Este
texto é a 11ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às
vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação
explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis
Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and
Theology (em português, Ísis sem Véu:
Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência
e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica,
e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um
texto-chave no movimento teosófico e um marco na história
do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso,
para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá
apenas 30 fragmentos.
Fragmentos
A
Doutrina Secreta, por muitos séculos, foi
semelhante ao homem
das aflições, ao qual alude o Profeta Isaías.
Quem acreditou em nossas
palavras?, repetiram os seus mártires, de geração
em geração. A Doutrina se desenvolveu, diante de seus perseguidores,
como uma tenra plantinha
ou como uma raiz plantada em solo árido. Sem forma nem atrativos,
Ela é desprezada e rejeitada pelos homens, e eles lhe viram os rostos...
Eles não a estimam.
—
Eu nunca quis saber
dessa tal de Doutrina Secreta.
Ela é chatérrima e difícil,
e só presta para asceta.
— Quero, sim, um petrolão,
pra comprar carro do ano.
Com todas as letras, admito:
sempre fui um grande magano.
—
Afinal, se Deus perdoa,
porque irei me preocupar?
Na Hora H, eu peço penico,
e pro Céu Ele irá me levar.
—
Pelaí, tá cheio de bobo,
que não tem onde cair morto.
Eu nunca fui malandro agulha,
e sempre cheguei ao porto.
—
Agora, se você não gosta,
isso é só problema seu.
Ficar rico e bem de vida,
isto, sim, é problema meu.
—
Faturar, bifar, enricar:
não penso em outra coisa.
Eu até já mandei fabricar
só de ouro a minha loisa!
A
Filosofia da Doutrina
Secreta está baseada em Leis Eternas.
Se e quando A conhecermos, subjugaremos tudo e exerceremos nosso Poder sobre
tudo.
Sempre
que julgarmos apressadamente as coisas, inevitavelmente, cometeremos, com
freqüência, os erros mais crassos.
Se
o Egito deu à Grécia a sua civilização, e esta
a levou a Roma, o próprio Egito recebeu, naqueles séculos
desconhecidos, quando reinava Menes, suas leis, suas instituições,
suas artes e suas ciências da Índia pré-védica,
e, portanto, é nessa antiga Iniciadora de Sacerdotes e de Adeptos
de todos os outros países que deveremos buscar a Chave dos Grandes
Mistérios da Humanidade. Todavia, não devemos pensar na Índia
de nossos dias modernos, mas, na Índia
do período arcaico. Nos tempos antigos, alguns países
que agora conhecemos por outros nomes se chamavam todos Índia. Havia
uma Índia Alta, uma Baixa e uma Índia Ocidental, que é
hoje o Irã. Os países que agora se chamam Tibete, Mongólia
e Grande Tartária eram também considerados pelos escritores
antigos como Índia.
A
Palavra Inefável, que não é uma palavra, era conhecida
dos (muito) antigos, e, atualmente, está Perdida, mas, ainda ressoa,
como um remoto eco, no Coração de alguns seres-humanos-aí-no-mundo
Privilegiados.
Uma
das tradições universais, aceita por todos os povos antigos,
é que houve muitas raças de seres-humanos-aí-no-mundo
anteriores às nossas raças atuais. Cada uma delas era muito
distinta da precedente, e todas desapareceram quando a seguinte fez a sua
aparição. No Manu se mencionam claramente seis de tais raças,
que teriam se sucedido umas às outras. [A
animação abaixo não está correta, porque os
seres-humanos-aí-no-mundo
vão se tornando diferentes, mas, que ela ficou bonitinha, isso ela
ficou. Eu até achei o marinheiro meio pareciso comigo!]
A
Atlântida pode ter sido tudo, menos uma brincadeira ou uma fábula
de Platão, que era um Iniciado e não brincava com coisas sérias.
ATL significa água, guerra e o alto da cabeça.
Comunicar
as coisas ao mundo, combinando habilmente verdade e ficção,
é uma forma de divulgar as Verdades Universais sem ferir o segredo
imposto pelas obrigações
da Iniciação, que proíbem
a divulgação de o que não pode ser divulgado.
No
princípio, era o Verbum Dimissum,
e o Verbum Dimissum estava com Deus,
e o Verbum Dimissum era Deus.
Hoje, é o Verbum Dimissum,
e o Verbum Dimissum está com Deus,
e o Verbum Dimissum é Deus.
No futuro, será o Verbum Dimissum,
e o Verbum Dimissum estará com Deus,
e o Verbum Dimissum será Deus.
Sempre haverá o Verbum Dimissum,
pois, o Verbum Dimissum não se cala,
e, no espaço-tempo, será o Verbum Dimissum.
A
cautela dos Adeptos cresce na proporção da curiosidade dos
indiscretos, dos fofoqueiros e dos bisbilhoteiros.
Disse
Sidarta Gautama (cerca de 563 a.C –
cerca de
483 a.C): Eu não
ensino a Lei dos meus discípulos dizendo-lhes: ide, e diante dos
brâmanes e dos notáveis fazei, por meio de vossos poderes sobrenaturais,
os maiores milagres de que um homem é capaz. Eu digo, quando ensino
a Lei: Vivei, ó santos, ocultando vossas grandes obras, e exibindo
vossos pecados.
A
arte de fazer um pincel escrever sem contato era conhecida e praticada na
China e em outros países muitos séculos antes da era cristã.
Era o ABC da Magia nesses países.
Magia
=
Psicologia Oculta.
Seja
ela qual tenha sido, a Religião dos Antigos será a Religião
do futuro. [E
sabe por quê? Porque a Religião
dos Antigos não
era propriamente uma religião no sentido estrito do termo, e não
estava estruturada sobre a crença, a devoção e a piedade,
conforme, hoje, compreendemos estes conceitos.]
Mais alguns séculos, e não haverá mais crenças
sectárias em nenhuma das grandes religiões da Humanidade.
Bramanismo, Budismo, Cristianismo e Maometismo desaparecerão diante
do poderoso afluxo de fatos.
Todos
nós respiramos e absorvemos o Éter Cósmico em nosso
sistema orgânico repleto dele desde o instante de nosso nascimento.
Mas, Ele só se torna poderoso sob o influxo da Vontade e do Espírito.
Abandonado a si mesmo, este Princípio de Vida seguirá as Leis
da Natureza, e, de acordo com as circunstancias, produzirá saúde
e exuberância de vida ou causará morte e dissolução.
Mas, guiado pela Vontade do Adepto, o
Éter Cósmico se torna obediente.
Suas correntes restauram o equilíbrio dos corpos orgânicos,
preenchem o vazio e produzem 'milagres' físicos e psicológicos,
Em
toda e qualquer Operação Mágica, três requisitos
são fundamentais: 1º) pureza de intenção; 2º)
pureza da atmosfera magnética ambiente; e 3º) pureza pessoal
do operador.
Os
princípios da Medicina preventiva ou da higiene eram conhecidos dos
antigos, que os colocavam muito acima da Medicina curativa.
—
Medicina preventiva
é perda de tempo.
Os tais dos antigos
não estavam com nada.
Nossa vida foi feita
para ser gozada.
Se existe ,
então, eu bebo.
E, se existe ,
então, eu como.
Se existe ,
então, eu transo.
Se
existe ,
então, eu tomo.
Se existe ilusão,
então, eu cheiro.
Se existe ,
então, eu compro.
Se
existem ,
então, eu jogo.
Se existe ,
então, eu curto.
Se existe ,
então, eu viajo.
Se existe ,
então, eu brinco.
Se existe perdão,
então, eu 'peco'.
O
sânscrito foi a língua que deu origem à maior parte
dos idiomas do Oriente e dos países indo-europeus.
Cada
ser adquire as qualidades do ser que o precede imediatamente, de modo que,
quanto mais um ser se distancia do primeiro átomo da série,
mais ele se torna dotado de qualidades e de perfeições. (Manu,
Livro I, sloka 20).
Podemos
estudar os fenômenos, verificá-los e afirmar que são
relativamente verdadeiros, mas, como nada neste Universo, seja pela percepção,
seja pela indução, seja pelos sentidos, seja pela razão,
é capaz de demonstrar a existência de uma Causa Suprema, que,
em um determinado ponto do tempo, teria dado origem ao Universo, a Ciência
não deve discutir nem a possibilidade nem a impossibilidade desta
Causa Suprema. (In:
Uttara-Mîmânsâ ou Vedânta, de Vyâsa).
A
Divindade dos presbiterianos, dos metodistas, dos congregacionistas e das
outras seitas protestantes ortodoxas é um Pai sem esposa com um Filho
idêntico ao próprio Pai.
Doutrinas
Teológicas =
Conflitantes Doutrinas Teológicas.
Há
apenas uma Verdade sobre a Terra, e ela é imutável, mas, não
está na Terra.
Todo
dogma cristão tem a sua origem em um rito pagão.
O
que os teólogos nos oferecem? Apenas a pobre escolha entre dois manifestos
absurdos: o demônio e os milagres.
Todos
os fatos da Natureza pertencem à ciência, e todo acréscimo
ao depósito da ciência a enriquece em vez de empobrecê-la.
Se a Humanidade admitiu outrora uma verdade e depois, na cegueira de seu
orgulho, a negou, voltar a compreendê-la é um passo à
frente, não para trás.
(Aleksandr Butlerov).
Não
esqueçamos de que as torrentes de sangue humano derramadas pela Inquisição
Católica e o número de sacrifícios humanos não
têm paralelo nos anais do Paganismo.
—
Fui
o Tomás de Torquemada,
o inquisidor-geral de Castela e Aragão.
Era assim: se fosse pagão,
era assado na fogueira com hora marcada.
Agora, se adorasse o dragão,
eu mesmo martirizava sem hora marcada.
Comigo, não havia exceção:
em herege, eu mandava descer a porrada.
Uma
coisa que pouca gente sabe é que o clero católico superou
os seus mestres, os pagãos, em feitiçaria. De fato, em nenhum
templo pagão foi a Magia Negra, em seu verdadeiro e real sentido,
mais exercida do que no Vaticano. Mesmo praticando o exorcismo como uma
importante fonte de rendas, eles deram tanta atenção à
Magia quanto os antigos pagãos. É fácil provar que
o 'sortilegium' (ou feitiçaria) foi amplamente praticado pelo clero
e pelos monges até o século XVIII, e ainda hoje o é,
ocasionalmente.
A
Igreja não tem intenção alguma de cair no esquecimento
ou de permitir que sua autoridade seja questionada. É por esta razão
que ela prossegue, tanto quanto lhe permite o tempo, a sua política
tradicional, e não desdenha tirar a forra sobre vítimas indefesas.
Primeiro
prelado:
—
O que faremos com aquele irmão pedófilo?
Segundo prelado: —
Vamos transferi-lo de diocese.
Primeiro
prelado:
—
E se descobrirem?
Segundo prelado: —
Transferimos de novo.
Primeiro
prelado:
—
E até quando iremos transferi-lo?
Segundo prelado: —
Até o Kojak criar cabelo.
Terceiro
prelado: —
Eu dou o maior apoio! Viva!
Já
se acreditou, como acreditava o historiador eclesiástico francês
Louis-Sébastien Le Nain de Tillemont (Paris, 30 de novembro de 1637
–
Paris, 10 de janeiro de 1698), que todos
os ilustres pagãos foram condenados às tormentas eternas do
inferno, porque viveram antes da época de Jesus e, por conseqüência,
não puderam ser beneficiados pela Redenção. [Bem,
fosse isto um fato verdadeiro, eu gostaria muito de ir para o inferno, só
para ficar na companhia, pelo menos, de Pitágoras e de Platão.]
O
mais curioso em tudo isto é que, o Homem das Dores, martirizado,
perdoou seus inimigos. Suas últimas palavras conhecidas foram uma
prece em seu benefício. Ele ensinou os Seus Discípulos a não
amaldiçoar, mas, a abençoar até mesmo os inimigos.
Mas os herdeiros de São Pedro, os auto-impostos representantes na
Terra desse mesmo doce Jesus, amaldiçoam, sem hesitar, todo aquele
que resiste à sua vontade despótica.
Continua...