Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Josef Stalin1 e os Arquipélagos Gulags2

 

 

 

 

O destino embaralha as cartas; nós as jogamos.

 

Não se pode fazer uma revolução com luvas de seda.

 

Uma única morte é uma tragédia; um milhão de mortes é estatística.

 

As idéias são mais poderosas do que as armas. Nós não deixamos que nossos inimigos tenham armas; por que deixaríamos que tivessem idéias?

 

O idioma é um instrumento de desenvolvimento e uma arma de luta.

 

O mercado é a primeira escola na qual a burguesia aprende o nacionalismo.

 

O Marxismo não é apenas a teoria do Socialismo, é uma concepção integral do mundo, um sistema filosófico no qual decorre, logicamente, o socialismo proletário de Marx. Esse sistema filosófico se chama Materialismo Dialético.

 

Obedecendo à pressão de baixo – a pressão das massas, pode a burguesia conceder, algumas vezes, certas reformas parciais, enquanto permanecem inalteráveis as bases do sistema social-econômico existente. Agindo desta maneira, calcula a burguesia que tais concessões são necessárias para preservar seu predomínio de classe. Esta é a essência da reforma. A revolução, entretanto, significa a transferência de poder de uma classe para a outra. Por isso, é impossível descrever qualquer mudança como uma revolução. Não podemos contar com mudanças nos sistemas sociais que se operem como transição imperceptível de um sistema para o outro por meio de reformas, por concessões da classe dominante.

 

Não se pode pensar em movimento radical, forte e vivo onde não haja controvérsia. A unanimidade absoluta só existe nos cemitérios.

 

Eu acredito em apenas uma coisa: o poder da vontade humana.

 

A violência é o único meio de luta; o sangue é o combustível da história.

 

Aqui, na Praça Vermelha, em Moscou, o Comunismo irá enterrar o Cristianismo.

 

Nada melhor do que descobrir um inimigo, preparar a vingança e depois dormir tranqüilo.

 

A morte resolve todos os problemas. Sem homem, sem problema.

 

Alguns dizem que Hitler age como Napoleão em tudo. Bem, posso dizer que Hitler se assemelha a Napoleão tanto quanto um gatinho se parece com um leão. Os alemães irão receber a guerra de aniquilação que tanto procuraram, e serão exterminados.

 

Josef Stalin

 

 

 

 

A revolução muda tudo,

menos o Coração do homem.3

Quem é inframedíocre e dinheirudo4

 

 

O destino não embaralha nada,

porque – bolas! não existe destino.

É preciso, sim, corrigir cada cagada

isto sabe quem é Pequenino.

 

 

E considerar alguém como inimigo

é uma boçalidade 'sesquipedavalar'.5

Quem não olha para o próprio umbigo

haverá de, ad æternum,6 pastar.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Josef Stalin (Gori, Geórgia, 18 de dezembro de 1878 – Moscou, 5 de março de 1953) foi Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, com pleno controle da ex-União Soviética e do seu povo. Em georgiano, seu nome de nascimento era Ioseb Besarionis Dze Jughashvili e em russo Ióssif Vissariónovich Djugashvíli, mas o camarada Ióssif adotou, em 1912, o pseudônimo de Stalin, que significa homem de aço. Apesar de sob a liderança de Stalin a ex-União Soviética ter desempenhado um papel decisivo na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e de ter passado a atingir o status de superpotência, e de também ter expandido seu território para um tamanho semelhante ao do Antigo Império Russo, os equivocados programas de industrialização e de coletivização na década de 1930 e a campanha de repressão política e as ações persecutórias do homem de aço custaram a vida de milhões de pessoas, antes, durante e depois da Segunda Guerra. Estima-se que entre 1941 e 1949 cerca de 3.3 milhões de pessoas foram deportadas para a Sibéria ou para repúblicas asiáticas. Separatismo, resistência/oposição ao governo soviético e colaboração com a invasão alemã eram alguns dos motivos oficiais para as deportações. Durante o governo de Stalin, entre outros, os seguintes grupos étnicos foram completa ou parcialmente deportados: ucranianos, poloneses, coreanos, alemães, tchecos, lituanos, armênios, búlgaros, gregos, finlandeses e judeus. Os deportados eram transportados em condições sub-humanas, freqüentemente em caminhões de gado. Milhares de deportados morriam no caminho; aqueles que sobreviviam eram mandados para campos de trabalho forçado. As deportações acabaram por influenciar o surgimento de movimentos separatistas nos estados bálticos, no Tartaristão e na Chechênia, que se arrastam até os dias de hoje. Em 23 de agosto de 1939, Stalin assinou com Adolf Hitler um pacto de não-agressão, que recebeu o nome dos Ministros do Exterior alemão e soviético (Pacto Ribbentrop-Molotov). Stalin esperava ganhar tempo e reorganizar a força industrial-militar da qual a União Soviética não poderia prescindir com vistas a um confronto com a Alemanha Nazista, que, para alguns, sempre fora inevitável. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto imediato com os soviéticos, pois, naquele momento, queria se ocupar do Reino Unido e da França. Mas a invasão da União Soviética pelas forças alemãs, em 1941, levou Stalin a se aliar ao Reino Unido e aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Sob a sua ferrenha direção, o exército soviético conseguiu fazer recuar os invasores – não sem perdas humanas terríveis – e ocupar terras na Europa Oriental, contribuindo decisivamente para a derrota da Alemanha Nazista. Com a sua esfera de influência alargada à metade oriental da Europa, nos chamados Estados Operários, Stalin foi um personagem-chave do pós-guerra. Dominando diversos países, como a República Democrática Alemã, a Tchecoslováquia e a Romênia, estabeleceu a hegemonia soviética no Bloco de Leste e rivalizou com os Estados Unidos na liderança do mundo. Em 5 de março de 1953, Stalin morreu de hemorragia cerebral, fato que, segundo diversos pesquisadores, ainda merece uma profunda investigação. Existem aqueles que acreditam que ele foi assassinado, como A. Avtorkhanov, que desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Lavrentiy Pavlovich Beria (29 de março de 1899 – 23 de dezembro de 1953) como o principal responsável por um envenenamento de conseqüências a longo prazo. Os mais destacados historiadores mundiais, no entanto, ainda consideram que Stalin morreu de causas naturais. Foram aspectos comuns do stalinismo, entre outros:

• radicalização da ditadura do proletariado e do regime de partido único;
• centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do Partido;
• burocratização do aparelho estatal;
• intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos;
• culto à personalidade do(s) líder(es) do Partido e do Estado;
• intensa presença de propaganda estatal e de incentivo ao patriotismo como forma de organização dos trabalhadores;
• censura aos meios de comunicação e expressão;
• coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial; e
• militarização da sociedade e dos quadros do Partido.

2. Provavelmente, Arquipélago Gulag é a mais forte e, certamente, a mais completa e influente obra de como funcionavam os hediondos e fétidos campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União Soviética, nos tempos do paizinho-homem-de-aço Josef Stalin. Escrita pelo dramaturgo, historiador e escritor dissidente russo Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn (Kislovodsk, 11 de dezembro de 1918), a obra – de 1.800 páginas! – é uma narrativa pormenorizada dos fatos que foram presenciados pelo autor quando foi prisioneiro-forçado em um destes campos (destinados a silenciar e a torturar opositores ao regime), que floresceram durante o regime stalinista, estendendo-se a regiões como a Sibéria e a Ucrânia. Arquipélago Gulag foi escrito entre 1962 e 1973 e publicado no ocidente no ano de 1973, tendo circulado dentro da ex-União Soviética apenas escondido, até a sua publicação oficial no ano de 1989. Em russo, o título original do livro é Arkhipelag GULag. GULag é um acrônimo para o termo Direção Principal (ou Administração) dos Campos de Trabalho Corretivo (Glavnoye Upravleniye Ispravitelno-trudovykh Lagerey), um nome burocrático para aquele sistema tantalizante de campos de concentração. Já a palavra Arkhipelag relaciona-se ao sistema de campos de trabalho forçado espalhados por toda a ex-União Soviética, como um vasto conjunto de ilhas, campos estes conhecidos apenas por quem fosse convidado a visitá-los e a morar permanentemente por convocação intempestiva do poderoso e implacável Estado Soviético. Solzhenitsyn recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1970, e foi expulso da Mãe Rússia em 1974.

 

 

 

3. Louis-Claude de Saint-Martin (1743-1803).

4. Ser dinheirudo honestamente é uma coisa; mas ser dinheirudo na base da filhadaputice $acano$$istemática é coisa bem diferente. Seja como for, para alguém se tornar mesmo um dinheirudo pra valer, algum tipo (ou muitos tipos) de transgressão e de sacanagem deverá ter feito (ou condescendido com elas), que é o caso específico dos psicopatas de colarinho branco. Para que alguém lucre, alguém, obrigatoriamente, terá que deixar de ter... ou perder. Exemplo: bolsas de valores.

5. 'Sesquipedavalar' é um neologismo derivado de sesquipedal + cavalar.

6. Ad æternum enquanto não olhar para o próprio umbigo.

 

Páginas da Internet consultadas:

 

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Arquip%C3%A9lago_Gulag

http://www.pensador.info/autor/Joseph_Stalin/

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Josef_Stalin

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Stalinismo

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Josef_Stalin

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/josef-stalin.html

 

Fundo musical:

Hino da Internacional Socialista

Fonte:

http://midily.com/?artist=Hinos+Paises&song=
Hino+Da+a+Internacional+Socialista&lang=en