O INFERNO QUE CRIEI

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Buddha apontou claramente que é apenas o grau das nossas próprias intensidades que determina a medida do nosso universo. Redimir nossas faculdades conduz ao que Buddha chamou de a mais afortunada reincorporação. Em cada realização que levamos a cabo, ganhamos não apenas uma virtude imediata, mas, também, uma modificação da continuidade da consciência ao longo do [inexistente] tempo. [In: A Clara Virtude do Zen, de autoria de Manly Palmer Hall.]

 

 

A Macacada Virando Jacaré

 

 

Eu não quero me redimir em nada;
remissão é coisa de mané-coco.
Quero mentir, enrolar todo mundo
e ver o circo nacional pegar fogo.
Eu não quero me redimir em nada;
quero ver a desgraceira imperar
e a Humanidade sofrer e chorar.
Eu não quero me redimir em nada;
quero que a macacada vire jacaré.
Eu não quero me redimir em nada;
quero corromper e morrer corrupto.
Eu não quero me redimir em nada;
quero escravizar o mundo inteiro.
Eu não quero me redimir em nada;
quero vandalizar as imagens religiosas.
Eu não quero me redimir em nada;
quero pedofilizar os impúberes.
Eu não quero me redimir em nada;
quero preconceituar os LGBTQIA+.
Eu não quero me redimir em nada;
quero segregar árabes e judeus.
Eu não quero me redimir em nada;
quero humilhar negros e índios.
Eu não quero me redimir em nada;
quero desdenhar marafas e cafiolas.
Eu não quero me redimir em nada;
quero arrochar ceguetas e pernetas.
Eu não quero me redimir em nada;
quero sacanear pedintes e mendigos.
Eu não quero me redimir em nada;
quero rebaixar beberrões e abstêmios.
Eu não quero me redimir em nada;
quero esbandalhar os minerais.
Eu não quero me redimir em nada;
quero devastar os vegetais.
Eu não quero me redimir em nada;
quero massacrar os animais.
Eu não quero me redimir em nada;
quero destruir toda a Ucrânia.
Eu não quero me redimir em nada;
quero matar todos os ucranianos.
Eu não quero transmutar minha consciência;
quero continuar inconsciente até o fim.
Eu não quero me redimir em nada;
sou um demônio e morrerei um demônio.
Não ligo para a
afortunada reincorporação;
o meu universo é o inferno que criei.
E, nesse inferno, que não saio nem a pau,
espero a evaporação da minha Cósmica,
e, em delírio, a hora da minha entropia
e a minha desintegração na Oitava Esfera.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Entropy
Composição e interpretação: Alex Skrindo

Fonte:

https://archive.org/details/DistrionAlexSkrindoEntropyNCSRelease

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.pngtree.com/

https://www.krazykrocs.co.uk/

https://www.three-monkeys.info/

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