadas
da necessária existência condicionada. Não
é, portanto, um mero som simplesmente pronunciado pelos lábios,
até porque se for apenas pronunciado pelos lábios e não
for sentido pelo e no Coração não terá qualquer
efeito. Cabalisticamente, de AUM derivou AMeN (conhecido
no Ocidente como amém), de valor numérico igual a 91, igual
à soma de YHVH (10 + 5 + 6 + 5 = 26) e ADoNaY (1
+ 4 + 50 + 10 = 65). Já o Mantra AUM MANI PADME HUM
[ou OM MANI PADME HUM], explica Helena Petrovna Blavatsky
no volume VI de sua Doutrina Secreta, provocará, consciente
ou inconscientemente, resultados inevitáveis. Se for pronunciado
por um Iniciado, poderá orientar uma corrente benéfica ou
protetora, e, deste modo, fazer o bem a indivíduos e até a
nações inteiras, e ajudá-los. Se for pronunciado por
um ser humano bom e bem-intencionado, mas não-Iniciado, embora sem
o perceber, este bom ser humano passará a ser um escudo que dará
proteção a todos os que estiverem a seu lado. Este Sagrado
Mantra jamais poderá ser empregado em momentos de cólera ou
para produzir o mal. Primeiro, não funcionará; segundo, exporá
o vocalizador a perigos inimagináveis, e aquele que insistir e assim
o fizer será a primeira vítima de sua própria maldade.
Seja como for, a individualidade egoística é a raiz de todos
os males, e, conseqüentemente, a vertente de todas as aflições
humanas. Os Shylocks haverão de ter uma baita surpresa quando
passarem para o lado de lá!
2. Entre
os orientais, eternidade tem um significado completamente diferente daquele
entendido no Ocidente. Pode corresponder a um Mânvântâra
(ou Kalpa), durando, no total, 4.320.000.000 anos, ou a um
Maha-Mânvântâra (Maha-Kalpa = 100 Anos
de Brahman), com duração de 311.040.000.000.000
anos. Logo, a interminável eternidade – sem começo nem
fim – tem começos e fins cosmicamente determinados e repetidos/reproduzidos,
em um Grande Dia expansível (Maha-Mânvântâra)
seguido por uma Grande Noite retraível (Maha-Prâlâya),
de igual duração. Ad æternum. A animação
em flash que abre este trabalho pretende, didaticamente, mostrar
esta Lei Cósmica irredutível. Enfim, as duas grandes questões
teológicas que atormentam os religiosos são: 1ª) quem
criou tudo isto?; e 2ª) quem governa tudo isto? Ora, se, por hipótese,
admitirmos que houve um Criador-Governador em um tempo qualquer da existência
do Universo, este Criador-Governador teve de ser criado por um Criador-Governador
que o antecedeu, e assim, para trás, sucessivamente e sem
limite. Mas, como o Nada não pode dar origem a nada, como resolver
este impasse metafísico e tentar chegar à origem Criadora-Governadora
do Kosmos? Haverá uma origem Criadora-Governadora do Kosmos?
Para o Ser nunca
houve começo – explica o Mestre Alden (Dr. Harvey
Spencer Lewis, Ph. D., FRC) – porque
o Nada não pode dar origem a alguma coisa. Todavia, esta
afirmação, per se, continua a não resolver
e a não explicar a dúvida metafísica que amargura as
consciências. Mas há uma saída! Se aprendermos a consultar
a Voz Silenciosa que fala em nossos Corações, compreenderemos
tudo isto de uma forma que não poderá jamais ser expressa
por palavras. In
Corde loquitur nostro Vox Dei. Em nosso Coração
fala a Voz de Deus.
311.040.000.000.000 anos