JULGANDO E CONDENANDO

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A descrição de uma coisa nunca é a coisa descrita. O mundo não é percebido como é em si, porém, em suas diferentes relações com o ego, que nasce da memória. Esta divisão é a vida e o florescimento disso que chamamos "nosso ser psicológico", e é desta divisão que procedem todas as contradições e separatividades. [In: A Luz que Não se Apaga (em inglês: The Urgency of Change), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

Ilusões

 

 

No percebimento, a divisão em ego e não-ego faz com que o ego difira da coisa observada, pois, o ego, nas relações, é a reação das lembranças e experiências do passado. [Ibidem.]

 

 

Ego + Não-ego

Ego + Não-ego

 

 

Só se puder haver um percebimento, uma observação da coisa observada, sem nenhuma espécie de julgamento, isto é, uma observação da resposta e das reações inteiramente isenta de julgamento, nós erradicaremos o princípio da divisão [separatividade], o princípio do ego e do não-ego, tanto quando olhamos a coisa observada, como quando olhamos a nós mesmos. [Ibidem.]

 

 

 

Não-julgamento

Não-julgamento

 

 

 

Olhei um bebê,

e vaticinei: ficará no abecê.

Olhei uma criança,

e pensei: não há esperança.

Olhei uma moçoila,

e caçoei: que mulher mais sapoila!

Olhei um macróbio,

e avaliei: parece um micróbio.

Olhei um ceguinho,

e determinei: é karma antiguinho.

Olhei um pivete,

e apontei: só pode ser ladranete.

Olhei o João de Deus,

e sentenciei: é filhote do Asmodeus.

Olhei o Sérgio Cabral,

e condenei: é primo-irmão do maioral.

Olhei o Cosentino,

e ruminei: é sócio do mofino.

Olhei o Papa Francisco,

e decretei: é um jesuíta gravisco.

Olhei o Senor,

e gargalhei: é careca sim senhor.

Olhei o Faustão,

e me assustei: ficou muito magrão.

Olhei o reizinho,

e me espantei: como ele baixinho.

Olhei o Costinha,

e memorei: tinha cara de fuinha.

Olhei o 'Agildo-biliquê',

e interroguei: O quê? Por quê?

Olhei o Big Brother Brasil,

e atempei: só passando !

Olhei um religioso,

e ponderei: é um abominoso.

Olhei um refugiado,

e mandei: sai do meu lado.

Olhei um sem-teto,

e sopesei: é menos que um inseto.

Olhei um quiquiqui,

e me lembrei do gago Caqui.

Olhei o Tim Tones,

e recordei do maldito Jim Jones.

Olhei um 'gay',

e não gostei.

Olhei uma mulher-dama,

e questionei: e se não houvesse cama?

Olhei um comunista,

e fiquei pessimista.

Olhei um político,

e me senti paralítico.

Olhei uma freira,

e vi uma calaveira.

Olhei um mexicano,

e o achei um magano.

Olhei o rabino Sobel,

e o alcunhei 'cuca-de-babel'.

Olhei o Bibi,

e me espantei: de novo ali?

Olhei o mundo inteiro,

e pensei: só há ambicioneiro.

Olhei o verão,

e avaliei: vai ser um calorão.

Olhei o inverno,

e praguejei: prefiro o averno.

Olhei uma flor,

e imprequei: bagulho sem cor.

Olhei o ontem,

e recordei: foi melhor anteontem.

Olhei o Rio de Janeiro,

e deliberei: está pior que um bueiro.

Olhei a violência,

e indaguei: por que tanta malevolência?

Olhei a indelicadeza,

e me assombrei: oh!, tanta estupideza!

Olhei o carnaval,

e me admirei: tanto bacanal!

Olhei o Brasil,

e chorei: ficou cinza o anil.

Olhei o Planalto,

e lamentei: há algo de falto!

Olhei o Ministro Moro,

e instei: dê um fim no indecoro.

Olhei o Presidente Bolsonaro,

e mastiguei: cambiar sairá muito caro.

Olhei a previdência,

e calculei: vai ser preciso paciência.

Olhei um certo Tribunal,

e julguei: é preciso mudar o enxoval.

Olhei a Câmara dos Deputados,

e não titubeei: há muitos safados.

Olhei a desordem,

e perguntei: 'quosque tandem'?

Olhei para mim,

e realizei: sou um cruel malsim.

Olhei o futuro,

e determinei: vencerei o meu muro.

Olhei o muro,

e constatei: agora, sou puro.

Olhei a Humanidade,

e invoquei: que acabe a crueldade!

Olhei a crueldade,

e exultei: enfim, benignidade!

 

 

 

Pulando o Muro

Uma Invocação: Que cada um Vença o seu Muro!

 

 

 

Música de fundo:

Criminal Minds Theme Song

Fonte:

https://www.redringtones.com/criminal-minds-theme-song/

 

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