I HAVE A DREAM

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

Três Momentos

 

 

 

I have a dream...1

E a Guerra de Secessão2 desvaneceu!

I have a dream...

E o preconceito, em parte, se rendeu!

 

 

I have a dream...

E os lugares ásperos foram aplainados!

I have a dream...

E os lugares tortuosos foram endireitados!

 

 

I have a dream...

E o caráter acabou por predominar!

I have a dream...

E toda a carne acabou por se juntar!

 

 

I have a dream...

E a separatividade se enterneceu!

I have a dream...

E Barack Hussein Obama II se elegeu!

 

 

I have a dream...

Soou o Sino da Liberdade: Livres, afinal!

I have a dream...

Soou o Sino da Irmandade: Irmãos, afinal!

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Eu Tenho Um Sonho (título original em inglês: I Have a Dream) é o nome popular dado ao histórico discurso público feito pelo ativista político estadunidense Dr. Martin Luther King Jr. (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Geórgia – 4 de abril de 1968, Memphis, Tennessee) no qual falava da necessidade de união e de coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. O discurso – realizado no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade – foi um momento decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis. Feito em frente a uma platéia de mais de duzentas mil pessoas que apoiavam a causa, o discurso é considerado um dos maiores na história e foi eleito o melhor discurso estadunidense do século XX em uma pesquisa feita no ano de 1999.

 


I HAVE A DREAM
(EU TENHO UM SONHO)

 


Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e pelas cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontra exilado em sua própria Terra. Assim, nós viemos aqui, hoje, para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à Capital de nossa Nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens – sim, tanto os homens negros como também os homens brancos – teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje, é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim, nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de Democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a Nação negligenciar a urgência deste momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a Nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, que vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis: "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhes deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Vocês são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que, de alguma maneira, esta situação pode e será mudada. Não se deixem caiar no vale de desespero.

Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos: que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no Estado de Mississippi, um Estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia, no Alabama, meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu-se o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e em todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

Livres, afinal! Livres, afinal!

Agradeço ao Deus todo-poderoso. Nós somos livres, afinal!

 

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr.

 

2. A Guerra Civil Americana (também conhecida em português como Guerra de Secessão) ocorreu nos Estados Unidos da América entre 1861 e 1865. Nenhuma guerra causou mais mortes de estadunidenses do que a Guerra Civil Americana, que causou um total de mortes estimado em 970 mil pessoas – dos quais 618 mil eram soldados – cerca de 3% da população americana na época. As causas da guerra civil, seu desfecho e mesmo os próprios nomes da guerra são motivos de controvérsia e debate até os dias atuais. A Guerra Civil Americana consistiu na luta entre onze Estados do Sul – latifundiários, aristocratas e defensores da escravidão – contra os Estados do Norte industrializado, nos quais a escravidão tinha um peso bem menor do que no Sul. Estas diferenças estão entre as principais causas da guerra e têm origem ainda no período colonial, enquanto o desenvolvimento do Norte estava ligada à necessidade de crescimento do mercado interno e do estabelecimento de barreiras protecionistas. O crescimento Sulista era baseado justamente no oposto, ou seja: o liberalismo econômico que abria todo o Mundo às agroexportações e a mão-de-obra escrava (de origem africana). Ao longo das primeiras décadas do século XIX, a imigração em massa e a intensa industrialização fizeram com que o poderio do Norte crescesse economicamente e politicamente no Governo. Grandes tensões políticas e sociais desenvolveram-se entre o Norte e o Sul. Em 1860, Abraham Lincoln, um republicano contrário à escravidão, venceu as eleições presidenciais americanas. Lincoln, ao assumir o posto de presidente, cognominou os Estados Unidos de Casa Dividida. Em 1861, ano do início da guerra, o País consistia em 19 Estados livres, onde a escravidão era proibida, e 15 Estados onde a escravidão era permitida. Em 4 de março, antes que Lincoln assumisse o posto de presidente, 11 Estados escravagistas declararam secessão da União e criaram um novo País – os Estados Confederados da América. A guerra começou quando forças confederadas atacaram o Fort Sumter, um posto militar estadunidense na Carolina do Sul, em 12 de abril de 1861, e terminaria somente em 28 de junho de 1865, com a rendição das últimas tropas remanescentes da Confederação.

Na realidade, a Guerra de Secessão Americana só terminou em 4 de novembro de 2008 com a assunção de um afro-americano ao mais alto cargo dos Estados Unidos da América: a Presidência da República. O nome do homem é Barack Hussein Obama II, Senador Democrata pelo Estado de Illinois. God Bless Obama! God Bless America! God Bless the World! We All Are One! Yes, we can!

 

Nota editada da fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Americana

 

Fundo musical:
God Bless America
Compositor: Irving Berlin

Fonte:
http://ingeb.org/songs/godbless.html