ILLUMINAÇÃO

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Nem palavras nem explicações podem ou poderão abrir a Porta. O que abrirá a Porta é o percebimento e a atenção diários percebimento e atenção da maneira como falamos, do que dizemos, de nossa maneira de andar, do que pensamos, de como agimos, enfim, de tudo. Isto é como limpar e manter em ordem um aposento. Mas, manter o aposento em ordem é importante a um respeito e totalmente sem importância a outro respeito. Deve haver ordem no aposento, porém, a ordem não abrirá a Porta. O que abrirá a Porta não é a nossa volição ou o nosso desejo. Não se pode de modo nenhum chamar o outro "estado de espírito". O que se pode fazer é apenas manter o aposento em ordem, o que significa ser virtuoso por amor à virtude e não pelo que isto nos trará, isto é, ser categoricamente equilibrado, racional e ordenado, e não hipoteticamente. Então, talvez, digamos assim, se tivermos sorte, a Porta se abrirá e a brisa entrará. Ou pode ser que não. Tudo dependerá do estado de nossa mente. E este estado da mente só pode ser compreendido por nós mesmos, ao observá-lo sem tentar moldá-lo, sem ser parcial, sem contrariá-lo, sem jamais concordar, justificar, condenar, julgar, quer dizer, estar vigilante e atento sem fazer nenhuma escolha. E, em razão deste percebimento sem escolha, a Porta, talvez, se abrirá, e conheceremos aquela dimensão em que não existem o conflito nem o tempo. [Iniciaticamente, o nome de tudo isto é Illuminação.] [In: Liberte-se do Passado (Freedom From the Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

Illuminação
(Animação Simbólica)

 

 

 

Eu orava

e continuava na mesma.

Eu dizimava

e na mesma continuava.

Eu jejuava

e continuava na mesma.

Eu me ciliciava

e na mesma continuava.

Eu celibatarizava

e continuava na mesma.

Eu eremitizava

e na mesma continuava.

Eu ultramontanizava

e continuava na mesma.

Eu fidelizava

e na mesma continuava.

Eu confessava

e continuava na mesma.

Eu comungava

e na mesma continuava.

Eu peregrinava

e continuava na mesma.

Eu me privava

e na mesma continuava.

Eu não 'pecava'

e continuava na mesma.

Eu orava

e na mesma continuava.

Eu rogava

e continuava na mesma.

Eu coerentizava

e continuava na mesma.

Eu ava... Ava... Ava...

E na mesma continuava

e continuava na mesma.

E a Porta nunca se abriu.

Morri sem entender o porquê!

Um dia, já cadáver, me disseram:

A Porta nunca se abriu porque

sua existência foi interesseira, cobiçosa e calculista.

O Unimultiverso não contempla

imperativos condicionais, conjecturais e hipotéticos.

O Unimultiverso não contempla

ações subordinadas a um determinado fim egoísta.

O Unimultiverso não contempla

práxis fideístas, teleológicas e salvíficas.

E continuei sem entender nada.

Quem sabe, um dia, eu entenderei.

 

 

 

 

 

Existência Hipotética
Existência Categórica

 

 

 

Música de fundo:

Les Antiphonaires de la Rose-Croix

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=mg1A6KmwR_M

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imperativo_hipot%C3%A9tico

https://www.innerspacehealing.org/

https://gfycat.com/

 

Direitos autorais:

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