Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 4ª e última parte de alguns fragmentos selecionados da obra Horizonte Perdido (Lost Horizon), um romance publicado em 1933 e escrito pelo autor britânico James Hilton. Informo que alguns fragmentos foram didaticamente editados, sem, contudo, serem alterados ou adulterados pelas edições.
Breve Biografia
James Hilton
James Hilton (9 de setembro de 1900 – 20 de dezembro de 1954) foi um escritor inglês de romances e roteiros para o cinema. Sua obra de maior destaque é o romance de 1933 Lost Horizon (Horizonte Perdido), em que idealizou o Mito de Shangri-Lá – um lugar paradisíaco situado nas Montanhas do Himalaia, sede de panoramas maravilhosos e onde o tempo parece se deter em um ambiente de felicidade e saúde, com a convivência harmoniosa entre pessoas das mais diversas procedências. Shangri-Lá costuma ser entendido como um paraíso terrestre oculto, pois, de modo geral, as pessoas costumam buscar a felicidade em o-que-não-é, já que desconhecem O-QUE-É.
James Hilton nasceu em Leigh, Lancashire, Inglaterra, em 9 de setembro de 1900, e morreu em Long Beach, Califórnia, EUA, em 20 de dezembro de 1954. Realizou os primeiros estudos em Londres, onde seu pai era mestre-escola e, em 1921, se formou em História, pela Universidade de Cambridge. Mas, na adolescência, já revelava marcante inclinação literária, escrevendo seu primeiro romance, Catherine Herself (1920), com apenas dezessete anos de idade. Escrevia também uma apreciada coluna semanal para o jornal universitário Iris Independent. Saindo da Universidade, passou a colaborar em vários jornais e continuou a escrever romances, pretendendo ter uma carreira de sucesso no mundo literário. Publicou seu segundo romance E Agora Adeus (And Now Goodbye), em 1931, conseguindo uma discreta acolhida do público e da crítica. Mas, o verdadeiro sucesso veio com Adeus Mr. Chips (Goodbye Mr. Chips), em 1934, romance sobre um velho professor, narrado de maneira singela e despretensiosa. O sucesso trouxe a redescoberta de outros romances, sempre escritos anteriormente, principalmente Fúria no Céu (Rage in Heaven, 1932) e Horizonte Perdido (Lost Horizon, 1933). Este último, um verdadeiro best-seller, fala simbolicamente da ambição humana e do ideal de paz e sabedoria, tal como se manifesta no Reino de Shangri-Lá. Combinando habilmente aventura com uma bela mensagem, o romance recebeu o Prêmio Hawthorden. Em 1935, Hilton partiu para Hollywood, onde permaneceu até o final de sua vida, escrevendo roteiros originais e adaptações cinematográficas de seus próprios romances. Tornou-se figura extremamente popular nos Estados Unidos, não somente por seus livros e filmes, mas, também, por artigos em revistas, críticas literárias e aparições no rádio. Excelente narrador, sobre ele disse um crítico do The New York Times: Poderia contar uma história absorvente e excitante sobre quase nada. Hilton escreveu muitos romances. Além dos já citados, destacam-se ainda: O Amor Nasceu do Ódio (Knight Without Armour, 1933), Não Estamos Sozinhos (We Are Not Alone, 1937), Na Noite do Passado (Random Harvest, 1941), Aquele Dia Inesquecível (So Well Remembered, 1945) e Jornada Matutina (Morning Journey, 1951). Entre seus trabalhos para o cinema destacam-se a Narração Para Madame Curie (1943) e o roteiro de A Dama das Camélias (1956), além das adaptações que fez para seus próprios romances, a maioria deles levados à tela com grande sucesso.
Fragmentos da Obra
Há sempre algo de patético na destruição de um ideal.
Quem já não teve a sensação de possuir muitas vidas, das quais tão-só uma podia ser reclamada pela morte?
Você já percebeu que o tempo acaba dissipando as nossas nostalgias intelectuais e sentimentais? Sempre acaba sobrando uma certa fragrância, cuja melancolia nos é grata.
Os habitantes de Shangri-Lá admitem que um século é a idade em que as paixões e os caprichos da vida ordinária já desapareceram. [Bem, eu não sou um habitante de Shangri-Lá, mas, penso que isto possa acontecer bem antes.]
Em Shangri-Lá, a falta de pressa não implica de nenhum modo ausência de interesse.
Um dos primeiros passos no sentido de clarificar a mente é a obtenção de um panorama da[s] nossa[s] própria[s] vida[s] passada[s], e isto deve ser feito nenhum esforço, naturalmente.
Você já parou para pensar por que é extremamente difícil [quase impossível] um encontro ou uma entrevista com um Adepto Avançado ou com um Mestre Ascensionado? Simplesmente ou pelo menos, porque a presença das paixões humanas é muito desagradável para um Iniciado, e é um aborrecimento quase intolerável para Ele. [É isto o que, normalmente, costuma ser definido como falta de mérito nosso. Bem, aqui, eu não posso deixar fazer uma gracinha, mas, isto é ± como fazer um viagem de avião daqui a Nova Iorque ao lado de uma velhinha de 137 anos soltando gases extremamente fétidos (puns horrorosos) o tempo todo semmmmmmmm pararrrrrrrr. Com certeza, se você não vomitar ou desmaiar no meio do pesadelo, chegará a Nova Iorque amarelo-cinzento ou cinzento-amarelado! Se chegar vivo!]
Em Shangri-Lá, mesmo as regras fixas da comunidade são apenas moderadamente fixas.
Imagine a imagem de um teorema se dissolvendo limpidamente em um soneto.
Quem passou pela Primeira Guerra Mundial, [como, por exemplo, a minha mãe, em Portugal], dela saiu sob o domínio de um fastio e de uma agitação desmedidos, com os nervos arruinados. [Agora, imagine quem passou pela Segunda Guerra Mundial!]
Talvez, a exaustão das paixões seja o começo da Sabedoria.
Uma verdade incontestável: a gente pode se acostumar a tudo. [Na Antiga Roma, o poeta e filósofo Quintus Horatius Flaccus (8 de dezembro de 65 a.C. – 27 de novembro de 8 a.C.), nas suas Sátiras, I: 1.106, formulou a seguinte sentença, em latim: Est modus in rebus, sunt certi denique fines, que significa há uma justa medida em todas as coisas, existindo afinal, certos limites. Então, eu, por exemplo, não aceito e não me acostumo com a destruição da Ucrânia e com a matança dos ucranianos, nem com a destruição da Faixa de Gaza e com matança dos palestinos. Para tudo há um limite, e, nestes dois casos, não há meio-termo: esses absurdos, que jamais deveriam ter começado, precisam ter um fim para sempre. Já.]
Quem pode censurar alguém pelas suas preferências? [Um dos filhos malditos e cruéis da Grande Heresia da Separatividade é o preconceito.]
Fazemos um monte + 1 sacanagens, depois, ficamos com cagaço de enfrentar a orquestra! No final, dizemos: não gosto de orquestras!
Uma outra peculiaridade de Shangri-Lá é que seus habitantes são moderadamente verídicos.
Circunstâncias especiais exigem, algumas vezes, especial atenção.
Cinzas... Cinzas de um fogo que não queima... Cinzas que apenas aquecem... Cinzas...
O verdadeiro amor não é tortura nem aborrecimento.
É da tradição dos lamas de Shangri-Lá, paradoxo à parte, não serem escravos da tradição. Não têm normas rígidas e nenhuma regra inflexível. Fazem o que lhes parece justo, guiados um tanto pelo exemplo do passado, porém, muito mais pela Sabedoria presente e pela clarividência do futuro. [É claro que isto é simbólico, pois, os lamas de Shangri-Lá sabem que o tempo é uma mistura de miragem com ilusão.]
Precisamos aprender a ser brandos e pacientes, velar pelos Tesouros do Espírito e viver com Sabedoria e em Silêncio [não divulgar irresponsavelmente o que ainda não pode ser divulgado], enquanto a tempestade ruge lá fora. [Isto, em certo sentido, como ensinou Fulcanelli (não me lembro agora se em As Mansões Filosofais ou em O Mistério das Catedrais), é equivalente ao conselho que um Velho Alquimista deixou aos interessados na Arte-ciência da Alquimia: Paciência, Esperança, Trabalho. E também ao ensinamento que, em carta, outro Grande Adepto do século XV transmitiu a seu filho: a Paciência é a escada dos filósofos, e a Humildade a porta do seu jardim.]
Chorando, com muita pena da minha Humanidade-irmã,
isto me fez refletir, dar uma paradinha aqui
e perguntar a mim mesmo e a você:
1º) o que se passa nas cacholas dos senhores dirigentes chineses
para continuarem a manter o Tibete dominado e anexado?
2º) o que se passa nas cacholas do Sr. Putin + Oligarquia
para destruírem a Ucrânia e exterminarem os ucranianos?
3º) o que se passa nas cacholas do Sr. Bibi + Ha'kneset
para destruírem a Faixa de Gaza e dizimarem os palestinos?
4º) o que se passa nas cacholas do Sr. Súper Bigote + seguidores
para, pela força bruta, submeterem o povo venezuelano?
5º) o que se passa nas cacholas do Sr. Trump + Gabinete Presidencial
para virarem a Economia do Planeta de pernas para o ar?
6º) o que se passou nas cacholas do Sr. Jair + Correligionários
para tentarem dar um golpe de Estado no Brasil?
7º) o que se passou nas cacholas dos apunhaladores verdes-amarelos
para conspirarem para assassinar o Lula, o Alckmin e o Xandão?Será que, como previu o Lama Superior Perrault, virá uma tormenta, como jamais o mundo viu outra igual. Não haverá segurança pelas armas, nem auxílio dos poderosos, nem resposta da ciência. Rugirá até que todas as flores da cultura tenham sido espezinhadas e todas as coisas humanas se nivelem num vasto caos? A Idade das Trevas, que está por vir, cobrirá o mundo todo como uma única mortalha? [Será que, na atualidade, estamos caminhando para isto ou esta profecia, na época, se referiu a 2ª Grande Guerra (1939 a 1945), considerando que o romance foi publicado em 1933? Seja como for, o próprio Lama Superior Perrault previu: vislumbro, a grande distância, um novo mundo que nasce das ruínas, se agitando desajeitado, mas, cheio de esperança, à procura dos legendários tesouros que perdeu.]
Quando se trata de acreditar em coisas sem provas reais, todos nós nos inclinamos para aquilo que mais nos agrada. [Este é extamente o dicotômico problema da fé versus razão.]
Todos nós somos apenas uma parte de todas as coisas que são. [E, por sermos uma parte de todas as coisas que são, não devemos/podemos viver separados das contas do rosário unimultiversal, que foi, é e sempre será o mesmo. Logo, sonhar em encontrar uma Shangri-Lá, no Tibete ou onde quer que seja, preservada do tempo e da morte, e lá, isolado do mundo, viver para ou em um sempre relativo, até chegar a hora de fazer a transição, é uma forma superlativa de egoísmo delirante e covarde e de separatividade mórbida e desirmã. Precisamos, sim, estar no mundo, sem, contudo, propriamente, ser do mundo; precisamos, sim, servir à Humanidade, sem, contudo, propriamente, nos deixarmos influenciar por Ela. Aqui é o Cadinho Alquímico no qual todos nós deveremos e precisaremos Transmutar Iniciaticamente nosso chumbo interior em Ouro Espiritual, nosso demônio interior milenar em um Deus Consciente. Não sozinhos, mas, com todos. Por isto, a pior de todas as doenças é o eremitismo.]
Música de fundo:
Lost Horizon (The World Is a Circle)
Compositores: Burt Bacharach & Hal David
Interpretação: Liv Ullmann (dublada por Diana Lee), Bobby Van & CriançasFonte:
http://www.losthorizon.org/1973/MP3/TheWorldIsACircle.mp3
Páginas da Internet consultadas:
https://www.shutterstock.com/pt/search/old-fart
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