JEAN-YVES LELOUP
(Pensamentos)

 

 

 

Jean-Yves Leloup

Jean-Yves Leloup

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo tem por objetivo oferecer para reflexão alguns pensamentos (editados, em alguns casos, mas sem qualquer modificação substantiva no pensamento do autor) de Jean-Yves Leloup, doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, e proprietário de um sorriso de fazer inveja a qualquer canalhocrata.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Jean-Yves Leloup – doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, escritor, conferencista, dominicano e depois sacerdote hesicasta – nasceu na cidade de Angé, na França, em 24 de janeiro de 1950. Leloup, que é um defensor ardoroso da união entre ciência e espiritualidade e divulga idéias claramente holísticas, oferece através dos seus livros, conferências e seminários um aprofundamento dos textos sagrados, assim como uma abordagem e uma reflexão extremamente ricas sobre a espiritualidade no quotidiano, graças à uma formação pluridisciplinar de rara complementaridade. Membro da Organização das Tradições Unidas, doutor honoris causa em Ciências pela Universidade de Colombo (Sri Lanka), como um alto-falante, Leloup ensina na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul em diferentes universidades e institutos de pesquisa em Antropologia Fundamental. É autor de mais de cinqüenta obras, além de ter comentado e traduzido o Evangelho de Tomé, Evangelho de Maria de Magdala, Evangelho de Felipe e o Evangelho de João. Ele participa igualmente de vários encontros entre as diversas tradições.

 

Jean-Yves Leloup criou um neologismo que define de forma magistral o comportamento de grande parte das pessoas contemporâneas – a normose. Esta expressão se refere às práticas normalmente aceitas pelo consenso social, ou seja, pelas regras convencionais, mas que, na verdade, se configuram em hábitos que, muitas vezes, provocam prejuízos irreversíveis. Por exemplo: o consumismo desenfreado que hoje coloca em risco nosso Planeta. Segundo Leloup, são considerados ‘normais’ os que aderem a este costume nocivo, e, por outro lado, são ‘loucos’ os que combatem este comportamento. Para Leloup, os primeiros são os normóticos – normais patológicos – mesmo que não tenham consciência disto, o que, geralmente, sói acontecer. Estes e outros temas, como a reencarnação, Deus, o conceito do sagrado, as lembranças da dimensão corporal, a interação entre o indivíduo e a sociedade, a visão sobre a morte, a jornada humana e a intolerância religiosa são amplamente debatidos por este filósofo do século XXI.

 

 

 

Pensamentos Leloupianos

 

 

 

'Invoquem a paz sobre Jerusalém. Que sejam pacíficos aqueles que te amam. Que a paz venha para os teus muros. Que sejam pacíficas tuas casas pelo amor dos meus irmãos, dos meus amigos. Deixe-me dizer: paz sobre ti por amor da casa de YHWH. Aquele que era, que é e que vem; oro pela tua felicidade!' (Salmo 122, apud Leloup).

 

Para que a paz se realize, que aqueles que amam sejam eles próprios pacíficos – já – no seu próprio corpo e no seu próprio espírito.1

 

Estar em paz é estar 'inteiro'; este é o significado da palavra hebraica 'Shalom' ()... Todos os bens materiais, afetivos, intelectuais e espirituais que nós podemos nos desejar uns aos outros estão resumidos nesta simples palavra: 'Shalom', 'Salam' (em árabe).

 

 

 

 

Quando somos amorosos somos mais 'inteiros'; o amor nos une, nada mais nos falta em nós mesmos, tudo está voltado para o Outro.

 

O Mandamento ou o exercício ('Mitzvot'2) proposto pela Escritura é um exercício terapêutico, cujo fruto é o de nos fazer Um – corpo, Coração e espírito portanto, de estarmos felizes e em paz.

 

A paz designa o bem-estar do ser e, particularmente, do ser humano, que vive em harmonia com ele mesmo, com Deus,3 com os outros, com a Natureza, com as suas sombras e sua com as luz.

 

Estar em paz é não ser parvo e se acreditar invulnerável. O dom da paz supõe uma metanóia [mudança essencial de pensamento ou de caráter], uma transformação da sua vida e da sua maneira de ser e de pensar.

 

Todos os homens que têm uma flor no seu jardim e não olham a flor não estão em paz.

 

A calma [paz] é o segredo da vida, mas, geralmente, só vemos as tempestades.

 

O cristão não é alguém que tem a verdade, alguém mais inteligente, mais amante do que os outros. O cristão não é melhor do que um outro homem, mas tem alguém em sua vida. Tem o Cristo, aquele que sopra no sopro de cada um dos seus dias.4 Mas, mesmo que o receba como um beijo, como uma presença, não é por isto que o cristão é melhor. Ele poderá ser melhor somente porque alguém melhor marcha com ele e está nele!

 

O silêncio é a linguagem do sagrado. Todas as outras linguagens são ecos.

 

 

 

 

Se você tem a paz em você, haverá um lugar no Universo no qual a paz estará.

 

Cada um coloca seu ponto final onde quer, onde pode. Colocá-lo o mais longe possível, obriga-nos a ser um pouco mais sábios e um pouco menos pretensiosos.

 

Aprenda com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma, a se calar nas discussões e, assim, evitar tragédias e desafetos... Aprenda com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, a evitar reclamações vazias e sem sentido... Aprenda com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, a valorizar o que é belo, a ouvir o que faz algum sentido... Aprenda com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores... Aprenda com o silêncio que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo... Aprenda com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar e os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar... Como a Terra, que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa. Aprenda com o silêncio a respeitar a sua vida, a valorizar o seu dia, a enxergar em você as qualidades que você possui, a equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir, e a enxergar aqueles que você ainda não descobriu... Aprenda com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares... Aprenda com o silêncio a respeitar o seu Eu [Interior], a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo – que é o seu corpo e o Santuário que é a sua vida... Aprenda hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor do que muito falar... Em a Natureza, tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso; por vezes, o silêncio é confundido com fraqueza, apatia ou indiferença. Pensa-se que a pessoa portadora desta virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos. Acredita-se que o silêncio não combina com o poder, pois este tem sido confundido com prepotência e violência. Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do Sol, que nasce e se põe em profunda quietude; que move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar, que acaricia as pétalas de uma rosa sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar. Vamos encontrar em a Natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude. As estrelas e as galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do cosmos, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído. O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença. A Luz, a Vida e o Espírito, os maiores poderes do Universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência. Como nos domínios da Natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física. Quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência. A violência é sinal de fraqueza; a benevolência é indício de poder. Os Grandes Mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem à mais perfeita quietude e benevolência. Deus, que é o supremo poder, age com tamanha quietude, que a maioria dos homens nem percebe a Sua ação. Esta poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, faz pulsar o coração dos pássaros, dos bandidos e dos homens de bem, na mais perfeita leveza. Até mesmo a morte chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico. O verdadeiro poder chega sem ruído, sem alarde e sem violência. 'Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra'. 'Boa Terra em teus pés, Água o bastante em tua semente, bom Vento para o teu sopro, Fogo em teu Coração e muito Amor em teu ser.' 'O êxito ou o fracasso de sua vida não depende de quanta força você põe em uma tentativa, mas da persistência no que fizer.' E, em respeito a você, eu me calo, me silencio, para que você possa ouvir o seu interior que quer lhe falar, desejar-lhe uma vida vitoriosa. Desejo uma semana de Paz e Silêncio para você.

 

 

 

 

O Desejo é uma taça sem fundo, e é por isto que não pode ser satisfeito.

 

O ego é o caminho do 'Self', do mesmo modo que a lagarta é o caminho da borboleta.

 

A ortodoxia é a tradição das origens do Cristianismo. Inicialmente, o Cristianismo era uma comunhão de igrejas. Havia a igreja de Jerusalém, a de Antioquia, a de Éfeso, a de Roma. Foi só no século XII que a igreja de Roma se separou. As diferentes igrejas ortodoxas preservaram a tradição de comunhão e, apesar das diferenças, permaneceram unidas.

 

O homem é uma parte do Universo e depende dos astros. Isto faz parte da sua unidade com o cosmo. Gosto das palavras de Santo Tomás de Aquino, que diz que 'os homens dependem dos astros, mas são maiores do que eles.' Não somos completamente determinados pelos astros. O homem é uma mistura de natureza e de aventura. Creio na Astrologia, mas não no determinismo.

 

A palavra vem do silêncio e volta para o silêncio. O mundo vem da vacuidade e volta para a vacuidade. O que não tem forma é a origem de todas as formas.

 

 

 

 

Há dentro de nós algo que está livre da roda de causas e efeitos, livre do 'samsara'. É este estado de despertar que devemos descobrir.

 

Da mesma forma que o que conhecemos da matéria não é a matéria em si, mas, apenas, o que os nossos instrumentos de compreensão nos permitem perceber, tudo o que pudermos pensar de Deus não é Deus, mas, apenas, a nossa representação Dele. Seja como for Deus é uma experiência de Serenidade, de Silêncio, de Amor e de Luz.

 

Quando o ser se preocupa com a sociedade, ele se transforma. Cuidar do outro revela o ser a si mesmo. Quando o ser conhece o outro, se conhece a si mesmo.

 

O Evangelho de Tomé diz que o Reino está no interior e no exterior. Se o Reino estivesse somente no interior, poderíamos abandonar o mundo e viver apenas em meditação. Se o Reino estivesse só no exterior, não teríamos que meditar, e poderíamos nos ocupar o tempo todo com a sociedade. Mas, o que Jesus fala é que o Reino está dentro e está fora. Este é o segredo do amor. Porque o amor é aquilo que o ser humano tem de mais interior e, ao mesmo tempo, ele produz conseqüências no mundo exterior.5

 

Não há oposição entre o que é interior e o que é exterior. A contemplação e a ação são como os dois olhos em um mesmo olhar.

 

A Humanidade, hoje está vivendo uma situação de apocalipse, entendendo a palavra apocalipse como revelação. Há algo desmoronando, e há também algo que está nascendo. Nós escutamos o barulho do carvalho que cai, mas não escutamos o barulho da floresta que brota. Ouvimos o ruído das torres desmoronando, mas não escutamos a consciência que desperta. No mundo de hoje, há muitas coisas que desmoronam, e em geral falamos das coisas que fazem ruído, mas não falamos das sementes de Consciência e de Luz que estão germinando.

 

 

 

 

Creio que o que separa uma religião da outra é a ignorância, junto com a vaidade e o desejo de poder. Quando você conhece o outro, você o respeita. Se não há desejo de poder, há lugar para todos. Em um canteiro de flores há lugar para as flores azuis, para as brancas, e cada uma delas cresce em direção à luz.

 

Se todas as flores tiverem a mesma cor, não poderemos fazer um buquê. Se todas as pessoas pensarem igual, então, elas não pensarão mais. O pensamento dos outros estimula o nosso pensamento. A maneira como os outros consideram o Absoluto me permite relativizar minha própria maneira de considerar o Absoluto. Isto me impede de construir um dogma, e me leva a um conhecimento mais profundo.

 

Se estivermos realmente atentos, estaremos dentro de um instante. Só podemos estar atentos instante a instante. Mas, se estivermos atentos a este instante, estaremos desapegados em relação ao instante anterior [e ao instante posterior]. A atenção é a arte de viver no momento presente, e, para isto, é preciso estar livre do passado e do futuro. A arte da atenção é a arte de estar no presente. O presente está ligado ao passado e ao futuro, mas, ao mesmo tempo, ele está desapegado em relação a eles. Isto me faz pensar em umas palavras de Buddha: “Se você quiser conhecer sua vida anterior, esteja atento para o que você é e faz hoje”. Aquilo que você é hoje é o resultado do que você foi. Se você quiser conhecer a sua vida futura, esteja atento para o que você é e faz hoje. Porque o que você é hoje constitui a origem do que virá mais tarde. Há também as palavras de Cristo: Não olhe para trás e não se preocupe com o futuro, mas faça bem aquilo que você tem de fazer no momento presente”.

 

Pode-se tocar alguém somente como um objeto de prazer, como uma doença, como uma coisa. Mas, poderemos tocar alguém como a um Deus, e, até mesmo, não ousar tocar. O importante é tocá-lo no meio, quer dizer, reconhecendo a dimensão divina da pessoa a quem tocamos, não esquecendo o Sopro que a habita, não esquecendo o espaço que existe nela, não esquecendo a Divindade que está em seu ser.6

 

Amar o outro é renunciar a possuí-lo.

 

Se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo.7

 

Tudo o que fazemos sem amor é tempo perdido; tudo o que fazemos com amor é a eternidade reencontrada.

 

Todo incêndio começa com uma fagulha. Uma fagulha incandescente que irradia seu calor, sua luz... Uma centelha de luz que nos desperta ou nos destrói.

 

Vele pelos seus pensamentos. Eles iluminam, mas eles também poderão turvar o mundo.

 

Não nascemos apenas para ver as coisas, mas para ver o Dia... Muitos morrem sem jamais terem visto o Dia!

 

O que, para nós, evoca a palavra deserto? Silêncio, imensidão, vento abrasador? Não apenas. Evoca também sede, miragens, escorpiões... e o encontro do mais simples de si mesmo no olhar assombrado e surpreso do homem ou da criança que brota não se sabe de onde – entre as dunas. Existem desertos de pedras e de areias, o deserto do Hoggar, de Assekrem, de Ténéré, do Sinai e de outros lugares ainda... O deserto é sempre o alhures, o outro lugar, um alhures que nos conduz para o mais próximo de nós mesmos. Existem os desertos na moda, onde a multidão vai se encontrar como um bode tagarela, em espaços escolhidos, onde nos serão poupadas as queimaduras do vento e as sedes radicais; deles se volta bronzeado como de uma temporada na praia, mas ainda por cima, com pretensões à “grande experiência”, que nos transformaria para sempre em “grandes nômades”... Existem, enfim, os desertos interiores. Temos que falar deles, saber reconhecer o que apresentam de doloroso e tórrido, mas tentando também descobrir, aí, a fonte escondida, o oásis, a presença inesperada que nos recebe, debaixo de uma palmeira sorridente, em redor de uma fogueira onde a dança dos passantes se junta à das estrelas. Pois o deserto não constitui uma meta; é, antes, um lugar de passagem, uma travessia. Cada um, então, tem a sua própria terra prometida, sua expectativa que deverá ser frustrada, sua esperança a esclarecer. Algumas pessoas vivem esta experiência do deserto no próprio corpo; quer isto se chame envelhecer, adoecer ou sofrer as conseqüências de um acidente. Às vezes, este deserto demora muito a ser atravessado. Outras pessoas vivem o deserto no Coração das suas relações, deserto do desejo ou do amor, das secas ou dos aborrecimentos que não aprendemos a compartilhar. Há também os desertos da inteligência, nos quais o mais sábio vai esbarrar no incompreensível e o mais consciente no impensável. Só conseguimos conhecer o mundo e as suas matérias e a nós mesmos e às nossas memórias quando atravessamos os desertos. Temos, finalmente, o deserto da fé, o crepúsculo das idéias e dos ídolos, que havíamos transformado em deuses ou em um Deus, para dar segurança às nossas impotências e abafar as nossas mais vivas perguntas. Cada pessoa tem seu próprio deserto a atravessar. E a cada vez será necessário desmascarar as miragens e também contemplar os milagres: o instante, a aliança, a douta ignorância e a fecunda vacuidade.8

 

O mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer. Tudo é feito para esconder a morte, para nos incitar a viver sem pensar nela, em termos de um projeto, como se estivéssemos voltados para objetivos a ser alcançados e apoiados em valores de efetividade. Tampouco nos ensina a viver. No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer” e de “ter” cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material, a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde,, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. Assim, às vezes, ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento por terem passado ao largo do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta Terra para passar nossa vida a produzir e consumir. Em uma das suas conferencias sobre a experiência da morte, o padre Maurice Zundel formulava a questão nestes termos: 'O que fazemos da nossa vida? Estamos à procura de nós mesmos, fugimos de nós, reencontramo-nos de forma intermitente, e nunca chegamos a fechar o círculo, a nos definirmos a nós próprios, a saber quem somos... Não temos tempo, a vida passa tão depressa, estamos tão absorvidos pelas preocupações materiais, por diversões... e, finalmente, a morte chega, e é em sua presença que tomamos consciência de que a vida poderia ter sido algo de imenso, de prodigioso, de criador. Mas já é tarde demais! E a vida só adquire todo o seu relevo no imenso desgosto de uma coisa inacabada. É, então, que a morte, justamente porque a vida ficou inacabada, aparece como um sorvedouro.' Onde, atualmente, a questão do sentido poderá se expressar? Onde poderá encontrar a resposta? Todo homem confrontado com a iminência da morte pode ser levado a se formular questões de ordem espiritual (qual é o sentido da minha vida? Haverá uma transcendência? O que acontecerá ao meu ser?). Como é grande a solidão quando não conseguimos expressar tais questões, compartilhá-las com os outros! Estaremos prontos para escutá-las? O que dizer, como proceder perante o absurdo do luto, do desgosto, do desespero? O que responder àqueles que perguntam: — Por que? Àquele que – entrevado, dependente, com o corpo deteriorado – pergunta a si mesmo que sentido poderá ter a prolongação da vida?

 

Cavar, a cada dia,
à medida de nossa sede.
Descer cada vez mais,
beber a água
de nosso próprio poço
e refrescar o rosto com ela.

 

Não sou pessimista nem otimista; sou realista. Acredito que esta época nos desafia a ficarmos lúcidos, a recusar todas as ilusões, porém, sem perder a noção de que as mais sublimes qualidades sagradas – o amor, a esperança, a ternura e a compaixão – habitam cada um de nós, mesmo os que vivem nas condições mais desfavoráveis. A transformação do mundo começa pela transformação do ser humano por meio da educação e de uma visão global. Isto é, a todo instante, a cada escolha, temos de ter consciência de que tudo está interligado, que não se pode arrancar um tufo de grama aqui sem incomodar a estrela que está a milhares de quilômetros no céu, acima de nós.

 

Em um dos encontros que tive com o Dalai-Lama, perguntei a ele o que é o nirvana e ele me respondeu: — É ver as coisas como elas são. A mesma Sabedoria nos ensinou Jesus, nos convidando a viver sem acrescentar adjetivos, sem nos iludirmos, mas, encarando o que está diante de nós como um incentivo para seguir. Não podemos ficar apegados ao que queremos ver; devemos enxergar bem a realidade, mesmo a mais cruel, como ponto de partida para ir mais longe.

 

Atenção = Coração + Inteligência Equilíbrio.

 

O silêncio também faz parte da música.

 

Lamentavelmente, hoje, o sexo foi desconectado do sentimento, e isto causa muita nostalgia e desconforto. Amar supõe maturidade para não consumirmos o outro como um objeto de prazer, como se fôssemos grandes bebês sugando matrizes de afeto.

 

Conhecendo-se a si mesmo, o 'ser-no-mundo' nunca estará sozinho nem sentirá tristeza ou ansiedade.

 

'Se não fores quem tu és, como poderemos nos encontrar?' (Cântico dos Cânticos, apud Leloup). Produzimos muitas ilusões, desilusões e sofrimentos porque temos uma imagem idealizada do homem, da mulher e do romance. Isto impede o encontro real, verdadeiro.

 

Hoje, décadas depois da Revolução Sexual, podemos ter mais liberdade, no entanto, ainda não encaramos o sexo como um ritual divino – compreensão fundamental para reconquistarmos a inteireza do corpo, da mente e do Coração.

 

O Livro Tibetano dos Mortos ensina a ver a morte como uma ocasião de despertar, não somente para quem morre, mas para os que continuam vivos. Com esta atitude, o ser humano torna o dom da vida mais forte do que a morte.

 

'No dia em que as panelas da cozinha forem tão sagradas quanto os cálices dos altares, o sagrado estará na Terra e em cada gesto do quotidiano.'9 (Santa Tereza d'Ávila, apud Leloup).

 

Há o momento em que o pássaro sai da gaiola, e também há o momento em que o vôo sai do pássaro.

 

Em latim, a palavra 'dia' quer dizer 'dies', que, por sua vez, significa Deus. Estas palavras têm a mesma raiz, no latim. Então, ver o dia é ver Deus.

 

Na prática hesicasta do Cristianismo Ortodoxo é dada muita atenção à respiração, pois, quando ela está calma, a mente se encontra calma também. Nestas condições, podemos encontrar a paz em nosso interior. Mas tudo isto, ainda, são práticas externas. Talvez, o mais importante seja o abandono, isto é, não tentar controlar nada.10

 

No Evangelho de São João está escrito que o Verbo – o Logos – é aquele que esclarece e Illumina todo homem que vem a este mundo, não apenas os cristãos.

 

A questão é o que fazer com a religião, com Deus e com a razão. Com a mesma flor a abelha pode fazer o seu mel e a vespa pode fazer o seu veneno. E a culpa não é da flor.

 

 

 

 

Que seja feita a Vontade da Vida. Que seja feita a Vontade do Amor.

 

Hoje em dia, muitas pessoas tomam experiências do tipo psicológico por experiências espirituais, e experiências do mundo intermediário como experiências do mundo absoluto. A gente deve colocar cada coisa em seu lugar.

 

O Mundo do Absoluto está além do tempo. É aquilo que não conseguimos agarrar ou compreender, que a gente não consegue reduzir às nossas pequenas experiências.11

 

Na origem, o dogma era um paradoxo, estabelecido para nos ajudar a ir além da razão, mas sem perder a razão. Hoje em dia, o dogma é confundido com dogmatismo, que significa obrigar alguém a acreditar em algo. Isto é destrutivo. O dogma, na realidade, foi criado para que nos livrássemos do dogmatismo. É um convite para que verifiquemos se isto ou aquilo são ou não verdades.

 

Pouco importa se Cristo nasceu há dois mil anos, se Ele não nascer, hoje, no interior de mim mesmo. O Natal é o momento onde podemos aceitar o nascimento do Ser no interior de nós mesmos, para o nosso bem-estar e o bem-estar de todos.

 

'Quando fores te engajar em um caminho, pergunta a ti mesmo se esse caminho possui um coração'. (Dom Juan, o iniciador de Carlos Castañeda, apud Leloup).

 

Uma inteligência sem Coração não é realmente humana.

 

'No verdadeiro amor é a alma que envolve o corpo.' (Friedrich Wilhelm Nietzsche, apud Leloup).

 

O que está no interior do cântaro está também no exterior. Onde começa o alto e onde termina o baixo? Devemos também fazer um do alto e do baixo. Não é preciso colocar em oposição o céu e a Terra.

 

Há muitos encontros de metades, mas há poucos encontros de seres inteiros. Procurar a outra metade é sempre se procurar a si mesmo, é procurar a metade que nos falta, a metade masculina ou a metade feminina. Os encontros entre a ShOPhIa e o Logos e entre Yeshoua de Nazaré e Miriam de Magdala é o encontro entre dois seres inteiros.

 

Transdisciplinaridade é saber que há diferentes pontos de vista sobre uma mesma realidade, e que precisamos de todos eles para ver melhor. [A transdisciplinaridade é uma abordagem científica que visa a unidade do conhecimento. Desta forma, procura estimular uma nova compreensão da realidade articulando elementos que passam entre, além e através das disciplinas, em uma busca de compreensão da complexidade. Além disto, do ponto de vista humano, a transdisciplinaridade é uma atitude empática de abertura ao outro e ao seu conhecimento.] E assim, o primeiro olhar é o do ver (eu vejo). O segundo é o olhar da ciência (eu observo, eu analiso). O terceiro olhar é o que pergunta (eu interrogo). O quarto olhar é o que se pergunta (eu me interrogo). O quinto olhar se abre para o sentido (eu acolho o sentido). O sexto olhar é o da interpretação (eu interpreto). O sétimo olhar é o que direciona e liberta (vá com sentido). Vá em direção a você mesmo; eu estou com você! Esta foi a palavra de Deus dirigida a Abraão.

 

Se só inspiramos, sufocamos; se só expiramos, morremos. O sopro contém a inspiração e a expiração, e o que é verdadeiro em nossa vida fisiológica é também verdadeiro em nossa vida psicológica. No coração da sombra existe a luz. E no coração da luz existe a sombra. A experiência do ser é a experiência do círculo que mantém sombra e luz juntas.

 

 

 

 

Se alguém disser algo contrário ao que penso e sou capaz de entender este contrário como complementar, irei crescer em consciência e em compreensão. Se em vez de rejeitar ou negar alguns elementos de minha vida obscura, sou capaz de acolhê-los, tornar-me-ei mais inteiro.

 

O verdadeiro Amor não é complacente, não é dizer ao outro que me agrada o que ele tem de desagradável, pois isto seria mentira e hipocrisia. O verdadeiro Amor dá ao outro o direito de experimentar sua liberdade. Desta maneira, passaremos de uma vida submissa para uma vida escolhida.

 

Por vezes, os olhares que encontramos são amorosos e doces, mas falta a eles a exigência da verdade. Outras vezes, os olhares que se colocam sobre nós são plenos de verdade e de justiça, mas falta a eles a misericórdia e o amor.

 

Um sofrimento é insuportável na medida em que não se lhe pode conferir sentido. Por outro lado, tudo parece possível para quem é capaz de conferir sentido às coisas, até mesmo ao insustentável, até mesmo ao impossível.

 

Uma miragem perdida O deserto reencontrado. Uma ilusão perdida O real reencontrado. Uma explicação perdida Uma interpretação a reencontrar. Uma memória perdida Uma fala a reencontrar. Uma repetição perdida O futuro a reencontrar.

 

O perdão, quando bem compreendido, é um instrumento de cura. Freqüentemente, ficamos doentes porque não perdoamos, e o rancor e a cólera nos corroem o fígado e os rins. Todavia, a questão é como manter juntos o perdão e a justiça, o olho da verdade e o olho da misericórdia. Mas, o que é o perdão? O perdão é não aprisionar o outro nas conseqüências negativas de seus atos. É não nos aprisionarmos ou aprisionarmos o outro no carma. O perdão é a própria condição para que nossa vida continue a ser vivível. Se não nos perdoarmos uns aos outros, a vida se tornará impossível de ser vivida.12

 

Só estaremos realmente curados quando cabeça, Coração e corpo perdoarem12a sem restrições. Se não perdoarmos,12b ficaremos prisioneiros, bloqueados em uma situação, em um rancor, e a vida não poderá circular. Enfim, o ego não pode perdoar12c; e, assim, se deve tentar perdoar com o ego. Entretanto, talvez, o 'self' possa perdoar12d. Talvez haja dentro de nós uma dimensão maior que nós mesmos, que pode compreender e perdoar.12e

 

Quando eu era jovem padre e morava no interior da França, todos os domingos levava uma senhora paralítica à missa. Ela era portadora de esclerose em placas. Um dia, ela me contou o ódio que nutria pela mãe porque a tinha impedido de se casar com o homem que amava, e, apesar disto, passara a vida inteira cuidando da mãe, ocupando-se dela. Apesar de exteriormente se comportar como uma mulher respeitável e admirável, dizia-me que em seu interior só havia raiva. A dureza de seu Coração impregnara seu corpo, transformando-o em corpo rígido e paralisado. Assim, as doenças psicossomáticas têm, às vezes, uma origem espiritual.13

 

O primeiro conselho que podemos dar a alguém que quer meditar hesicasticamente não é de ordem espiritual, mas física: sente-se como uma montanha. Sentar-se como uma montanha quer dizer sentar-se com peso: estar pesado da presença. Estar sentado como uma montanha é ter a eternidade diante de si, é a atitude justa para aquele que quer entrar na meditação: saber que ele tem a eternidade detrás, dentro e diante de si. Meditar sentado como uma montanha é a própria meditação do Ser, do simples fato de Ser, antes de todo pensamento, de todo prazer e de toda dor. Meditar como uma montanha modifica o ritmo dos pensamentos. Aprende-se a ver sem julgar, e se dá a tudo o direito de existir.

 

O segundo conselho é aprender a meditar como uma papoula (aprender a florescer), sem esquecer da montanha. Devemos nos voltar em direção ao Sol, em direção à Luz, com o olhar voltado para o Coração e para as entranhas. Meditar sem objetivo nem ganho, apenas pelo prazer de ser e de amar a Luz. Como dizia Angelus Silesius (1624 – 1667), 'o amor é a própria recompensa.'

 

O terceiro conselho é aprender a meditar como o oceano. Inspirar... Expirar... Ser inspirado... Ser expirado... Unicidade gota/oceano... Unicidade de todas as coisas... Aquele que atentamente escuta sua respiração não está longe de Deus.

 

O quarto conselho é aprender a meditar como um pássaro. Meditar é murmurar como a rolinha, deixar subir em si o canto que vem do Coração. Meditar é respirar cantando. Kyrie eleison... Christe eleison... Kyrie eleison... Senhor tenha piedade... Cristo tenha piedade... Senhor tenha piedade... Senhor envie Seu Espírito... Cristo envie Seu Espírito... Senhor envie Seu Espírito... Senhor, que Seu Nome seja abençoado... Cristo, que Seu Nome seja abençoado... Senhor, que Seu Nome seja abençoado...

 

O quinto conselho é aprender a meditar como Abraão. Com a meditação de Abraão, nós entramos em uma nova e mais elevada consciência – a adesão da inteligência e do coração quando chamamos todas os seres pelos seus primeiros nomes. Esta é a experiência e a meditação de Abraão: atrás do estremecer das estrelas, existem mais do que estrelas, uma presença difícil de nomear, que nada pode nomear e que, no entanto, possui todos os nomes... Meditar como Abraão é fazer contato com a Presença de Deus. Meditar como Abraão é interceder pela vida dos homens, nada ignorar da sua podridão, e, no entanto, jamais desesperar da misericórdia de Deus. Meditar como Abraão é não ter nada no Coração e na Consciência além de Deus. Meditar como Abraão é praticar a hospitalidade, interceder pela salvação de todos os homens. É se esquecer de si mesmo e romper os apegos mais legítimos para se descobrir a si mesmo, descobrir nossos próximos e descobrir todo o Universo. Meu Deus! Misericórdia para os pecadores!

 

O sexto conselho é aprender a meditar como Jesus, o Cristo, o Homem Cósmico. Não sou mais eu que vivo, mas, é Você, Abba (Papai), que vive em mim. Queimo, mas não sou consumido.

 

'Aquele que é carnal, o é até mesmo nas obras do Espírito; aquele que é Espiritual, o é até mesmo nas obras da carne'. (Santo Agostinho, apud Leloup).

 

A Sexualidade é Divinizante, fonte de Vida e de Criatividade, participação à imagem e à semelhança do Deus Vivo e Criador.14

 

No início: o Logos.15 Hoje, o Logos: Para sempre, o Logos. Logos: Fio que mantém ligado todos os fios do Universo. Unidade de todos os fios... Unidade de todos os seres...

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. A paz, obviamente, deve começar em nós e por nós. Quem não está em paz, como poderá transmitir paz ou ensejar a paz?

2. Mitzvá é qualquer ato de bondade humana. No âmbito do Judaísmo, esta palavra se refere aos 613 mandamentos dados na Torá (os primeiros cinco livros da Bíblia Hebraica) e a qualquer lei rabínica em geral. De acordo com os ensinamentos do Judaísmo, todas as leis morais são derivadas dos Mandamentos Divinos. Dê uma conferida nesta Página:

http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos

3. Com o Deus de nossos Corações.

4. Na verdade, o Cristo não é privilégio dos cristãos. Se fosse, seria apenas mais uma espécie de deus criado pelos homens. O Cristo Cósmico está em todos nós, em nossos Corações; só precisamos descobri-Lo, ouvi-Lo e segui-Lo.

5. Isto me levou a pensar no seguinte triângulo: Meditar —› Aprender —› Ensinar (Transmitir). Um Reino é só um Reino. Já dois Reinos não são só dois Reinos; são mais do que dois.

6.

 

Oh!, passado de ignorância!
Passado de ilusória Pasárgada,
passado de tanta inconstância,
passado de um venta-furada.

Passado que passa-não-passa!
Passado doloso que me alfineta,
passado ora azótico, ora potassa,
passado que não me ablaqueta.

Mas é um passado que educa,
e do qual não posso me livrar.
Todo dia, ele martela minha cuca:
Vê lá se a Senda você vai olvidar.

 

7. Concordo com Maria Eduarda Gueiros: Esta é uma declaração fortíssima de desapego. Isto está plenamente de acordo com o que tenho dito: para Viver é necessário Morrer.

8.

 

Desertos atravessei!
Zilhões... Nunca contei.
De solidão em solidão,
me livrei da contramão.

Desertos experimentei
porque a Lei defraudei.
Hoje, já menos tolinho,
ando no Belo Caminho.

Desertos transformei,
e abandonei a torpe grei.
Meus capetas? Eu venci.
Mas, eu não os esqueci!

 

9. Sacralizamos o religioso e demonizamos o profano. Isto é mesmo uma desgraça desgracenta!

10. Não tentar controlar nada Não querer nada.

11. Eu não consigo compreender – e, portanto, admitir – esta divisão de mundo humano, mundo dos anjos, mundo de sei-lá-o-quê, Mundo do Absoluto e sei lá mais não sei quantos mundos, quantas esferas ou o que seja. Se o Teclado Cósmico é um só, só há um Mundo vibracional, só há um Universo freqüencial. Nossa percepção das coisas é que é limitada, tanto que quando esta percepção se amplia, se refina, podemos ter experiências em outras oitavas, em outros planos, em outras dimensões do único Teclado Cósmico existente. Essa coisa hipotética de separar as coisas interessa somente às Teologias, que, separando manhosamente, podem fazer o que bem quiserem, dogmatizando como melhor lhes convier. O busílis todo se resume à uma só palavra: Mérito. E acabou-se.

12, 12a, 12 b, 12c, 12d e 12e. Já discuti muito essa questão do perdão, e, resumindo o que já refleti em outros textos, penso que perdoar seja um ato de onipotência. Mas, o fato é que, se a onipotência existisse como tal, na verdade, nada julgaria, porque seria benevolamente todo-poderosa. O próprio Universo e aquilo que comumente é denominado de Consciência Cósmica (Deus, para os religiosos) não perdoam (nem condenam), simplesmente porque não julgam, e não julgam porque, se julgassem, fariam escolhas, e, se fizessem escolhas, se desagregariam de hipoteticidades em hipoteticidades. Em outras palavras: tanto o Universo quanto a Consciência Cósmica não têm capacidade de apreciar criticamente o que quer que seja. Então, quanto aos seres-no-mundo, para tudo, é necessário (um esforço para) haver compreensão, pois, enquanto não houver compreensão, no caso, sempre julgaremos, e julgando, de duas uma: ou condenaremos ou perdoaremos, em conformidade com a nossa cultura pessoal e outros fatores. A coisa toda é como disse Platão (428/427 – 348/347 a.C.) há dois mil quatrocentos anos: Aquele que tudo compreende, tudo perdoa. O sentido platônico de tudo perdoa é de não julgar. Se quisermos, finalmente, entender a coisa por outro ângulo, basta recordarmos e termos sempre em mente a advertência de Jesus, o Cristo, aos que queriam lapidar a mulher adúltera: — Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra. Todavia, o pior de tudo é quando o perdão é superficial e estrábico e a justiça que pensamos fazer é inquisitorial e preconceituosa.

 

 

 

 

13. De maneira geral, todas as doenças têm origem espiritual, isto é: somos nós que fabricamos as nossas consumições.

14. O Senhor fez tudo um mistério, um batismo, uma crisma, uma eucaristia, uma redenção e uma Câmara Nupcial. Na verdade, aqueles que foram unidos na Câmara Nupcial não mais serão separados. A Redenção (ocorre) na Câmara Nupcial. A Câmara Nupcial é o Santo dos Santos... E nos nos convida a entrar. (Evangelho de Filipe).

15. Logos Verbum Dimissum et Inenarrabile.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Transdisciplinaridade

http://scarystuffbrah.tumblr.com/
post/23366905842

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=45

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=46

http://editorafranciscano.com.br/
doc/Evangelho_Filipe.pdf

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=68

http://beta.photobucket.com/
images/skull%20gif/

http://www.sodahead.com/

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=72

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=83

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=84

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=86

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=90

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=92

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=0&ref_txt=111

http://bradiiez.deviantart.com/art/
Galaga-Bee-Animated-GIF-323839957

http://www.jeanyvesleloup.com/br/
texte.php?type_txt=2&ref_txt=51

http://unipaz-df.objectis.net/
projeto-fhb-xvii/teoria

http://tuesisto.blogspot.com.br/2010/05/
arte-de-morrer-por-jean-yves-leloup.html

http://muraldaexistencia.blogspot.com.br/
2009/11/desertos-desertos-jean-yves-leloup.html

http://decarlicris.blogspot.com.br/2012/09/
uma-centelha-jean-yves-leloup.html

http://www.orkut.com/

http://www.revistacontinente.com.br/index.php/
component/content/article/7322.html

http://arnaldovcarvalho.wordpress.com/
2010/07/27/acredito-e-procuro-seguir/

http://www.orion.med.br/index.php/

http://www.laetusinpraesens.org/
docs10s/invagin.php

http://www.frazz.com.br/
escritor/jean_yves_leloup/13399

http://www.mathworks.in/matlabcentral/
fileexchange/authors/30223

http://fraseseautorias.blogspot.com.br/2009/09
/o-poder-do-silencio-jean-yves-leloup.html

http://paraserzen.blogspirit.com/
tag/jean-yves+leloup

http://www.thenewlife.com.br/
portal/FRASES/tabid/70/Default.aspx

http://www.facebook.com/permalink.php?story_
fbid=279505395497571&id=202689186512526

http://abrigodossabios-paulo.blogspot.com.br/
search/label/Jean-Yves%20Leloup

http://www.infoescola.com/
filosofos/jean-yves-leloup/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitzv%C3%A1

http://raracalma22.blogspot.com.br/
2011_05_01_archive.html

http://arthur2rcasc.wordpress.com/
2011/06/04/

http://aquileseluciana.blogspot.com.br/
2010/04/shalom.html

http://www.jeanyvesleloup.com/
br/texte.php?type_txt=0&ref_txt=112

http://www.jeanyvesleloup.com/
br/biographie.php

 

Música de fundo:

L'hymne a L'amour
Composição: Edith Piaf (letra) & Marguerite Monnot (música)

Fonte:

http://home.online.no/~hestenda/midi.htm

 

Direitos autorais:

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