Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Terra Agonizante —› Caveirão Espumante

 

 

 

É inacreditável!

Mas estamos desbaratando o Planeta!

É inimaginável!

Mas estamos conspurcando o Planeta!

 

 

É incompreensível!

Mas estamos destruindo o Planeta!

É inconceptível!

Mas estamos inviabilizando o Planeta!

 

 

Causas naturais e antropogênicas

– nomeadamente as pirogênicas –

estão comprometendo a vida na Terra!

 

 

Pode haver uma ou outra divergência,

mas, a cada ano, aumenta a inclemência.

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Se este aumento se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ação humana realmente está substantivamente influenciando na ocorrência do fenômeno.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988, no seu relatório mais recente, afirma que grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve, muito provavelmente, a um aumento do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa de origem antropogênica (incluindo, para além do aumento de gases estufa, outras alterações como, por exemplo, as devidas a um maior uso de águas subterrâneas e do solo para a agricultura industrial e a um maior consumo energético e poluição). A concentração global de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) em 2004 foi a mais elevada da história, segundo dados divulgados em 15 de março de 2006 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os níveis de dióxido de carbono, o gás do efeito estufa mais abundante na atmosfera, continuam aumentando ininterruptamente e não dão sinais de que deixarão de crescer, assegurou o secretário-geral da Organização, Michel Jarraud, em comunicado à imprensa.

Fenômenos naturais, tais como variação solar combinada com vulcões, provavelmente, levaram a um leve efeito de aquecimento de épocas pré-industriais até 1950; mas, a partir desta data, foi observado um efeito de resfriamento. Essas conclusões básicas foram endossadas por, pelo menos, 30 sociedades e comunidades científicas, incluindo todas as academias científicas nacionais dos principais países industrializados. A Associação Americana de Geologistas de Petróleo e alguns poucos cientistas individuais não concordam com algumas partes. Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 °C e 6,4 °C entre 1990 e 2100. A variação dos valores reflete no uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática.

Apesar de que a maioria dos estudos tem seu foco no período de até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que os níveis dos gases estufa se estabilizem. Isto reflete na grande capacidade calorífica dos oceanos. Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar e em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas. Podem também ocorrer alterações nas freqüências e nas intensidades de eventos de temperaturas extremas, apesar de ser difícil de relacionar eventos específicos ao aquecimento global. Outros eventos podem incluir alterações na disponibilidade agrícola, recuo glacial, vazão reduzida em rios durante o verão, extinção de espécies e aumento em vetores de doenças.

Incertezas científicas restantes incluem o exato grau da alteração climática prevista para o futuro, e como estas alterações irão variar de região em região ao redor do Globo. Existe um debate político e público para se decidir que ação se deve tomar para reduzir ou reverter (se for possível reverter) o aquecimento futuro ou para adaptar a vida na Terra às suas conseqüências esperadas. A maioria dos Governos nacionais assinou e ratificou o Protocolo de Quioto, que visa o combate à emissão de gases estufa.

 

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Por que a Ministra Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima – reconhecidamente uma ambientalista de renome internacional – pediu demissão, em caráter irrevogável, em 13 de maio de 2008 (cinco dias após o lançamento do Plano Amazônia Sustentável – PAS), do cargo de Ministra do Meio Ambiente, resignação que, segundo consta, indignou sobremodo o Ex.mo Senhor Presidente da República? Terá a digna Ministra não suportado mais a barra pesadíssima dos conflitos constantes com outros ministros do Governo e com a iniciativa privada, quando os interesses econômico-predatórios-fedorentos se contrapunham e se sobrepunham aos objetivos de preservação ambiental, que ela sempre defendeu tão corajosamente? Falta de sustentação à política ambiental do seu Ministério? Fritação política dissimulada? Quosque tandem abutere Carcharodon carcharias vorax patienta nostra? Até quando haveremos de cagar e de mijar no prato em que comemos? Ou tomamos vergonha na fuça já ou haveremos de tomar, por bem ou por mal, vergonha na carantonha, em um futuro não tão distante! Mas que irá doer, isto irá! Muito! Salvo melhor juízo, em um certo sentido, o Inve$tment Grade recentemente conquistado pelo Brasil só ajudará a piorar as coisas no nosso patropi. Os tubarões estão adorando!!!

 

 

Carcharodon carcharias Vorax

 

 

 

 

Carta de Marina Silva ao Presidente Lula

 

 

Caro Presidente Lula,

 

Venho, por meio desta, comunicar minha decisão em caráter pessoal e irrevogável, de deixar a honrosa função de Ministra de Estado do Meio Ambiente, a mim confiada por V. Exª desde janeiro de 2003. Esta difícil decisão, Sr, Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal.

Quero agradecer a oportunidade de ter feito parte de sua equipe. Nesse período de quase cinco anos e meio esforcei-me para concretizar sua recomendação inicial de fazer da política ambiental uma política de Governo, quebrando o tradicional isolamento da área.

Agradeço também o apoio decisivo, por meio de atitudes corajosas e emblemáticas, a exemplo de quando, em 2003, V. Exª chamou a si a responsabilidade sobre as ações de combate ao desmatamento na Amazônia, ao criar grupo de trabalho composto por 13 ministérios e coordenado pela Casa Civil. Esse espaço de transversalidade de Governo, vital para a existência de uma verdadeira política ambiental, deu início à série de ações que apontou o rumo da mudança que o País exigia de nós, ou seja, fazer da conservação ambiental o eixo de uma agenda de desenvolvimento, cuja implementação é hoje o maior desafio global.

Fizemos muito: a criação de quase 24 milhões de hectares de novas áreas de conservação federais, a definição de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em todos os nossos biomas, a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, do novo Programa Nacional de Florestas, do Plano Nacional de Combate à Desertificação e temos em curso o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

Reestruturamos o Ministério do Meio Ambiente, com a criação da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro; com melhoria salarial e realização de concursos públicos que deram estabilidade e qualidade à equipe; com a completa reestruturação das equipes de licenciamento e o aperfeiçoamento técnico e gerencial do processo. Abrimos debate amplo sobre as políticas socioambientais, por meio da revitalização e criação de espaços de controle social e das conferências nacionais de Meio Ambiente, efetivando a participação social na elaboração e implementação dos programas que executamos.

Em negociações junto ao Congresso Nacional ou em decretos, estabelecemos ou encaminhamos marcos regulatórios importantes, a exemplo da Lei de Gestão de Florestas Públicas, da criação da área sob limitação administrativa provisória, da regulamentação do art. 23 da Constituição, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais. Contribuímos decisivamente para a aprovação da Lei da Mata Atlântica.

Em dezembro último, com a edição do Decreto que cria instrumentos poderosos para o combate ao desmatamento ilegal e com a Resolução do Conselho Monetário Nacional, que vincula o crédito agropecuário à comprovação da regularidade ambiental e fundiária, alcançamos um patamar histórico na luta para garantir à Amazônia exploração equilibrada e sustentável. É esse nosso maior desafio. O que se fizer da Amazônia será, ouso dizer, o padrão de convivência futura da humanidade com os recursos naturais, a diversidade cultural e o desejo de crescimento. Sua importância extrapola os cuidados merecidos pela região em si, e revela potencial de gerar alternativas de reposta inovadora ao desafio de integrar as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento.

Hoje, as medidas adotadas tornam claro e irreversível o caminho de fazer da política socioambiental e da economia uma única agenda, capaz de posicionar o Brasil de maneira consistente para operar as mudanças profundas que, cada vez mais, apontam o desenvolvimento sustentável como a opção inexorável de todas as nações.

Durante essa trajetória, V. Exª é testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe junto a setores importantes do Governo e da sociedade. Ao mesmo tempo, de outros setores tivemos parceria e solidariedade. Em muitos momentos, só conseguimos avançar devido ao seu acolhimento direto e pessoal. No entanto, as difíceis tarefas que o Governo ainda tem pela frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para a agenda ambiental.

Tenho o sentimento de estar fechando um ciclo cujos resultados foram significativos, apesar das dificuldades. Entendo que a melhor maneira de continuar contribuindo com a sociedade brasileira e o Governo é buscando, no Congresso Nacional, o apoio político fundamental para a consolidação de tudo o que conseguimos construir e para a continuidade da implementação da política ambiental.

Nosso trabalho à frente do MMA incorporou conquistas de gestões anteriores e procurou dar continuidade àquelas políticas que apontavam para a opção do desenvolvimento sustentável. Certamente, os próximos dirigentes farão o mesmo com a contribuição deixada por esta gestão. Deixo seu Governo com a consciência tranqüila e certa de, nesses anos de profícuo relacionamento, termos feito algo de relevante para o Brasil.

Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Marina Silva

 

 

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Carta de Marina Silva aos Servidores do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Serviço Florestal Brasileiro e Jardim Botânico

 

 

Prezados servidores,

 

Acabo de entregar ao Presidente Lula carta na qual comunico minha decisão de deixar a honrosa função de Ministra do Meio Ambiente e meu retorno ao Senado Federal. Estou fechando um ciclo no qual enfrentamos muitas dificuldades, mas, colhemos resultados gratificantes nesses cinco anos e meio em que estamos juntos.

Quero agradecer a colaboração de todos e afirmar que nada do que alcançamos seria feito sem a participação, o entusiasmo, as críticas, a competência de cada um de vocês. E não foi pouco: entre outras conquistas, a criação de quase 24 milhões de hectares de áreas de conservação federais, a definição de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em todos os nossos biomas, a estruturação do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, do novo Programa Nacional de Florestas, do Plano Nacional de Combate à Desertificação.

Também conseguimos aprovação da Lei de Gestão de Florestas Públicas, da criação da área sob limitação administrativa provisória, da Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, entre outros marcos regulatórios importantes.

Com erros, acertos e muito aprendizado, acredito que conseguimos nos guiar pela quatro diretrizes traçadas quando aqui chegamos: a busca do desenvolvimento sustentável, do controle e participação social, do fortalecimento do SISNAMA e da política ambiental integrada pela prática da transversalidade.

Embora nunca tenha conseguido lhes dar a atenção que pretendia, dada a intensidade da agenda de que são testemunhas, procurei fazer o possível para valorizar os servidores por meio de aumento salarial, enquadramento na carreira funcional, informatização e reforma das instalações físicas, realização de concursos públicos e reorganização das equipes de licenciamento. A reestruturação do Ministério, feita com o objetivo de aproximar mais o organograma das necessidades de nossas ações e programas, levou à criação da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, da Secretaria de Mudanças Climáticas, do Instituto Chico Mendes e do Serviço Florestal Brasileiro.

Assim, como nossa gestão incorporou avanços de gestões anteriores, estou certa de que nosso trabalho terá continuidade, sobretudo pela ação de vocês, servidores, os agentes verdadeiramente capazes de internalizar a política ambiental que melhor sirva ao nosso País.

Continuaremos em contato, agora que voltarei ao Congresso Nacional, na busca da sustentabilidade política fundamental para consolidação da agenda de desenvolvimento sustentável.

Um grande abraço,

Marina Silva

 

Esta nota foi editada das fontes:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/
ciencia/ult306u14359.shtml

http://extra.globo.com/pais/plantao/2008/05/14/
veja_integra_da_carta_de_marina_silva_aos_servidores_
do_ministerio_do_meio_ambiente-427376606.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global
#Evid.C3.AAncias_do_aquecimento_global

http://noticias.uol.com.br/ultnot/
2008/05/13/ult23u2297.jhtm

 

Fundo musical:

Earth Song (Michael Jackson)

Fonte:

http://oldawg.tripod.com/mid.html

 

 

 

 

 

 

Quosque tandem abutere
Carcharodon carcharias vorax
patienta nostra?

Quosque tandem?