Johm Lennon

John Lennon

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Texto

 

 

Concordando aqui, discordando ali, mais concordando do que discordando, fui garimpando na Internet alguns pensamentos de John Lennon, e rabiscunhei este texto. O fato de eu discordar de algumas coisinhas de Lennon não significa que eu não o respeite e não o admire. Respeito e admiro. Muito! Quem disse – e Lennon disse creio que o que as pessoas chamam de Deus é algo que está em todos nós, foi, sim, muito mais do que um consagrado roqueiro... Roqueiro, por fora. Por dentro, foi um místico! Quem disse – e Lennon disse nothing to kill or die for foi mesmo e de fato um ser-aí excecional (excecional como escrevem e falam lá na Terra da minha mãe, sem a letra pê para atrapalhar)! Será que há alguém que não se emocione ao ouvir Imagine? Eu, sempre que ouço, me emociono; e, se bobear, eu choro!

 

 

 

Breve Biografia

 

 

John Lennon

John Lennon

 

 

 

O que eu posso dizer ou escrever sobre John Lennon? Haverá alguém que não o conheça? John Lennon nasceu em 9 de outubro de 1940, em Liverpool, Inglaterra. Foi covarde e estupidamente assassinado por um mEgAlOmAnÍAcO eSQuiZoFRêNiCo – um meio-que-sem-alma chamado Mark David Chapman, que, depois, alegou que vozes do além o mandavam cometer o crime – em 8 de dezembro de 1980, na cidade de New York, nos EUA — uma data, como escreveu A. J. Rosário, sempre a ser lembrada; uma data em que um certo sonho acabou; uma data em que um resplandecente artista chegou ao fim da vida por causa da demência de um psicótico endógeno portador de um delírio persecutório auditivo mata-mata, não com bolas de gude de brincadeira, mas com revólver de verdade!

 

Lennon foi músico, compositor, cantor, escritor, artista, roqueiro, pai, marido, trabalhador, líder (apesar de jamais ter desejado ser um líder), revolucionário, ativista, órfão, rebelde, dependente de drogas, amante, amigo, pensador, filósofo, sonhador, místico, lenda... Será que esqueci alguma coisa? Bolas! Quem não sabe isto(s)?

 

 

 

 

Pensamentos de Lennon

 

 

 

 

John Lennon

 

 

 

 

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram para nós que o amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar em uma fórmula chamada 'dois em um': duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah!, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente! Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

 

Amor é a resposta.
E você sabe disso,
com certeza
Amor é uma flor!
Você tem que deixar,
Você tem que deixá-la florescer!

 

Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal.

 

 

 

 

Eu sou um egomaníaco, mas quem não é?

 

Antes de Elvis Presley, não havia nada.1

 

Nós sempre quisemos ser maiores que Elvis porque ele era o maior.

 

Metade de mim pensa que sou um malogrado, a outra metade pensa que sou Deus Todo-Poderoso.

 

Quando eu tinha 12 anos, pensava que era um gênio e que ninguém tinha reparado. Se os gênios existirem, eu sou um, e se não existirem, não quero saber.

 

A genialidade é um tipo de loucura.

 

Não é divertido ser artista. Beethoven, Van Gogh, todos eles, se tivessem psiquiatras, nós não teríamos esses gênios.

 

Se toda a gente exigisse paz em vez de outro televisor, haveria paz.

 

As pessoas falam disso [o fim dos Beatles] como se fosse o fim do mundo. É apenas uma banda de 'rock' que se separou; não é nada de importante.

 

Ainda acredito que só precisas de amor [all you need is love].

 

Se tentassem dar outro nome ao 'rock and roll', poderiam chamá-lo de 'Chuck Berry'.2

 

 

 

 

O amor significa pedir desculpa de quinze em quinze minutos.

 

A realidade deixa muito à imaginação.

 

O amor é como uma planta. Não podes simplesmente pô-lo em um vaso e esperar que cresça. Tens de cuidar dele e de o regar.

 

As drogas me deram asas para voar. Depois, me tiraram o céu...

 

Não me importa onde estarão os monges e onde estarão as auto-estradas. Para mim, o importante é fazer o amor, e não a guerra, em todos os lugares do mundo.

 

A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor. Provavelmente exista, mas é a maneira como eu expresso a coisa.3

 

Não gosto do culto da morte, de um James Dean morto, de um John Wayne morto. Eu presto culto às pessoas que sobrevivem.

 

Eu ainda gosto de 'black music', 'disco music'... 'Shame, Shame, Shame' ou 'Rock Your Baby'. Eu daria meu olho pra ter escrito isso. Mas eu nunca consegui. Eu sou literal demais para escrever 'Rock Your Baby'. Eu gostaria de conseguir. Sou intelectual demais, apesar de não me achar um intelectual de verdade.

 

Os 'Beatles' foram o som dos anos 60. Mas não acho que tenhamos sido mais importantes do que músicos como Glenn Miller ou Bessie Smith.4

 

Se o pessoal não entendeu os 'Beatles' e os anos 60, o que eu posso fazer?

 

A guerra acabará, se você quiser.

 

Não me esperem ver atrás de barricadas, a menos que elas sejam de flores.

 

Sim, eu acredito que Deus é como uma usina de força, que Ele é um poder supremo, que não é nem bom nem ruim, nem de direita nem de esquerda, nem branco nem preto. Ele simplesmente é.

 

A nossa política é a do humor. Todas as pessoas sérias foram assassinadas. Nós queremos ser os palhaços do mundo.

 

Talvez não haja diferença entre nós e o presidente dos EUA, se ficarmos nus.

 

A insegurança e a frustração levam o homem à violência e à guerra.

 

Se o homem buscasse se conhecer a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estaria resolvida.

 

Você diz 'Adeus' e eu digo 'Alô'.

 

Acredito em tudo aquilo que Jesus disse – amor, bondade, caridade mas não acredito naquilo que os homens dizem que ele disse.

 

A gente tem que agradecer a Deus ou seja lá o que for que está lá em cima pelo fato de que todos nós sobrevivemos.

 

Pense globalmente e atue localmente.

 

O que nós temos de fazer é manter viva a esperança. Porque sem esperança nós todos vamos naufragar.

 

Os inimigos são muito poderosos, e estão por todas as partes em que existam mais de três homens vivendo. Estão no ar, estão no espírito.

 

Ninguém sabe o que é ser rico até ser rico.

 

O sonho acabou; vamos encarar a realidade.

 

Eu pensava de verdade que todos nós seríamos salvos pelo amor.

 

A vida é o que acontece enquanto estamos fazendo outros planos.

 

O Cristianismo vai desaparecer. Vai diminuir e encolher. (...) Nós [Beatles] somos mais populares do que Jesus neste momento. Não sei qual vai desaparecer primeiro – o 'rock and roll' ou o Cristianismo. Cristo não era mau, mas os seus discípulos eram obtusos e vulgares. É a distorção deles que estraga [o Cristianismo] para mim.

 

Se tivesse dito que a televisão era mais popular do que Jesus, ninguém teria ligado.(...) Não sou antiDeus, antiCristo ou anti-religião. (...) Não estou a dizer que sejamos melhores ou maiores ou a comparar-nos a Jesus Cristo como pessoa ou Deus ou seja o que for. Disse o que disse e estava errado - ou fui interpretado erradamente.

 

Você faz seu próprio sonho. É a história dos 'Beatles', não é? É a história de Yoko. É o que eu digo agora. Faça seu próprio sonho, se você quiser salvar o peru. É bem possível fazer alguma coisa, mas não dotá-lo de parquímetros. Não espere que Jimmy Carter ou Ronald Reagan ou John Lennon ou Yoko Ono ou Bob Dylan ou Jesus Cristo venha e faça por você. Você tem de fazê-lo sozinho. É o que os grandes mestres têm dito desde que os tempos começaram. Eles podem apontar o caminho, deixar indicações e instruções em variados livros que são chamados sagrados e venerados por suas capas, e não por aquilo que dizem, mas as instruções estão aí para que todos as vejam. Sempre estiveram e sempre estarão. Não há nada de novo sob o Sol. Todos os caminhos levam a Roma. E as pessoas não podem fazê-lo por você. Eu não posso despertar você. Você pode se despertar. Eu não posso curar você. Você pode se curar.

 

O medo do desconhecido! É o medo do desconhecido que impele todo mundo para os sonhos, para as ilusões, para as guerras, para a paz, para o amor, para o ódio. Tudo isto é ilusão. É isto o desconhecido. Aceite o desconhecido e será uma viagem tranqüila.

 

As pessoas estão sempre vendo pequenos fragmentos, mas eu vejo o todo... Não só na minha própria vida, mas o Universo todo, o jogo todo.

 

Às vezes, a gente pondera, quer dizer, pondera mesmo. Eu sei que fazemos nossa própria realidade, e que sempre temos uma escolha. Mas quanto disso é predeterminado? Será que existe sempre uma bifurcação na estrada, com dois caminhos igualmente predeterminados? Poderia haver centenas de caminhos em que se pudesse escolher esta ou aquela direção; existe a escolha, às vezes é muito estranho...

 

 

 

 

Ao se separar de Yoko Ono, comentou: Por trás de toda grande mulher existe sempre um grande babaca!

 

 

 

 

 

Vivemos em um mundo onde temos que nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.

 

Eu quero dinheiro apenas para ser rico.

 

Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento.

 

É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.

 

O trabalho não justifica a existência. A gente trabalha para existir. E vice-versa.

 

A mulher é o negro do mundo. A mulher é a escrava dos escravos. Se ela tenta ser livre, você diz que ela não te ama. Se ela pensa, você diz que ela quer ser homem.

 

Eu componho de acordo com as circunstâncias em que estou envolvido, seja de ácido, seja na água.

 

Um artista nunca pode ser absolutamente ele mesmo em público, pelo simples fato de estar em público. Pelo menos, ele precisa sempre ter alguma forma de defesa.

 

Amo a liberdade. Por isto, deixo livres as coisas que amo. Se elas voltarem, é porque as conquistei. Se não voltarem, é porque nunca as possuí.

 

Quando você fizer algo nobre e belo e ninguém notar, não fique triste, pois o Sol, todas as manhãs, proporciona um lindo espetáculo, e, no entanto, a maioria da platéia ainda dorme.

 

 

 

 

Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...

Imagine there's no countries,
It isn't hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

Imagine no possessions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of men,
imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I'm a dreamer,
but Im not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one.

 

Imagine que não exista paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o céu.
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...

Imagine que não existam países,
Não é difícil de fazer,
Nada porque matar ou morrer,
Nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Imagine nenhuma propriedade,
Eu me admiro se você conseguir.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.

Você pode dizer que sou sonhador,
Mas eu não sou o único.
Eu espero que algum dia você se junte a nós,
E o mundo viverá como um só.

 

Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.

 

Eu sou ele como você é ele; como você é eu e nós somos todos juntos.

 

Você não precisa de alguém para lhe dizer quem você é ou o que você é. Você é o que você é!

 

O importante é sermos nós mesmos. Se todas as pessoas fossem o que são, ao invés de fingirem que são o que não são, existiria a paz.

 

Tudo pelo amor, e que se dane o mundo!

 

Por que nós estamos no mundo? Certamente não para viver com medo e dor. Nós todos brilhamos como a Lua, as estrelas e o Sol...

 

Ou você se cansa lutando pela paz ou morre.

 

Nós temos um Hitler dentro de nós, mas também temos paz e amor...

 

Creio que a maioria das escolas são prisões. A cabeça da criança é aberta; depois, fazem-na ficar estreita para que vá disputar na sala de aula. Isto é irracional.

 

Eu sempre que podia compunha sobre mim mesmo. Realmente, eu nunca gostei de compor na terceira pessoa.

 

Eu acredito em Wilhelm Reich5 – aquele cara que disse: — 'Não se torne um líder'.

 

Eu nunca me proclamei uma divindade. Nunca clamei pela pureza da minha alma.

 

Não tenho nada com o passado; não quero manter as aparências apenas porque um punhado de saudosistas insiste em viver nos anos 60. Isto tudo já mudou.

 

Eu não acredito em Jesus; eu não acredito em gurus; eu não acredito nos 'Beatles'.

 

Eu posso avacalhar os 'Beatles', mas não vou deixar que Mick Jagger faça isso.

 

Não quero mais ser pulga amestrada de circo.

 

Cada um tem de sujar as próprias mãos.

 

Não vou sacrificar o amor – o amor de verdade – por nenhuma puta, por nenhum amigo ou por trabalho, porque, no fim, a gente acaba é dormindo sozinho.

 

Eu acredito em tudo, até que seja contestado. Assim, eu acredito nas fadas, nos mitos e em dragões. Tudo existe, mesmo se estiver só em sua mente. Quem é que poderá dizer que os sonhos e os pesadelos não são tão reais quanto o aqui e o agora?

 

Eu acredito em Deus, mas não como uma coisa, não como um velho no céu. Creio que o que as pessoas chamam de Deus é algo que está em todos nós.6 Acredito que o que Jesus, Maomé, Buda e outros disseram está certo. São as traduções que foram erradas.

 

 

 





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Notas:

1. Antes de Elvis Presley não havia nada? Como não havia nada? Nada? Ora, eu não concordo com isto, mesmo que a referência esteja vinculada apenas ao Rock, pois o Rock não é tudo. E mais: a música rock (ou simplesmente rock) é um termo abrangente para definir um gênero musical popular que se desenvolveu durante e após a década de 1960. Suas raízes se encontram no rock and roll e no rockabilly (um subgênero do rock and roll) que emergiu e se definiu nos Estados Unidos da América no final dos anos quarenta e início dos cinqüenta, que evoluiu do blues, da música country e do rhythm and blues, entre outras influências musicais que ainda incluem o folk, o gospel, o jazz, a soul music, a surf music e a música clássica. Todas estas influências foram combinadas em uma simples estrutura musical baseada no blues que era rápida, dançável e pegajosa. Então, como não havia nada antes de Elvis Presley? Mas, como me explicou o Frater Vicente Velado, antes do Elvis, instrumentistas e cantores, orquestras e corais, ópera etc., podiam até empolgar e enternecer as platéias, mas não interagiam com elas em termos de troca de energia. Com isto eu concordo, mas só 95%. Por isto, pergunto: e o Enrico Caruso? E o Bing Crosby? E o Frank Sinatra? E o Cauby Peixoto, com sua voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado e pelo seu estilo dândi – o Elvis Presley Brasileiro, segundo as revistas Time e Life? E Carmen Miranda a Pequena Notável (apelido que lhe fora dado pelo locutor César Ladeira) precursora do tropicalismo? E o Tico-Tico no Fubá, choro composto por Zequinha de Abreu e gravado por Carmen Miranda e Ray Conniff, apresentado pela primeira vez em um baile da Cidade de Santa Rita do Passa Quatro (município do estado brasileiro de Minas Gerais, situado na microrregião de São Lourenço), em 1917, e agora homenageado pela orquestra sinfônica de Berlim? E Bessie Smith e Glenn Miller, ambos citados pelo próprio Lennon? Ainda o Frater Velado: com Elvis veio a era dos grandes shows marcados pela empolgação das massas, levadas até os extremos do histerismo, como Janis Joplin, Bob Marley, Roling Stones, Beatles, Prince, Madona, dezenas de conjuntos de rock, Michael Jackson, Ney Matogrosso, Cazuza, Yvete Sangalo, Claudia Leite etc. Antes de Elvis, o máximo que se podia ver, em matéria de interação energética, era o cancan do Moulin Rouge... e a platéia babando. Quando você escuta um concerto de Mozart, Brahms, Beethoven, Vivaldi, você pode ficar embevecido e impregnado do clima transmitido pelo compositor, pelo maestro e pela orquestra, mas você não interage com eles. Todavia, se você assiste a um show do Elvis ou da Yvete Sangalo você vai sentir a interação – que é o modus operandi pelo qual o All Are One se faz presente... Está bem. Depois de todas estas explicações, vou aumentar a minha porcentagem de concordância para 99%. Mas, e as teenagers (bobby soxers) dos anos 40 que ficavam alucinadas com o Frank Sinatra? E isto aconteceu bem antes de o fantástico Elvis se tornar o The Pelvis! Bem, discuti este tema porque ele se presta para comentar que absolutizar o que quer que seja é meio perigoso, para não dizer perigosíssimo. Absolutizações, geralmente, levam a radicalizações, a ultramontanismos e a fanatismos, o que, evidentemente, não é o caso do Frater Velado, e muito menos de suas explicações. E também não foi o caso de Lennon. Entretanto, isto tudo serve também para mim, que acho o Frank Sinatra o melhor cantor que já pintou por aqui. Mas não absolutizo este gostar, pois, admiro inúmeros outros cantores e cantoras, tanto nacionais quanto estrangeiros. Elizeth Cardoso, Ella Fitzgerald, Maysa, Dick Farney, Charles Aznavour e Tony Bennett são apenas alguns deles. E o Nat King Cole, claro, que não pode ficar de fora de nenhuma lista.

2. Chuck Berry ou Charles Edward Anderson Berry (Saint Louis, Missouri, 18 de outubro de 1926) é um compositor, cantor e guitarrista americano. É apontado por muitos como o inventor do Rock and Roll. Foi um dos primeiros membros do Hall da Fama do Rock and Roll homenageado em 1986.

 

 

Chuck Berry

 

 

 

3. Ora, novamente tenho de discordar de Lennon. A ignorância longe está de ser uma espécie de bênção; é uma prisão – talvez seja até a pior das prisões. Perdão, vou corrigir: a ignorância é a pior das prisões! O ignorante engendra e estabelece critérios que permitem desclassificar o conselho alheio em prol da sua falta de conhecimento, e busca estabelecer idéias falsas e esdrúxulas sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca, de forma errônea e que prejudicam mais do que desagradam aqueles que o cercam. Enfim, a ignorância consentida é uma espécie de mumificação consciente. Goethe (1749 - 1832) escreveu: Não há nada mais terrível do que uma ignorância ativa. E mais: Ninguém fica doido de tanto estudar! É mais fácil ficar doido de tanto ser burro. (André Azevedo da Fonseca, 16 de março de 1975 -). A ignorância não é uma bênção. Se os inteligentes sofrem por suas inquietações existenciais, os estúpidos sofrem por coisas inacreditavelmente idiotas. (ibidem). Quanto mais sabemos, mais fácil é admitir o que não sabemos. (Leonid S. Sukhorukov, 1945 -). Quem é, então, o perseguidor? É aquele cujo orgulho ferido e fanatismo em furor irritam o príncipe ou os magistrados contra homens inocentes, cujo único crime consiste em não agasalharem a mesma opinião. (Voltaire, Paris, 21 de novembro de 1694 - Paris, 30 de maio de 1778). Talvez, elite verdadeira fosse a dos bem informados. Um povo pouco informado acredita no primeiro demagogo que aparece e, por cegueira ou por carência, segue o caminho de seu próprio infortúnio. (Lya Luft, 15 de setembro de 1938 -). É tolice ser sábio onde a ignorância é bem-aventurança. (Bhaktivedanta Swami Prabhupada, 1º de setembro de 1896 - 14 de novembro de 1977). Por outro lado, a consciência consciente de que somos ignorantes é um ato de generosa humildade e de grandeza. Karl Popper (Viena, 28 de julho de 1902 - Londres, 17 de setembro de 1994), em As Origens do Conhecimento e da Ignorância, escreveu: Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais profundo é o nosso conhecimento, mais específico, consistente e articulado será o nosso conhecimento do que ignoramos – o conhecimento da nossa ignorância. Esta, com efeito, é a principal fonte da nossa ignorância: o fato de que o nosso conhecimento só pode ser finito, mas a nossa ignorância deve necessariamente ser infinita... Vale a pena lembrar que, embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância. E Sêneca, em Cartas a Lucílio, refletiu: Por que causa a ignorância nos mantém agarrados com tanta força? Primeiro, porque não a repelimos com suficiente energia nem usamos todas as nossas forças para nos libertarmos dela; depois, porque não confiamos o bastante nas lições dos sábios nem as interiorizamos como deveríamos; antes, tratamos uma tão magna questão de forma leviana. Como pode alguém, aliás, aprender suficientemente a lutar contra os vícios, se apenas dedica a esse estudo o tempo que os vícios lhe deixam livre? Nenhum de nós aprofunda bastante esta matéria; abordamos o assunto pela rama e, como gente extremamente ocupada, achamos que dedicar umas horas à Filosofia é mais do que suficiente. E o que mais nos prejudica é a facilidade com que o nosso amor-próprio se satisfaz. Se encontramos alguém que nos ache homens de bem, homens esclarecidos e irrepreensíveis, logo nos mostramos de acordo! Nem sequer nos contentamos com louvores comedidos: tudo quanto a adulação despudoradamente nos atribui, nós o assumimos como de pleno direito. Se alguém nos declara os melhores e mais sábios do mundo, nós assentimos, mesmo quando sabemos que esse alguém é useiro e vezeiro na arte da mentira! A nossa autocomplacência vai mesmo tão longe que pretendemos ser louvados em nome de princípios que as nossas ações frontalmente desmentem. A conseqüência é que ninguém mostra vontade de corrigir o seu caráter, pois cada um se considera a melhor pessoa deste mundo. Então, não custa nada repetir: a ignorância consentida é uma espécie de mumificação consciente. O pior é que, como disse Nicolas Boileau (1º de novembro de 1636 - 13 de março de 1711), a ignorância está sempre pronta a admirar-se a si própria.

 

 

Narciso
(Animação produzida a partir de uma tela de
Michelangelo Merisi da Caravaggio,
29 de setembro de 1571 – 18 de julho de 1610)

 

 

4. Esta afirmação está em contradição com aquela que diz: Antes de Elvis Presley, não havia nada. Ainda Bem! Não há nada melhor do que ser contraditório! Contradição é avanço! Contradição é sinceridade! Contradição é humildade! Contudo, quando se percebe uma contradição, o melhor a fazer é imitar Santo Agostinho (que passou em revista o que escreveu, em 427 d.C, alguns anos antes de morrer) e escrever uma Retractationes. Nesta revisitação confitente, o Santo deixou não só um documento literário singular e extremamente precioso, mas, também, um ensinamento de sinceridade e de humildade intelectual. Para ler mais sobre este assunto, por favor, dirija-se a:

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/
2008/documents/hf_ben-xvi_aud_20080220_po.html

5. Wilhelm Reich (Dobrzanica, 24 de março de 1896 – Lewisburg, Pensilvânia, 3 de novembro de 1957) foi um psiquiatra e psicanalista austríaco radicado e morto nos Estados Unidos. Apesar de ter sido um discípulo dissidente de Sigmund Freud, deste não se apartou na compreensão de que toda a psique humana deriva da compreensão das funções sexuais. E suas opiniões radicais a respeito da sexualidade resultaram em consideráveis equívocos e distorções de seu trabalho por autores futuros e, conseqüentemente, despertaram muitos ataques difamatórios e infundados. Onde quer que fosse, Reich era tratado como louco, e suas idéias eram tidas como pura mistificação.

6. Há algo mais místico, mais Rosa+Cruz, do que isto? Nesta eu estou com Lennon e não abro.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://mauriciofernando.wordpress.com/
2009/01/22/a-cultura-como-mito-e-ilusao/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rockabilly

http://rocknrollattitude.centerblog
.net/156108-gif-rock-n-roll

http://www.baixaki.com.br/
papel-de-parede/15794-cobra.htm

http://www.john-lennon.com/

http://crazyseawolf.blogspot.com/2008/
12/john-lennon-frases-e-citacoes.html

http://www.paralerepensar.com.br/
lennon.htm

http://www.frasesfamosas.com.br/
de/john-lennon/pag/4.html

http://www.frasesfamosas.com.br/
de/john-lennon/pag/2.html

http://www.frasesfamosas.com.br/
de/john-lennon.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Wilhelm_Reich

http://br.geocities.com/
noemijunko/john_lennon.htm

http://www.youtube.com/
watch?v=SMko9iWIGgQ

http://www.pensador.info/
autor/John_Lennon/2/

http://www.pensador.info/
autor/John_Lennon/

http://pt.wikiquote.org/
wiki/John_Lennon

http://www.citador.pt/pensar.php?
op=10&refid=200603060900

http://www.citador.pt/pensar.php?
op=10&refid=200809030900

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Ignor%C3%A2ncia

 

Fundo musical:

Imagine (John Lennon)

Fonte:

http://www.sternton.com/
midi/midimix/songfj.htm