Memento Mori1

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

Memento Mori
(Tempo. Vida. Morte.)

 

 

 

Memento mori...

Somos todos falecentes!2

Memento mori...

 

Memento mori...

Transição! Para todos!

Memento mori...

Vizinhos! Antípodos!

 

Memento mori...

Pedra! Planta! Animal!

Memento mori...

Previsível? Incidental?

 

Memento mori...

Mentores! Aprendizes!

Memento mori...

Deuses! Coiós! Belizes!

 

Memento mori...

Submissos! Senhores!

Memento mori...

Sinhazinhas! Feitores!

 

Memento mori...

Experiência inigualável!

Memento mori...

Instante incomparável!

 

Memento mori...

Não querer? Vale o quê?

Memento mori...

Só morrendo! O porquê!

 

Memento mori...

A morte? É só andança!

Memento mori...

Andança? É boa livrança!

 

 

 

Castigo de Escravos4
(Jacques Etienne Victor Arago)



 

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Notas:

1. Memento mori é uma expressão latina que significa algo como lembre-se de que você é mortal, lembre-se de que você vai morrer, ou, traduzida literalmente, lembre-se da morte. Este tipo de pensamento é muito utilizado no âmbito da Literatura, principalmente na Literatura Barroca.

2. Há pessoas que não podem falar e nem sequer pensar na morte. Ora, por quê? Quando realizarmos ou nos acostumarmos com a idéia de que a morte nada mais do que um aspecto da Vida – da Vida Eterna – acho que o mal-estar e o medo do tema desaparecerão. Sábado passado, 29 de setembro de 2012, morreu Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, mais conhecida como Hebe Camargo ou, simplesmente, Hebe, que, certa vez disse: — Não tenho o direito de pedir nada a Deus. Só tenho de agradecer. Eu só fico pensando: lá no céu, ela deve estar morrendo de rir de ter morrido. Eu, que, quando morrer, também vou morrer de rir de ter morrido, só me preocupo com uma coisa: será que poderei soltar meus punzitos por lá?

 

 

 

 

3. Somos a síntese de nossas subpersonalidades ou personalidades secundárias ou personalidades alternativas, podendo cada uma atuar ou se manifestar espontânea e independentemente ou não, podendo ou não haver dissociação e cisão da parte central do self – o que é incomum. O psicólogo e neurologista francês Pierre-Marie-Félix Janet, conhecido simplesmente como Pierre Janet, (Paris, 30 de maio de 1859 – Paris, 24 de fevereiro de 1947), afirmou: Muitas atividades mentais ocorrem independentemente de nossa consciência. Além disto, existem muitas personalidades secundárias reais vivendo ocultas na personalidade cotidiana ou alternando com esta. Conforme nossos estados emocionais, as personalidades secundárias poderão assomar com maior ou menor freqüência e com maior ou menor intensidade, sem que isto chegue a produzir propriamente uma desordem dissociativa, isto é, um estado agudo de descompensação mental. Ora, se a Lei da Reencarnação é um fato – e é – somos hoje o que fomos no passado (próximo + remoto), sendo que a nossa última encarnação é a preponderante em nossa personalidade. Por isto, ninguém consegue se livrar de suas manias, de seus transtornos obsessivo-compulsivos (TOCs), de seus desdouros, de suas interpretações e representações equivocadas da vida etc. em apenas uma só existência. Precisamos nascer e morrer quantas vezes forem necessárias para corrigir nossos defeitos e nossas ambigüidades. É neste sentido que somos nossos próprios descendentes e nossos próprios ascendentes. Nossos pais são tão-somente os veículos. Benditos veículos!

4. A Escrava Anastácia (Pompéu, Minas Gerais, 12 de maio de 1740 – morte: data e local incertos) é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira, cultuada informalmente pela realização de supostos milagres. A existência da escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas efetivas da sua existência. Todavia, seu culto foi iniciado em 1968, quando em uma exposição da Igreja do Rosário do Rio de Janeiro, em homenagem aos 80 anos da Abolição, foi exposto um desenho de Jacques Etienne Victor Arago (1790 – 1854) representando uma escrava do século XVIII que usava uma máscara de flandres (usada no período da escravidão), que permitia à pessoa apenas enxergar e respirar, sem, contudo, deixar levar alimento à boca. No imaginário popular, a Escrava Anastácia era uma escrava de linda e rara beleza, que chamava atenção de qualquer homem. Ela era curandeira, ajudava os doentes, e, com suas mãos, fazia verdadeiros milagres. Por se negar a manter relações sexuais com seu senhor e insistir em permanecer virgem, apanhou muito e foi sentenciada a usar uma máscara de ferro por toda a vida. Era regularmente espancada, o que a fez viver pouco tempo, tempo este em que sofreu verdadeiros martírios. Dizem que quando Anastácia morreu, seu rosto estava todo deformado. A Escrava Anastácia é cultuada tanto no Brasil quanto na África.

 

Música de fundo:

Fita Amarela
Composição: Noel Rosa
Interpretação: Nelson Goncalves

Fonte:

http://rapidlibrary.com/files/nelson-goncalves
-fita-amarela-mp3_40022715.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://apometria-renovatiovita.
blogspot.com.br/

http://www.hcnet.usp.br/ipq/
revista/vol34/s1/pdf/42.pdf

http://buracosupernegro.blogspot.com.br/
2012/09/estrelas-nao-se-apagam.html

http://gartic.uol.com.br/
desenhos/hebe-camargo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hebe_Camargo

http://choromboproyect.blogspot.com.br/
2011_04_24_archive.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Escrava_Anast%C3%A1cia

http://samdesnuda.blogspot.com.br/
2008/11/conscincia-negra.html

http://photosen.com/nature/beautiful-sky

http://mfmaboruregion.org/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Memento_mori

 

Direitos autorais:

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