O
que está acontecendo no mundo é estarrecedor e só não
enxergam os avestruzes que não querem. Eu, que não tenho vocação
para Struthio camelus, enxergo perfeitamente bem o que os meios
de comunicação de massas divulgam, mas percebo intuitivamente
o que a mídia não divulga ou não pode ou não
quer divulgar. Contudo, ficando apenas no que é tornado público
e palatável, quem não está se dando conta do que está
acontecendo no mundo? Variações climáticas extremas
e fenômenos naturais avassaladores nunca antes vistos, poluições
diversas e irresponsáveis do ar e da água (para ficar apenas
com esses dois constituintes nucleares e essenciais à manutenção
da vida), desmatamentos criminosos de florestas, desentendimentos progressivo-retrocessivos
entre pessoas e entre Estados, guerras fratricidas nacionais e internacionais,
violência urbana assustadora em todos os países, desigualdades
inconciliáveis, falências fraudulentas, escalada nuclear, corrupção
desabalada, 'horrorismo' em ascensão, terrorismo crescente,
novos(?) agentes infecciosos ameaçadores, mentiradas descaradíssimas
para auferibilidade de lucros escorchadores... E por aí vai. Quantos
miseráveis sem-terra, sem-teto, sem-trabalho, sem-ventura, sem-voz,
sem-vez, sem-saúde, sem-esperança, sem-futuro e sem-direito-a-nada
todos os sistemas econômicos baseados na legitimidade dos bens privados
e na irrestrita liberdade de comércio e da indústria com o
principal objetivo de adquirir lucro (laissez-faire, laissez-passer)
fizeram o traiçoeiro desfavor de dar à luz? No popular: Quantos
miseráveis sem-porra-nenhuma esses sistemas econômicos das
trevas fizeram o traiçoeiro e hipotético desfavor de parir?
Tudo isso gerou sofrimentos vários e desequilíbrios pessoal,
interpessoal e planetário entrópicos e progressivos. E a pressão
está aumentando. Quem não está vendo? Mas, se as pessoas
estão vendo por que os shopping centers andam hiperlotados?
Se as pessoas estão vendo por que autorizam (pelo voto) a 'gastança'
com bombas, que cresce em progressão geométrica? Se as
pessoas estão vendo por que os bingos e os cassinos andam
superlotados? Se as pessoas estão vendo por que, particularmente
no Brasil, tanto descontrole das contas públicas com perigo de levar
a uma grave crise fiscal? Se as pessoas estão vendo por que tanto
faz-de-conta mundial? Se as pessoas estão vendo por que quase ninguém
dá a mínima? Se as pessoas estão vendo por que tanta
discordância vaidosa entre os membros de fraternidades esotéricas?
Se as pessoas estão vendo e se os livros sagrados são os mesmos
por que tanta falta de concordância entre irmãos de uma mesma
fé? Por que católicos e protestantes não se respeitam
e não se entendem? Por que sunitas, xiitas e ibaditas não
se respeitam e não se entendem? Por que todos não se respeitam
e não se entendem? Por que...? Por que...? Eu não compreendo
nada disso e acho que não vou compreender jamais. Na verdade, com
imensa tristeza, eu compreendo sim. Compreendo tudo isso. E quanto mais
eu compreendo mais me penalizo, mais me entristeço e mais choro porque
sei que as necessárias mudanças planetárias que virão
serão dolorosíssimas. Entretanto, essas mudanças, ainda
que dolorosas e trágicas, serão irredutíveis e primordialmente
educativas, e também aumentarão paulatinamente. Porém,
ninguém poderá reclamar porque, primeiro, somos nós
que, há séculos, estamos criando as condições
para que essas mudanças sejam aflitivas, e, segundo, todos nós
estamos sendo mais do que avisados. Tudo já foi dito e inúmeras
vezes repetido. Será que a Humanidade irá se mancar? Se vier
a perceber a inconveniência e a impropriedade de seu comportamento
e de suas ações talvez já seja tarde demais. Tarde
demais, bem entendido, para a parcela dessa mesma Humanidade que insiste
em viver irrfletidamente. Mas não será tarde demais para todos,
simplesmente porque nunca é tarde demais para nada. Enfim... As duas
animações abaixo refletem essas especulações
preliminares, segundo meu entendimento.
Haverá
solução? Claro. Sempre há solução. Para
um otimista convicto como eu, há solução para tudo.
Porém, tudo depende de nós. Individual e coletivamente.
Contudo, o Dia da Transformação é irrevogável.
O que pode ocorrer é que Ele seja um pouco mais brando ou um pouco
mais devastador. Tudo depende de nós. Tenho insistido no fato de
que somos todos um. IN PLURIBUS UNUM.
Somos todos um por todos os motivos que desconhecemos e por todos os motivos
que possamos invocar ou argüir para contraditar essa afirmação;
mas, querendo ou não querendo, no mínimo, respiramos o mesmo
ar. E não há, em princípio, ninguém que não
precise se alimentar e beber água para viver. E disso decorre que
todos nós precisamos excretar o que é inútil ao organismo,
seja um miserável sem-direito-a-nada, seja a Rainha da Inglaterra,
seja o Presidente George W. Bush, seja qualquer alto dignitário de
qualquer hierarquia religiosa. Se houver alguma disfunção
orgânica, adoeceremos, e a eliminação das toxinas e
dos catabólitos que acumulamos ao longo do dia anterior, que normalmente
ocorre entre 7:00 e 8:00 horas da manhã – momento em que nosso
corpo faz a faxina geral – não se realizará adequadamente.
Resultado: ficamos intoxicados e enfezados. Desta maneira, intoxicados da
ponta do dedão do pé à raiz dos cabelos, como é
possível se aceitar ou se compreender que somos todos um?
As desarmonias e as doenças toldam os sentidos, embrutecem
a razão e impossibilitam que se faça a transrazão,
e a maioria de nós vive morbidamente e está envenenada física
e mentalmente sem saber.
Ora
bolas! A mesma coisa acontece com aquilo que possamos entender como sendo
o nosso lado ou aspecto espiritual. Dissentimentos, invejas, rancores, preconceitos,
procedimentos para levar alguém ao engano, pensamentos assassinos
e os mau-caratismos de sempre conspurcam, pervertem e infeccionam nosso
Eu Interior. Em duas palavras: envenenamento mental. Aliás,
é o envenenamento mental e a ignorância que produzem todos
os males dos quais padecemos como seres-no-mundo individuais e coletivamente.
Criamos os nossos demônios e depois deles nos tornamos escravos. O
pior é que quando dormimos para descansar e repor as energias exauridas,
ao invés de irmos para cima e para a direita somos arrastados
para baixo e para a esquerda. Acordamos cansados, mal-humorados
e adoentados, geralmente sem saber o porquê. Mas é simples
de compreender. O que somos acordados, somos igualmente quando dormimos.
E, claro, ao dormir, somos imantados para planos vibratórios similares
e concordantes com nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações
do dia que passou. Quem semeia vento, colhe tempestade, diz o ditado.
Mas quem semeia amor, bem e beleza, colherá amor, bem e beleza. E
saúde! Isso não é hipoteticidade, é uma Lei
Cósmica auto-evidente em operação permanente no Cósmico
independente de nossa vontade. É porque é.
Isso
precisa ficar muito bem compreendido, pois, muitos, sem saber, ao dormir
se tornam inconsciente e involuntariamente agentes daquilo que poderia ser
denominado de oitava esfera. Essa imantação vai minando
as energias da criatura, e, a partir de um dado momento, ela não
consegue mais decidir por si. Torna-se um instrumento dos Irmãos
das Sombras, sem vontade própria, sem eira nem beira no que possa
ser concebido como o Sumo Bem. Mais uma vez advirto: pensamentos são
mantras poderosos que nos conduzem para faixas vibratórias com eles
análogos ou correspondentes. Portanto, temos que permitir que o Sol
aja sobre o nosso corpo vital. O Sol é a força que trabalha
em prol vida; as forças lunares de desintegração trabalham
para a morte. Se cedermos, morreremos literalmente, física e espiritualmente;
se lutarmos, venceremos e viveremos literalmente, física e espiritualmente.
Mas para que possamos viver, qualquer que seja o sentido que emprestemos
a esse vocábulo-conceito, precisamos, primeiro, Morrer
Iniciaticamente; isto significa, no mínimo e em
primeiro lugar, termos total domínio sobre nossos pensamentos, nossas
palavras e nossos atos. Como disse Helena Petrovna Blavatsky, não
existe 'malum in se'; o que há é a sombra da LUZ,
sombra sem a qual a LUZ não poderia existir, inclusive para a nossa
percepção. Precisamos meditar muito sobre isso, porque
o mal e o bem não existem como coisas preestabelecidas. O entendimento
que emprestamos a essas duas categorias, em princípio antagônicas,
são exclusivamente produto de nossas culturas pessoal e grupal. Um
exemplo simples demonstra isso: quem admite a pena de morte a considera
um bem. Mas quem alcançou a compreensão de que todo assassinato
é um suicídio e que todo suicídio é um assassinato
não poderá jamais e sob qualquer alegação admitir
a pena capital como um bem em si. Esse raciocínio vale para tudo.
Se vale para tudo, vale nomeadamente para estratégias de
segurança nacional do tipo guerras profiláticas, legítimas
defesas preventivas, terras arrasadas, assassinatos seletivos, aniquilações
a priori etc. Como adverte Ignacio Ramonet, já no século
XVII, o filósofo, dramaturgo, poeta e jurista holandês Grotius
(1583-1645), fundador dos direitos humanos e Pai do Direito Internacional,
afirmava em seu célebre livro De Jure Belli Ac Pacis (Das
Leis de Guerra e Paz, publicado em Paris em 1625) que querer governar
os outros contra sua vontade, sob o pretexto de que será bom para
eles constitui o argumento mais freqüente das guerras injustas.
Mas, há alguma guerra que seja justa? Diz ainda Ramonet: Ao iniciar
sua 'guerra preventiva' contra o Iraque, os Estados Unidos abalaram a ordem
mundial. Embora sem grandes ilusões, esperava-se que o País
mais poderoso da Terra não virasse ostensivamente as costas aos grandes
princípios da moral política. Não pode mesmo haver
qualquer guerra que possa ser chamada de justa. Mas há guerras que
são mais injustas do que outras. A guerra preventiva contra o Iraque
foi e continua sendo uma delas.
No
Preâmbulo da Carta das Nações Unidas – assinada
em São Francisco em 26 de junho de 1945 após o término
da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização
Internacional e que entrou em vigor em 24 de outubro daquele mesmo ano –
está escrito: