Fernando
Henrique entende menos de Matemática do que eu, entende
tanto de Economia quanto eu. Talvez,
eu até entenda mais de Economia do que ele.
Para
mim, o Ministro Rubens Ricupero foi o sacerdote do Plano Real. Mais até
do que o FHC. Mais tarde, tivemos a grande ajuda do Ministro Ciro Gomes.
O
grande sacerdote do Plano Real chama-se Rubens Ricupero…
O Fernando Henrique não reconhece
que foi eleito por mim e que o Plano Real aconteceu no meu Governo.
Não sou a favor da reeleição.
Primeiro, ela quebrou a ordem constitucional brasileira. Ao longo da vida
pública, nós nunca tivemos reeleições neste
País. Quando terminamos o Plano Real, nós tínhamos
que ter três pilares: o da reforma política, da tributária
e a fiscal. O que aconteceu em 1995? Em vez de fazer o que ainda não
havia sido feito, passaram a reeleição. A linha divisória
que distingue um candidato no cargo e um candidato que apenas concorre é
invisível. Eu acho que a reeleição permite muita corrupção.
A máquina é usada de uma forma muito violenta. Vou combater
a reeleição. Acho que um mandato de cinco anos é o
ideal. Não acho quatro pouco, mas cinco seria razoável.
A
história terá de me fazer justiça. Fui presidente,
não me candidatei à reeleição. Fui governador,
e não me candidatei à reeleição. Sou contra.
Quem
já foi presidente duas vezes não poderia concorrer mais. Vamos
dar oportunidade a outras pessoas. O cidadão fica oito anos no poder
e quer voltar?
Os
nossos Partidos costumam ter uma minoria que os domina há muitos
anos. De repente, é preciso 16 ou 18 anos para se chegar à
cúpula, se chegar. Fico muito preocupado quando dizem: 'vamos fazer
uma eleição por lista'. Se uma cúpula partidária
dominar o Partido por muitos anos e não gostar da sua atuação,
você vai ser o último da lista. Os Partidos brasileiros ainda
são regionais. Quer se goste ou não, eles não são
nacionais.
O
PMDB é como se fosse uma namorada; a gente nunca esquece.
Não
posso julgar o Parlamento porque eu estou aqui há uma semana. Mas
há influência total do Executivo no Legislativo. Há
submissão até nas comissões parlamentares de inquérito.
Coisa que nem no regime militar tínhamos, de proibir que um parlamentar
da oposição presidisse uma comissão. Não vamos
permitir que isto aconteça. Quero deixar claro que não estou
julgando o Senado agora. A oposição naquela época não
se calava. Naquele tempo, nosso mandato poderia ser cassado em 10 ou 15
minutos. Nós fomos eleitos pela oposição, nós
temos que debater no campo das idéias, é a nossa obrigação.
Em
determinados momentos, nas horas mortas, o presidente tem que tomar decisões
sozinho. A vida pública é muito bonita, mas tem fases que
trazem na alma uma tristeza muito grande. A maior alegria, além do
Plano Real, foi ter passado a faixa presidencial a Fernando Henrique Cardoso
porque, quando eu entrei, disseram que meu Governo não duraria 48
horas.
Há
dia que a sua alma corre mais do que você. Então, você
tem que puxar sua alma de volta. Se ela correr mais do que você, as
tristeza são levadas por ela. Quando você a traz de volta,
parte das tristezas ficam fora.
O
Presidente Lula mudou muito seu comportamento de 2002 para cá. Ele
acha que só ele fez alguma coisa pelo Brasil. O Presidente, hoje,
é um homem popular. Mas, hoje, o Presidente,
diante dessa popularidade, se sente um ser absoluto. Ele acha que é
insubstituível. Ele acha que só ele fez alguma coisa pelo
Brasil, ninguém mais. O Brasil surgiu com ele – e é
capaz de achar que vai acabar com ele. Às vezes, a gente fica pensando
se não foi o Presidente
quem abriu os portos, e não Dom João VI.
A
Dilma
ela tem um discurso monotemático.
Se fosse uma estudante, seria uma aluna boa para decorar as lições,
não para fazer cálculos. Ela vem com um discurso preparadinho
que o Presidente Lula ensinou.
Eu escutei o discurso da Presidente
Dilma. Achei interessante que ele não falou o 'nunca antes neste
País'… Achei uma evolução; tomara que ela não
tenha recaídas.
Eu
gostaria de chamar a atenção, devemos meditar. O Presidente
Lula costuma dizer mediocremente 'nunca antes na história deste País'.
O Presidente esquece a Constituição. O Presidente esquece
que ele não inventou o Brasil. É hora de falarmos a verdade.
Durante
meu Governo não privatizei.
Eu
votei no Serra, por causa da coligação; mas muitos amigos
votaram na Marina Silva e queriam que eu ficasse com ela. Não fiquei.
Em
toda a minha vida só vi um homem transferir maciçamente os
votos do seu Partido: Leonel Brizola para Lula, no segundo turno de 1989.
Dar
trabalho ao Governo, eu não sei se vou dar. Eu espero que, toda a
vez que for possível, eu possa ajudar com a pequena experiência
que tenho.
A
posição de Aécio de não aceitar a vaga de vice
na chapa encabeçada pelo governador paulista, José Serra (PSDB),
tem de ser respeitada. Esse assunto cessou. Vou dizer que o Partido não
se envolva em solicitar que ele seja vice.
Uma
candidatura presidencial tem que ser trabalhada. Não pode ser um
vôo solo. Tem que se organizar e somar com outros Partidos. Acho que
o PSDB está ficando numa situação muito difícil.
A oposição vai ter muitas dificuldades. A posição
paulista vai atrapalhar o processo eleitoral da oposição.
Só estranho que o PSDB queira forçar o Aécio a ser
vice e não faz o Serra assumir a candidatura. É um jogo estranho.
Os tucanos estão numa situação
muito difícil de levar qualquer discurso, quando não tem quem
vai levar este discurso. Se compreendessem Física, veriam que o vazio
é bem complicado.
A
oposição tem que correr. A gente costuma dizer, em Física,
que é preciso ter a velocidade inicial (V0).
Os tucanos não têm tido velocidade inicial para enfrentar a
Dilma. Se eles não estão nem com a V0,
então imagine. E ela já passou da velocidade inicial.
Eu
nunca permiti, nunca, desde prefeito, jovem prefeito que fui, nunca permiti
que a corrupção se alastrasse nas minhas administrações.
Corrupção não.
Um
dia, o Teotônio Vilela, que já estava muito doente, muito doente,
me chamou. Ele tinha muito carinho comigo, e disse: — Itamar, às
vezes, eu noto que você fica zangado com certas coisas. Olhe, não
deixe sua alma ficar machucada por política; deixe ela ficar machucada
pelo amor, mas nunca pela política. Pelo amor, ela pode ficar machucada
quantas vezes você quiser.
Minha
relação com Fernando Henrique Cardoso não está.
Mas se eu defendo escondê-lo? Não defendo. Apesar das minhas
desavenças com ele, acho um absurdo escondê-lo. Se ele não
aparece, batem nele de qualquer jeito. Então, ele deve aparecer,
rebater, xingar.
Ainda não foi cunhada a moeda
da gratidão, não é verdade? Então, na política,
esperar gratidão é... Quando você deixa o palácio
e o poder, são poucos os que ficam ao seu lado.
Eu
fico olhando o Sarney dizer que o melhor Presidente que ele já teve
foi o Lula, e penso: sim, senhor, hein, presidente Sarney?
Jornalista:
— E o Collor?
Itamar: —
Prefiro falar da chuva.
No
Parlamento, as discussões perderam consistência. Há
falta de memória. Não há mais grandes debates no plenário.
Muitas vezes, se vota sem se saber em que realmente está se votando.
Há medidas provisórias sendo aprovadas sem um exame mais profundo.
O que impede, por exemplo, aprovação dos famosos contrabandos?
O processo legislativo piorou... Quando podíamos ser cassados a qualquer
momento, nós tínhamos mais liberdade legislativa do que temos
hoje. Voltei ao Senado, e, ao sentar no plenário, senti tristeza.
Hoje, há uma certa promiscuidade entre o Executivo e o Legislativo,
daí que vêm os maiores escândalos. Nos Estados Unidos,
quem é eleito senador ou deputado está proibido de exercer
cargo no Executivo. Isto não vai acabar com o vínculo umbilical
entre os poderes, mas pode reduzir a barganha dos cargos.
A
elite paulista não aceita, de um modo geral, quem não faz
parte de seu clã. Mas não guardo mágoas… Você
vai ver como essa elite vai tratar o Governador Aécio Neves, que
é de Minas.
Acompanhei
essa eleição no Congresso e lembrei os tempos de estudante
de Física. Quando você olha através de um espelho côncavo
um objeto em uma determinada posição, vê uma imagem
real e outra virtual. O que eu vi nessa eleição para as mesas?
A imagem virtual. O PMDB elegeu os presidentes das duas Casas.
Como
é que a opinião pública pode entender a política
nacional, se, na Câmara Alta da República, dois Partidos, que
deveriam ser diferenciados ideologicamente, se unem? Não visaram
os interesses nacionais.
Sarney
não é um simples apoiador do Lula. Ele comanda todo o sistema
energético brasileiro. Dou um exemplo. Furnas sempre foi dirigida
por mineiros. O dr. José Pedro [Rodrigues
dos Santos, mineiro, amigo de Itamar] saiu há pouco da
presidência de Furnas. Não foi nenhum mineiro para lá,
não. Foi quem o Sarney determinou. Ele controla o próprio
ministro [Edison Lobão],
a Eletrobrás, Furnas e a Eletronorte. Até na Petrobras tem
influência. Então, este homem está hoje devedor de Lula,
muito mais do que Lula lhe deve pelo apoio. Controlar o sistema energético
é ter muito poder. Quando Fernando Henrique tentou privatizar Furnas,
eu era governador, e lutei contra. Graças à minha resistência,
Furnas e Cemig continuam brasileiras. Mas isto, hoje, a gente só
comenta. Para alguns, eu não existi nem existo. Quando saí
da Presidência, ainda fiquei aborrecido, mas me lembrei de um verso
de Castro Alves. Percebi que algumas pessoas que eu achava que eram estrelas,
eram apenas pirilampos ['Julguei-te
estrela – e eras pirilampo', do poema Dalila]...
Imagine se hoje
nós estivéssemos também com Furnas entregue ao capital
estrangeiro. Nós estaríamos...
Quando
você tem acordos internacionais, você deve respeitá-los.
Eu respeitei todos os acordos que eu tinha no Governo, só não
tinha dinheiro para pagar.
O
poder é uma solidão completa.
Quando me perguntam: — O Presidente
Lula sabia do mensalão? Eu respondo: — Eu acho que ele sabia.
Mas se ele diz que não sabia, eu não vou ficar discutindo
com bate-boca com o Presidente da República.
Alguns
Protagonistas Conhecidos
As
ditaduras partidárias são reais. E se tornaram mais fortes
quando o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que o mandato pertence ao Partido.
O que penso é que precisávamos ter um percentual de candidatos
independentes, para não ficarmos submetidos à ditadura partidária.
Por que o Governador Aécio quer prévias? Porque não
quer se submeter à ditadura partidária, que também
existe no PSDB. Em um PMDB controlado por Sarney, Quércia, Geddel,
Jader, Padilha, quem os derrota?
Na
Matemática, quando o número de incógnitas é
muito maior do que as equações, a questão não
se resolve. A política mineira e a nacional têm excesso de
incógnitas!
Desde
estudante, estive ao lado de quem defendia idéias. Na política,
meu primeiro inspirador foi Alberto Pasqualini [1901
– 1960], senador gaúcho que me fez entrar para o
Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, um homem com idéias avançadíssimas
para a época. Até há pouco tempo, você era eleito
pelo que falava em praça pública. Hoje, não. Você
é preparado no estúdio, lhe dão um discurso para ler
no 'teleprompter'. Fui de um tempo que tinha de chegar na televisão
e dizer o que pensava. Se falasse besteira estava liquidado.
A
primeira coisa que o Governo tem de fazer não é novidade.
Mudar a política monetária. Não se pode continuar com
a taxa de juros mais alta do mundo.
Alea
jacta est –
a sorte está lançada –
que, aliás, César não disse em latim, mas em grego.
O
Presidente Lula está bem com a opinião pública, não
só porque tem o Bolsa-família, mas porque a oposição
não tem mensagem.
O
Rubicão não é tão difícil de atravessar.
Em verdade, é um riacho…
O
que deve ser contestado, no Conselho de Segurança da ONU, é
o ainda poder de veto exclusivo aos cinco países que são membros
permanentes do órgão.
Um
País que defendeu, com Rui, em Haia, a plena igualdade entre as nações,
não pode compactuar com a ditadura dos grandes.
O
nacionalismo é a união entre a idéia da dignidade e
a
idéia da defesa
da riqueza que coube, pela Natureza, à geografia de cada nação.
É certo que a dignidade dos povos é mais importante do que
seus bens: uma nação pode ser honrada, ainda que pobre. Mas
a cobiça internacional se dirige aos recursos naturais. O nacionalismo
deve ser instrumento de defesa e resistência, jamais estímulo
à conquista, como ocorreu com a Alemanha de Hitler.
Desde que entrei para a política,
em Juiz de Fora, sempre entendi que o Estado existe para impor aos poderosos
o respeito aos cidadãos, qualquer que seja a sua posição
na sociedade. Mais do que isto, sempre acreditei que o poder político
deve buscar a igualdade de todos, diante da lei e das oportunidades da vida.
Assim agi quando, por duas vezes, fui prefeito de minha Cidade. E só
fui atraído para a política porque, como engenheiro do DNOS,
tomei conhecimento da vida difícil das populações periféricas.
Até hoje, creio que o saneamento básico é uma das principais
tarefas do poder público. Na mesma época, juntamente com meu
colega Nicolau Kleijorge, dei aulas de matemática e conhecimentos
gerais aos trabalhadores de Juiz de Fora. No Senado, para onde fui eleito
pela primeira vez em 1974, naquela memorável manifestação
de inconformismo de nosso povo, quando o MDB não era o PMDB de hoje,
mantive a mesma postura – a de que o mercado deve estar sob o controle
do Estado, servidor da sociedade, e não o contrário. Resisti
ao projeto neoliberal que se iniciara no Governo Collor, e não concordei
com a privatização de setores estratégicos, como os
da energia e das telecomunicações. Da mesma forma, cortei,
pela raiz, o projeto da equipe econômica, de privatizar o Banco do
Brasil e a Caixa Econômica.
Lula
se tornou um mito; mas mitos e muros também são derrubados.
Meus
amigos entram pela porta da frente. Há muita gente cujos amigos entram
pela porta dos fundos; ninguém sabe, ninguém vê, ninguém
viu.
Será
que alguém conhece tudo sobre mensalão neste País?
Uma hora, um fala uma coisa; outra hora, outro fala outra; outra hora, desmente;
outra hora, vai ao Congresso Nacional, fica quietinho, acobertado por uma
decisão do Supremo Tribunal Federal. Quer dizer: quem é que
conhece o que realmente está se passando?
Itamar,
o problema é o seguinte: assine o acordo [gás
da Bolívia], mas nunca deixe de recordar àqueles
que vão assumir a presidência futuramente que o País
não pode ter dependência energética só de um
país, porque, senão, haverá problemas. (Aureliano
Chaves, apud Itamar franco). A
Itália é tremendamente dependente da energia elétrica
da Suíça e da França. Houve um problema na França
e um problema na Suíça. A Itália ficou praticamente
24 horas sem eletricidade. Por quê? Porque a Itália
depende do fornecimento suíço e do fornecimento
francês. Ela não permitiu mais a construção
de usinas nucleares por causa do plebiscito.
Uma
vez me perguntaram: — Já leu o livro do Fernando Henrique?
Eu respondi: — Não li e não gostei.
O
Fernando Henrique, me permita, não estou falando com descortesia,
mas ele não entende nada de energia, nunca entendeu de energia e
não sei se hoje ele entende de energia. Mas nunca entendeu.
Um
Senado subjugado pelo Executivo? A interferência do presidente é
a todo instante, em tudo, até em questões internas. Uma das
coisas mais sagradas do Congresso são as CPIs. Pois eu era de oposição
e fui presidente da CPI das 'polonetas' [que
investigava denúncias de irregularidades em um empréstimo
feito pelo Brasil à Polônia], no Governo Geisel,
e depois da CPI das diretas. E, agora, o presidente diz que não pode
ser e não é. Onde já se viu isso? O Senado diz amém,
amém.
A
ditadura durou vinte anos, mas ela se tornou frágil e caiu. Hoje,
se há essa ditadura que o PT quer impor ao País, se acha que
só ele sabe o que é bom para o País,
é preciso reagir. Quando o Lula diz que 'nunca antes neste
País',
eu penso: o que é isto? Como é que o sr. Sarney aceita isto?
Então, ninguém fez nada? Ao longo do processo, cada um de
nós – o Sarney, eu e o Fernando Henrique –
foi passando o bastão.
O
Aécio hoje é a maior liderança nacional. Mais do que
o Lula, porque o Aécio é democrata. Um presidente que vai
a Minas dizer que não pode ter senador de oposição,
que zomba da imprensa, que zomba da Constituição, não
é democrata.
O
Lula gostou do poder, mas ele vai ver o que é bom depois, quando
deixar o poder. Não se pode acostumar com os palácios, com
os aviões, com
os helicópteros, com o sujeito
que carrega a sua mala, porque isto não é o dia-a-dia do homem
simples, que nós todos somos. O Lula deve saber que, um dia, tudo
isto acaba. O poder não é eterno. Nós já tivemos
no Brasil um grande presidente que era também o 'pai dos pobres',
e que, depois, foi derrubado, não é?3
O
Plano Real nos deu e continua dando a base, mas precisamos de soluções
adequadas aos novos momentos ditados pela conjuntura. Certamente, não
é deixar de encarar a crise de frente, no momento em que uma conjuntura
adversa nos pede ação, e não obediência a uma
taxa de prudência ultrapassada ante a enormidade das perdas já
incorridas e contabilizadas pela Economia.
Para
aperfeiçoar a Economia é necessário um novo pacto federativo,
uma nova maneira de dividir encargos e responsabilidades entre os poderes
municipais, estaduais e União.
Qual
foi a minha satisfação além do Plano Real? Foi terminar
o Governo democraticamente.
Eu parei, há muito tempo,
com esse negócio sobre quem fez o Plano Real. Outro dia, eu estava
lendo sobre um jornalista americano que acompanhou desde o Apollo 1 até
o 17 (projeto da NASA que levou o homem à Lua). Há pouco tempo,
ele estava passeando com dois netos. Aí ele mostrou a Lua para os
meninos. Eles nem ligaram. Por quê? Porque eles são de uma
geração mais avançada do que ir à Lua. O sujeito
que tinha 15 anos quando o Plano Real foi lançado, hoje, tem 30 anos.
Ele está vendo a Guerra nas Estrelas, não a Lua. Por isto,
é bobagem discutir quem fez o Real. Dentro do processo econômico,
o Real sempre terá seu valor.
A
Nação Brasileira não pode ficar assistindo à
degradação do Parlamento. Quando há degradação
do Parlamento... é ruim para o País.
O
Legislativo se diminui ao procurar o Presidente para resolver suas questões.
As questões do Legislativo têm de ser resolvidas internamente.
O problema do Legislativo quem resolve é o Legislativo, não
o Executivo. O Presidente da República não tem nada a ver
com os problemas do Legislativo. Os Três Poderes são harmônicos,
mas são independentes, como manda a Constituição e
a tradição democrática.
Hoje,
estamos tutelados pelo Executivo. Então, eu acho que a única
coisa que a oposição não poderá fazer é
se calar. A oposição precisa ser oposição, sem
trégua.
Botando
a Boca no Trombone!