Este
texto é a 3ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às
vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação
explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis
Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and
Theology (em português, Ísis sem Véu:
Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência
e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica,
e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um
texto-chave no movimento teosófico e um marco na história
do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso,
para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá
apenas 30 fragmentos.
Fragmentos
É
muito difícil é manter à distância as criaturas
elementares assim que elas descobrem uma porta aberta.
De
fato, os sentidos internos –
como, por exemplo, a clarividência e a clariaudiência
–
só podem ser efetivamente despertados
e concertada e subjetivamente evocados
como resultado de uma vida pura e da meditação.
Os
espíritos humanos jamais podem se
materializar in própria persona. Eles jamais podem
aparecer ao investigador vestidos com uma carne sólida e quente,
com mãos e faces suarentas e corpos grosseiramente materiais.
Em
raras ocasiões, os espíritos são capazes de subjugar
e controlar os seres-sem-alma.
O
edifício do materialismo foi todo ele baseado sobre este alicerce
grosseiro -
a razão.
Brahmâ:
—
Quem sou? Donde vim?
—
Uma voz: Dirige
tua voz a Bhagavat, O Eterno (conhecido também como
Parabrahman).
Nârayana
–
O que se move sobre as águas. (Na simbologia esotérica, representa
a primeira manifestação do princípio vital, difundindo-se
no Espaço Ilimitado. As águas foram chamadas de Nârãs
porque foram produzidas por Nara, o Espírito Divino, o Espírito
Nascido-de-si-mesmo.)
Para
os hindus, o Lótus é o emblema do poder produtivo da Natureza,
pela ação do Fogo e da Água (o Espírito e a
Matéria). Em qualquer lugar em que o Lírio da Água
Mística (Lótus) seja representado, ele significa a emanação
do objetivo para fora do oculto ou do subjetivo –
o Pensamento Eterno da Divindade sempre invisível, que passa do abstrato
ao concreto ou forma visível.
Segundo
Baruch de Espinoza (1632
–
1677) e Giordano Bruno (1548
–
1600), Deus
deve ser procurado em a Natureza e não fora dela.
O
filósofo judeo-helenista Fílon de Alexandria (20 a.C. –
cerca de 50 a.C.) escreveu: os
Magos [da
Antigüidade] eram
homens santos que, se isolando de qualquer outra preocupação
terrestre, contemplaram as Virtudes Divinas e compreenderam mais claramente
a Natureza Divina dos Deuses e dos Espíritos, e, então, Iniciaram
outros nos mesmos Mistérios, que consistem em uma conservação
de um intercâmbio ininterrupto com os Seres Invisíveis durante
a vida.
Agénor
Étienne Gasparin (12 de julho de 1810
– 4 de maio de 1871) admitia que a
Vontade, em certos estados do organismo, pode agir à distância
sobre a matéria inerte... A condição primeira e mais
necessária é a Vontade do experimentador; sem vontade [firme
e determinada],
nada se obterá...
—
Eu queria,
mas, a minha Vontade era fraca.
Nada conseguia,
e eu acabava virando a casaca.
—
Eu queria.
Então, tornei a Vontade forte.
Oh! Alegria!
E transmutei a morte em Morte!1
O
mesmerizador deseja uma coisa e, se ele for suficientemente poderoso, essa
coisa se produzirá. O médium, mesmo que ele tenha um propósito
honesto a cumprir, pode não conseguir nenhuma manifestação.
Quanto menos um médium exercita a sua vontade, melhor será
o fenômeno; quanto mais ele se mostra ansioso, tanto menos provável
é que consiga alguma coisa. Mesmerizar requer uma natureza positiva;
para ser um médium é preciso ter uma natureza absolutamente
passiva. Este é o Alfabeto do Espiritismo, e nenhum médium
o ignora.
Força
Ectênica
Força Psíquica
Luz
Astral
Luz
Sideral
Akasha
Princípio
da Vida.
É
só o preconceito que impede os cientistas [e
as pessoas, em geral] de assumir um compromisso
com os fatos já bem estabelecidos.
—
Eu quero muito Conhecer,
mas, sou preconceituoso.
Escravizado ao não-Saber,
meu Caminho é tortuoso.
—
Sai noite, entra dia:
hipóteses inverificáveis;
escravidão sem alforria:
suposições inaveriguáveis.
Maieuticando,
perguntou Sócrates a Cebes: —
O que, então, se
produz a partir da Morte?
Cebes
resondeu: —
A Vida.
—
Oh!, eu vivia,
e estava morto!
Então, Morri!
Aí, Renasci!
O
que é semeado não vivificará, se primeiro não
morrer. (São
Paulo).
O
som mais frágil produz um eco eterno. A vibração
de uma perturbação que seja produzida nas
ondas invisíveis do oceano sem praias do espaço nunca se extingue.2
—
Eu pensava...
O tempo passava...
A coisa acontecia...
E eu muito sofria!
—
Eu pensava...
O tempo passava...
A coisa acontecia...
E era só Alegria!
Atributos
do Espírito: Consciência
+ Memória
+ Mente
+ Amor.
A
nossa ignorância impede que façamos qualquer analogia entre
o visível e o invisível.
—
Por ignorar,
sofri e naufraguei.
Ao recordar,
entendi e ascensionei.
Saber
é compreender de fato o Alfa e o Ômega das coisas.3
O
ceticismo sincero em relação à imortalidade da
[personalidade-]alma do ser-humano-aí-no-mundo
[e até em relação
à sua existência] é uma doença, uma
má-formação do cérebro físico, que tem
existido em todas as épocas.4
O
filósofo neoplatônico assírio Jâmblico (Celessíria,
245 –
Apaméia, 325), quando orava, era elevado a uma altura de dez côvados
do solo. [1 côvado
66 cm.]
O
espaço circundante não é um vácuo, mas, um reservatório,
cheio até a borda, de modelos de todas as coisas que foram, que são
e que serão, e de seres de raças incontáveis, diferentes
da nossa.
Os
Tomés descrentes jamais conseguirão impedir o progresso da
Verdade, como os beatos ignorantes que julgaram o físico, matemático,
astrônomo e filósofo florentino Galileo Galilei (Pisa, 15 de
fevereiro de 1564 –
Florença,
8 de janeiro de 1642) não conseguiam mudar
o movimento de rotação da Terra.
—
Muda... Muda... Muda...
Diálogo
Que Não Aconteceu
(Mas, Que Poderia Ter Acontecido)
Beato
Ignorante: —
La Terra non si muove!
Galileo
Galilei: —
No, la Terra si muove!
Beato Ignorante:
—
Quindi, andrai al falò!
Galileo
Galilei: —
È inutile, lei si muove!
Beato Ignorante:
—
Tu sei disgraziato e mal pagato!
Galileo
Galilei: —
Con falò o senza falò, la Terra si muove!
Beato Ignorante:
—
Brucia l'infedele! Brucia già l'infedele!
Galileo Galilei:
—
E pur si muove!
Nenhuma
Revelação é capaz de afetar virtualmente a estabilidade
ou a instabilidade de uma crença que a Humanidade herdou das primeiras
raças de homens, aqueles que –
se podemos acreditar na evolução do Homem Espiritual tanto
quanto na do ser-humano-aí-no-mundo físico –
receberam a Grande Verdade dos lábios de seus
Ancestrais, os Deuses dos seus pais, que
estavam no outro lado da inundação.
As
fábulas das épocas mítico-poéticas transformaram
em alegoria as maiores verdades da Geologia e da Antropologia. Mas, é
exatamente a essas fábulas
de tão ridícula expressão (que,
todavia, contêm em si o germe dos fatos históricos), que a
Ciência terá
de recorrer para encontrar os elos perdidos.
Elo
Incompreendido
Dizer
que a crença
no sobrenaturalismo5
nasceu, cresceu e se desenvolveu através das incontáveis eras,
sem causa ou, pelo menos, sem uma base firme ou sólida sobre a qual
repousar, mas, apenas, que tenha derivado de uma fantasia oca, seria considerá-la
um absurdo tão grande quanto a doutrina teológica segundo
a qual o mundo foi criado a partir do nada.
O
religioso: —
O mundo foi criado a partir do nada.
O pensador:
—
Mas, o nada não pode produzir nada.
O
religioso: —
Não interessa; Deus pode tudo de tudo.
O
pensador:
—
A Lei é inviolável; ninguém pode tudo.
Se
o erro prevaleceu e a superstição correu desenfreada durante
os séculos passados por toda a cristandade, esta é a infelicidade
das pessoas comuns e a repreensão à Ciência. Gerações
nasceram e desapareceram, cada uma delas fornecendo a sua quota de mártires
para a consciência e para a coragem moral, e a Psicologia é
pouco mais bem-conceituada em nossos dias do que quando a mão pesada
do Vaticano arremessou aqueles bravos desafortunados a um fim intempestivo
e ferreteou a sua memória com o estigma da heresia e da feitiçaria.
—
Matem
a bruxa!
Em nome de deus!
Queimem a bruxa!
Em nome de deus!
Os
estudantes são muito propensos a confundir o Éter com o Akasha
e com a Luz Astral. O Éter é um agente material, embora nenhum
aparelho físico o tenha, até agora, descoberto. O Akasha é
um agente distintamente espiritual, idêntico, em certo sentido, à
Anima Mundi. A Luz Astral é apenas o sétimo e mais elevado
princípio da atmosfera terrestre, tão impossível de
ser descoberta quanto o Akasha Cósmico e o Verdadeiro Éter,
por ser algo que se encontra completamente em outro plano. O sétimo
princípio da atmosfera terrestre, ou seja, a Luz Astral, é
apenas o segundo da escala cósmica.
A
Escala de Forças, Princípios e Planos Cósmicos, de
Emanações (no Plano Metafísico) e de Evoluções
(no Plano
Físico), é a Serpente Cósmica que morde
sua própria cauda, a Serpente que reflete a Serpente Superior e que
é refletida, por sua vez, pela inferior. O Caduceu explica este mistério,
e o quádruplo dodecaedro, sobre cujo modelo, diz Platão, o
Universo foi construído pelo Logos manifestado –
sintetizado pelo Primeiro Nascido não-manifestado –
dá, geometricamente, a chave da Cosmogonia e seu
reflexo microcósmico, ou seja, a nossa Terra.
Caduceu
Continua...