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Notas:
1.
Um axioma é uma premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira,
fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável,
originada, segundo a tradição racionalista, de princípios
inatos da consciência ou, segundo os empiristas, de generalizações
da observação empírica. O princípio aristotélico
da contradição – nada
pode ser e não ser simultaneamente (duas proposições
contraditórias não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras
ao mesmo tempo; como existe uma relação de simetria, não
podem ter o mesmo valor de verdade) – foi
considerado, desde a Antigüidade, um axioma
fundamental da Filosofia. Assim sendo, o que é axiomático
encerra um axioma; é algo evidente, incontestável, inquestionável.
Então pergunto: o que poderá haver, no finito e ilimitado
Universo, que possa ser evidente, incontestável e inquestionável?
O que, no Universo, poderá ser considerado uma certeza absoluta,
uma verdade absoluta e incontestável, que não permita contestação,
que não dependa senão de si mesma para existir? Resposta:
nada, simplesmente porque tudo se movimenta, tudo se modifica e tudo é
um. Agora, ontem, hoje e para sempre, em
um triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é
igual ao quadrado de hipotenusa (Teorema
de Pitágoras). E, quando
duas retas transversais cortam um feixe de retas paralelas, as medidas dos
segmentos delimitados pelas transversais são proporcionais (Teorema
de Tales). E ainda,
para qualquer quadrilátero inscritível, a razão
entre as diagonais é igual a razão da soma dos produtos dos
lados que concorrem com as respectivas diagonais (Teorema de
Hiparco).
Representação
Pictural dos Ternos Pitagóricos
2.
Por maior que seja o avanço tecnológico, este avanço
contemplará sempre vulnerabilidades. Se existe a perfeição
absoluta, ela jamais poderá ser alcançada.
3.
A velocidade da luz não é constante
em todo o Universo. O que eu e você somos hoje não seremos
amanhã. O Período Terrestre de hoje será
o Período de Júpiter de amanhã. O mânvântâra
de hoje
será o prâlâya
de amanhã!
4.
Tudo que puder ser considerado como eterno (in
perpetuum) embutirá sempre um grau de eternidade relativa.
Entretanto, se alguma coisa puder ser considerada como eterna, esta coisa
é o movimento, porque se o movimento se extinguisse, tudo se converteria
em uma espécie de nada ou de inexistência, o que é impossível.
Mesmo no prâlâya,
há
movimento. Por este motivo, como do nada, nada, nada também poderá
se transformar em nada. E, como tudo é relativamente necessário,
não há contingência. Tudo é pertinente; tudo
é essencial. E assim, no Universo, o que existe (como essência)
não poderá deixar de existir (como essência), pois o
Universo não aumenta nem diminui, não biguebangueia
nem bigcruncheia.
E por aí vai... A
sigh is just a sigh... A
desire is just a desire...
Eternidade
Relativa
(Carbono – Grafite – Diamante)
5. Isto
significa alteridade (ou outridade), isto é, tudo e todos interagem
e interdependem de tudo e de todos. Sobre esta matéria, ouça-se
o etnólogo e antropólogo François Laplantine: A
experiência da alteridade (e a elaboração dessa experiência)
leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar, dada
a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é
habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’.
Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos (gestos, mímicas,
posturas, reações afetivas) não tem realmente nada
de ‘natural’. Começamos, então, a nos surpreender
com aquilo que diz respeito a nós mesmos, a nos espiar. O conhecimento
(antropológico) da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento
das outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura
possível entre tantas outras, mas não a única.
6.
O particípio só pode ser considerado como tal se for metafisicamente
entendido como inserido no presente – no desde-sempre-é.
Passado e futuro são prisões-ilusões vinculadas (e
relativas) ao processo (re)encarnacionista tridimensional, como prisão-ilusão
é categorizar o que quer que seja como onicriador, onipoderoso, onipresente,
onissapiente, onipróvido, oniclemente etc. Enfim, enquanto formos
dependentes – no sentido de querermos ser dependentes
– obviamente, não seremos (relativamente) livres.
Fundo
musical:
As
Time Goes By
Compositor: Herman Hupfeld
Intérprete: Frank Sinatra
Fonte:
http://www.pcdon.com/FrankSinatra.html