Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

O Preço da Honra

 

As coisas que mais ocorrem na vida – e são tidas pelos homens como o supremo bem – resumem-se, ao que se pode depreender das suas obras, nestas três: as riquezas, as honras e a concupiscência. Por elas, a mente se vê tão distraída, que de modo algum poderá pensar em qualquer outro bem. Realmente, no que tange à concupiscência, o espírito fica por ela de tal maneira possuído como se repousasse num bem, tornando-se de todo impossibilitado de pensar em outra coisa; mas, após a sua fruição, segue-se a maior das tristezas, a qual, se não suspende a mente, pelo menos a perturba e a embota. Também procurando as honras e a riqueza, não pouco a mente se distrai, mormente quando são buscadas apenas por si mesmas, porque, então, serão tidas como o sumo bem. Pela honra, porém, muito mais ainda fica distraída a mente, pois sempre se supõe ser um bem por si, e, como que o fim último, ao qual tudo se dirige.

 

Além do mais, nestas últimas coisas não aparece, como na concupiscência, o arrependimento. Pelo contrário, quanto mais qualquer delas se possuir, mais aumentará a alegria, e conseqüentemente sempre mais somos incitados a aumentá-las. Se, porém, nos virmos frustrados alguma vez nesta esperança, surge uma extrema tristeza. Por último, a honra representa um grande impedimento pelo fato de precisarmos, para consegui-la, adaptar a nossa vida à opinião dos outros, a saber, fugindo do que os homens em geral fogem e buscando o que vulgarmente procuram.

 

Baruch Espinoza, in: Tratado da Correção do Intelecto.

 

Fonte:

http://www.citador.pt/textos/o-preco-da-honra-baruch-von-espinoza


 

 

 

 

 

 

 

Ao viajarmos pela imensidade,

ao sentirmos a eternidade,

todas as coisas pequenas

acabarão tidas como terrenas...

 

Mergulhados no céu estelante,

sumirá o incômodo abafante,

e não sentiremos mais orfandade...

 

 

 

 

 

Observação:

Não opor resistência à Lei de Conseqüência e aceitá-la com paciência não significa, como um intelijumento quadrúpede, ser por ela objeto de dorida subjugação, nem abatido, apático e prostrado se entregar a um hipotético vaticínio inexistente e imutável. Não! Não é isto! Significa entender (e aceitar) que para todas as maquinações, representações e ações há e haverá sempre uma compensação retributiva mais ou menos equivalente. Então, não opor resistência tem o sentido de não se revoltar, e ser paciente tem o significado de, resignadamente, mas concertadamente, ir mudando o que pode e deve ser mudado, até porque as necessárias e educativas compensações poderão ser transmutadas por nós. Acreditar em predeterminismo absoluto é o mesmo que crer em estórias da carochinha. Se eu não estiver enganado, a dor é uma ignoração, o amor é uma elevação e a compreensão é uma conclusão (libertação). Só compreendendo nos libertaremos. Enfim, logo que fui admitido como neófito na Ordem Rosacruz AMORC, em 1969, aprendi esta máxima:

 

A vida é o que nós dela fazemos.

 

Logo, sob a inspiração/orientação do Deus de nossos Corações, o mestre-de-obras de nossa vida somos nós; não há quem faça este necessário trabalho por nós. Quem persegue uma variação deste entendimento apenas chove no molhado ou mija no mijado.

 

 

Nossa vida não deve ser isto!

 

 

Música de fundo:

Macarena
Composição: Antonio Romero Monge e Rafael Ruíz
Interpretação: Los Del Rio

Fonte:

http://www.4shared.com/get/X_j4xg2K/
The_Macarena-_Los_Del_Rio_-_19.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.clker.com/clipart-15163.html

http://members.multimania.nl/huisdier/donkey.html