HORIZONTE PERDIDO

2ª Parte

 

 

James Hilton

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 2ª parte de alguns fragmentos selecionados da obra Horizonte Perdido (Lost Horizon), um romance publicado em 1933 e escrito pelo autor britânico James Hilton. Informo que alguns fragmentos foram didaticamente editados, sem, contudo, serem alterados ou adulterados pelas edições.

 

 

Breve Biografia

 

 

James Hilton

 

 

James Hilton (9 de setembro de 1900 – 20 de dezembro de 1954) foi um escritor inglês de romances e roteiros para o cinema. Sua obra de maior destaque é o romance de 1933 Lost Horizon (Horizonte Perdido), em que idealizou o Mito de Shangri-Lá – um lugar paradisíaco situado nas Montanhas do Himalaia, sede de panoramas maravilhosos e onde o tempo parece se deter em um ambiente de felicidade e saúde, com a convivência harmoniosa entre pessoas das mais diversas procedências. Shangri-Lá costuma ser entendido como um paraíso terrestre oculto, pois, de modo geral, as pessoas costumam buscar a felicidade em o-que-não-é, já que desconhecem O-QUE-É.

James Hilton nasceu em Leigh, Lancashire, Inglaterra, em 9 de setembro de 1900, e morreu em Long Beach, Califórnia, EUA, em 20 de dezembro de 1954. Realizou os primeiros estudos em Londres, onde seu pai era mestre-escola e, em 1921, se formou em História, pela Universidade de Cambridge. Mas, na adolescência, já revelava marcante inclinação literária, escrevendo seu primeiro romance, Catherine Herself (1920), com apenas dezessete anos de idade. Escrevia também uma apreciada coluna semanal para o jornal universitário Iris Independent. Saindo da Universidade, passou a colaborar em vários jornais e continuou a escrever romances, pretendendo ter uma carreira de sucesso no mundo literário. Publicou seu segundo romance E Agora Adeus (And Now Goodbye), em 1931, conseguindo uma discreta acolhida do público e da crítica. Mas, o verdadeiro sucesso veio com Adeus Mr. Chips (Goodbye Mr. Chips), em 1934, romance sobre um velho professor, narrado de maneira singela e despretensiosa. O sucesso trouxe a redescoberta de outros romances, sempre escritos anteriormente, principalmente Fúria no Céu (Rage in Heaven, 1932) e Horizonte Perdido (Lost Horizon, 1933). Este último, um verdadeiro best-seller, fala simbolicamente da ambição humana e do ideal de paz e sabedoria, tal como se manifesta no Reino de Shangri-Lá. Combinando habilmente aventura com uma bela mensagem, o romance recebeu o Prêmio Hawthorden. Em 1935, Hilton partiu para Hollywood, onde permaneceu até o final de sua vida, escrevendo roteiros originais e adaptações cinematográficas de seus próprios romances. Tornou-se figura extremamente popular nos Estados Unidos, não somente por seus livros e filmes, mas, também, por artigos em revistas, críticas literárias e aparições no rádio. Excelente narrador, sobre ele disse um crítico do The New York Times: Poderia contar uma história absorvente e excitante sobre quase nada. Hilton escreveu muitos romances. Além dos já citados, destacam-se ainda: O Amor Nasceu do Ódio (Knight Without Armour, 1933), Não Estamos Sozinhos (We Are Not Alone, 1937), Na Noite do Passado (Random Harvest, 1941), Aquele Dia Inesquecível (So Well Remembered, 1945) e Jornada Matutina (Morning Journey, 1951). Entre seus trabalhos para o cinema destacam-se a Narração Para Madame Curie (1943) e o roteiro de A Dama das Camélias (1956), além das adaptações que fez para seus próprios romances, a maioria deles levados à tela com grande sucesso.

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

Um assassinato é a coisa mais improvável do mundo num mosteiro budista.

Seja o que for... Tentemos a aventura.

Por mais ativas que estivessem as outras faculdades, era sempre um espectador.

Não há qualquer incompatibilidade entre a vida monástica e a trigonometria. [Bem, depende do mosteiro e do tipo de vida monástica ali vivida. De maneira geral, os mosteiros católicos da Idade Média eram um verdadeiro horror. O escritor, filósofo, semiólogo, lingüista e bibliófilo italiano Umberto Eco (Alexandria, 5 de janeiro de 1932 – Milão, 19 de fevereiro de 2016) retratou muito bem esse horror supersticioso no seu no romance Il Nome Della Rosa (O Nome da Rosa).]

Respirar conscienciosamente e refletidamente produz uma tranqüilidade de espírito quase extática. Os pulmões, deixando de funcionar automaticamente e ignorados, se tornam disciplinados. [E aí, coisas insólitas poderão acontecer!]

 

 

Não há absolutamente nada de errado uma certa tendência mística se casar de maneira curiosa com o ceticismo.

Há quem considere a sidra a mesma coisa que o champanhe! Questão de paladar. [Há quem considere ser corrupto uma malandragem porreta. Questão de dignidade. Há quem considere não se vacinar melhor do que se vacinar. Questão de Caiman latirostris. Há quem considere flood the zone uma ideologia correta. Questão de more shit or less shit.]

 

 

Há momentos na vida em que a gente abre a [personalidade-]alma inteira, exatamente como desataria os cordões da bolsa, ao perceber que um divertimento sai mais caro do que se espera, mas, também, que possui algo de inédito. [Dar um pum fedorento dentro de um elevador lotado, cheio de freiras, poderá sair caro, se o sujeito der um pum molhado! Epa!]

Há ocasiões na vida em que o melhor é não fazer nada. [Bem, aqui devo enfaticamente discordar de James Hilton. Sempre se pode e se deve fazer alguma coisa. Nada pode ser pior do que deixar correr as coisas. Deixar correr as coisas é submissão, e submissão é covardia.]

 

Pior que isso só dois disso!

 

Muitas vezes, um sabor de novidade poderá temperar o que há de desagradável.

O pior que pode acontecer a um ser humano é trocar uma loucura por outra.

 

Há quem troque um imperativo hipotético por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um extremismo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um nigredo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um conticinium por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma media nox por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um fiat voluntas mea por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um preconceito por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma crueldade por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma impiedade por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma covardia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma imisericórdia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma insolidariedade por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um egoísmo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma avarícia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma relambóia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um deixa-pra-lá por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma perfídia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma corrupção por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um apedeutismo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma superstição por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma crendice por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um dogma por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma religião por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um pseudolíder religioso por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma genuflexão por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um deus inventado por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um demônio fabricado por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um paraíso inexistente por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um inferno imaginoso por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um absurdo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um cousismo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma mania por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um TOC por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma miragem por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma ilusão por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um fudelhufas de cagahouse por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um fudehouse de cagalhufas por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma história da carochinha por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um cagaço por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma impossibilidade por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um o-que-não-é por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um não por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um sim por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma escravização por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque um pesadelo por outro,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma paralisia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma prisão por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma magia negra por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma entropia por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.
Há quem troque uma morte por outra,
e acabe delirando e ficando lelé da cuca.

Todas estas coisas poderão ser
Sim, poderão. Basta ficarmos em silêncio,
com dignidade, entrarmos no Silêncio, in Corde,
e ouvirmos a Voz do Deus de nossos Corações.
Qualquer outra hipótese será burda e inócua.

 

Foi uma sensação muito profunda, meio mística, meio visual, de ter, afinal, atingido a meta.

 

Mergulhei no Silêncio.
Alquimiei meu não-ser.
Transmutei meu
I
lluminei minha caverna.
Enflorei meu deserto.

Triunfei. Venci o Combate.
Afinal, atingi a Meta. Eu-sou!
O
Kosmos inteiro se rejubilou.
Meu Anjo Solar sorriu e se alegrou.
Meu demônio interior rangeu e chorou.

Final de um esforço.
Final de uma etapa.
Começo de outra.
Começo sem começo.
Fim sem fim...

Ilimitadamente...
Senti que valeu a pena.
Minha personalidade-alma
há muito tempo enclausurada
já não era mais pequena!

 

A sensação que lhe parecia, entre todas, a mais genuinamente civilizada era a agradável mistura de bem-estar físico e agilidade mental.

Aqui, em Shangri-Lá, o nosso principal artigo de fé é a moderação. Preconizamos a virtude de evitar excessos de toda sorte, incluindo, com perdão do paradoxo, o próprio excesso de virtude. Portanto, para nós, a boa regra é: ser moderadamente sóbrio, moderadamente casto, moderadamente herético, moderadamente honesto, ou seja, moderadamente tudo.

Admitindo-se, por hipótese, uma religião como sendo verdadeira, devemos sustentar que todas as outras são forçosamente falsas? [Como todos os deuses e todas as religiões, sem exceção, ao longo das eras e no correr do tempo, foram inventados e criados pela Humanidade, a questão não é de veridicidade/autenticidade nem de falsidade/inautenticidade, mas, sim de utilidade/proficuidade. Por outro lado, por exemplo, em uma molécula de H2O – quem é mais (menos) útil/importante: o átomo de oxigênio ou os átomos de hidrogênio?]

 

 

Não há deus mais importante
nem deus menos importante.
Não há religião mais importante
nem religião menos importante.
Não há teologia mais importante
nem teologia menos importante.
Não há crença mais importante
nem crença menos importante.
Não há fideísmo mais importante
nem fideísmo menos importante.
Não há cousismo mais importante
nem cousismo menos importante.
Não há heresia mais importante
nem heresia menos importante.
Não há excesso mais importante
nem excesso menos importante.
Não há deficiência mais importante
nem deficiência menos importante.
Não há virtude mais importante
nem virtude menos importante.
Não há desvirtude mais importante
nem desvirtude menos importante.
Não há moderação mais importante
nem moderação menos importante.
Não há sobriedade mais importante
nem sobriedade menos importante.
Não há castidade mais importante
nem castidade menos importante.
Não há honestidade mais importante
nem honestidade menos importante.
Não há bóson mais importante
nem bóson menos importante.
Não há átomo mais importante
nem átomo menos importante.
Não há molécula mais importante
nem molécula menos importante.
Não há DNA mais importante
nem DNA menos importante.
Não há impressão digital mais importante
nem impressão digital menos importante.
Não há hierarquia mais importante
nem hierarquia menos importante.
Não há ser-aí mais importante
nem ser-aí menos importante.
Não há nada mais importante
nem nada menos importante.
Absolutamente nada. Sem exceção.
No Unimultiverso, há, sim,
um entrelaçamento quântico
entre todas as coisas existentes,
sendo todas igualmente importantes.
No Unimultiverso, cada coisa
tem uma função/atividade específica,
todas, a seu modo, contribuindo
para a harmonia unimultiversal.
Manifestar preferência é separar,
e a mãe de todas as desgraças humanas
é a Grande Heresia da Separatividade.

 

Entrelaçamento Quântico Unimultiversal

 

Às vezes, a demora é absolutamente inevitável. [O apressuramento, por outro lado, sempre é indesejável e inconveniente.]

Já se habituara a ver pessoas gostarem dele só porque se enganavam a seu respeito.

O sono desata a meada das preocupações. [Shakespeare].

O problema dos acessos de ira é que somos capazes de dizer tudo o que nos venha à cabeça, sem guardar conveniências nem decoro.

Para quem está a serviço do Senhor, pouco importam os lugares. [O verbo SERVIR, em termos Esotérico-iniciáticos, implica, pelo menos, em não fazer quaisquer escolhas, sejam lugares, sejam pessoas, seja a própria natureza da missão. SERVIR = SERVIR.]

De tudo o que nos acontece, sempre guardamos alguma experiência. [Nada é vão, nada é inútil, nada é mau; tudo é frutuoso, tudo é profícuo, tudo é bom.]

Um dos muitos aspectos da urbanidade, da afabilidade, da civilidade e da cortesia é evitar nos ofendermos e nos aborrecermos uns aos outros.

 

Don Picuinha Versus Don Picueta

 

Preconceito de raça? Preconceito de cor? Preconceito religioso? Preconceito ideológico? Preconceito de status quo? Preconceito cultural? Preconceito lingüístico? Misoginia? Classismo? Racismo? Transfobia? Homofobia? Anti-semitismo? Gordofobia? Capacitismo? Xenofobia? 'Bullying'? Preconceito? Por quê?

Com relação à vida e à nossa encarnação, precisamos aprender a ter um encantamento profundo e sempre crescente.

 

Encantei-me com o nascer do Sol!
Encantei-me com o pôr do Sol!
Encantei-me com o dia!
Encantei-me com a noite!
Encantei-me com o vento!
Encantei-me com a chuva!
Encantei-me com o relâmpago!
Encantei-me com o trovão!
Encantei-me com o frio!
Encantei-me com o calor!
Encantei-me com o solstício de inverno!
Encantei-me com o solstício de verão!
Encantei-me com o equinócio da primavera!
Encantei-me com o equinócio do outono!
Encantei-me com a aurora austral!
Encantei-me com a aurora boreal!
Encantei-me com a unimultiplicidade!
Encantei-me com a unimultiunicidade!
Encantei-me com o outro-meu-irmão!
Encantei-me com a Vida!
Encantei-me com a Unieternidade!
Encantei-me com tudo!
Encantei-me com o Unimultiverso!
Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Então, chorei...
Chorei pela discórdia.
Chorei pela desunião.
Chorei pelo egoísmo.
Chorei pela escravização.
Chorei pela mais-valia.
Chorei pelo mais-trabalho.
Chorei pela desinteligência.
Chorei pela ignorância.
Chorei pela insapiência.
Chorei pela superstição.
Chorei pela magia negra.
Chorei pelo preconceito.
Chorei pelo 'apartheid'.
Chorei pela perversidade.
Chorei pelas
news.
Chorei pela manipulação.
Chorei pela instrumentalização.
Chorei pelo desvirtuamento ideológico.
Chorei pelo analfabetismo político.
Chorei pela desfraternidade.
Chorei pela separatividade.
Chorei pelas guerras.
Chorei pelas destruições.
Chorei pelas dores.
Chorei pelas aflições.
Chorei pelas lágrimas.
Chorei pelas perdas.
Chorei pelas mortes.
Chorei pelos retrocessos.
Misericórdia! Misericórdia! Misericórdia!

 

Todo o ambiente era mais de critério do que de erudição, mais de distinção do que de seriedade. [Aqui, cabem duas perguntas para reflexão: 1ª) de que poderá valer a erudição, se não houver discernimento para buscar e identificar a Verdade? 2ª) de que poderá valer uma presumida seriedade (de fachada), se não houver dignidade e uma maneira honesta, correta e impecável de proceder?]

 

 

 

 

Os lamas se devotam à contemplação e à pesquisa da Sabedoria. [Aqui faço a seguinte observação: Sabedoria apre(e)ndida deverá ser, dentro do possível, Sabedoria divulgada e Sabedoria ensinada.]

Os chineses possuem um gosto típico pelo chá, que costumam tomar em freqüentes intervalos.

Os lamas têm em alta estima a música do Ocidente, em particular a do compositor austríaco do período clássico Wolfgang Amadeus Mozart batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart (Salzburgo, 27 de janeiro de 1756 Viena, 5 de dezembro de 1791).

Em Shangri-Lá, o lema é: Não há pressa!

Há um limite invisível entre o que pode e o que não pode ser revelado. [Por isto, mais acima, afirmei que a Sabedoria (ShOPhIa) apre(e)ndida deverá ser, dentro do possível, Sabedoria divulgada e Sabedoria ensinada. Quem dará de presente, no aniversário de uma criança que está fazendo 7 anos, uma ?]

Em Shangri-Lá, não há distinção de sexo.

Shangri-Lá estava linda, tocada pelo Mistério que jaz no âmago de tudo que é Belo.

 

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Amor?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Piedade?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Compaixão?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Misericórdia?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Solidariedade?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Fraternidade?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração sem Unicidade?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que pré-qualifica?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que mata?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que apunhala?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que faz retrotrair?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que conspira?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que destrói?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que vandaliza?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que escraviza?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que pedofiliza?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que estupra?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que separa?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que exclui?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que engana?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se omite?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que não auxilia?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que atraiçoa?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que defrauda?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que corrompe?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que soma 1 + 1 = 2?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que subtrai 1 – 1 = 0?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se recusa a ?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se recusa a se ?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se recusa a ?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se recusa a ?

Como os Mistérios do Bem, da Beleza e da Harmonia
poderão enfeitar um Coração que se recusa a se tornar um ?

 

A comunidade que vive em Shangri-Lá se permite ser moderadamente herética.

 

O que é ser moderadamente herético?
E moderadamente espiritualista?
Moderadamente religioso?
Moderadamente piedoso?

Moderadamente digno?
Moderadamente justo?
Moderadamente honesto?
Moderadamente verdadeiro?
Moderadamente despreconceituoso?

Moderadamente leal?
Moderadamente patriota?
Moderadamente fraterno?
Moderadamente desapegado?
Moderadamente et cetera?
Depende do tamanho da modearção,
e eu nem sei direito como isso funciona.
Entretanto, tenho certeza que:
é impossível ser moderadamente

O silêncio parecia deter a própria marcha dos instantes.

Qualquer tarefa digna de si deverá sempre apelar para a lucidez do nosso raciocínio.

Cada um de nós tem os seus gostos e as suas idiossincrasias. [Desrespeitar ou menosprezar os gostos e as suas idiossincrasias dos outros, em qualquer campo que seja, é, no mínimo, falta de urbanidade, de afabilidade, de civilidade e de cortesia. No limite, se transforma em preconceito.]

Toda sociedade limitada ou isolada, inevitavelmente, acaba padecendo de endogamia [ou consangüinidade, que é o método de acasalamento que consiste na união entre indivíduos aparentados, geneticamente semelhantes, ou seja, qualquer parentesco de sangue, seja por linha paterna, seja por linha materna.]

Um brilhante tem numerosas facetas. Assim, é possível que muitas religiões sejam moderadamente verdadeiras. [Ainda que a Verdade não case com moderação, pois, não existe Verdade moderada, mesmo que uma religião seja moderadamente verdadeira, exatamente por não ser integralmente verdadeira é incapaz de Illuminar, de fazer Compreender, de Libertar... O moderadamente faz com que a coisa fique pela metade. Se tanto. Entretanto, desumanamente pior, muitíssimo pior, é quando uma religião, praticamente, nada oferece de verdadeiro, sendo, de fato, uma colcha de absurdos irracionais, hipotéticos, dogmáticos, medievais, autoritários, exploradores, cousistas, miraginais e ilusórios, que acabam por impedir a Verdadeira Illuminação, a Verdadeira Compreensão e a Verdadeira Libertação. Mas, não posso deixar de questionar: o que serão a Verdadeira Illuminação, a Verdadeira Compreensão e a Verdadeira Libertação? Bem, esta busca é pessoal, intransmissível e intransferível, e cada um de nós só saberá a resposta, se, em Silêncio, mergulhar no Silêncio e, enfim, ouvir a Voz do Silêncio. In Corde!]

 

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
falar em línguas é um dom divino?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
expulsar demônios é um dom divino?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
dar uma bênção especial é um dom divino?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
operar milagres é um dom divino?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
quando deus está presente, acontece uma fanerose?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
a fé antecipa acontecimentos?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
os pecados dos pais produzem uma maldição hereditária?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
deus assumiu a natureza humana
para que o homem assuma a natureza divina?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
há demônios específicos que dominam todos os países?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
o Culto do Garimpo é uma bênção e um milagre de Deus?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
pela fé, poderá ocorrer a unção do emagrecimento?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
dita a frase está amarrado,
os demônios ficam mesmo amarrados?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
deus deseja que todo crente seja próspero financeiramente?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
nesta vida, o crente só desfrutará de saúde perfeita,
se tiver fé suficiente?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
oferte, agora, tudo o que você tem em dinheiro, cheques, jóias
ou outros objetos de valor para o Senhor. Use sua fé!
Amanhã, você terá o dobro do que você der hoje,
e a bênção que você quer acontecerá?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
a maldição hereditária, maldição de família
ou pecado de geração são inevitáveis?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
deus responde automaticamente e realiza o que ordenamos,
quando confessamos nossas necessidades
e desejos pela fé, de maneira positiva?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
amuletos e talismãs protegem e fazem prosperar na vida?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
pela Bênção de Toronto, Unção do Riso ou Gargalhada Santa
ficaremos bêbados no Espírito e riremos descontroladamente?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
unções, correntes, bênçãos e dízimo curam todos os males?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
precisamos travar uma guerra espiritual contra o diabo?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
precisamos valorizar os ideais de consumo,
de prosperidade e de ascensão social?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
pela fé, as pessoas endemoniadas serão libertadas?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
há um conflito clássico entre o bem e o mal,
representados, respectivamente, pelo céu e pelo inferno?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
o objetivo do crente deverá ser vencer o diabo,
para que possa obter saúde e sucesso terrenos?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
a pessoa que adorar o Senhor começará a falar em línguas?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
deus é muito fiel, deus faz, deus mostra?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
é preciso repetir o nome sagrado de deus 12 vezes?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
quem aceitar Jesus estará salvo?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
para cumprirmos o plano de deus,
precisaremos passar por certas privações?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
para evitarmos as ciladas do diabo,
precisaremos padecer e ciliciar a carne?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
só pela conversão poderá haver o perdão dos pecados cometidos?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
o testemunho tem a função de revelar o inexplicável?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
só a obediência às normas divinas trará a salvação
e nos fará de vencer a batalha entre o bem e o mal?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
sem fé é impossivel agradar a Deus?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
água consagrada cura o Coronavírus?

Haverá alguma moderação ou verdade
na afirmação teológica:
feijão mágico cura COVID-19?

 

Não há virtude em fazermos apenas as coisas que nos agradam.

Todos nós somos apenas uma parte de todas as coisas que são.

 

 

 

 

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Nota:

1. Um idiota útil é, no jargão político, um termo depreciativo para uma pessoa percebida como propagandista de uma causa sem compreender completamente os objetivos da causa, e que é cinicamente usada pelos líderes da causa. O termo foi originariamente usado durante a Guerra Fria (período que abrange a Doutrina Truman, de 1947, até a dissolução da União Soviética, em 1991), para descrever não-comunistas considerados suscetíveis à propaganda e à manipulação comunista. O termo tem sido freqüentemente atribuído ao revolucionário comunista, político e teórico político russo Vladimir Lenin (Simbirsk, 22 de abril de 1870 – Gorki, 21 de janeiro de 1924), mas, esta atribuição não tem fundamento.

 

Música de fundo:

Lost Horizon (The World Is a Circle)
Compositores: Burt Bacharach & Hal David
Interpretação: Liv Ullmann (dublada por Diana Lee), Bobby Van & Crianças

Fonte:

http://www.losthorizon.org/1973/MP3/TheWorldIsACircle.mp3

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.scielo.br/j/pcp/a/PbkWcJFqZyLcqdgYKVPMcgh/

https://nihilsubsolenovum.wordpress.com/2008/1
2/26/doutrinas-estranhas-das-igrejas-evangelicas/

https://www.cacp.app.br/dentes-de-ouro/

https://www.reddit.com/

https://tenor.com/pt-BR/

https://ettip.com/en/story/detail/amazing-facts-about-archimedes

https://sabedoriaoriental.com.br/lao-tse-e-o-tao-te-ching/

https://www.todamateria.com.br/tipos-de-preconceito/

https://www.manoelladalledonne.com.br/como-lidar-
com-picuinhas-no-ambiente-de-trabalho/

https://stock.adobe.com/br/

https://www.istockphoto.com/br/ilustra%C3%A7
%C3%B5es/world-religious-symbols

https://thesuperugly.com/pop-culture

https://giphy.com/explore/ocean-stickers

https://www.freeiconspng.com/images/poop-emoji-png

https://x.com/traumann/status/1323046826178740233

https://pt.vecteezy.com/

 

Direitos autorais:

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