A
descrição de uma coisa nunca é a coisa descrita. O
mundo não é percebido como é em si, porém, em
suas diferentes relações com o ego, que nasce da memória.
Esta divisão é a vida e o florescimento disso que chamamos
"nosso ser psicológico", e é desta divisão
que procedem todas as contradições e separatividades. [In:
A Luz que Não se Apaga (em inglês: The
Urgency of Change), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
No
percebimento, a divisão em ego e não-ego faz com que o ego
difira da coisa observada, pois, o ego, nas relações, é
a reação das lembranças e experiências do passado.
[Ibidem.]
Ego
+ Não-ego
Só
se puder haver um percebimento, uma observação da coisa observada,
sem nenhuma espécie de julgamento, isto é, uma observação
da resposta e das reações inteiramente isenta de julgamento,
nós erradicaremos o princípio da divisão [separatividade],
o princípio do ego e do não-ego, tanto quando olhamos
a coisa observada, como quando olhamos a nós mesmos.
[Ibidem.]
Não-julgamento
—
Olhei um bebê,
e vaticinei: ficará no abecê.
Olhei
uma criança,
e pensei: não há esperança.
Olhei uma moçoila,
e caçoei: que mulher mais sapoila!
Olhei um macróbio,
e avaliei: parece um micróbio.
Olhei um ceguinho,
e determinei: é karma antiguinho.
Olhei um pivete,
e apontei: só pode ser ladranete.
Olhei
o João de Deus,
e sentenciei: é filhote do Asmodeus.
Olhei o Sérgio Cabral,
e condenei: é primo-irmão do maioral.
Olhei o Cosentino,
e ruminei: é sócio do mofino.
Olhei o Papa Francisco,
e decretei: é um jesuíta gravisco.
Olhei
o Senor,
e gargalhei: é careca sim senhor.
Olhei
o Faustão,
e me assustei: ficou muito magrão.
Olhei
o reizinho,
e me espantei: como ele baixinho.
Olhei
o Costinha,
e memorei: tinha cara de fuinha.
Olhei
o 'Agildo-biliquê',
e interroguei: O quê? Por quê?
Olhei
o ,
e atempei: só passando !
Olhei um religioso,
e ponderei: é um abominoso.
Olhei um refugiado,
e mandei: sai do meu lado.
Olhei um sem-teto,
e sopesei: é menos que um inseto.
Olhei um quiquiqui,
e me lembrei do gago Caqui.
Olhei o Tim Tones,
e recordei do maldito Jim Jones.
Olhei
um 'gay',
e não gostei.
Olhei uma mulher-dama,
e questionei: e se não houvesse cama?
Olhei um comunista,
e fiquei pessimista.
Olhei um político,
e me senti paralítico.
Olhei uma freira,
e vi uma calaveira.
Olhei um mexicano,
e o achei um magano.
Olhei o rabino Sobel,
e o alcunhei 'cuca-de-babel'.
Olhei
o Bibi,
e me espantei: de novo ali?
Olhei o mundo inteiro,
e pensei: só há ambicioneiro.
Olhei o verão,
e avaliei: vai ser um calorão.
Olhei o inverno,
e praguejei: prefiro o averno.
Olhei uma flor,
e imprequei: bagulho sem cor.
Olhei o ontem,
e recordei: foi melhor anteontem.
Olhei o Rio de Janeiro,
e deliberei: está pior que um bueiro.
Olhei
a violência,
e indaguei: por que tanta malevolência?
Olhei
a indelicadeza,
e me assombrei: oh!, tanta estupideza!
Olhei
o carnaval,
e
me admirei: tanto bacanal!
Olhei o Brasil,
e chorei: ficou cinza o anil.
Olhei
o Planalto,
e lamentei: há algo de falto!
Olhei
o Ministro Moro,
e instei: dê um fim no indecoro.
Olhei
o Presidente Bolsonaro,
e mastiguei: cambiar sairá muito caro.
Olhei
a previdência,
e calculei: vai ser preciso paciência.
Olhei
um certo Tribunal,
e julguei: é preciso mudar o enxoval.
Olhei
a Câmara dos Deputados,
e não titubeei: há muitos safados.
Olhei
a desordem,
e perguntei: 'quosque tandem'?
Olhei para mim,
e realizei: sou um cruel malsim.
Olhei o futuro,
e determinei: vencerei o meu muro.
Olhei
o muro,
e constatei: agora, sou puro.
Olhei
a Humanidade,
e invoquei: que acabe a crueldade!
Olhei
a crueldade,
e exultei: enfim, benignidade!
Uma
Invocação: Que cada um Vença o seu Muro!
Música
de fundo:
Criminal
Minds Theme Song
Fonte:
https://www.redringtones.com/criminal-minds-theme-song/
Páginas
da Internet consultadas:
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