Nem
palavras nem explicações podem ou poderão abrir a Porta.
O que abrirá a Porta é o percebimento e a atenção
diários –
percebimento e atenção da maneira como falamos, do que dizemos,
de nossa maneira de andar, do que pensamos, de como agimos, enfim, de tudo.
Isto é como limpar e manter em ordem um aposento. Mas, manter o aposento
em ordem é importante a um respeito e totalmente sem importância
a outro respeito. Deve haver ordem no aposento, porém, a ordem não
abrirá a Porta. O que abrirá a Porta não é a
nossa volição ou o nosso desejo. Não se pode de modo
nenhum chamar o outro "estado de espírito". O que se pode
fazer é apenas manter o aposento em ordem, o que significa ser virtuoso
por amor à virtude e não pelo que isto nos trará, isto
é, ser categoricamente equilibrado, racional e ordenado, e não
hipoteticamente. Então, talvez, digamos assim, se tivermos sorte,
a Porta se abrirá e a brisa entrará. Ou pode ser que não.
Tudo dependerá do estado de nossa mente. E este estado da mente só
pode ser compreendido por nós mesmos, ao observá-lo sem tentar
moldá-lo, sem ser parcial, sem contrariá-lo, sem jamais concordar,
justificar, condenar, julgar, quer dizer, estar vigilante e atento sem fazer
nenhuma escolha. E, em razão deste percebimento sem escolha, a Porta,
talvez, se abrirá, e conheceremos aquela dimensão em que não
existem o conflito nem o tempo. [Iniciaticamente,
o nome de tudo isto é Illuminação.]
[In: Liberte-se do Passado (Freedom
From the Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Illuminação
(Animação Simbólica)
—
Eu orava
e
continuava na mesma.
Eu
dizimava
e
na mesma continuava.
Eu
jejuava
e
continuava na mesma.
Eu
me ciliciava
e
na mesma continuava.
Eu
celibatarizava
e
continuava na mesma.
Eu
eremitizava
e
na mesma continuava.
Eu
ultramontanizava
e
continuava na mesma.
Eu
fidelizava
e
na mesma continuava.
Eu
confessava
e
continuava na mesma.
Eu
comungava
e
na mesma continuava.
Eu
peregrinava
e
continuava na mesma.
Eu
me privava
e
na mesma continuava.
Eu
não 'pecava'
e
continuava na mesma.
Eu
orava
e
na mesma continuava.
Eu
rogava
e
continuava na mesma.
Eu
coerentizava
e
continuava na mesma.
Eu
ava... Ava... Ava...
E
na mesma continuava
e
continuava na mesma.
E
a Porta nunca se abriu.
Morri
sem entender o porquê!
Um
dia, já cadáver, me disseram:
—
A Porta nunca se abriu porque
sua existência foi interesseira,
cobiçosa e calculista.
O Unimultiverso não contempla
imperativos condicionais, conjecturais
e hipotéticos.
O Unimultiverso não contempla
ações subordinadas
a um determinado fim egoísta.
O Unimultiverso não contempla
práxis fideístas,
teleológicas e salvíficas.
E
continuei sem entender nada.
Quem
sabe, um dia, eu entenderei.
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|
Existência
Hipotética |
Existência
Categórica |
Música
de fundo:
Les
Antiphonaires de la Rose-Croix
Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=mg1A6KmwR_M
Páginas
da Internet consultadas:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imperativo_hipot%C3%A9tico
https://www.innerspacehealing.org/
https://gfycat.com/
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neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
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