ÍSIS SEM VÉU
(Parte 6)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este texto é a 6ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica, e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um texto-chave no movimento teosófico e um marco na história do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso, para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá apenas 30 fragmentos.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

A cada segundo, tanto o ser-humano-aí-no-mundo quanto o átomo se aproximam do solene momento na eternidade, em que a Presença Invisível se revelará às suas Visões Espirituais.

 

Peregrinando, sempre peregrinando...
Transmutando, sempre transmutando...
Ascensionando, sempre ascensionando...
Somos-todos-Deuses-no-hoje-eterno-quando.

 

Conscientemente ou não, o ser-humano-aí-no-mundo exerce, durante toda a sua encarnação, a Faculdade Mágica da Potência Divina ou Vontade Universal, pois, todo ser existente nesta esfera sublunar foi formado e está impregnado do Magnale Magnum (Alma Universal), e todas as coisas no Universo estão em relação umas com as outras.

 

Poder Mágico = Poder Espiritual.

 

A influência da mente sobre o corpo é tão poderosa, que ela sempre realizou os chamados milagres em todos os tempos.

 

Se alguém, que está fisicamente doente, tentar curar, não apenas falhará, como também comunicará, muitas vezes, a sua doença ao paciente, e lhe furtará o pouco de energia que tiver. [Isto funciona mais ou menos como na Hidrostática, no que se conhece como Sistema de Vasos Comunicantes.]

 

 

 

 

Se tentarmos dar
o que não temos para dar,
acabaremos por tirar
ao invés de dar!

 

 

Também poderá acontecer que, se uma pessoa doente médium ou não tentar curar, sua força poderá ser suficientemente robusta para deslocar o mal, e fazê-lo sair do presente lugar, e fazê-lo se mudar para outro, no qual, brevemente, reaparecerá. O paciente, entrementes, se acreditará curado.

 

Mas, o que acontecerá, se o curador estiver moralmente doente? As conseqüências poderão ser infinitamente mais nocivas, pois, é mais fácil curar uma doença física do que purificar uma compleição infeccionada pela torpeza moral. O curador, neste caso, comunicará ao seu paciente que é agora sua vítima o veneno moral que infecta sua mente e seu Coração. Seu toque magnético é contaminação; seu olhar, profanação. Contra sua tara, para um paciente passivamente receptivo, não existe proteção. O mal que um desses "médiuns curadores" pode causar é incalculavelmente grande, e tais curadores se contam às centenas. [Atualmente, com o aumento da população mundial e a multiplicação geométrica de diversas seitas e religiões, esses curadores marca roscofe, ordinários e reles, que, no fundo, só querem saber de dinheiro, se contam aos milhares. Portanto, todo cuidado é pouco. No mínimo, não deixe ninguém pôr a mão em sua cabeça. No mínimo! Aliás, por que procurar essa gente, se você mesmo poderá se curar? Não se esqueça de que as sementes de tudo são os nossos pensamentos. Quanto a tudo isto, precisamos nos esforçar e saber que não há maior troca/interação de energias do que em uma relação sexual, que, de fato, é mais um Procedimento Mágico do que qualquer outra coisa.]

 

 

O Corrupto e o Doente

 

 

Invejei: fiquei acescente.
Odiei: fiquei doente.
Passou um tempo: acamei.
O tempo passou: bafuntei.
Do lado de lá: não entendi.
Mais pra lá: chorei e sofri.

 

 

De Pitágoras (cerca de 570 a.C cerca de 495 a.C.) a Éliphas Lévi (1810 1875), da mais ilustre testemunha à mais humilde, todos ensina(ra)m que o Poder Mágico jamais foi[-será] possuído por aqueles inclinados a prazeres viciosos. Apenas o puro de Coração "vê Deus" ou exerce Dons Divinos. Apenas ele pode curar as doenças do corpo e se deixar guiar com relativa segurança pelos "Poderes Invisíveis". Apenas ele pode dar paz aos espíritos perturbados de seus irmãos e irmãs, pois, as Águas Curativas não provêm de uma fonte envenenada; uvas não crescem em espinheiros, e cardos não produzem figos. Mas, apesar disto, a Magia nada tem de supremo. Ela é uma Ciência, e mesmo o poder de "expulsar demônios"1 era um ramo seu, de que os Iniciados fizeram um estado especial.

 

Existem médiuns cujos organismos são utilizados, às vezes, por centenas de pseudoformas humanas.

 

Não é através dos gabinetes escuros que a Luz algum dia recairá.

 

 

 

 

As negações de todo o mundo não soprarão o suficiente para extinguir as lâmpadas perpétuas (que não queimam perpetuamente, mas, apenas, por um número indefinido de anos e até por séculos) de algumas criptas subterrâneas da Índia, do Tibete e do Japão. São os egípcios, esses filhos do País da Química, que lhes reclamam a invenção. Pelo menos, eles foram o povo que utilizou tais lâmpadas mais do que qualquer outra nação, por causa de suas doutrinas religiosas.

 

Lutei para extinguir Verdade.
Jamais consegui.
Lutei para estimular a mentira.
Jamais consegui.
Lutei para aniquilar o Bem.
Jamais consegui.

Lutei para exacerbar o mal.
Jamais consegui.

Lutei para apagar a LLuz.
Jamais consegui.
Lutei para acender a escuridão.
Jamais consegui.
Lutei para enfear a Beleza.
Jamais consegui.
Lutei para aguçar a fealdade.
Jamais consegui.
Lutei para desgastar a Paz.
Jamais consegui.

Lutei para inspirar a guerra.
Jamais consegui.

Lutei para matar a Vida.
Jamais consegui.
Lutei para vivificar a morte.
Jamais consegui.
Lutei para infernizar o Céu.
Jamais consegui.
Lutei para valorizar o Hades.
Jamais consegui.
Lutei para desbotar o Lapis.
Jamais consegui.
Lutei para importantizar o chumbo.
Jamais consegui.

 

O calor, a eletricidade, o magnetismo e a luz são interconversíveis, sendo capazes de ser num instante uma causa e no próximo um efeito.

 

A Forma Primordial de tudo o que foi-está-será manifestado, de um átomo a um globo, desde um ser humano até um anjo, é esferoidal. Em todas as nações, a esfera tem sido o símbolo da eternidade e da ilimitabilidade. Ela é o círculo simbólico de Pascal e dos Cabalistas, cujo centro está em toda parte, e cuja circunferência não está em parte alguma.

 

 

 

 

As formas se alternam, se misturam e, depois de uma gradual transformação do Espírito Puro (ou o Nada Búdico) na matéria mais grosseira, começam a se retrair e também gradualmente a reemergir em seu estado primitivo, que é a absorção no Nirvana. Então, o que é isto senão correlação de forças?

 

É absolutamente necessário que um morra para que o outro possa viver.

 

É absolutamente necessário
que o diabo pife,
para que Deus possa Viver.
É
absolutamente necessário
que o inferno suma,
para que o Céu possa Aparecer.
É
absolutamente necessário
que a maldade acabe,
para que o Bem possa Prevalecer.

É
absolutamente necessário
que a escuridão se apague,
para que a LLuz possa Resplandecer.
É
absolutamente necessário
que a desencarnação aconteça,
para que cada ser-aí possa Ascender.
É
absolutamente necessário
que a Compreensão clareie,
para que o ser-aí possa Deus vir a ser.

 

Quando uma força [energia] desaparece, ela simplesmente se converte em uma outra força [energia]. [Para o ser, nunca houve começo, pois o nada não pode dar origem a alguma coisa. Tudo era trevas antes de surgir a luz. A luz, porém, não veio das trevas, pois, as trevas são a ausência da luz... (Mito Rosacruz da Criação). Da mesma forma que o nada não pode dar origem a alguma coisa, nenhuma coisa pode se transformar em nada. No Universo, propriamente, não há criação nem destruição; o que há é reorganização adimplente, mudança freqüente e movimento permanente.]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora a nossa Arqueologia não tenha descoberto nenhum aparelho antigo para chegar a conclusões/confirmações particulares, pode-se, não obstante, afirmar com perfeita razão e com base em deduções analógicas, que quase todas as religiões antigas se fundavam na indestrutibilidade da matéria e da força, mais a emanação do Todo a partir de um Fogo Etéreo (Espiritual) ou o Sol Central, que é Deus ou Espírito, em cujo Conhecimento, potencialmente, se baseava a antiga Magia Teúrgica.

 

Comentário do filósofo neoplatônico grego Proclus Lycæus (Constantinopla, 8 de fevereiro de 412 17 de abril de 485) sobre a Magia: Do mesmo modo que os amantes avançam gradualmente da beleza que é aparente em formas sensíveis para a Beleza Divina, assim os Sacerdotes Antigos, quando perceberam que havia uma certa aliança e simpatia entre as coisas naturais, entre as coisas visíveis e entre as forças ocultas, descobriram que todas as coisas subsistem em tudo, e edificaram, desta forma, uma Ciência Sagrada com base em sua simpatia e similaridade mútuas. Portanto, eles reconheciam nas coisas subordinadas as coisas supremas, e, nas supremas, as secundárias, nas regiões celestes, as propriedades terrestres subsistindo de maneira causal e celestial, e na Terra, as propriedades celestes, mas, de acordo com a condição terrestre. Ora, os antigos tendo contemplado a mútua simpatia das coisas celestes e terrestres, aplicaram-na para propósitos ocultos, de natureza celeste e terrestre, por cujo intermédio, graças a certas semelhanças, deduziram as Virtudes Divinas nesta morada inferior. Todas as coisas estão repletas de Naturezas Divinas. As naturezas terrestres recebem a plenitude das que são Celestes, e as Celestiais das Essências Supercelestiais, ao passo que cada ordem de coisas procede gradualmente de uma bela descida do mais alto ao mais baixo, pois, tudo que se reúne acima da ordem das coisas se dilata, em seguida descendo, e as diversas almas se distribuindo sob a conduta de suas diversas Divindades.

 

 

Tudo Está Inter-relacionado

 

 

A Magia se baseia, sólida e unicamente, nas misteriosas afinidades existentes entre corpos orgânicos e inorgânicos, nas produções visíveis dos Quatro Reinos [Hominal, Animal, Vegetal e Mineral] e nos poderes invisíveis do Universo. Um profundo e exaustivo conhecimento das Lei Naturais sempre foi e continua sendo a base da Magia.

 

 

Afinidade Ser-aí–Dragão

 

 

Os Magos afirmam que a fecunda Mãe Terra está sujeita às mesmas Leis às quais estão submetidos cada um dos seus filhos.

 

Há uma Lei Universal inexorável que determina que todas as coisas passem por novas arrumações [rearranjos] e formem outras combinações.

 

 

Síntese da Uréia2

 

 

Os herméticos e, posteriormente, os Rosa+Cruzes afirmam que todas as coisas visíveis foram produzidas pela disputa entre a Luz e a escuridão, e que toda partícula de matéria contém, em si mesma, uma centelha da Essência Divina Luz ou Espírito e que, por meio da sua tendência a se libertar dos obstáculos e retornar à Fonte Central, produziu movimento nas partículas e, deste movimento, a forma.

 

A LLuz é o Grande Mago Proteo. Sob a ação da Vontade Divina do Arquiteto, as suas ondas multifárias e onipotentes dão origem a todas as formas, bem como a todos os seres vivos. Do seu seio avolumado e elétrico procedem a Matéria e o Espírito. Nos seus raios repousam o começo de todas as ações físicas e químicas e todos os fenômenos cósmicos e espirituais. Ela vitaliza e desorganiza, dá a vida e produz a morte, e do seu ponto primordial emergem gradualmente e se tornam existentes as miríades de mundos e de corpos celestiais visíveis e invisíveis.

 

A diferença mais substancial entre as doutrinas dos neoplatônicos e dos cristãos consiste apenas na amalgação forçada por estes últimos da Mônada incompreensível com a sua trindade criativa realizada.

 

Tudo é
o que sempre foi
e sempre será.
Tudo não é
o que nunca foi
e jamais será.
Tudo será
o que sempre foi
e sempre será.
Tudo não será
o que não pode ser
e jamais poderá.

 

Segundo Platão (Atenas, 428/427 Atenas, 348/347 a.C.), se triunfarmos sobre a dor, o temor, a cólera e outros sentimentos, viveremos corretamente; se formos vencidos por eles, viveremos incorretamente.

 

Se nos deixarmos dominar pelos males vinculados à matéria, nos tornaremos um instrumento dócil nas mãos dos invisíveis seres de matéria sublimada, que pairam em nossas atmosferas e estão sempre prontos a inspirar aqueles que foram abandonados por seu Conselheiro Imortal o Espírito Divino [nosso Deus Interior] – chamado de Gênio por Platão.

 

Segundo o grande filósofo e Iniciado Platão (Atenas, 428/427 Atenas, 348/347 a.C.), quem viveu bem durante o tempo que lhe foi atribuído poderá voltar a habitar a sua Estrela, e aí levará uma existência abençoada e de acordo com a sua natureza.

 

Segundo o escritor, romancista, poeta, dramaturgo e político inglês Edward George Bulwer-Lytton (Londres, 25 de maio de 1803 Torquay, 18 de janeiro de 1873), a Ciência Verdadeira não tem crenças; a Verdadeira Ciência tem apenas três estados mentais: negação, convicção e o vasto intervalo entre os dois, que não é crença, mas, suspensão do juízo.

 

 

Segundo o filósofo neoplatônico assírio Jâmblico (Celessíria, 245 Apaméia, 325), Pitágoras [cerca de 570 a.C. – cerca de 495 a.C.] era Iniciado em todos os Mistérios de Biblos e de Tiro, nas Operações Sagradas dos sírios e nos Mistérios dos fenícios, e também passou 22 anos nos áditos dos templos do Egito, reunido com os Magos da Babilônia, tendo sido instruído por eles em seu venerável conhecimento. Portanto, não é nada surpreendente que ele fosse muito versado em Magia ou Teurgia, e que fosse capaz de fazer o que ultrapassa o mero poder humano e o que parece ser absolutamente incrível ao vulgo.

 

 

Tetraktys
(1 + 2 + 3 + 4 = 10)

 

O Éter Universal é um oceano sem limites.

 

 

 

Continua...

 

 

 

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Notas:

1. Helena escreveu "expulsar demônios" entre aspas porque "expulsar demônios" não é, propriamente, expulsar demônios. Tudo se resume a: Miragem + Ilusão = Plexo-solarização.

2. A uréia foi descoberta pelo químico francês Hilaire Rouelle (1718 – 1779), em 1773. Foi o primeiro composto orgânico sintetizado artificialmente em 1828 pelo pedagogo e químico alemão Friedrich Woehler (1800 – 1882), obtido a partir do aquecimento do cianato de amônio (sal inorgânico). Esta síntese derrubou a teoria de que os compostos orgânicos só poderiam ser sintetizados pelos organismos vivos (Teoria da Força Vital).

 

Música de fundo:

The Spheres
Interpretação: Stetson University Concert Choir

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=52J1RIINUYM

 

Páginas da Internet consultadas:

http://blog.world-mysteries.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ureia

https://bizarrocentral.com/tag/gifs/

https://br.pinterest.com/pin/315463148876656738/

https://www.makeuseof.com/

https://steamcommunity.com/

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https://knowyourmeme.com/

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https://thenounproject.com/

http://demo2.bigverities.com/

https://www.esbocandoideias.com/

https://galeria.colorir.com/

http://www.artefolk.com.br/livros/isis-sem-veu1.pdf

 

Direitos autorais:

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