Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão alguns excertos da obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes (em alemão, Grundlegung zur Metaphysik der Sitten), publicada em 1785, de autoria do filósofo Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804), que é considerada por muitos filósofos a mais importante obra já escrita sobre a moral, pois, visou fundamentar a Filosofia Moral Pura, isto é, a tarefa kantiana foi dupla, a saber: buscar e fixar o princípio supremo da moralidade. No prefácio da Fundamentação, Kant registrou: Uma Metafísica dos Costumes, é, pois, indispensavelmente necessária, não só por motivos de ordem especulativa para investigar a fonte dos princípios práticos que residem 'a priori' em nossa razão, mas, também, porque os próprios costumes ficam sujeitos a todo tipo de perversão, enquanto lhes faltar aquele fio condutor e norma suprema do seu exato julgamento. Nesta área, Kant é provavelmente mais bem conhecido pela teoria sobre uma obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais que temos: o imperativo categórico. Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal. Bem, alguns excertos poderão aparecer repetidos. Mas, o que importa é compreender o pensamento kantiano, e eventuais repetições, mais do que didáticas, são absolutamente úteis. Em Filosofia, costuma ser assim; o autor repete e se repete à exaustão. Enfim, afirmou Kant: possuir uma Metafísica dos costumes, em si mesmo, é um dever.
Breve Biografia
Immanuel Kant (22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão (nativo do Reino da Prússia) e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em Epistemologia, Metafísica, Ética e Estética fizeram dele uma das figuras mais influentes da Filosofia Ocidental Moderna.
Em sua doutrina do Idealismo Transcendental, Kant argumentou que o espaço e o tempo são meras formas de intuição que estruturam toda a experiência, e que os objetos da experiência são meras aparências. A natureza das coisas como elas são em si mesmas é incognoscível para nós. Em uma tentativa de contrariar o Ceticismo, ele escreveu a Crítica da Razão Pura (1781/1787), sua obra mais conhecida. Kant traçou um paralelo com a revolução copernicana em sua proposta de pensar os objetos dos sentidos em conformidade com nossas formas espaciais e temporais de intuição e as categorias de nosso entendimento, de modo que tenhamos conhecimento a priori desses objetos.
Kant acreditava que a razão também é a fonte da moralidade e que a Estética surge de uma faculdade de julgamento desinteressado. Ele foi um expoente da idéia de que a paz perpétua poderia ser assegurada por meio da Democracia Universal e da cooperação internacional, e que, talvez, este pudesse ser o estágio culminante da história mundial.
A natureza das visões religiosas de Kant continua a ser objeto de disputa acadêmica. Também controversos são os pontos de vista de Kant sobre raça. Ele defendeu o racismo científico durante grande parte de sua carreira, mas, mudou seus pontos de vista sobre raça na última década de sua vida.
Kant também publicou importantes obras sobre Ética, religião, Direito, Estética, Astronomia e História durante sua vida.
Alguns seres humanos são mesmo pra lá de esquisitões.
Alguns preferem ser antidemocratas e anti-republicanos
do que ser democráticos e republicanos.
Alguns preferem aceitar o convite e ir à Festa da Selma
do que lutar por liberdade e independência.
Alguns preferem rabiscar minutas golpistas fedorentas
do que ser dignos, honrados e verazes.
Alguns preferem inventar lendas crocodilianas
do que incentivar a necessária vacinação.
Alguns preferem ser maria-vai-com-as-outras
do que ser não-imitativos e verdadeiros.
Alguns preferem babar e acreditar em news
do que pesquisar e se informar corretamente.
Alguns preferem ausência ou falta de razão e injustiça
do que bom senso, senso estético e senso moral.
Alguns preferem caminhar no lado caliginoso da Estrada
do que no lado ensolarado da Estrada.
Alguns preferem, enfim, teimosamente, viver e morrer
do que Iniciaticamente e .
Ora, tudo isto é triste, desolador e ruinoso porque,
como está registrado no Eclesiastes III: 1,
tudo tem o seu [espaço-]tempo determinado,
e há [espaço-]tempo para... E [espaço-]tempo para...
Em outras palavras: somos nós os criadores do nosso espaço-tempo!
Excertos da Fundamentação da Metafísica dos Costumes
Tenha a coragem de usar sua própria razão. Esse é o lema da Illuminação.
Ainda combatente algum conseguiu conquistar para si o menor lugar e fundar uma posse duradoura sobre esta vitória.
Das coisas conhecemos 'a priori' só o que nós mesmos colocamos nelas. [Isto quer dizer que, para tudo, sem exceção, o esforço deve ser nosso, pois, ninguém fará por nós o dever de casa que nos cabe fazer.]
A Lógica é uma doutrina demonstrada, e tudo nela precisa ser certo de modo inteiramente 'a priori'.
Uma lei que tenha de valer moralmente, isto é, como fundamento de uma obrigação, tem de ter em si uma necessidade absoluta. O mandamento 'não deves mentir' não vale apenas para os homens, vale para todos os seres racionais.
A solução da Ética e de toda Filosofia que discuta problemas morais é a Pedra Filosofal.
A pura lealdade na amizade não pode ser exigida menos de um homem pelo fato de ele nunca ter tido nenhum amigo leal. [Então, argumentos do tipo, se ele faz rachadinha, eu também irei fazer, se ele é corrupto, eu também serei, se ele não se vacina, eu também não me vacinarei, se ele é antidemocrata e anti-republicano, eu também serei são completamente descabidos, absurdos e insustentáveis.]
A Illuminação é a libertação do homem de sua autotutela. Tutela é a incapacidade do homem de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro. Autoincorreto é essa tutela quando a tutela não está na falta de razão, mas, na falta de resolução e coragem para usar a razão tem se a auto-incorreção.
Tudo tem um preço ou uma dignidade. Pode-se substituir o que tem um preço por seu equivalente; em contrapartida, o que não tem preço portanto, o que não tem equivalente – é o que possui uma dignidade.
A faculdade de um ser de agir segundo as suas representações se chama vida. [Mas, da mesma forma que há uma diferença inconciliável entre morrer e , há, igualmente, uma diferença inconciliável entre viver e .]
Há uma diferença inconciliável entre a e a .
Há uma diferença inconciliável entre a Rosa gallica e a ROSA DE SARON.
Há uma diferença inconciliável entre o Lilium candidum e o LÍRIO DOS VALES.
Eu Sou a Rosa de Saron, o Lírio dos Vales. (Cântico dos Cânticos: II, 1)
Há diferenças inconciliáveis entre a Três Cruzes do Gólgota.
Há uma diferença inconciliável entre .
Há uma diferença inconciliável entre
ALI, ALI, LMH HhZBTh-NI? e ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI!
Há uma diferença inconciliável, na palavra ALHIM, entre AL e ALH.
Há uma diferença inconciliável entre milagre (que não existe)
e LEI UNIMULTIVERSAL EM ATO.
Há uma diferença inconciliável entre in potentia e IN ACTU.
Há uma diferença inconciliável entre magia negra e MAGIA BRANCA.
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre a G.'. L.'. N.'. e a G.'. L.'. B.'.
Há uma diferença inconciliável entre lei e LEI.
Há uma diferença inconciliável entre o não-ser e o SER.
Há uma diferença inconciliável entre eu sou e EU-SOU.
Há uma diferença inconciliável entre o-que-não-é e O-QUE-É.
Há diferenças inconciliáveis entre o conticinium, a media nox e a AURORA.
Conticinium, Media Nox e AURORA
(Simbolicamente)
Há uma diferença inconciliável entre o Big Bang e o SEMPRE.
Há uma diferença inconciliável entre Big Crunch e o NUNCA JAMAIS.
Há uma diferença inconciliável entre espaço-tempo e ESPAÇO-TEMPO.
Há uma diferença inconciliável entre Humanidade e HUMANIDADE.
Há uma diferença inconciliável entre verdade e VERDADE.
Há uma diferença inconciliável entre humildade e HUMILDADE.
Há uma diferença inconciliável entre paciência e PACIÊNCIA.
Há uma diferença inconciliável entre fé e RAZÃO.
Há uma diferença inconciliável entre razão e TRANSRAZÃO.
Há uma diferença inconciliável entre intuição e TRANSINTUIÇÃO.
Há uma diferença inconciliável entre compreensão e TRANSCOMPREENSÃO.
Há diferenças inconciliáveis entre eikasia, pistis, dianoia, noesis e TRANSNOESIS.
Há uma diferença inconciliável entre viver para outrem e VIVER PARA OUTREM.
Há uma diferença inconciliável entre viver às claras e VIVER ÀS CLARAS.
Há uma diferença inconciliável entre viver para o grande dia e VIVER PARA O GRANDE DIA.
Há diferenças inconciliáveis entre
o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim
e O AMOR POR PRINCÍPIO, A ORDEM POR BASE E O PROGRESSO POR FIM.
Há uma diferença inconciliável entre estado positivo e ESTADO POSITIVO.
Há uma diferença inconciliável entre res extensa e RES COGITANS.
Há uma diferença inconciliável entre vontade e VONTADE.
(Fiat voluntas mea é inteiramente diferente de FIAT VOLUNTAS TUA.]
Há uma diferença inconciliável entre dever e DEVER.
Há uma diferença inconciliável entre imperativo e IMPERATIVO.
Há uma diferença inconciliável entre hipotético e CATEGÓRICO.
Há uma diferença inconciliável entre servir e SERVIR.
Há uma diferença inconciliável entre boa vontade e BOA VONTADE.
Há uma diferença inconciliável entre bem-fazer e BEM-FAZER.
Há uma diferença inconciliável entre auxiliar e AUXILIAR.
Há uma diferença inconciliável entre saber e SABER.
Há uma diferença inconciliável entre querer e QUERER.
Há uma diferença inconciliável entre ousar e OUSAR.
Há uma diferença inconciliável entre calar e CALAR.
Há uma diferença inconciliável entre poder e PODER.
Há uma diferença inconciliável entre dever e DEVER.
Há uma diferença inconciliável entre moral e MORAL.
Há uma diferença inconciliável entre justiça e JUSTIÇA.
Há uma diferença inconciliável entre liberdade e LIBERDADE.
Há uma diferença inconciliável entre autonomia e AUTONOMIA.
Há uma diferença inconciliável entre soberania e SOBERANIA.
Há uma diferença inconciliável entre paz e PAZ PROFUNDA.
Há uma diferença inconciliável entre beleza e BELEZA.
Há uma diferença inconciliável entre harmonia e HARMONIUM.
Há uma diferença inconciliável entre amor e AMOR.
Há uma diferença inconciliável entre luz e LLUZ.
Há uma diferença inconciliável entre bem e SVMMVM BONVM.
Há uma diferença inconciliável entre unidade e UNIMULTIPLICIDADE.
Há uma diferença inconciliável entre morrer e MORRER.
Há uma diferença inconciliável entre morte e MORTE.
Há uma diferença inconciliável entre viver e VIVER.
Há uma diferença inconciliável entre vida e VIDA.
Há uma diferença inconciliável entre finito e LIMITADO.
Há uma diferença inconciliável entre infinito e ILIMITADO.
Há uma diferença inconciliável entre direito e PRIVILÉGIO.
Há diferenças inconciliáveis entre eficiência, eficácia e EFETIVIDADE.
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre 666 e 666.
Há uma diferença inconciliável entre 111 e 111.
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há uma diferença inconciliável entre música e MÚSICA DAS ESFERAS.
Há uma diferença inconciliável entre um deus inventado e o nosso DEUS INTERIOR.
Há uma diferença inconciliável entre o ego e o EU.
Há uma diferença inconciliável entre o e o .
Há uma diferença inconciliável entre .
Há uma diferença inconciliável entre e .
Há diferenças inconciliáveis entre as vibrações .
Há uma diferença inconciliável entre Sol e SOL INTERIOR.
Há uma diferença inconciliável entre possibilidade e POSSIBILIDADE.
Há uma diferença inconciliável entre caminho e CAMINHO.
Há uma diferença inconciliável entre celibato e CELIBATO.
Há uma diferença inconciliável entre catolicismo e CRISTIANISMO.
Há uma diferença inconciliável entre comunhão e COMUNHÃO.
Há uma diferença inconciliável entre fideísmo religioso e INICIAÇÃO.
Há uma diferença inconciliável entre antes e depois da 3ª INICIAÇÃO.
Há uma diferença inconciliável entre pequenino e PEQUENINO.
Há uma diferença inconciliável entre ressurreição e RESSURREIÇÃO.
Há uma diferença inconciliável entre céu para sempre e LEI DO RENASCIMENTO.
Há uma diferença inconciliável entre perdão LEI DA CAUSA E DO EFEITO.
Há uma diferença inconciliável entre
protegidos, preferidos e escolhidos a priori e a mesma LEI CÓSMICA PARA TODOS.
Lei Inexorável, Mas, Sempre Educativa da Causa e do Efeito
(Para Gregos e Troianos, Fenícios e Cartagineses, Moscovitas e Ucranianos, Cariocas e Baianos.
Não há Bolsonaro nem Lula, Putin nem Zelensky, Bergoglio nem Pizzinga que possam escapar!)
Como poderemos apreender quais são estas (e muitas outras) diferenças?
Como poderemos ter a certeza irredutível que, de fato, apreendemos?
Só há uma POSSIBILIDADE e um CAMINHO: a INICIAÇÃO.
Só pela(s) INICIAÇÃO(ÕES) progressiva(s) poderemos:
ser ILLUMINADOS,
OUVIR a VOZ DO SILÊNCIO,
CONHECER o VERBUM DIMISSUM,
TRANSCOMPREENDER,
nos LIBERTAR (de nós mesmos),
ASCENSIONAR,
de fato VIVER,
de fato SER
e de fato nos tornar DEUSES CONSCIENTES.
O Raiar do Sol Interior
(Simbolicamente)
A inocência é uma coisa admirável, mas, é, por outro lado, muito triste que ela se possa preservar tão mal e se deixar tão facilmente seduzir.
Não basta que atribuamos liberdade à nossa vontade, seja por que razão for, se não tivermos também razão suficiente para a atribuirmos a todos os seres racionais. [E por que não atribuir liberdade também a todos os seres irracionais?]
O dever é a necessidade de realizar uma acção por respeito pela ordem moral.
O homem encontra, realmente, em si uma faculdade pela qual se distingue de todas as outras coisas, mesmo de si mesmo, na medida em que é afetado por objetos, e essa faculdade é a razão.
Aje sempre de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma Legislação Uni[multi]versal.
Aje sempre de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar uma lei universal da natureza.
Aje sempre de tal modo que a tua ação tenha as pessoas sempre como um fim e nunca como um meio.
Aje sempre de tal modo que a tua vontade possa ser encarada como um juiz universal.
Aje sempre de tal modo como se fosses membro legislador de um reino uni[multi]versal dos fins.
Não é possível conceber coisa alguma no mundo, ou mesmo fora do mundo, que sem restrição possa passar a ser considerada boa, a não ser uma só: a boa vontade.
A boa vontade não é um mero desejo, mas, o apelo a todos os meios que estão ao nosso alcance. A boa vontade possui valor em si mesma, é absoluta e incondicionada, diferentemente da felicidade – a qual precisa ser guiada pela boa vontade.
Agir em conformidade com o dever é diferente de agir por dever.
A conformidade com a lei em geral constitui o princípio da boa vontade.
A razão nos foi dada como faculdade prática, isto é, como faculdade que deve exercer influência sobre a vontade. Então, o seu verdadeiro destino deverá ser produzir uma vontade, não só boa, talvez como meio para outra intenção, mas, uma vontade boa em si mesma, para o que a razão era absolutamente necessária. Esta vontade não será na verdade o único bem nem o bem total, mas, terá de ser, contudo, o bem supremo [em nós] e a condição de tudo o mais.
A razão, que reconhece o seu supremo destino prático na fundação duma boa vontade, ao alcançar esta intenção é capaz de uma só satisfação conforme à sua própria índole, isto é, a que pode achar ao atingir um fim que só ela [a razão] determina, ainda que isto possa estar ligado a muito dano causado aos fins da inclinação.
O conceito do Dever que contém em si o conceito de boa vontade.
Uma ação conforme ao dever pode ocorrer de acordo com a Lei Moral, mas, sua determinação é sensível. Já uma ação por dever significa uma ação que não possui inclinações sensíveis, cuja determinação é racional, como um bem-fazer por dever.
A vontade está colocada entre o seu princípio 'a priori', que é formal, e o seu móbil 'a posteriori', que é material.
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à Lei Moral.
A determinação imediata da vontade pela Lei e a consciência desta determinação é que se chama respeito. O objeto do respeito é, portanto, simplesmente, a Lei, quero dizer aquela lei que nos impomos a nós mesmos, e, no entanto, como necessária em si.
O respeito é um sentimento prático produzido como efeito de uma ação por dever.
Como as leis da determinação da nossa vontade hão-de ser consideradas como leis da determinação da vontade de um ser racional em geral, e só como tais consideradas também para a nossa vontade, se elas forem apenas empíricas e não tirarem sua origem plenamente 'a priori' da razão pura, mas, ao mesmo tempo da razão prática?
A representação de um princípio objetivo, enquanto obrigatório para uma vontade, se chama mandamento [da razão], e a fórmula do mandamento se chama Imperativo. [Negrito e sublinhado meus.]
Os imperativos são apenas fórmulas para exprimir a relação entre leis objetivas do querer em geral e a imperfeição subjetiva deste ou daquele ser racional – da vontade humana por exemplo.
Como toda lei prática representa uma ação possível como boa, e, por isso, como necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os imperativos são fórmulas da determinação da ação, que é necessária segundo o princípio de uma boa vontade de qualquer maneira. No caso de a ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é representada como boa em si, e, por conseguinte, como necessária numa vontade em si conforme à razão como princípio dessa vontade, então, o imperativo é categórico.
O imperativo hipotético versa acerca de uma boa ação dentro dos limites de uma intenção possível ou real. Como tal, é contingente e, portanto, não pode ser formulado ou aplicado a uma ação em geral.
O imperativo categórico é uma força coercitiva formulada pela vontade determinada pelos parâmetros da razão, que versa acerca de leis práticas para ações livres em geral.
O imperativo diz, pois, que ação das que são possíveis é boa, e representa a regra prática em relação com uma vontade.
O imperativo categórico é a síntese 'a priori' que representa o interesse prático da razão.
O imperativo categórico pode ser denominado o Imperativo da Moralidade. [Negrito e sublinhado meus.]
A possibilidade de um imperativo da moralidade é, sem dúvida, a única questão que requer solução, pois, que este imperativo não é nada hipotético, e, portanto, a necessidade objetiva que nos apresenta não se pode apoiar em nenhum pressuposto, como nos imperativos hipotéticos. Aqui, porém, é preciso não perder de vista que não se pode demonstrar por nenhum exemplo, isto é empiricamente, se há por toda a parte um tal imperativo.
Só o imperativo categórico tem o caráter de uma Lei Moral Prática.
Repetindo: O imperativo categórico é um só e único, que é este: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne Lei Universal. [Negrito e sublinhado meus.]
Se o dever é um conceito que deve ter um significado e conter uma verdadeira legislação para as nossas ações, esta legislação só se pode exprimir através de imperativos categóricos.
Somente um imperativo categórico manda realizar a ação por dever como uma necessidade prática-incondicionada da ação, e tem que valer para todos os seres racionais.
A questão que se põe é, portanto, esta: É ou não é uma Lei necessária para todos os seres racionais a de julgar sempre as suas ações por máximas tais que eles possam querer que devam servir de Leis Universais? Se essa Lei existe, então, ela tem de estar já ligada [totalmente a priori] ao conceito de vontade de um ser racional em geral.
A vontade contida no imperativo categórico é a Vontade Legisladora Uni[multi]versal. [Negrito e sublinhado meus.]
Se a razão, por si só, determina o procedimento, terá de fazê-lo necessariamente 'a priori'.
A autodeterminação da vontade se funda em um fim dado pela razão.
Admitindo que haja alguma Coisa – cuja existência em si mesma tenha um valor absoluto e que, como fim em si mesma, possa ser a base de leis determinadas – nessa Coisa e só nela é que estará a base de um possível imperativo categórico, quer dizer, de uma Lei Prática.
Temos que poder querer que uma máxima da nossa ação se transforme em uma Lei Universal. este o cânone pelo qual a julgamos moralmente em geral.
Repetindo: outra máxima do imperativo categórico é a seguinte: Age de tal maneira que uses a Humanidade, tanto na sua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente, como fim, e nunca simplesmente como meio.
O conceito segundo o qual todo o ser racional deve se considerar como legislador universal por todas as máximas da sua vontade, para, deste ponto de vista, se julgar a si mesmo às suas ações, leva um a outro conceito muito fecundo que lhe anda aderente, e que é o de um Reino dos Fins. [Mas, este Reino dos Fins será sempre percebido por nós relativamente; jamais o poderemos conhecer ou acessar de maneira absoluta.]
A vontade não está simplesmente submetida à Lei, mas, sim, submetida de tal maneira que tem de ser considerada também como legisladora ela mesma, e, exatamente por isso e só então, submetida à Lei Moral Uni[multi]versal. [A submissão consciente e voluntária à Lei Moral Uni[multi]versal só poderá advir pela Iniciação.]
A vontade racionalmente determinada pela razão na forma da Lei Moral, expressa pela própria vontade e submetida a essa vontade, é chamada de autonomia da vontade.
A dignidade de um ser racional não obedece a outra lei senão aquela que ele mesmo simultaneamente dá. Isto é a própria autonomia da vontade.
A autonomia da vontade é aquela propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei.
A moralidade é a única condição que pode fazer de um ser racional um fim em si mesmo, pois, só por ela lhe é possível ser membro legislador no Reino dos Fins. Portanto, a moralidade e a Humanidade, enquanto capazes de moralidade, são as únicas coisas que têm dignidade. [Aqui, devo discordar veementemente de Kant. No Unimultiverso, não há melhor nem pior, não há mais importante nem menos importante, portanto, há uma dignidade relativa em tudo.]
No tocante ao Reino dos Fins, no tocante as ações, tudo tem um preço ou uma dignidade.
A autonomia é o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda a natureza racional.
A moralidade é a relação das ações com a autonomia da vontade, isto é, com a legislação universal possível por meio das suas máximas. A ação que possa concordar com a autonomia da vontade é permitida; a que com ela não concorde é proibida. A vontade, cujas máximas concordem necessariamente com as ideias da autonomia, é uma vontade santa, absolutamente boa. A dependência em que uma vontade não absolutamente boa se acha em face do princípio da autonomia [a necessidade moral] é a obrigação. Esta não pode, portanto, se referir a um ser santo. A necessidade objetiva de uma ação por obrigação se chama dever.
A vontade absolutamente boa, cujo princípio tem que ser um imperativo categórico, indeterminada a respeito de todos os objetos, conterá, pois, somente a forma do querer em geral, e isto como autonomia. Quer dizer: a aptidão da máxima de toda a boa vontade de se transformar a si mesma em Lei Universal é a única Lei que a si mesma se impõe a vontade de todo o ser racional, sem supor qualquer impulso ou interesse como fundamento.
Pela simples análise dos conceitos da moralidade se pode-se mostrar muito bem que o princípio da autonomia é o único princípio da moral, pois, desta maneira, se descobre que esse seu princípio tem de ser um imperativo categórico, e que este imperativo não manda nem mais nem menos do que precisamente esta autonomia.
O conceito de moralidade, uma vez posto universalmente em voga, andará inevitavelmente ligado e estará na base da autonomia da vontade.
A vontade é uma espécie de causalidade dos seres vivos, enquanto entes racionais, e a liberdade é a propriedade desta causalidade, pela qual ela poderá ser eficaz e eficiente [efetiva], independentemente de causas estranhas que a determinem.
A liberdade representa uma propriedade imanente na relação da vontade, de acordo com as Leis Morais estabelecidas racionalmente e as ações dos seres racionais finitos. [Somos e estamos unificados com o Unimultiverso, somos seres finitos, sim, porém, ilimitados. O limite da Compreensão humana é o ILIMITADO.]
Como o conceito de uma causalidade traz consigo o de leis segundo as quais, por meio de uma coisa a que chamamos causa, tem de ser posta outra coisa que se chama efeito, assim a liberdade, se bem que não seja uma propriedade da vontade segundo Leis Naturais, não é por isso desprovida de Lei, mas, tem antes de ser uma causalidade segundo leis imutáveis, ainda que de uma espécie particular, pois, de outro modo uma vontade livre seria um absurdo. A necessidade natural era uma heteronomia [sujeição a uma lei exterior ou à vontade de outrem; ausência de autonomia] das causas eficientes, pois, todo o efeito era só possível segundo a lei de que alguma outra coisa determinasse à causalidade a causa eficiente, que outra coisa pode ser, pois, a liberdade da vontade senão autonomia, isto é, é a propriedade da vontade de ser lei para si mesma.
A proposição: ''a vontade é, em todas as ações, uma lei para si mesma'', caracteriza apenas o princípio de não agir segundo nenhuma outra máxima que não seja aquela que possa se ter a si mesma por objeto como Lei Universal. Isto, porém, é precisamente a fórmula do imperativo categórico e o princípio da moralidade. Assim, pois, vontade livre e vontade submetida a leis morais são uma e a mesma coisa.
Não é possível provar de maneira objetiva que uma ação é livre em detrimento da liberdade, dado que não há prova de que ela foi realizada em conformidade com a Lei Moral.
Há, pois, que se pressupor que entre liberdade e necessidade natural das ações humanas não se encontra nenhuma verdadeira contradição, uma vez que não se pode renunciar nem ao conceito da Natureza nem ao conceito da liberdade.
É impossível escapar se o sujeito que se crê livre, se pensasse no mesmo sentido ou na mesma relação quando se chama livre que quando se considera submetido à Lei Natural, com respeito à mesma ação. Por isso, é um problema inevitável da Filosofia Especulativa mostrar, pelo menos, que a sua ilusão por causa desta contradição assenta em que pensamos o homem em sentido e relação muito diferente quando lhe chamamos livre do que quando consideramos como peça da Natureza e submetido às suas Leis e que ambos, não só podem muito bem estar juntos, senão que devem ser pensados como necessariamente unidos no mesmo sujeito, porque, do contrário, não se poderia explicar por que havíamos de sobrecarregar a razão com uma idéia que, embora se deixe unir sem contradição a outra suficientemente estabelecida, vem no entanto nos enredar em uma questão que põe a razão no seu uso teórico em grandes dificuldades.
A idéia de liberdade está inseparavelmente ligado o conceito de autonomia, e a este o princípio universal da moralidade, o qual na idéia está na base de todas as ações de seres racionais como a Lei Natural está na base de todos os fenômenos.
Quando nos pensamos livres, nos transportamos para o mundo inteligível como seus membros e reconhecemos a autonomia da vontade juntamente com a sua consequência – a moralidade. Mas, quando nos pensamos obrigados, nos consideramos como pertencentes ao mundo sensível, e, contudo, ao mesmo tempo, também, ao mundo inteligível.
A liberdade da vontade na sua aplicabilidade e formulação para seres humanos, mas antes, a vontade livre, deve ser pressuposta em sua extensão para todos os seres racionais finitos, pois temos que demonstrá-la como pertencente à atividade de seres racionais, e não basta verificá-la por certas supostas experiências da natureza humana, mas, sim, temos que demonstrá-la como pertencente à atividade de seres racionais em geral e dotados de uma vontade.
Para todo o ser racional finito que possui vontade é necessário que lhe seja atribuída, necessariamente, também, a idéia da liberdade, sob a qual poderá ele unicamente agir.
A vontade de um ser só pode ser uma vontade própria sob a idéia de liberdade, e, portanto, é preciso atribuir, em sentido prático, uma tal vontade a todos os seres racionais.
Temos que atribuir a todo o ser dotado de razão e vontade a propriedade de se determinar a agir sob a idéia da sua liberdade. [Por isto, nada há de mais dantesco, diabólico, medonho e pavoroso do que uma ditadura.]
Esta animação histórica tem o seguinte significado:
PERDOAR A IGNORÂNCIA AUTORITÁRIA, SIM;
ESQUECER AS CRUELDADES, NUNCA JAMAIS!
Liberdade + Legislação da Vontade = Autonomia.
Como ser racional e, portanto, pertencente ao mundo inteligível, o homem não pode pensar nunca a causalidade da sua própria vontade senão sob a idéia da liberdade, pois, a independência das causas determinantes do mundo sensível [independência que a razão tem sempre de se atribuir] é liberdade. Ora, à ideia da liberdade está inseparavelmente ligado o conceito de autonomia, e a este o princípio universal da moralidade, o qual na idéia está na base de todas as ações de seres racionais como a Lei Natural está na base de todos os fenômenos.
Todo ato moral consiste simplesmente no respeito à Lei.
Seja um homem correto.
Não faça mal a ninguém.
Todos os deveres são deveres jurídicos ou deveres de virtude.
O dever de respeito por meu próximo está contido na máxima de não degradar qualquer outro ser humano, reduzindo-o a um mero meio para os meus fins.
O homem – e de modo geral todo ser racional – existe com um fim em si mesmo, não meramente como meio à disposição desta ou daquela vontade para ser usado a seu bel-prazer, mas, tem de ser considerado em todas as suas ações, tanto as dirigidas a si mesmo quanto a outros sempre ao mesmo tempo como fim.
Desprezar os outros, ou seja, negar-lhes o respeito devido aos seres humanos em geral, é em todas as situações contrário ao dever, uma vez que se tratam de seres humanos. Contudo, não posso negar todo respeito sequer a um homem corrupto como ser humano; não posso suprimir ao menos o respeito que lhe cabe em sua qualidade como ser humano, ainda que através de seus atos ele se torne indigno desse respeito. Assim, podem haver punições infamantes que desonram a própria Humanidade (tais como esquartejamento de um homem, seus despedaçamento produzido por cães ou cortar fora seus nariz e orelhas).
Todo ser humano tem um direito legítimo ao respeito de seus semelhantes, e está, por sua vez, obrigado a respeitar todos os demais. A Humanidade, ela mesma, é uma dignidade, pois, um ser humano não pode ser usado meramente como um meio por qualquer ser humano (quer por outro quer, inclusive, por si mesmo), mas, deve sempre ser usado ao mesmo tempo como um fim. É precisamente nisso que a sua dignidade (personalidade) consiste, pelo que ele se eleva acima de todos os outros seres do mundo que não são seres humanos e, no entanto, podem ser usados e, assim, sobre todas as coisas. Mas, exatamente porque ele não pode ceder a si mesmo por preço algum (o que entraria em conflito com seu dever de auto-estima), tão pouco pode agir em oposição à igualmente necessária auto-estima dos outros, como seres humanos, isto é, ele se encontra na obrigação de reconhecer, de um modo prático, a dignidade da Humanidade em qualquer outro ser humano.
Tudo em a Natureza age segundo Leis [Unimultiversais irredutíveis e inflexíveis]. Só um ser racional tem a capacidade de agir segundo representações das Leis, isto é, segundo princípios, ou seja: só ele tem uma vontade. Como para derivar as ações das Leis é necessária a razão, e a vontade não é outra coisa senão razão prática. Se a razão determina infalivelmente a vontade, as ações de um tal ser, são conhecidas como objetivamente necessárias, isto é, a vontade é a faculdade de escolher só aquilo que a razão, independentemente da inclinação, reconhece como praticamente necessário, quer dizer como bom.
O ser racional finito deve se representar como uma finalidade desinteressada, isto é, como fim em si mesmo.
Música de fundo:
On the Sunny Side of the Street
Composição: Jimmy McHugh (música) & Dorothy Fields (letra)
Interpretação: Lionel HamptonFonte:
https://archive.org/download/JazzClassics
Páginas da Internet consultadas:
https://br.pinterest.com/pin/116741815322090324/
https://dribbble.com/shots/2812354-We-All-Make-a-Difference
https://en.wikipedia.org/wiki/Blue_Sky_with_a_White_Sun
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