Entre
outras coisas, o que propiciou a deificação de Jesus foi o
posterior e conveniente
Dogma da Expiação [Sacrifício
Vicário – sacrifício crucificatório substituto
de Jesus pelo pecado dos seres-humanos-aí-no-mundo], inventado
pelos cristãos, e o grande drama do Calvário foi, em um certo
sentido, o catalisador da fundação da cristandade.
Buddha,
Jesus e o filósofo neopitagórico e professor de origem grega
Apolônio de Tiana (Tiana, 15 d.C. –
Éfeso, cerca de 100 d.C ) foram todos intransigentes inimigos de
toda a ostentação exterior de piedade, de toda a exibição
de cerimônias religiosas inúteis e de toda a hipocrisia fideísta
[e egoísta].
Busto
de Apolônio
Quando
Jesus assegurava a Seus Discípulos que o Espírito
da Verdade –
que o mundo [ainda]
não pode
recebê-Lo porque não O vê nem O conhece –
estava
com eles e neles, e que Eles estavam nEle e Ele neles, Ele
apenas expôs a mesma Doutrina que reconhecemos em toda Filosofia digna
deste nome.
Afirmam
corretamente os Cabalistas: A
morte não existe, e o homem jamais abandona a Vida Universal. Aqueles
que pensamos estarem mortos ainda vivem em nós, assim como nós
vivemos neles, e quanto mais vivermos para os nossos semelhantes, menos
deveremos temer a morte. E poderíamos acrescentar:
aquele que vive para a Humanidade faz muito mais por ela do que aquele que
morre.
O
Inefável Nome, em busca dO qual tantos Cabalistas consumiram seus
conhecimentos e suas vidas, repousa latente no Coração de
todos os seres-humanos-aí-no-mundo. Este Nome Mirífico pode
ser obtido de duas maneiras: pela Iniciação regular e através
da Pequena Voz [Interior].
A posse da combinação
secreta do Nome confere a quem O conhece o Poder Supremo sobre qualquer
ser, humano ou não, inferior a ele em força de
[personalidade-]alma.
As
Leis Cósmicas não podem ser alteradas, e o mal do mundo [e
o mal individual] não podem ser extirpados através
de um 'milagre' [que não
existe]. Portanto, a Divindade não permite e não
admite ser propiciada, ou antes subornada, por preces, dízimos, sacrifícios,
autoflagelações, jejuns, celibatos etc.
A
Justiça Divina está encarnada na Lei da Compensação
e da Retribuição. [Lei
da Causa e do Efeito.] Só
honraremos a Divindade [em nós] cultivando
a Pureza Moral.
A
injustiça deriva apenas da ignorância.
O
conteúdo da Merkabah só
deve ser confiado aos Sábios Anciães. Todavia,
nem o Zohar nem qualquer outro tratado cabalístico contém
doutrina puramente judaica e própria, sendo o resultado de milênios
de pensamentos, e, por isto, é patrimônio comum dos Adeptos
de todas as nações que viram o Sol. Seja como for, a Verdadeira
Magia prática contida no Zohar e em outras obras cabalísticas
só deve ser utilizada por aqueles que as podem ler interiormente.
O
Livro de Jó e o Apocalipse são simplesmente narrativas alegóricas
dos Mistérios e da Iniciação.
—
Que cada um meta na testa
e tente ler em seu Coração:
666 tanto é o Número da Besta
quanto é o Ouro de Salomão.
—
Os Sete Selos que são abertos
são as Sete Regras ou Mistérios,
que estão e permanecerão cobertos
e protegidos dos gaudérios.
Na
Pedra Branca há um nome escrito –
a PALAVRA –
que não O conhece senão quem o recebe.
Ninguém
pode ser acusado de ser um blasfemador, se apenas fez aquilo que a sua consciência
invencivelmente lhe ordenou ser verdadeiro.
Todo
o Conhecimento possuído pelas
diferentes Escolas do passado, fossem
elas mágicas, egípcias ou judaicas, derivou da Índia,
ou, antes, de ambos os lados do Himalaia.
Mais
do que um segredo perdido repousa sob as vastas extensões de areia
do Deserto de Gobi, no Turquestão Oriental.
Por
volta da Décima Segunda Dinastia Egípcia, alimentar o faminto,
dar de beber ao sedento, vestir o nu e cremar o morto constituíam
as primeiras tarefas de um homem piedoso.
Se,
por um lado, o Homem Espiritual se esforça continuamente para ascender
cada vez mais à sua Fonte de Origem, passando pelos ciclos e pelas
esferas da vida individual, o ser-humano-aí-no-mundo físico
tem de descer com o grande ciclo da criação universal, até
se revestir das vestes terrestres.
Só
o Espírito é Imortal. A [personalidade-]alma,
per se, não é eterna nem divina.
Entre
os egípcios, como
entre os gregos, um dos obstáculos
mais difíceis para a Iniciação era ter cometido um
assassinato em qualquer grau.
Um
assassino é um suicida,
e um suicida
não pode ser um Iniciado,
porque, acima de tudo,
a Iniciação é Vida.
Um suicida é um assassino,
e um assassino
não pode ser um Iniciado,
porque, acima de tudo,
a Iniciação é Vida.
Na
Antigüidade, entre as regras nas quais era instruído, ao o neófito
era ordenado: Nunca desejar
ou procurar vingança; estar sempre pronto a ajudar um irmão
em perigo, mesmo com risco de sua própria vida; enterrar todos os
mortos; honrar seus pais acima de tudo; respeitar os anciães e proteger
os mais fracos, e, finalmente, ter sempre em mente a hora da morte e a da
ressurreição em um corpo novo e imperecível.
Pureza e castidade eram altamente recomendadas e o adultério era
punido com a morte.
Continua...