1870,
janeiro, 28 – Diplomou-se no Recife em Ciências Sociais e Jurídicas.
Após a formatura retornou ao Rio, tentando advocacia e iniciando-se
no jornalismo, em A Reforma, defendendo princípios monárquicos.
1872
– Publicou o seu primeiro livro Camões e os Lusíadas,
com 294 páginas. Anteriormente publicara dois opúsculos: O
gigante da Polônia, em 1864, e O Povo e o Trono, em
1869. Publicou ainda, neste ano, um outro trabalho Le Droit du Meurtre,
em homenagem a Renan, que exercia grande influência no seu espírito.
1872
– Com o dinheiro obtido com a venda do Engenho Serraria, herdado de
sua madrinha, passou um ano na Europa, viajando, fazendo contatos com intelectuais
e políticos e se preparando para o futuro.
1876,
abril, 26 – Obteve o seu primeiro cargo público, o de adido
de legação nos Estados Unidos, cargo que lhe proporcionou
um melhor conhecimento do país, onde na velhice seria embaixador,
contatos e estudos em Nova Iorque (onde viveu a maior parte do tempo) e
em Washington.
1878
– Foi eleito, graças ao apoio do Barão de Vila Bela,
deputado geral pela província de Pernambuco, passando no ano seguinte
a participar do Parlamento, com destaque, em face da sua origem, ao valor
de sua oratória e da independência frente ao Governo Sinimbu,
do seu próprio partido. Ele, ao lado de outros jovens deputados,
iniciou então a campanha contra a escravidão, em favor da
abolição da escravatura. Nessa legislatura, Nabuco combateu
um projeto de exploração do Xingu, defendendo os direitos
dos indígenas, e criticou o envio de uma missão governamental
à China, visando estimular a migração de chineses que
deveriam substituir os escravos nas fainas agrícolas. Nabuco verberou
este projeto que classificou de tentativa de mongolização
do País.
1880
– Comemoração do terceiro centenário de Camões,
no Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, tendo Nabuco sido
o orador oficial, realizando brilhante discurso.
1880,
setembro, 7 – Nabuco organizou e instalou, em sua residência,
a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, desafiando a elite conservadora
da época, que considerava a escravidão uma instituição
indispensável ao desenvolvimento do Brasil. Assim, ele aprofundou
as divergências com o seu partido, o Liberal, e inviabilizou a sua
reeleição.
1882,
fevereiro, 1º – Derrotado nas eleições para a Câmara
dos Deputados, quando disputou um lugar pela Corte, como representante dos
abolicionistas, partiu para a Europa, para o que chamou de exílio
voluntário. Em Londres, viveu como advogado e jornalista (representante
do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro) e escreveu um dos seus principais
livros, O Abolicionismo, publicado em 1884.
1884
– Realizou a campanha para a eleição, por Pernambuco,
à Câmara dos Deputados, defendendo ao lado de José Mariano,
a causa do abolicionismo. Seus discursos e conferências foram reunidos
no livro A Campanha Abolicionista, publicado em 1885, onde defendeu
idéias bastante avançadas. Vitorioso sobre o candidato conservador,
Machado Portela, foi, entretanto, expurgado pela Câmara.
1885,
julho, 7 – O expurgo de Nabuco causou a maior revolta em Pernambuco.
1885
– Atuação de Nabuco na Câmara dos Deputados, defendendo
o Gabinete Dantas e o seu Projeto de libertação dos sexagenários,
apesar de considerá-lo muito moderado. Em seguida à queda
de Dantas, ele atacou as modificações feitas ao Projeto pelo
novo presidente do Conselho, J. A. Saraiva, que seria transformado em Lei
pelo Gabinete Cotejipe, em 28 de setembro.
1885,
setembro,14 – Nabuco apresentou à Câmara dos Deputados
um projeto de lei em favor da federação das províncias,
tentando concretizar velha aspiração regionalista brasileira.
1886,
janeiro, 15 – Nabuco foi derrotado em eleição para a
Câmara dos Deputados ao tentar se eleger pelo Recife. Dedicou-se ao
jornalismo escrevendo uma série de opúsculos, em que identificou
a Monarquia com a escravidão e fez sérias críticas
ao Governo. Estes opúsculos se intitulavam O Erro do Imperador,
O Eclipse do Abolicionismo e Eleições Liberais
e Eleições Conservadoras, publicados em 1886.
1887,
setembro,14 – Nabuco derrotou Machado Portela em eleição
memorável no Recife, quando este, Ministro do Império, tentava
confirmar o seu mandato, voltando à Câmara para concluir o
seu apostolado em favor da abolição.
1888,
fevereiro, 10 – Teve audiência particular com o Papa Leão
XIII e relatou a luta pelo abolicionismo no Brasil, tendo, possivelmente,
influenciado o grande pontífice na elaboração de uma
encíclica contra a escravidão.
1888,
março, 10 – O Gabinete João Alfredo assume o Governo
com o propósito deliberado de abolir a escravatura no Brasil. Nabuco,
apesar de o Gabinete ser conservador, o apoiou e deu uma grande contribuição
à aprovação da Lei Áurea. Em seguida, quando
os ressentidos com a abolição se lançaram contra João
Alfredo, Nabuco veio em sua defesa, realizando, em 22 de maio de 1889, um
dos seus mais memoráveis discursos na Câmara dos Deputados.
1889,
abril, 28 – Casou-se com Evelina Torres Soares Ribeiro, filha do Barão
de Inhoã e fazendeiro em Maricá, na então província
do Rio de Janeiro.
1889,
agosto, 21 – Nabuco foi eleito deputado por Pernambuco, para a última
Legislatura do Império, sem ir ao Recife e sem solicitar o apoio
do eleitorado. Começava a se desiludir dos processos políticos
no País e temia pela queda da Monarquia, a quem era fiel, embora
procurasse liberalizá-la e não poupasse críticas à
instituição e ao próprio Imperador.
1889,
novembro, 15 – Proclamação da República e posicionamento
de Nabuco em favor da Monarquia, recusando-se, inclusive, apesar de solicitado,
a postular uma cadeira na Assembléia Constituinte de 1891. Justificou
sua posição no opúsculo Porque Sou Monarquista.
1891,
junho, 29 – Surgiu o Jornal do Brasil, fundado por Rodolfo Dantas,
com a finalidade de bem informar a população e de defender,
de forma moderada, a restauração da Monarquia. Nabuco, convidado,
tornou-se colaborador desse jornal. Naquela ocasião, lutando pela
vida, voltou à advocacia, abrindo escritório em sociedade
com o conselheiro João Alfredo. Não foram bem sucedidos na
profissão e um ano depois fecharam o escritório.
1892
– Viajou à Inglaterra com a família, aí permanecendo
por alguns anos. Fazendo um balanço de sua vida, voltou à
Igreja Católica, que havia abandonado na juventude, passando a freqüentar
as cerimônias religiosas e se confessando, em 28 de maio, na Capela
de Nossa Senhora das Dores. Sua comunhão só seria feita no
Rio de Janeiro em 22 de dezembro do mesmo ano. O livro Minha Fé,
publicado em 1986 pela Fundação Joaquim Nabuco, relata o processo
de conversão do ilustre estadista.
1895
– No auge das disputas entre monarquistas e republicanos escreveu
um opúsculo, O Dever dos Monarquistas, em resposta a outro
escrito pelo almirante Jaceguai, favorável ao novo regime intitulado
O Dever do Momento.
1896,
janeiro, 12 – Foi publicado no Jornal do Commercio um manifesto do
Partido Monarquista, recém-fundado, tendo como signatários,
além de Nabuco, os conselheiros João Alfredo, Lafaiete Pereira,
o visconde de Ouro Preto, Afonso Celso e outros.
1893/1899
– Período de intensa atividade intelectual de Nabuco. Não
aceitando os cargos nem os encargos da República, Nabuco dedicou-se
às letras, escrevendo livros e artigos para jornais e revistas. Alguns
livros foram escritos inicialmente para publicação de seus
capítulos, como artigos, nos jornais e na Revista do Brasil. Estes
livros, quase sempre de comentários políticos, foram Balmaceda
(publicado em 1895) sobre a guerra civil no Chile e A Intervenção
Estrangeira na Revolta de 1893 (publicado em 1896) onde, além
de analisar o desenrolar da luta, faz confronto entre Saldanha da Gama,
maior líder da Revolta, e Floriano Peixoto, que encarnava a legalidade.
Também deste período é Um Estadista do Império
(1896), seu principal livro, em que analisa a vida do senador Nabuco de
Araújo e a vida política, econômica e social do país
durante a atuação do mesmo. Ainda desta época é
o seu livro de memórias, intitulado Minha Formação,
publicado parcialmente na imprensa e reunido em livro em 1900.
1896
– Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras,
que teve Machado de Assis como seu primeiro presidente e Nabuco como secretário
perpétuo.
1896,
janeiro, 25 – Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro.
1899,
março, 9 – Aceitou convite do Governo da República para
defender o Brasil na questão de limites com a então Guiana
Inglesa de que seria árbitro o Rei Victor Emanuel da Itália.
Iniciou um processo de afastamento do grupo monarquista e a sua conciliação
com a República.
1900,
março – Morte de Sousa Correia, ministro brasileiro na Inglaterra,
provocando o convite do Gabinete do Governo para que Nabuco aceitasse este
lugar, passando a ser funcionário da República. Nabuco inicialmente
aceitou ser plenipotenciário em missão especial deixando a
chefia da legação com o encarregado de negócios.
1900,
agosto – Aceitou o cargo de chefe da legação em Londres
e tornou-se, finalmente, funcionário da República.
1900,
dezembro – Proferiu, no Rio de Janeiro, em banquete que lhe foi oferecido,
discurso considerado como a sua declarada adesão à República.
1903
– Publicou-se, em Paris, o livro O Direito do Brasil (primeira
parte) em que analisou as razões do Brasil na contenda com a Inglaterra
a respeito de uma área territorial fronteiriça com a Guiana
Inglesa.
1904,
junho, 14 – O rei Victor Emanuel, da Itália, deu o laudo arbitral
na questão da Guiana Inglesa, dividindo o território disputado
em duas partes (3/5 para a Grã-Bretanha e 2/5 para o Brasil) o que
foi considerado por todos, inclusive por Nabuco, como uma derrota para o
Brasil.
1905
– Criada a Embaixada do Brasil em Washington, Nabuco foi nomeado embaixador
do Brasil, apresentando suas credenciais ao presidente Theodore Roosevelt,
em 25 de maio. Como embaixador em Washington, ligou-se muito ao Governo
norte-americano e defendeu uma política pan-americana, baseada na
doutrina de Monroe. Também viajou bastante pelos Estados Unidos e
proferiu dezenas de conferências em universidades americanas.
1906,
julho – Organizou a III Conferência Pan-americana, realizada
no Rio de Janeiro, com a presença do Secretário de Estado
dos Estados Unidos.