Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 3ª parte de alguns excertos da obra Prolegômenos a Toda Metafísica Futura (em alemão, Prolegomena zu Einer Jeden Künftigen Metaphysik, die als Wissenschaft Wird Auftreten Können), de autoria do filósofo Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804).

 

 

Breve Biografia

 

 

 

 

Immanuel Kant (22 de abril de 1724 – 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão (nativo do Reino da Prússia) e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em Epistemologia, Metafísica, Ética e Estética fizeram dele uma das figuras mais influentes da Filosofia Ocidental Moderna.

 

Em sua doutrina do Idealismo Transcendental, Kant argumentou que o espaço e o tempo são meras formas de intuição que estruturam toda a experiência, e que os objetos da experiência são meras aparências. A natureza das coisas como elas são em si mesmas é incognoscível para nós. Em uma tentativa de contrariar o Ceticismo, ele escreveu a Crítica da Razão Pura (1781/1787), sua obra mais conhecida. Kant traçou um paralelo com a revolução copernicana em sua proposta de pensar os objetos dos sentidos em conformidade com nossas formas espaciais e temporais de intuição e as categorias de nosso entendimento, de modo que tenhamos conhecimento a priori desses objetos.

 

Kant acreditava que a razão também é a fonte da moralidade e que a Estética surge de uma faculdade de julgamento desinteressado. Ele foi um expoente da idéia de que a paz perpétua poderia ser assegurada por meio da Democracia Universal e da cooperação internacional, e que, talvez, este pudesse ser o estágio culminante da história mundial.

 

A natureza das visões religiosas de Kant continua a ser objeto de disputa acadêmica. Também controversos são os pontos de vista de Kant sobre raça. Ele defendeu o racismo científico durante grande parte de sua carreira, mas, mudou seus pontos de vista sobre raça na última década de sua vida.

 

Kant também publicou importantes obras sobre Ética, religião, Direito, Estética, Astronomia e História durante sua vida.

 

Alguns seres humanos são mesmo pra lá de esquisitões.
Alguns preferem ser antidemocratas e anti-republicanos
do que ser democráticos e republicanos.
Alguns preferem aceitar o convite e ir à Festa da Selma
do que lutar por liberdade e independência.
Alguns preferem rabiscar minutas golpistas fedorentas
do que ser dignos, honrados e verazes.
Alguns preferem inventar lendas crocodilianas
do que incentivar a necessária vacinação.
Alguns preferem ser maria-vai-com-as-outras
do que ser não-imitativos e verdadeiros.
Alguns preferem babar e acreditar em news
do que pesquisar e se informar corretamente.
Alguns preferem ausência ou falta de razão e injustiça
do que bom senso, senso estético e senso moral.
Alguns preferem caminhar no lado caliginoso da Estrada
do que no lado ensolarado da Estrada.
Alguns preferem, enfim, teimosamente, viver e morrer
do que Iniciaticamente e .
Ora, tudo isto é triste, desolador e ruinoso porque,
como está registrado no Eclesiastes III: 1,
tudo tem o seu [espaço-]tempo determinado,
e há [espaço-]tempo para... E [espaço-]tempo para...
Em outras palavras: somos nós os criadores do nosso espaço-tempo!

 

 

 

 

Excertos dos Prolegomena

 

 

Todos os 'noumena', bem como o seu conjunto, o mundo inteligível, nada mais são do que representações de um problema, cujo objeto é, em si, certamente possível, mas, cuja solução, segundo a natureza do nosso entendimento, é completamente impossível, visto que o nosso entendimento não é uma faculdade de intuição, mas, simplesmente, uma faculdade da conexão das intuições dadas numa experiência, e que esta deve, portanto, conter todos os objetos dos nossos conceitos, Fora dela, porém, todos os conceitos serão sem significação, porque nenhuma intuição lhes pode servir de base.

 

Podemos, talvez, perdoar a imaginação, se ela, por vezes, divaga, isto é, se não se mantém prudentemente nos limites da experiência, porque, pelo menos, ela é animada e fortalecida por um tal ímpeto de liberdade, e será sempre mais fácil moderar a sua ousadia do que ajudar o seu cansaço. Mas, que o entendimento divague, ele que deve pensar, eis o que nunca pode ser perdoado; com efeito, só com a sua ajuda é possível pôr um limite à imaginação, quando for necessário.

 

O autoconhecimento da razão deve se tornar a Verdadeira Ciência.

 

Os conhecimentos elementares devem ter sempre a sua aplicação na experiência.

 

O que não compreendemos
poderemos compreender.
O que já compreendemos
poderemos aperfeiçoar.
O que não sabemos
poderemos saber.
O que já sabemos
poderemos melhorar.
Tão-só nos aperfeiçoando
progrediremos e avançaremos.
Tão-só melhorando
nós nos libertaremos.
Mas, 'in totum',
nunca nos libertaremos.
Como nunca houve um começo,
também não haverá um fim.
Sempre teremos que peregrinar.
Sempre teremos que nos atualizar.
Sempre teremos o que aprender.
O esforço nunca acabará completamente.

Portanto, para o experimentador,
não há limite demarcado,
não há impossível 'a priori',
não há proibido porque é pecado.
Dormir não é preciso;
, sim, é preciso.
Morrer não é preciso;
, sim, é preciso.
Viver não é preciso;
, sim, é preciso.

 

Como é possível uma natureza, no sentido material, isto é, segundo a intuição, como conjunto dos fenômenos, e como são possíveis em geral o espaço, o tempo e o que os enche a ambos – o objeto da sensação? A resposta é: mediante a condição da nossa sensibilidade, segundo a qual é impressionada, à sua maneira própria, por objetos que em si mesmos lhe são desconhecidos e inteiramente diferentes destes fenômenos.

 

Como é possível uma natureza, em sentido formal, como o conjunto das regras a que é preciso submeter todos os fenômenos, se eles devem ser concebidos como ligados numa experiência? A resposta é: ela é apenas possível graças à constituição do nosso entendimento, segundo a qual todas as representações da sensibilidade são necessariamente referidas a uma consciência, e mediante o que se torna primeiramente possível a nossa maneira própria de pensar, a saber, o pensamento por regras e, por seu intermediário, a experiência que deve inteiramente se distinguir do conhecimento dos objetos em si.

 

Por isto, quando absorvemos e incorporamos
um conceito qualquer, que seja divulgado,
propagado ou transmitido por quem quer que seja,
sem raciocinarmos e sem examinarmos se é ou não é possível e autêntico,
em outras palavras, quando admitimos como verdadeira
a presumida experiência do outro e a adotamos como nossa,
cedendo aos argumentos ad hominem, baculino ou de autoridade,
não estamos sendo mais do que macacos de imitação,
inocentes úteis, buchas de canhão, paus-mandados,
minions e/ou maria-vai-com-as-outras,
e não passamos da cepa torta, ficamos na mesma e na mesma ficamos.
Isto é a mesma coisa que se deixar transformar em um ratão-do-banhado
e jogar no lixo a experiência educativa da encarnação.

 

 

 

É assim e por isto que, por exemplo,
muitas pessoas apoiaram e apóiam
o negacionismo e o antivacinismo,
a violência ao invés do diálogo,
a intolerância ao invés da misericórdia,
a mentira ao invés da verdade,
a injustiça ao invés da justiça,
a desigualdade egoísta ao invés da eqüidade fraterna,
a escravidão ao invés da liberdade,
o preconceito contra os ,
o Inferno, de Dante Alighieri, ao invés de Shangri-la, de James Hilton,
a magia negra ao invés da ,
as ditaduras e os regimes de exceção,
a censura, a tortura e o desrespeito aos direitos humanos,
os suicídios fabricados ao invés da preservação da vida,
a ineficiência e a ineficácia ao invés da efetividade,
a irracionalidade insustentável ao invés do desenvolvimento sustentável,
florestas deitadas ao invés de florestas em pé,
energia suja ao invés de energia renovável (ou limpa),
o colapso do Estado Democrático de Direito,
o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021,
os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília,
o Nazismo, Auschwitz e o Holocausto,
a Operação Militar Especial Russa na Ucrânia,
a limpeza ética e o massacre de albaneses,
a limpeza étnica em Mianmar,
a limpeza étnica em Nagorno-Karabakh,
o desumano escravagismo no Brasil,
nós e eles ao invés de nós,
desumanidade ao invés de humanidade,
as cruzadas e a inquisição,
o Massacre da Noite de São Bartolomeu, em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris,
o Genocídio Indígena dos EUA, que perdurou pelo século XIX inteiro,
o Genocídio Circassiano, perpetrado pelo Império Russo, em 1864,
o Genocídio do Congo Belga, no final do século XIX,
o Genocídio Armênio, entre 1915 e 1923,
o Holodomor Ucraniano, de 1932 a 1933,
o Genocídio Cambojano, entre 1975 e 1979,
o apartheid, na África do Sul,
o retorno à Idade Média ao invés do século XXI...

É assim e por isto que nasceram e prosperaram, por exemplo,
o Templo dos Povos, do Jim Jones,
a Seita Aum Shinrikyo, do Shoko Asahara,
o Ramo Davidiano, do David Koresh,
o Heaven's Gate, do Marshall Applewhite e da Bonnie Nettles,
a Igreja Internacional das Boas Novas, do Paul Mackenzie,
a Igreja Unida dos Ministros de Deus, do Gary Heidnik,
a Família Manson, do Charles Milles Manson,
a Casa de Dom Inácio de Loyola, do João de Deus...

É assim e por isto que as pessoas, por exemplo,
acreditam em deuses inexistentes,
acreditam em demônios inventados,
acreditam em milagres excepcionais,
acreditam em glossolalias estapafúrdicas,
em infalibilidade papal e em perdão eclesiástico,
acreditam em salvação para os escolhidos,
acreditam em inferno para os malditos,
compram feijões mágicos e H2O consagrada,
dão o trízimo e acabam ficando na miséria,
tentam fazer negócios com deus...

É assim e por isto, enfim,
que as miragens e as ilusões não são ultrapassadas,
que as cobiças, as paixões e os desejos não são sobrepujados,
que o veneno da raiva não é neutralizado,
que o veneno da ambição de lucro não é superado,
que o veneno do obscurantismo não é transposto,
que o veneno da separatividade não é eliminado,
que a probidade não se sobrepõe à indignidade,
que a coragem não suplanta o medo e a covardia,
que a pena capital ainda prevalece em muitos países,
que os imperativos categóricos não substituem os imperativos hipotéticos,
que o Fiat Voluntas Tua não destrona o fiat voluntas mea,
que a razão continua sendo ancila da fé,
que as masmorras e os calabouços não se desfazem,
que o não se transmuta em ,
que a Media Nox não se converte em Aurora,
que a Roda do Samsara continua a girar,
que o ciclo de encarnações não chega ao fim,
que o Lótus das Mil Pétalas não se abre,
que continuamos a viver ao invés de
e a morrer ao invés de ,
que o-que-não-é não se comuta em ,
que o ontem não se converte em .
Quousque tandem tudo isso?

 

Há muitas Leis da Natureza que só podemos saber mediante a experiência, mas, a conformidade às Leis na conexão dos fenômenos, isto é, à Natureza em geral, não a podemos conhecer por nenhuma experiência, porque a própria experiência precisa de tais Leis, que são o fundamento 'a priori' da sua possibilidade.

 

A possibilidade de uma experiência depende da conexão das Leis da Natureza em nós, isto é, das condições da união necessária na nossa consciência.

 

A legislação suprema da Natureza reside em nós próprios, isto é, no nosso entendimento. Portanto, devemos buscar a compreensão da Natureza a partir das condições da possibilidade da experiência inerentes à nossa sensibilidade e ao nosso entendimento. [Isto significa que tudo, sem exceção, depende de nós.]

 

Natureza e experiência possível são uma só e mesma coisa.

 

— Eu não sei...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando saberei?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu não compreendo...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando compreenderei?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu me enganei...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando não me enganarei?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu desrespeitei...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando não desrespeitarei?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu sempre morri...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando ?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu apenas vivi...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando ?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu não mereci nem mereço...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando merecerei?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Eu não sou um ...
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

— Quando receberei a 1ª ?
Paciência e Humildade.
Esforço e Mérito.
Sempre o Bom Combate.
Nunca jamais desistir.

 

 

Esta é a Peregrinação Iniciática que todos nós teremos que fazer
(Simbolicamente)

 

O entendimento é a origem da ordem universal da Natureza. O entendimento, ao tornar possível os objetos de experiência possível da Natureza , faz, ao mesmo tempo, que o mundo dos sentidos ou não seja um objeto da experiência, ou seja, uma natureza. [É por isto, só por isto e exclusivamente por isto que só o entendimento (a compreensão) poderá nos libertar (de nós mesmos).]

 

O entendimento dos homens se torna inutilizável para a verdadeira ciência a partir do instante em que se esgota em sutilezas obscuras e vãs, [fanáticas e fideístas, negacionistas e retrógradas, separacionistas e preconceituosas, rancorosas e desprezadoras, falaciosas e enganadoras...]

 

Os três tipos de raciocínio são: categórico, hipotético e disjuntivo.

 

Devemos nos esforçar para nos abster completamente de qualquer explicação da disposição da Natureza tirada da vontade de um ser supremo. [Se não fizermos isto, estaremos sendo meros escravos de uma fé irracional obscurante, e não pilotos da razão. E quem é escravo da fé, de duas uma: ou estaciona ou regride. Só a racionalidade (e, Iniciaticamente, a Transracionalidade) poderá nos Illuminar, fazer com que Compreendamos, que nos Alforriemos (de nós mesmos), que Ascensionemos, que nos Transmutemos em Deuses Conscientes e nos Unifiquemos com o Todo-Desde-Sempre-Um-e-Para-Sempre-Um-e-o-Mesmo-Um.]

 

Só a razão faz o que lhe incumbe, tanto na Matemática como nas Ciências da Natureza [Química, Física e Biologia], de um modo totalmente seguro e conveniente.

 

A razão pura não visa, entre as suas idéias, objetos particulares, que se situem para lá do campo da experiência, mas, exige, apenas, a totalidade do uso do entendimento no encadeamento da experiência.

 

O uso do entendimento transcendente deve permanecer no interior dos limites da experiência, e, apenas, aí deve ser mantido, através da disciplina científica e com esforço. [Ora, se nunca houve, experimental e cientificamente, a comprovação de que um único ser humano na Terra que tenha se vacinado contra a COVID-19 tenha virado jacaré (lenda brasileira do jacaré), como é possível que um montão de gente tenha acreditado nisto e decidiu não se vacinar? Certamente, muitos foram contaminados pelo SARS-CoV-2 e alguns morreram. Não faço por menos: a lenda brasileira do jacaré não pode ser qualificada como outra coisa diferente de crime contra a Humanidade.]

 

— Eu botei fé na lenda do jacaré,
não me vacinei, peguei a COVID-19
e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé nos negacionistas e imitei
os antivacinistas, peguei a COVID-19
e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé no Presidente Aleksandr Grigorievitch Lukashenko,
que indicou vodca contra COVID-19. Tomei 666 litros de vodca,
peguei a doença e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé no missionário R. R. Soares
e comprei a sua H2O consagrada,
tomei e quase embarquei antes da hora!

— Eu também botei fé no pastor Valdemiro
e comprei os seus feijões mágicos,
comi e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que, se eu desse o trízimo,
ficaria imunizado contra a COVID-19. Não fiquei,
peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé em quem disse que a vacina
contra a COVID-19 faz pegar AIDS. Aí, não me vacinei,
peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé em quem disse que só deveria utilizar
máscara em locais movimentados. Aí, peguei a COVID-19
e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que roupas com tecido antiviral
me protegeriam da COVID-19. Comprei, usei,
não me protegeram, peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que higienização das mãos
era inútil contra a COVID-19. Nunca lavei as mãos,
peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que evitar aglomerações
era inútil contra a COVID-19. Nunca evitei,
saracoteei, peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé na eficácia da Cloroquina.
Peguei a COVID-19, tomei o medicamento
e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que carvão ativado, Chlorella,
chá de funcho e Zeolita escudam contra a COVID-19.
Usei, não escudaram e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que chá de boldo eliminaria a COVID-19
em menos de três horas. Tive a doença, tomei,
não eliminou lhufas e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que alho cru e suco de limão eram bons
para a COVID-19. Tive a doença, tomei, não adiantou
necas de pitibiribas e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que pão-de-pum com meleca seca não deixa
pegar a COVID-19. Comi uma tonelada e meia desse troço,
peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que mijo de dragão-de-komodo não deixa
pegar a COVID-19. Tomei litros e mais litros de mijo
varanídeo, peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que, se fizesse uma obrigação para o
pai cura-tudo do balacobaco, não pegaria a COVID-19. Fiz,
refiz, peguei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que, se desse três pulinhos para São Longuinho,
acharia minha saúde perdida. Peguei a COVID-19,
dei 333 pulinhos, não achei e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que, por fazer parte do Povo de Deus,
não pegaria a COVID-19. Peguei, me lasquei todinho
e quase embarquei antes da hora!

— Eu botei fé que a PanCOVIDmia-19
era obra do demônio. Cri no poder de Deus, ajoelhei, rezei,
rezei, rezei, peguei e quase embarquei antes da hora!

— Enfim, eu botei fé nos que dizem que Medicina sem Ciência
não é um atentado à Ética. Só fiz merda, fui contaminado
e por um triz não embarquei antes da hora!

— E também botei fé no Peter Pan e achei que ele estava certo
quando disse que crescer é uma perda de tempo. Não cresci
e por um fio não embarquei antes da hora!

— Mas, um Dia, LLuz! Acabei compreendendo que o uso do entendimento
transcendente deve permanecer no interior dos limites da experiência,
e, apenas, aí deve ser mantido, através da disciplina científica e com esforço,
e deixei de ser um fideísta fanático e maria-vai-com-as-outras.
E não me preocupei mais se iria ou não embarcar antes da hora,
porque parei de apenas viver para, Iniciaticamente, !

— Hoje, sempre que posso e considero que devo, recomendo:
1º) sob a égide de Imperativos Categóricos;
2º) a Voz do Deus Interior;
3º) ininterruptamente, o Bom Combate;
4º) fiat voluntas mea em Fiat Voluntas Tua; e
5º)

— Mas, nada disso adianta xongas, se, pelo menos, não houver

 

A natureza específica do nosso entendimento consiste em pensar tudo discursivamente, isto é, mediante conceitos, por conseguinte, mediante apenas predicados a que deve, pois, faltar sempre o sujeito absoluto. Todas as propriedades reais pelas quais conhecemos os corpos são simplesmente acidentes, mesmo a impenetrabilidade, que, unicamente, deve sempre ser representada como o efeito de uma força, para a qual nos falta o sujeito. [Se desejarmos peregrinar com proveito e segurança, precisaremos abolir das nossas meditações, reflexões e cogitações conceitos como imutável, definitivo e absoluto, pois, tudo é transitório, nada é irrevogável e o ilimitado é inalcançável e irrealizável. Nossa peregrinação deve estar apoiada, sim, sempre, no Amor, na Paciência e na Humildade.]

 

Uns sonham com dezessete e setecentos;
outros se satisfazem com dezesseis e setecentos.

Uns sonham em acertar na ;
outros se satisfazem que não falte um pãozinho.

Uns sonham em lucrar extraordinariamente;
outros se satisfazem em ter um emprego.

Uns sonham em sempre levar vantagem;
outros se satisfazem com a eqüidade.

Uns sonham em oprimir e escravizar;
outros se satisfazem em ser livres e autônomos.

Uns sonham em apoiar para se locupletar;
outros se satisfazem em seguir a consciência.

Uns sonham em ficar ricos e poderosos;
outros se satisfazem em cumprir o dever.

Uns sonham em ser os primeiros da fila;
outros se satisfazem em Servir o próximo.

Uns sonham em, a qualquer preço, ser presidentes;
outros se satisfazem em cumprir o dever.

Uns sonham em conspirar para dominar;
outros se satisfazem em ser democratas.

Uns sonham com a reencarnação da ditadura;
outros se satisfazem com o Estado Republicano.

Uns sonham com news e minutas golpistas;
outros se satisfazem com os direitos individuais, coletivos e sociais.

Uns sonham com sinecuras, tribunecas e privilégios pessoais;
outros se satisfazem com a : justiça, gentileza e clemência.

Uns sonham em ser sábios como Aristóteles;
outros se satisfazem em sempre poder aprender.

Uns sonham em ganhar o ;
outros se satisfazem em fazer o dever de casa.

Uns sonham em papar a perereca da vizinha;
outros se satisfazem em ser briosos e fiéis.

Uns sonham em ficar de olho na butique dela;
outros se satisfazem em olhar para o Coração de todos.

Uns sonham em ter a voz do Pavarotti;
outros se satisfazem em cantar no chuveiro.

Uns sonham em eliminar os diferentes;
outros se satisfazem em ser fraternais.

Uns sonham em massacrar os adversários;
outros se satisfazem em não julgar nem condenar.

Uns sonham em fazer uma limpeza étnica;
outros se satisfazem em respeitar os dissímeis.

Uns sonham em fabricar espingardas e alabardas;
outros se satisfazem em cultivar um jardim.

Uns sonham com imperativos hipotéticos;
outros se satisfazem com imperativos categóricos.

Uns sonham com um carro zerinho;
outros se satisfazem com um bicicleta.

Uns sonham com uma cobertura em Ipanema;
outros se satisfazem em ter onde morar.

Uns sonham com viagens internacionais;
outros se satisfazem com passear em Paquetá.

Uns sonham com perfumes importados;
outros se satisfazem com água de cheiro.

Uns sonham com lagosta ao thermidor;
outros se satisfazem com arroz com feijão.

Uns sonham em jantar no Le Pré-Catalan;
outros se satisfazem em ir ao Bar Bunda de Fora.

Uns sonham com um Patek Philippe;
outros se satisfazem em só saber que horas são.

Uns sonham com um par de Cinderella Slippers;
outros se satisfazem com um par de sandálias havaianas.

Uns sonham em ter um anel The Winston Blue;
outros se satisfazem com um anel Copy Dourado.

Uns sonham em ter uma saúde perfeita;
outros se satisfazem em não ter pressão alta.

Uns sonham em receber um milagre;
outros se satisfazem em ter onde dormir.

Uns sonham em ser abençoados por Deus;
outros se satisfazem em viver dignamente.

Uns sonham em receber uma bênção do Papa;
outros se satisfazem em ouvir a Voz do Silêncio.

Uns sonham em ir para o céu para sempre;
outros se satisfazem em merecer reencarnar.

Uns sonham em sentar à direita de Deus;
outros se satisfazem em conhecer seu Deus Interior.

Uns sonham com supremacia, veemência e vaidade;
outros se satisfazem com Amor, Paciência e Humildade.

 

A vida é a condição subjetiva de toda a nossa experiência possível.

 

Que às nossas percepções externas não só corresponde, mas, deve também corresponder algo de real fora de nós, é o que nunca poderá ser provado como ligação das coisas-em-si-mesmas, mas, sim, em vista da experiência. Isto quer dizer que pode muito bem ser demonstrado que alguma coisa existe fora de nós empiricamente, por conseguinte, como fenômeno no espaço[-tempo], pois, não temos a ver com outros objetos, senão com os que pertencem a uma experiência possível, precisamente porque não podem nos ser dados em nenhuma experiência e, por conseguinte, nada são para nós. Fora de nós, é empírico o que é intuído no espaço e visto que este, com todos os fenômenos que contém, pertence às representações, cuja ligação, segundo as leis da experiência, demonstra tanto a sua verdade objetiva como a ligação dos fenômenos do sentido interno, a realidade da nossa [personalidade-]alma (como objeto do sentido interno), somos conscientes, mediante a experiência externa, tanto da realidade dos corpos, enquanto fenômenos exteriores no espaço, como, por meio da experiência interna, da existência da nossa [personalidade-]alma no tempo, a qual nós apenas podemos reconhecer como um objeto do sentido interno, através dos fenômenos que constituem um estado interno, e cuja essência-em-si-mesma, que serve de fundamento aos fenômenos, nos é desconhecida.

 

Todos nós acabamos sendo o que cremos ser,
porém, sem ser o que real e efetivamente .
Deliramos, fantasiamos e nos iludimos,
representando o que imaginamos ser[-sem-].
E assim, de delírio em delírio,
de confusão mental em confusão mental,
de imperativo hipotético em imperativo hipotético,
de fantasia em fantasia,
de extravagância em extravagância,
de irrealidade em irrealidade,
de quimera em quimera,
de imitação em imitação,
de em
e de pesadelo em pesadelo
encarnamos, existimos e partimos,
sem, de fato,
Isto significa jogar a experiência da encarnação no lixo.

Esta é uma condição anômala e defeituosa
que precisa ser conscientemente transmutada,
pois, enquanto perdurar,
continuaremos escravos de nós mesmos,
cegos ao invés de
surdos ao invés de
magos negros ao invés de
e pedro-botelhos ao invés de

Sem exceção, como advertiu o filósofo Immanuel Kant,
tudo só se tornará determinado e certo,
quando for reduzido à sua Verdadeira Significação.
E, quando tudo for reduzido à sua Verdadeira Significação,
todas as miragens e todas as ilusões desaparecerão
e os sonhos sinceros e genuínos se tornarão realidade,
porque não existem sonhos legítimos que sejam impossíveis.

Mas esta Verdadeira Significação
jamais poderá ser conhecida e realizada
do lado de fora, no plano físico, no espaço-tempo,
pois, o espaço-tempo é o palco fantasmal
de tudo o-que-aparentemente-é-mas-de-fato-não-é.

 

Tese: o mundo, segundo o espaço-tempo, tem um começo (limite). Antítese: o mundo, segundo o espaço-tempo, é ilimitado.

 

Tese: tudo, no mundo, é constituído pelo simples. Antítese: nada é simples, mas, tudo é composto.

 

Tese: há no mundo causas através da liberdade. Antítese: não há liberdade, mas, tudo é natureza.

 

Tese: na série das causas do mundo, existe um ser necessário. Antítese: nesta série, nada é necessário, mas tudo é aí contingente.

 

Para nós, nada poderá ser mais perigoso e contraprodutivo do que as miragens ou as ilusões de uma falsa dialética de uma razão [im]pura. [Ou seja: eu acho que se... Então... Erro! Por isto, só a é destituída de erro, porque não envolve nem agasalha qualquer tipo de impuridade dialética.] Necessariamente, sempre haverá algum tipo de inexatidão que reside oculta nos pressupostos da nossa razão. Precisamos ter consciência de que não podemos afirmar que, certamente, exista, em-si-mesmo, o que concebemos no espaço-tempo, fora do nosso pensamento, seja no espaço, seja no tempo, [que, na verdade, não existem como essências isoladas ou separadas].

 

 

Na prática, o Trilema Dialético funciona da seguinte forma:
a observação é o ponto de partida para se chegar a uma tese.
A partir da observação, é possível obter conhecimento
e, em seguida, iniciar uma discussão.

 

 

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
um círculo quadrado seja redondo
ou que um círculo triangular seja quadrado?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
em um triângulo retângulo não haja hipotenusa
ou que ele não possua um dos catetos?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
a matéria atraia matéria na razão inversa do produto das massas
e na razão direta ao quadrado da distância?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
4! = 10
ou que 10! = 4?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
=

ou que ?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
(a + b)² = (a – b)²
ou que (a ÷ b)² = (a x b)²?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que,
se a b, então, b a
ou que, se b a, então, a b?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que,
se  –     + , então,  +     –

ou que,  –     + , então,  +     – ?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
H3O⁺ = OH^–
ou que H2O = H2O2?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
 =  

ou que  =  ?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
HCl + NaOH —› Na2SO4 + HCN
ou que H2O + H2O —› Br⁺ + NO3^–?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que

ou que ?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que

ou que 2³ = 3²?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
alguém foi sem ir
ou que alguém sem ir voltou?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que,
se todos os homens são mortais e Sócrates não foi um homem,
logo, Sócrates foi um extraterrestre imortal?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que

ou que ?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
ao meio-dia seja noite
ou que à meia-noite seja dia?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
um acutângulo seja um obtusângulo
ou que um obtusângulo seja um acutângulo?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
Democracia seja compatível com ditadura
ou que ditadura seja compatível com Democracia?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o Sr. , democraticamente eleito pelo bravo povo brasileiro,
devesse ser impedido de assumir a Presidência da República?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o verde-bandeira seja amarelo-cobalto
ou que o amarelo-cobalto seja verde-bexiga?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
a Festa da Selma tenha sido uma manifestação justa e democrática
e que os festejadores devam ser considerados heróis nacionais?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma floresta deitada seja melhor do que uma floresta em pé
ou que uma floresta em pé seja pior do que uma floresta deitada?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
os russos possam genocidar os ucranianos
ou que os ucranianos mereçam ser genocidados pelos russos?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o seja um abendiçoado,
e, como tal, esteja autorizado a genocidar os ucranianos?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o líder supremo seja outro abendiçoado,
e, como tal, possa construir foguetes para aniquilar a Humanidade?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
os israelenses possam ser mortos pelos palestinos
ou que os palestinos possam ser mortos pelos israelenses?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
israelense bom é israelense morto
ou que palestino bom é palestino morto?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
todos os terroristas são patriotas e que irão para o paraíso,
e assim, todos os membros do Hamas irão para o paraíso?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
os azerbaidjanos limpem etnicamente os armênios
ou que os armênios devam ser etnicamente limpos pelos azerbaidjanos?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
tanto faz a guerra e a morte como a paz e a vida
ou que tanto faz a paz e a morte como a guerra e a vida?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
liberdade possa coexistir com censura e tortura
ou que censura e tortura possa coexistir com liberdade?

 

 

Bandeira de Minas Gerais

 

 

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
nós sejamos mais importantes do que os outros
ou que os outros sejam menos importantes do que nós?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma pressão arterial de 20 x 10 seja melhor do que de 12 por 8
ou que uma pressão arterial de 12 x 8 seja pior do que de 20 por 10?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma hemoglobina glicada igual a 5% seja pior do que igual a 10%
ou que uma hemoglobina glicada igual a 10% seja melhor do que igual a 5%?

 

 

 

 

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que,
no sangue, hemácias, leucócitos e plaquetas sejam a mesma coisa
ou que o HDL seja o mau colesterol e o LDL seja o bom colesterol?

 

 

 

 

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
possa existir um átomo assim:

?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
possa existir um DNA assim:

?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
um DNA não tenha adeninas nem citosinas
ou que não tenha guaninas nem timinas?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
quem se vacinar contra COVID-19 poderá virar um jacaré
ou que quem não se vacinar poderá se tornar presidente da república?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o aquecimento global é uma invenção da esquerda delirante
ou o que está acontecendo em a Natureza é assim mesmo?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
os vencedores rejam suas vidas por imperativos hipotéticos
ou que os perdedores se governem por imperativos categóricos?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o sucesso seja sinônimo de fiat voluntas mea
ou que o fracasso seja sinônimo de Fiat Voluntas Tua?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
nas causas do mundo exista um ser necessário
ou que nada seja necessário, mas, que tudo seja contingente?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
tudo, no mundo, seja constituído pelo simples
ou que nada é simples, mas, que tudo seja composto?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o mundo, no espaço-tempo, teve um começo
ou que o mundo, no espaço-tempo, não teve um começo?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o mundo, no espaço-tempo, terá um fim
ou que o mundo, no espaço-tempo, não terá um fim?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
o mundo, no espaço-tempo, foi criado a partir do nada
ou que o mundo, no espaço-tempo, sempre existiu?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que,
se plantarmos abóbora, poderá nascer alface
ou que, se plantarmos tomate, poderá nascer tangerina?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
filhote de borboleta com minhoca é borbonhoca
ou que filhote de minhoca com borboleta é minholeta?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
filhote de elefante com dinossauro é elessauro
ou que filhote de dinossauro com elefante é dinofante?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma divindade, por um lado, seja cruel e punidora,
ou que, por outro, seja benévola e premiadora?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma divindade, por um lado, proteja e dê tudo a um povo,
ou que, por outro, desassista e nada dê ao resto da Humanidade?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma divindade, por um lado, considere uma parte da Humanidade sua amiga,
ou que, por outro, considere o que sobra sua inimiga?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma divindade, por um lado, ensine segredos celestes a uma parte da Humanidade,
ou que, por outro, deixe na ignorância o que remanesce da Humanidade?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
os abençoados e perdoados irão para o céu para sempre
ou que os amaldiçoados e condenados irão para o inferno para sempre?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
a separatividade seja mais frutífera do que a unimultifraternidade
ou que a unimultifraternidade mais infecunda do que a separatividade?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
uma causa não produza um efeito correspondente
ou que, do nada, possa surgir um efeito sem que haja uma causa geradora?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
possa haver AUM MANI sem que haja PADME HUM
ou que possa haver PADME HUM sem que haja AUM MANI?

Como podemos – esquizotimicamente – conceber que
possa haver sem que haja
ou que a não seja necessária para que possa haver ?

 

 

Continua...