ÍSIS SEM VÉU
(Parte 17)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este texto é a 17ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica, e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um texto-chave no movimento teosófico e um marco na história do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso, para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá apenas 30 fragmentos.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

Isoladamente, a Causa Primordiala Única Causa Eterna de todas as coisas visíveis invisíveis existirá para sempre em Sua Glória, enchendo o espaço ilimitado.

 

Foi imposta à Humanidade a crença da criação do mundo [Universo] a partir do nada, atribuindo, além disto, a esse mundo [Universo] um começo.

 

 

Uma criação ex nihilo?1
Mas, que ex nihilo?
A partir da inexistência?
Mas, qual inexistência?
A partir de uma onipotência?
Mas, qual onipotência?
A partir do não-tempo?
Mas, que não-tempo?
A partir do não-espaço?
Mas, que não-espaço?
A partir de um átomo primordial?2
Mas, que átomo primordial?
A partir de um porquê?
Mas, qual porquê?
A partir de uma justificativa?
Mas, qual justificativa?
Por meio de mágica?
Mas, que tipo de mágica?
Uma criação do começo?
Mas, que começo?
Por isto, haverá um fim?
Mas, que fim?
E tudo e todos nós? Para onde?
Mas, onde fica esse onde?
No céu? No inferno?
No verão? No inverno?
Na Terra do Nunca?
Na quinta do funca?

 

 

O Ponto Indivisível, que não tem limite, não pode ser compreendido... O termo Tempo Ilimitado [bem como o termo Espaço Ilimitado] só pode ser aplicado ao UM, que nunca teve começo nem terá fim. A Glória do UM é exaltada demais e a Sua LLuz é resplandecente demais para o intelecto do ser-humano-aí-no-mundo e para que os seus olhos mortais possam alcançá-Las e vê-Las.

 

As Três Cabeças perfazem uma só Cabeça que não é Cabeça!

 

O Adão Primordial é andrógino, e a Eva Espiritual está dentro Dele.

 

O Homem Celestial é o Adão Superior.

 

O Pensamento do Poder Divino atuou em Silêncio, e, repentinamente, a Luz nasceu das trevas. Ela é chamada de Segunda Vida, que cria ou gera a Terceira o Pai de todas as coisas que vivem, como EUA é a mãe de tudo o que vive.

 

IEOUAMS

 

Em primeiro lugar, se manifestaram as Águas, e nelas se desenvolveu uma Semente Produtiva – – –› Brahmâ, o Grande Princípio de todos os seres.

 

A Serpente é a Sabedoria Divina, mas, ao cair na geração, Ela se tornou poluída.

 

A Primeira Trindade é oculta ou não-manifestada uma abstração pura. A Segunda
é ativa ou é a que é revelada como resultado da criação, procedendo da anterior
o Protótipo Espiritual. A Terceira é a imagem mutilada das outras duas, cristalizada na forma de dogmas humanos, que variam de acordo com a exuberância da imaginação materialista nacional.

 

Cada ser-humano-aí-no-mundo é o Templo do Senhor ou o Templo do seu próprio Espírito Divino. (In: Provérbios, Salomão).

 

A religião dos Mestres os idólatras babilônios e assírios foi transmitida quase corporeamente na escritura revelada pelos cativos, e daí para o Cristianismo.

 

 

O verdadeiro significado do Livro de Ezequiel, escrito a partir do íntimo como do exterior, é idêntico ao do Apocalipse.

 

Cada um dos Devatâs ou Deuses perde um pouco da Sua Santidade e da Sua Pureza, à medida que se aproxima da Terra.

 

 

 

 

Gautama Buddha foi o último dos Avatâras encarnados.

 

Eve —› A Mãe de tudo o que vive.

 

Oitava Esfera = Região Infernal.

 

Os anéis concêntricos emblemam os ciclos que revolvem as grandes eras.

 

Há um Deus Supremo acima de todos os Deuses, mais Divino do que os mortais, cuja forma não é parecida com a dos seres-humnos-aí-no-mundo, como também não é semelhante a sua natureza. Mas, os fúteis mortais imaginam que os Deuses são procriados como eles mesmos, tendo sensações humanas, voz e membros corpóreos. Desta forma, se os cavalos ou os bois tivessem mãos e pudessem trabalhar à moda dos seres-humnos-aí-no-mundo, e pudessem esculpir com cinzel ou pintar a sua concepção da Divindade, então os cavalos retratariam os deuses como cavalos, os bois os representariam como bois e cada tipo de animal representaria o Divino com a sua forma e dotado com a sua mesma natureza. [Xenófanes de Cólofon, cerca de 570 a.C. – 475 a.C., apud Helena Petrovna Blavatsky.]

 

Não existe mal mais incurável do que o fanatismo cego e irrazoável.

 

Os cristãos, a fim de acreditar em uma Divindade, acharam necessário matar o seu Deus, para que eles mesmos vivessem!

 

Todos os dogmas religiosos servem para ofuscar a razão humana... O culto às divindades, sob as alegorias nas quais está escondido o respeito às Leis Naturais, afasta a Verdade, em benefício das superstições mais desprezíveis. (Vyâsa). Com uma representação tão grosseira e antropomórfica e tão blasfema da Primeira Causa, quem pode se surpreender com qualquer extravagância iconográfica na representação do Cristo cristão, dos apóstolos e dos supostos Santos? Com os católicos, São Pedro se tornou, naturalmente, o porteiro do Céu, e está sentado à porta do reino celestial um bilheteiro para a Trindade!

 

A-dão = Sangue.

 

Acima da Suprema Divindade Inteligível, há Uma ainda mais secreta e não revelada.

 

 

 

 

Cristo se uniu ao Corpo de Jesus apenas na Hora do Batismo, no Rio Jordão.

 

Tão maliciosos eram os santos padres em sua tenaz perseguição às pretensas heresias, que os vemos contar, sem hesitação, as inverdades mais flagrantes e inventar narrativas inteiras, no propósito de convencer os ignorantes com argumentos, que de outro modo careceriam de qualquer base.

 

Os Gnósticos foram únicos herdeiros dos poucos restos da verdade não adulterada do Cristianismo primitivo.

 

Tudo era confusão e desordem nos primeiros séculos, até o momento em que um sem-número de dogmas contraditórios foram finalmente impingidos ao mundo cristão, e a discussão foi proibida. Por vários séculos, se tornou um sacrilégio, punível com severas penalidades, e mesmo com a morte, procurar compreender aquilo que a Igreja havia tão convenientemente elevado ao nível de mistério divino.

 

Definitivamente, a bancarrota é sempre o triste resultado do fanatismo das seitas ortodoxas.

 

A História mostra que nenhum dos antigos santos cristãos jamais hesitou em derramar o sangue dos seus vizinhos, se as concepções destes últimos não estivessem de acordo com as suas.

 

 

 

Continua...

 

 

 

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Notas:

1. Ex nihilo nihil fit é uma expressão latina que significa nada surge do nada. Esta afirmação é a base do Princípio Metafísico segundo o qual o Ser não pode começar e nunca começou a existir a partir de um (inexistente) nada. A sentença é atribuída ao filósofo grego Parmênides de Eléia (em grego clássico: , 530 a.C. – 460 a.C.). Já o poeta e filósofo romano Titus Lucretius Carus (cerca de 99 a.C. – cerca de 55 a.C.) expressou este princípio no primeiro livro da sua obra De Rerum Natura (traduzido como Sobre a Natureza das Coisas): Principium cuius hinc nobis exordia sumet, nullam rem e nihilo gigni divinitus umquam. O Princípio que tomaremos como base é o de que nada pode ser criado a partir do nada por intermédio de um poder divino. Enfim, Ex nihilo nihil fit equivale a Princípio Iniciático e Metafísico, que assevera: Para o Ser, nunca houve começo, pois, o nada não pode dar origem a alguma coisa.

2. A Teoria do Big Bang (ou da Grande Expansão) da origem do Universo proposta pelo padre jesuíta, astrônomo, cosmólogo e físico belga Georges-Henri Édouard Lemaître (Charleroi, 17 de julho de 1894 – Louvain, 20 de junho de 1966), originariamente, foi denominada de Hipótese do Átomo Primordial. Ora, eu gostaria de saber de qual caixinha desconhecida (será que é a Caixinha da Dona Baratinha?) esse padre tirou esse Átomo Primordial! E, se esse Átomo Primordial existiu mesmo, ele precisaria ter pai e mãe. Onde estarão esse pai e essa mãe? E, por aí e daí, para trás... Para trás... Para trás... Ad æternum ao contrário. De fato, sem começo. Sabe o que eu acho? Eu acho que esse padre, para acomodar e fazer combinar Catolicismo com Ciência, pisou feio na bola, e o Einstein, que não era católico, entrou nessa de gaiato, pois, ao escutá-lo em uma conferência na Califórnia, em pé, ele afirmou que a Teoria da Origem do Universo do padre Georges-Henri é a mais bela e satisfatória explicação da criação que em algum momento eu tenha escutado. Já o Papa Pio XII delirou papalmente e papou mosca, pois, disse que a Teoria do padre Lemaître era, praticamente, a prova científica da existência de Deus, ou seja: Quentura Torrificante + Densidade Descomunal + Resfriamento Progressivo + Expansão Paulatina = Deus! Simples assim! Mais simples do que isso só Simplístico Simplório Simplificável Simplificativo De Pizzinga! Bem, eu acho essa Teoria um monstrengo sesquipedal, mais monstruoso do que filhote prematuro e anencéfalo de escorpião-vinagre com aranha-caranguejeira! Para mim, isto tudo é muito mais singelo: no Tempo (que não é tempo) e no Espaço (que não é espaço), a Existência incriada sempre existiu (e não irá morrer). Agora, sinceramente, eu não sei o porquê de não me galardoarem com um Premiozinho Nobel! No mínimo, poderiam me oferecer uma Medalhinha Copley!

 

Música de fundo:

The Spheres
Interpretação: Stetson University Concert Choir

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=52J1RIINUYM

 

Páginas da Internet consultadas:

http://clipart-library.com/

https://edoc.site/queue/isis-sem-veuvoliiihpblavatsky-pdf-free.html

 

Direitos autorais:

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