Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

A nosso ver, as mais altas aspirações pelo bem-estar da Humanidade tingem-se de egoísmo, se, porventura, na mente do filantropo, bruxulear a mais leve sombra do desejo de benefício próprio ou a tendência de praticar injustiças, mesmo que, para ele, estas coisas existam só inconscientemente.

 


Mestre Kut Hu Mi

 

 

 

 

 

Peregrinação
(da prisão à liberdade)

 

 

 

É bem aí que mora o perigo:

De si mesmo é mui desamigo

o inconsciencioso insenciente

que constrange hipoteticamente.

 

 

Nem mesmo uma laranja-de-umbigo

vale uma engrambelação sofista

ou, até mesmo, um conchego egoísta.

Como tenho convidado! Vem comigo!

Irmão: dos seus quereres, abra mão;

ouça a Voz Silente do seu Coração.

 

 

Desconstrua já o seu inimigo!

Se, no passado, você o forjou,

chegou a hora de dizer: Eu Sou!

Não espere prêmio ou castigo.

A liberdade só poderá advir,

se e quando a agnição1 (re)surgir.

 

 

 

Peregrinação
(da insciência à agnição)

 

 

 

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Nota:

1. Agnição é a apreensão intelectual ou ato de perceber ou reconhecer um fato, uma verdade (relativa). Em arte dramática, é o momento em que um personagem, depois de sofrer uma série de vicissitudes, passa a ter conhecimento de sua verdadeira identidade. Este conceito foi estabelecido pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.). Enfim, em termos místicos, a agnição deve produzir e promover: 1º) compreensão onde havia incapacidade para compreender; 2º) liberdade onde havia restrição e necedade; e 3º) amor onde havia ódio, egoísmo e vaidade.

 

 

 

Illuminação

 

 

Observação:

Na verdade, a Illuminação se dá dentro – in Corde – não fora, como pictoricamente, mas incorretamente, mostra a animação acima.