ÍSIS SEM VÉU
(Parte 3)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este texto é a 3ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica, e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um texto-chave no movimento teosófico e um marco na história do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso, para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá apenas 30 fragmentos.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

É muito difícil é manter à distância as criaturas elementares assim que elas descobrem uma porta aberta.

 

De fato, os sentidos internos como, por exemplo, a clarividência e a clariaudiência só podem ser efetivamente despertados e concertada e subjetivamente evocados como resultado de uma vida pura e da meditação.

 

Os espíritos humanos jamais podem se materializar in própria persona. Eles jamais podem aparecer ao investigador vestidos com uma carne sólida e quente, com mãos e faces suarentas e corpos grosseiramente materiais.

 

Em raras ocasiões, os espíritos são capazes de subjugar e controlar os seres-sem-alma.

 

O edifício do materialismo foi todo ele baseado sobre este alicerce grosseiro - a razão.

 

Brahmâ: Quem sou? Donde vim?
Uma voz: Dirige tua voz a Bhagavat, O Eterno (conhecido também como Parabrahman).

 

Nârayana O que se move sobre as águas. (Na simbologia esotérica, representa a primeira manifestação do princípio vital, difundindo-se no Espaço Ilimitado. As águas foram chamadas de Nârãs porque foram produzidas por Nara, o Espírito Divino, o Espírito Nascido-de-si-mesmo.)

 

Para os hindus, o Lótus é o emblema do poder produtivo da Natureza, pela ação do Fogo e da Água (o Espírito e a Matéria). Em qualquer lugar em que o Lírio da Água Mística (Lótus) seja representado, ele significa a emanação do objetivo para fora do oculto ou do subjetivo o Pensamento Eterno da Divindade sempre invisível, que passa do abstrato ao concreto ou forma visível.

 

 

 

 

Segundo Baruch de Espinoza (1632 1677) e Giordano Bruno (1548 1600), Deus deve ser procurado em a Natureza e não fora dela.

 

O filósofo judeo-helenista Fílon de Alexandria (20 a.C. cerca de 50 a.C.) escreveu: os Magos [da Antigüidade] eram homens santos que, se isolando de qualquer outra preocupação terrestre, contemplaram as Virtudes Divinas e compreenderam mais claramente a Natureza Divina dos Deuses e dos Espíritos, e, então, Iniciaram outros nos mesmos Mistérios, que consistem em uma conservação de um intercâmbio ininterrupto com os Seres Invisíveis durante a vida.

 

Agénor Étienne Gasparin (12 de julho de 1810 4 de maio de 1871) admitia que a Vontade, em certos estados do organismo, pode agir à distância sobre a matéria inerte... A condição primeira e mais necessária é a Vontade do experimentador; sem vontade [firme e determinada], nada se obterá...

 

Eu queria,
mas, a minha Vontade era fraca.
Nada conseguia,
e eu acabava virando a casaca.

Eu queria.
Então, tornei a Vontade forte.
Oh! Alegria!
E transmutei a morte em Morte!
1

 

O mesmerizador deseja uma coisa e, se ele for suficientemente poderoso, essa coisa se produzirá. O médium, mesmo que ele tenha um propósito honesto a cumprir, pode não conseguir nenhuma manifestação. Quanto menos um médium exercita a sua vontade, melhor será o fenômeno; quanto mais ele se mostra ansioso, tanto menos provável é que consiga alguma coisa. Mesmerizar requer uma natureza positiva; para ser um médium é preciso ter uma natureza absolutamente passiva. Este é o Alfabeto do Espiritismo, e nenhum médium o ignora.

 

Força Ectênica Força Psíquica Luz Astral Luz Sideral Akasha Princípio da Vida.

 

É só o preconceito que impede os cientistas [e as pessoas, em geral] de assumir um compromisso com os fatos já bem estabelecidos.

 

Eu quero muito Conhecer,
mas, sou preconceituoso.
Escravizado ao não-Saber,
meu Caminho é tortuoso.

Sai noite, entra dia:
hipóteses inverificáveis;
escravidão sem alforria:
suposições inaveriguáveis.

 

 

 

 

Maieuticando, perguntou Sócrates a Cebes: O que, então, se produz a partir da Morte?
Cebes resondeu: A Vida.

 

Oh!, eu vivia,
e estava morto!
Então, Morri!
Aí, Renasci!

 

O que é semeado não vivificará, se primeiro não morrer. (São Paulo).

 

O som mais frágil produz um eco eterno. A vibração de uma perturbação que seja produzida nas ondas invisíveis do oceano sem praias do espaço nunca se extingue.2

 

 

 

 

Eu pensava...
O tempo passava...
A coisa acontecia...
E eu muito sofria!

Eu pensava...
O tempo passava...
A coisa acontecia...
E era só Alegria!

 

Atributos do Espírito: Consciência + Memória + Mente + Amor.

 

A nossa ignorância impede que façamos qualquer analogia entre o visível e o invisível.

 

Por ignorar,
sofri e naufraguei.
Ao recordar,
entendi e ascensionei.

 

 

 

 

Saber é compreender de fato o Alfa e o Ômega das coisas.3

 

 

 

 

O ceticismo sincero em relação à imortalidade da [personalidade-]alma do ser-humano-aí-no-mundo [e até em relação à sua existência] é uma doença, uma má-formação do cérebro físico, que tem existido em todas as épocas.4

 

O filósofo neoplatônico assírio Jâmblico (Celessíria, 245 Apaméia, 325), quando orava, era elevado a uma altura de dez côvados do solo. [1 côvado 66 cm.]

 

O espaço circundante não é um vácuo, mas, um reservatório, cheio até a borda, de modelos de todas as coisas que foram, que são e que serão, e de seres de raças incontáveis, diferentes da nossa.

 

Os Tomés descrentes jamais conseguirão impedir o progresso da Verdade, como os beatos ignorantes que julgaram o físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino Galileo Galilei (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 Florença, 8 de janeiro de 1642) não conseguiam mudar o movimento de rotação da Terra.

 

 

Muda... Muda... Muda...

 

 

Diálogo Que Não Aconteceu
(Mas, Que Poderia Ter Acontecido)

 

Beato Ignorante: — La Terra non si muove!
Galileo Galilei: — No, la Terra si muove!
Beato Ignorante: — Quindi, andrai al falò!
Galileo Galilei: — È inutile, lei si muove!
Beato Ignorante: — Tu sei disgraziato e mal pagato!
Galileo Galilei: — Con falò o senza falò, la Terra si muove!
Beato Ignorante: — Brucia l'infedele! Brucia già l'infedele!
Galileo Galilei: — E pur si muove!

 

Nenhuma Revelação é capaz de afetar virtualmente a estabilidade ou a instabilidade de uma crença que a Humanidade herdou das primeiras raças de homens, aqueles que se podemos acreditar na evolução do Homem Espiritual tanto quanto na do ser-humano-aí-no-mundo físico receberam a Grande Verdade dos lábios de seus Ancestrais, os Deuses dos seus pais, que estavam no outro lado da inundação.

 

As fábulas das épocas mítico-poéticas transformaram em alegoria as maiores verdades da Geologia e da Antropologia. Mas, é exatamente a essas fábulas de tão ridícula expressão (que, todavia, contêm em si o germe dos fatos históricos), que a Ciência terá de recorrer para encontrar os elos perdidos.

 

 

Elo Incompreendido

 

 

Dizer que a crença no sobrenaturalismo5 nasceu, cresceu e se desenvolveu através das incontáveis eras, sem causa ou, pelo menos, sem uma base firme ou sólida sobre a qual repousar, mas, apenas, que tenha derivado de uma fantasia oca, seria considerá-la um absurdo tão grande quanto a doutrina teológica segundo a qual o mundo foi criado a partir do nada.

 

O religioso: O mundo foi criado a partir do nada.
O pensador: Mas, o nada não pode produzir nada.
O religioso: Não interessa; Deus pode tudo de tudo.
O pensador: A Lei é inviolável; ninguém pode tudo.

 

Se o erro prevaleceu e a superstição correu desenfreada durante os séculos passados por toda a cristandade, esta é a infelicidade das pessoas comuns e a repreensão à Ciência. Gerações nasceram e desapareceram, cada uma delas fornecendo a sua quota de mártires para a consciência e para a coragem moral, e a Psicologia é pouco mais bem-conceituada em nossos dias do que quando a mão pesada do Vaticano arremessou aqueles bravos desafortunados a um fim intempestivo e ferreteou a sua memória com o estigma da heresia e da feitiçaria.

 

 

 

 

Matem a bruxa!
Em nome de deus!
Queimem a bruxa!
Em nome de deus!

 

Os estudantes são muito propensos a confundir o Éter com o Akasha e com a Luz Astral. O Éter é um agente material, embora nenhum aparelho físico o tenha, até agora, descoberto. O Akasha é um agente distintamente espiritual, idêntico, em certo sentido, à Anima Mundi. A Luz Astral é apenas o sétimo e mais elevado princípio da atmosfera terrestre, tão impossível de ser descoberta quanto o Akasha Cósmico e o Verdadeiro Éter, por ser algo que se encontra completamente em outro plano. O sétimo princípio da atmosfera terrestre, ou seja, a Luz Astral, é apenas o segundo da escala cósmica.

 

A Escala de Forças, Princípios e Planos Cósmicos, de Emanações (no Plano Metafísico) e de Evoluções (no Plano Físico), é a Serpente Cósmica que morde sua própria cauda, a Serpente que reflete a Serpente Superior e que é refletida, por sua vez, pela inferior. O Caduceu explica este mistério, e o quádruplo dodecaedro, sobre cujo modelo, diz Platão, o Universo foi construído pelo Logos manifestado sintetizado pelo Primeiro Nascido não-manifestado dá, geometricamente, a chave da Cosmogonia e seu reflexo microcósmico, ou seja, a nossa Terra.

 

 

 

Caduceu

 

 

 

Continua...

 

 

 

______

Notas:

1. No Evangelho de Bartolomeu (apócrifo), capítulo III, está escrito: Porque é necessário Nascer [Iniciaticamente] de novo, para que aqueles que passaram pela prova possam entrar no Reino...

2. Isto significa que tudo fica arquivado nos Registros Akáshicos.

3. É claro que isto é muito difícil e custoso, mas, para podermos compreender o Beta, precisaremos, antes, compreender o Alfa, e para compreendermos o Gamma precisaremos, antes, ter compreendido o Alfa e o Beta. E assim, se nos esforçarmos pra dedéu, um dia, acabaremos compreendendo de Alfa a Ômega. Uma coisa, entretanto, devemos estar cientes: Natura non est Pongo pygmaeus; non facit saltus. A Natureza não é um orangotango; não dá saltos.

 

 

 

 

Filhote de Pongo pygmaeus

 

 

4. Sinceramente, não creio que a coisa se resuma apenas à má-formação do cérebro físico; acho que há mais coisa nisso. E que vem de muito longe!

5. O ser-humano-aí-no-mundo crerá no sobrenatural, até compreender que, no Universo, tudo é natural.

 

Música de fundo:

The Spheres
Interpretação: Stetson University Concert Choir

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=52J1RIINUYM

 

Páginas da Internet consultadas:

https://videohive.net/

https://gifer.com/en/9CHw

http://www.byutvi.org/es

http://www.animated-gifs.eu/

https://dribbble.com/

https://www.fotosearch.com.br/CSP076/k0767667/

https://yandex.ru/

http://setasparaoinfinito.blogspot.com/

https://voceacreditaemque.wordpress.com/

http://magicasdemae.com.br/

https://www.flickr.com/

https://gfycat.com/

https://giphy.com/

http://clipart-library.com/

http://gifimage.net/lotus-gif-8/

http://www.artefolk.com.br/livros/isis-sem-veu1.pdf

 

Direitos autorais:

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