ÍSIS SEM VÉU
(Parte 2)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este texto é a 2ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica, e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um texto-chave no movimento teosófico e um marco na história do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso, para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá apenas 30 fragmentos.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

Para ser uma genuína entidade espiritual, na verdadeira acepção da palavra, o ser-humano-aí-no-mundo deverá, inicialmente, por assim dizer, criar-se de novo [recriar-se, renascer], isto é, eliminar por completo da sua mente e do seu espírito não só a influência dominante do egoísmo e de outras impurezas [manias e coisismos], mas, também, a dupla infecção da superstição e do preconceito.

 

 

O Espelho Bisotê

 

 

 

Quando eu bestava por aí
bestando morto, mas, não estando de fato Vivo
era uma besta quadrada abestalhada.

Preconceituoso e um chato galochento,
por fora, verruguento, por dentro, purulento,
eu colecionava coisismos e superstições,
antipatias e malquerenças,
separatividades e diferenças.
Tinha verdadeiro horror de certas coisas,
e não suportava de jeito maneira:
marafa nova e marafa velha,
cafetina velha e cafetina nova,
freira,
barriga de freira,
santo de pau oco,
santo oco de pau,
pau oco de santo,
pau de santo oco,
eunuco,
relógio cuco,
velho caduco,
(caduco bastava eu),
cafiola,
mariola,
baticola,
,
,
cola-tudo,
gay,
mayday,
replay,
enrustido,
traveco,
teleco-teco,
teco-teco,
reco-reco,
meleca balançante,
pum de elefante,
Dom Henrique, o Infante,
LGBTQIA+,
pedófilo,
zoófilo,
eosinófilo,
neutrófilo,
basófilo,
chove-não-molha,
molha-sem-chover,
chove-sem-molhar,
molha-sem-molhar,
chove-sem-chover,
ladrão de mensalão,
ladrão de petrolão,
ladrão de galinha,
ladrão-de-coco,
barata-cascuda,
rato de sacristia,
rato-de-barriga-branca,
dança de salão,
salão sem dança,
gafieira,
forrobodó,
pagode,
bate-coxa,
tango brasileiro,
tango argentino,
tango chinês,
Fumando Espero,
La Cumparsita,
A Media Luz,
Adios Muchachos,
Por Una Cabeza,
por dos cabezas,
por trescientas cabezas,
sin cabeza,
cabeçudo,
Jô Soares,
Chico Anysio,
Costinha,
Agildo Ribeiro,
múmia paralítica,
biliquê,
Chacrinha, o Velho Guerreiro,
bacalhau,
Teresinha,
trono,
a pé,
de trem,
Senor "Silvio Santos" Abravanel,
é coisa nossa,
mas, que vai, vai,
mas, que vai, vem,
mas, que vai, não vai,
mas, que vai, fica,
Frank Sinatra,
All the Way,
My Way,
Joaquín Archivaldo "El Chapo" Guzmán Loera,
Pablo Emilio Escobar Gaviria,
Salvatore "Totò" Riina,
João Francisco "Madame Satã" dos Santos,
Ilse Koch,
Belle Sorenson Gunness,
Irma Ida Ilse Grese,
Nannie Doss,
Jiang Qing,
Chitãozinho & Xororó,
chitãozó & xororinho,
Milionário & José Rico,
remediado & pobretão,
Pedro Bento & Zé da Estrada,
Dona Benta & Encerrabodes,
pecador & abençoado,
convertido & renitente,
mafarrico & pó-de-mico,
sacristão & sacristinho,
papa-defunto & esqueleto,
tricocéfalo & acéfalo,
Dom Rodrigo & mil-folhas,
Domenico & Pizzinga,
judeu,
ateu,
nabateu,
aqueronteu,
diz-que-é-religioso-mas-não-é,
diz-que-não-é-religioso-mas-é,
árabe,
aborígine,
desertícola,
apeninícola,
negro,
amarelo,
vermelho,
sarará,
tico-tico no fubá,
fubá no tico-tico,
índio,
flor-de-índio,
sertanejo,
filho-da-mãe,
filho-das-ervas,
filho-que-não-é-filho-mas-diz-que-é-filho,
filho-que-foi-filho-mas-agora-é-pai,
filho-que-foi-pai-mas-agora-é-avô,
citadino,
esquimó,
cariboca,
Sasquatch,
coveiro,
solenóide,
hemorróida,
filha de Maria,
Maria sem filha,
papa-hóstias,
papa-missas,
papa-santos,
papa-goiaba,
papa-moscas,
sem-terra,
sem-teto,
azarado,
padre,
pastor,
rabino,
coroinha,
babalaô,
filha-de-santo,
xamã,
aiatolá,
mãe-d'água,
sereia,
gato preto,
gato-pingado,
gato-com-botas,
gato-sem-botas,
saci-pererê,
saci-só-com-meio-pererê,
saci-sem-pererê,
só o pererê sem o saci,
lobisomem,
mula-sem-cabeça,
monstro da lagoa negra,
monstro da lagoa branca,
monstro da lagoa desidratada,
sexta-feira 13,
sexta-feira 14,
sexta-feira 15,
sexta-feira 1.789,123,456.007,
mês de agosto,
supositório,
chá-de-bico,
abrir guarda-chuva dentro de casa,
comer manga e tomar leite,
tomar leite e comer manga,
tomar sopa de nabo,
comer empadão de nabiça,
andar de costas,
ver um chinelo virado,
apontar estrelas,
assobiar à noite,
comer bananas grudadas,
ano bissexto,
ano 'bissétimo',
equinócio,
solstício,
supositício,
aurora boreal,
iglu,
gelo-seco,
papo de bêbado,
papo de crente,
papo de incréu,
papo de Testemunha de Jeová,
papo de Pai dos Ensinamentos,
papo de médium,
papo de abracadabrista,
papo de missionário,
papo de velório,
papo-furado,
papo-firme,
papo-de-peru-de-babado,
gago,
fanho,
careca,
dislálico,
analfa,
cegueta,
maneta,
perneta,
oligoqueta,
xereta,
hebdomecontacometa,
boceta (de rapé, de Pandora ou do que fosse),
chincheiro,
nazista,
fascista,
comunista,
monarquista,
abecedarianista,
mágico,
mulher que ajuda mágico,
quem gosta de mágico,
quem não gosta de mágico,
quem pensa que é mágico e não é,
quem é mágico, mas, não sabe que é,
vegetariano,
vegano,
jejunzeiro,
comilão,
macrô,
ET,
IT,
alienígena do passado,
alienígena do presente,
alienígena do futuro,
alienígena que morreu,
abduzido,
-abduzido,
não-abduzido,
±-abduzido,
marciano,
lunático,
fanático,
sorumbático,
666,
apocalipse,
Nostradamus,
São Malaquias,
São Longuinho,
são pertinho,
são logo-ali,
são já-está-aqui,
celibatário,
abambulacrário,
amarelo-canário,
ultramontano,
escolhido por deus,
predileto de deus,
povo de deus
e mais zil e uma coisas, pessoas e situações.

 

 

 


Algum tempo depois de morto
todavia, sem ter Iniciaticamente Morrido
nem ter Nascido de novo

percebi que todas essas
coisas-pessoas-situações,
que eu, preconceituoso, coisista e supersticioso,
não suportava de jeito maneira
e tinha verdadeiro horror
e nojo,
sempre estiveram em mim e eu nelas!
Entendi que tudo está interligado,
interconectado, associado, amalgamado!
Que não há vazio separatório no Universo,
que tudo é uma permanente unimultiplicidade!
Compreendi que a separatividade é uma ilusão!
Que, na verdade, é uma Grande Heresia!
Bolas! Fazer o quê?
Afinal, eu já era: havia morrido!
Chorei o Oceano Atlântico de vergonha!
Não adiantou bulhufas!
Vi que não resolvia xongas lamentar
o egoísmo, a superstição,
o preconceito e a separatividade.
Aprendi que eles precisam, sim, ser corrigidos.
Em vida, não depois de virarmos defuntos!
Mas, há um tempo-limite para
fazermos essas correções!
E ninguém fará isto por nós!
A rima, então, é a seguinte:
ou desinfetamos a merda agora
ou estaremos adiando a Bela Hora!

 

 

Desinfetando a Merda Agora!

 

 

Infelizmente, é raro os seres-humanos-aí-no-mundo considerarem uma coisa sob o seu verdadeiro ou falso aspecto, aceitando a conclusão por um ato livre do seu próprio julgamento. Muito ao contrário. Geralmente, a conclusão procede da cega adoção do modo de ver que predomina momentaneamente entre aqueles com quem se associam.

 

Imitei, copiei, arremedei,
plagiei, macaqueei, simulei.
Como besta quadrada aceitei
tudo de aqueles que admirei.

Servilmente, passei a vida
sentado sobre a mesma ferida.
Das minhas idéias, aborticida;
de mim mesmo, meio autocida.

À medida que as manifestações psicológicas (fenômenos espiritistas) crescem em freqüência e em variedade, a escuridão que cerca a sua origem se torna mais e mais impenetrável.

 

A grande maioria das comunicações "espirituais" é de natureza a indignar até mesmo os investigadores de inteligência média. Mesmo quando autênticas [porque há muita fraude], elas são triviais, convencionais e, amiúde, vulgares. O tráfico de nomes célebres vinculados a comunicações idiotas (como, por exemplo, de Shakespeare, Byron, Benjamim Franklin, Pedro, o Grande, Napoleão, Josefina e até de Voltarie) causou no estômago dos cientistas uma tal indigestão, que eles não puderam assimilar nem mesmo a grande verdade que repousa nos plateaux telegráficos deste oceano de fenômenos psicológicos.

 

Não sei se ocê já reparou
que, nas manifestações mediúnicas,
ladrões, putas, escravos e desqualificados
não pintam de modo nenhum,
nem que a vaca tussa e o boi espirre?
Os ditos 'espíritos' incorporados,
geralmente, são de ilustríssimos
que já morreram há séculos,
e que, hoje, estão embalsamados.

 

Seja como for, rejeitar sem exame ou apelação fenômenos surpreendentes é fazer mostra de inconseqüência, fortemente tingida de timidez, se não de obliqüidade moral.

 

Um ser-humano-aí-no-mundo coerente,
inteligente, conseqüente e independente
não rejeita neca de pitibiriba 'a priori',
porém, pode rejeitar tudo 'a posteriori'.

'A priori' só demonstra preconceito;
'a posteriori', um modo de ser escorreito.
Mesmo assim, 'a posteriori' poderá conter
deturpações e venenos do nosso não-ser!

 

Os cientistas já deveriam ter aprendido, na escola da amarga experiência, que podem confiar na auto-suficiência das ciências positivas apenas até um certo ponto. Enquanto um único mistério inexplicado existir em a Natureza é perigoso pronunciar a palavra impossível.

 

 

 

 

Na obra Researches Into the Phenomena of Spiritualism, o químico e físico britânico William Crookes (Londres, 17 de junho de 1832 Londres, 4 de abril de 1919) submete à opinião do leitor Oito Teorias para explicar os fenômenos observados:

 

 

William Crookes

William Crookes

 

 

Primeira Teoria - Todos os fenômenos são o resultado de truques, hábeis arranjos mecânicos ou prestidigitação; os médiuns são impostores, e os demais observadores, tolos...

Segunda Teoria - Em uma sessão, as pessoas são vítimas de uma espécie de obsessão ou ilusão, e imaginam que ocorrem fenômenos que não têm qualquer existência objetiva.

Terceira Teoria - Tudo é o resultado de uma ação cerebral consciente ou inconsciente.

Quarta Teoria - O resultado do espírito do médium, talvez, em associação com os espíritos de alguns ou de todas as pessoas presentes.

Quinta Teoria - Ações de espíritos maus ou de demônios que personificam as pessoas ou as coisas que lhes agradam, a fim de minar a cristandade e de fazer perder as [personalidades-]alma dos homens. (Teoria dos teólogos.)

Sexta Teoria - As ações de uma ordem distinta de seres que vivem nesta Terra, mas, que são invisíveis e imateriais para nós, capazes, contudo, ocasionalmente, de manifestar a sua presença, conhecidos, em quase todos os países e em todas as épocas, como demônios (não necessariamente maus), gnomos, fadas, kobolds [espíritos originários da Mitologia Germânica e que sobrevivem nos tempos modernos no folclore alemão, e, embora geralmente invisíveis, podem se materializar na forma de um animal, fogo, um ser humano e uma vela], elfos [criaturas místicas das Mitologias Nórdica e Céltica que aparecem com freqüência na literatura medieval européia], duendes, pucks (seres mitológicos das Ilhas Britânicas de caráter brincalhão e travesso) etc. (Uma das opiniões dos cabalistas.)

Sétima Teoria - Ações de seres humanos mortos.

Oitava Teoria - Teoria da Força Psíquica (auxiliar necessária das outras).

 

A certeza, disse Francis Bacon (Londres, 22 de janeiro de 1561 Londres, 9 de abril de 1626), não provém dos argumentos, mas, da experiência.

 

 

Francis Bacon

Francis Bacon

 

O mundo caminha em círculos. As raças vindouras serão apenas a reprodução [em oitavas mais elevadas] de Raças há muito tempo desaparecidas [e da nossa própria Raça Ariana atual].

 

 

Animação Meramente Simbólico-pictórica

 

 

Paracelso1, controversista vitorioso, pertenceu àqueles espíritos que criaram entre nós um novo modo de pensar na existência natural das coisas.

 

Somente as criaturas sem [personalidade-]alma ou sem consciência podem ser culpadas de... [Responsabilizadas por.]

 

Houve aparições antes do Espiritismo moderno e fenômenos como os nossos em todos os séculos passados. Mas, nesta torrente diariamente crescente de fenômenos ocultos, que se precipitam de um lado a outro do Globo, dois terços das manifestações se revelaram espúrias. O controle de médiuns por "espíritos" inescrupulosos e falazes está se generalizando cada vez mais, e os efeitos perniciosos de semelhante diabolismo se multiplica diariamente.

 

 

 

 

Platão (Atenas, 428/427 Atenas, 348/347 a.C.), afirmou claramente que tudo o que é visível foi criado ou desenvolvido pela Vontade Invisível e Eterna, e à sua maneira. Nosso Céu diz ele foi produzido de acordo com o padrão eterno do Mundo Ideal, contido, como tudo o mais, no Dodecaedro,2 o modelo geométrico utilizado pela Divindade. Para Platão, o Ser Primordial é uma emanação do Espírito Demiúrgico (Nous), que contém em si, desde a eternidade, a idéia do mundo a criar, a qual idéia ele retira de si mesmo. As Leis da Natureza são as relações estabelecidas desta idéia com as formas de suas manifestações; estas formas, diz o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 Frankfurt, 21 de setembro de 1860), são o tempo, o espaço e a causalidade. Através do tempo e do espaço, a idéia varia em suas inumeráveis manifestações. Entretanto, estas idéias estão longe de ser novas, e mesmo para Platão elas não eram originais. Eis o que lemos nos Oráculos Caldeus: As obras da
Natureza coexistem com a Luz Espiritual e Intelectual do Pai, pois Ela é a Alma que adornou o grande céu e que O adorna depois do Pai.
Já o filósofo judeo-helenista Fílon de Alexandria (20 a.C. cerca de 50 a.C.) escreveu: O mundo incorpóreo já estava terminado, tendo sua sede na Razão Divina.

 

Dodecaedro

 

 

Para Platão, o Cosmos é o Filho, tendo como pai e mãe o Pensamento Divino e a Matéria.

 

Os Antigos Sacerdotes colocaram no éter a Idéia Eterna que impregna o Universo, ou o Desejo que se torna a Força que cria ou organiza a matéria.

 

A Vontade, diz o médico, alquimista, e fisiologista belga Jean Baptista van Helmont (Bruxelas, 12 de janeiro de 1580 Flandres, 30 de dezembro de 1644), é o primeiro de todos os Poderes.

 

Somente o poder oposto da incredulidade e do ceticismo, se projetando numa corrente de força igual, pode refrear o outro, e, às vezes, neutralizá-lo completamente.

 

Mesmo Jesus se deparou com casos em que a força inconsciente da resistência sobrepujou até mesmo a Sua tão bem dirigida corrente de vontade. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

 

As forças psíquicas e tectônicas, o efeito ideomotor, os poderes eletrobiológicos, as teorias do pensamento latente e mesmo a teoria da celebração inconsciente podem ser condensadas em Luz Astral Cabalista.

 

O que pode ser totalmente compreendido pela nossa razão e pelos sentidos é apenas o
superficial. Esta compreensão jamais poderá atingir a verdadeira substância interior das coisas
[a coisa-em-si]. Tal era a opinião do filósofo prussiano Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 Königsberg, 12 de fevereiro de 1804).

 

A força, a energia, a eletricidade (ou o magnetismo) e a vontade (ou o poder do espírito) serão sempre a manifestação parcial da [personalidade-]alma, esteja ela desencarnada ou, temporariamente, aprisionada em um corpo, ou seja, de uma porção daquela Vontade Inteligente, Onipotente e Individual, que penetra toda a Natureza, e conhecida, devido à insuficiência da linguagem humana para expressar corretamente imagens psicológicas, como sendo Deus.

Fissão Nuclear

 

 

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 Frankfurt, 21 de setembro de 1860) no seu Parerga e Paralipomena - Escritos Filosóficos Menores [Parerga und Paralipomena. Kleine Philosophische Schriften, no original alemão] discute extensamente o Magnetismo Animal, a Clarividência, a Terapêutica Simpatética, a Profecia, a Magia, os Presságios, as Visões de Fantasmas e outros fenômenos psíquicos. Diz ele: Todas essas manifestações são ramos de uma mesma árvore, e nos fornecem as provas irrefutáveis da existência de uma cadeia de seres pertencentes a uma ordem de natureza muito distinta de aquela que se baseia nas Leis de Espaço, do Tempo e da Adaptabilidade. Esta outra ordem de coisas é muito mais profunda, pois, é a ordem original e direta, e, na sua presença, as Leis Comuns da Natureza, que são meramente formais, são inúteis. Por conseguinte, sob a sua ação imediata, nem o tempo nem o espaço podem separar os indivíduos, e a separação determinada por aquelas formas não apresenta quaisquer barreiras intransponíveis para a relação entre os pensamentos e a ação imediata da vontade. Dessa maneira, as mudanças podem ser produzidas por um procedimento completamente diferente da causalidade física, isto é, através de uma ação da manifestação da vontade exibida em um caminho peculiar e externo ao próprio indivíduo. Desta forma, o caráter peculiar de todas as manifestações mencionadas é a visão e ação à distância, tanto em sua relação com o tempo como em sua relação com o espaço. Uma tal ação à distância é justamente o que constitui o caráter fundamental do que se chama mágico, pois, tal é a ação imediata da nossa vontade, uma ação liberada das condições causais da ação física, ou seja, do contato material. Tais manifestações nos apresentam uma oposição substancial e perfeitamente lógica ao materialismo, e mesmo ao naturalismo, porque, à luz de tais manifestações, aquela ordem de coisas da Natureza, que estas duas filosofias procuram apresentar como absoluta e como a única genuína, surge diante de nós, ao contrário, como simplesmente fenomênica e superficial, contendo, no fundo, um conjunto de coisas à parte e perfeitamente independente de suas próprias Leis. Eis porque aquelas manifestações - pelo menos de um ponto
de vista puramente filosófico - entre todos os fatos que nos são apresentados do domínio da experiência, são, sem qualquer comparação, as mais importantes. Portanto, é dever de todo cientista se familiarizar com elas.

 

De acordo com os peripatéticos,3 a Natureza tem horror ao vácuo.

 

É na negação da Entidade Ilimitada e Eterna, possuidora da Vontade Invisível, que nós, por falta de um termo melhor chamamos Deus, que reside a impotência de toda ciência materialista para explicar os fenômenos ocultos.

 

Como regra, não importa
se Deus existe ou não existe.
Fazer ou não fazer,
ser ou deixar de ser,
ajoelhar e tremer
por medo de Deus
é um Imperativo Hipotético,
e tudo o que é hipotético
é inútil, trágico e patético.
Definitivamente, tudo depende
de incompreensão ou de Compreensão.
Incompreensão
—› Prisão.
Compreensão
—› Libertação.

A Filosofia Antiga afirmava que é em conseqüência da manifestação da Vontade designada por Platão como a Idéia Divina que todas as coisas visíveis e invisíveis vieram à existência.4

 

Quando a concentração sobre a Vontade se torna mais intensa e mais inteligente, a forma poderá se tornar concreta, visível, objetiva. Este é o Segredo Básico da Magia.

 

 

 

 

A Força, cujos poderes secretos eram totalmente familiares aos antigos teurgistas, é negada pelos céticos modernos. As crianças antediluvianas que, talvez, brincaram com ela, utilizando-a como os meninos do The Coming Race do escritor, romancista, poeta, dramaturgo e político inglês Edward George Bulwer-Lytton (Londres, 25 de maio de 1803 Torquay, 18 de janeiro de 1873), utilizam o terrível Vril5 chamavam-na Água de Ptah. Seus descendentes A designaram como Anima Mundi, a Alma do Universo. E, mais tarde, os hermetistas medievais A denominaram Luz Sideral, Leite da Virgem Celeste ou Magnés (nome que indica as suas propriedades magnéticas e revela sua Natureza Mágica), e de muitos outros nomes.

 

O filósofo neopitagórico Apolônio de Tiana (Tiana, 15 d.C. Éfeso, cerca de 100 d.C.) e o filósofo neoplatônico assírio Jâmblico (Celessíria, 245 Apaméia, 325) sustentaram que não é no conhecimento das coisas exteriores, mas, na perfeição da [personalidade-]alma interior que repousa o império do ser-humano-aí-no-mundo que aspira a ser mais do que simples ser-humano-aí-no-mundo.

 

Provérbio persa: Quanto mais escuro estiver o céu, mais as estrelas brilharão.

 

Assim como Deus cria, o ser-humano-aí-no-mundo também pode criar.6

 

 

 

Continua...

 

 

 

______

Notas:

1. Paracelso, pseudônimo de Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln, 17 de dezembro de 1493 – Salzburg, 24 de setembro de 1541) foi um médico, alquimista, físico, astrólogo e ocultista suíço-alemão.

 

 

Paracelso

Paracelso

 

 

2. Em Geometria, um dodecaedro (do grego, ) é qualquer poliedro que tenha doze faces. O mais familiar é o dodecaedro regular, um sólido platônico constituído por doze pentágonos regulares.

3. Peripatético (em grego clássico: ) é a palavra grega para 'ambulante' ou 'itinerante'. Peripatéticos (ou 'os que passeiam') eram discípulos de Aristóteles, em razão do hábito de o filósofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava preleções, por sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatos ou sob as árvores que o cercavam. A Escola Peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o fundador. Fundada em cerca de 336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola filosófica no Liceu em Atenas, durou até o século IV.

4. Isto é uma coisa para se meditar profundamente, pois, não explica a existência de aquilo que chamamos de mal, como foi o caso, por exemplo, do Mussolinismo, do Hitlerismo, do Stalinismo e, mais recentemente, do Pinochetismo e do Slobodanismo, da Al-Qaïda, do Estado Islâmico e do Boko Haram. Vale a pena refletir também sobre esta célebre sentença de Protágoras (Abdera, cerca de 490 a.C. – Sicília, cerca de 415 a.C.): O homem é a medida de todas as coisas: das coisas que são, enquanto são, e das coisas que não são, enquanto não são.

5. Vril, que os nazistas, principalmente o Reichsführer da Schutzstaffel Heinrich Luitpold Himmler (Munique, 7 de outubro de 1900 – Lüneburg, 23 de maio de 1945), que era um maluco completo, fizeram de tudo para encontrar, mas, não encontraram. Admite-se que, na busca pelo Vril, os esquizofrênicos nazistas tenham aplicado mais recursos do que aqueles gastos no Projeto Manhattan, que acabou produzindo as duas primeiras bombas nucleares (Little Boy e Fat Man), que foram utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial para bombardear, respectivamente, Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e Nagasaki, em 9 de agosto de 1945.

 

 

Adolf Hitler

O Sonho do Sieg Heil
(Que acabou em pesadelo e suicídio)

 

 

6. Aqui, também é preciso refletir, pois, o verbo criar dá a idéia de tirar alguma coisa aparentemente do nada para lhe dar existência. Ora, do nada, nada, pois, o nada não pode sequer ser pensado. Então, quando criamos alguma coisa, estamos apenas dando uma nova feição (configuração física; aparência exterior) à alguma coisa que já existia. No Universo, nada é criado, mas, tudo pode ser modificado.

 

Música de fundo:

The Spheres
Interpretação: Stetson University Concert Choir

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=52J1RIINUYM

 

Páginas da Internet consultadas:

http://nymag.com/

http://www.cataventofotografia.com.br/

https://creativemarket.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_peripat%C3%A9tica

https://gfycat.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dodecaedro

https://giphy.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Paracelso

http://www.gnosisonline.org/antropologia/as-sete-racas-raizes/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon

https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Crookes

http://m.gifanimados.com/

http://gifs.blog.br/gifs/gifs-saci-perere

https://www.vectorstock.com/

http://www.deluxevectors.com/

http://www.koogle.tv/

http://dollsparablogs.blogspot.com/

https://www.pinterest.co.uk/pin/29484572537963062/

http://indiaymedioriente.blogspot.com/

https://pt.pngtree.com/

https://avozdoxingu.com.br/

http://bestanimations.com/

http://www.michelteixeira.com.br/

https://www.chickensmoothie.com/

http://www.gifmania.co.uk/

http://www.artefolk.com.br/livros/isis-sem-veu1.pdf

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.