O que causa as separações é o nosso medo de ficarmos sozinhos, o que nos impele à identificação com a nossa pátria, com a nossa família, com as nossas propriedades, com as nossas crenças, com os nossos gurus etc. O que ocorre com a maioria de nós é que nos repugna não sermos alguém, não estarmos com o nosso ego identificado com algo que consideramos maior do que nós: Deus, a Verdade, a pátria, a família, uma religião, uma ideologia, um partido político etc. É exatamente este processo de identificação que é separativo, desfraterno e destrutivo. E assim, quando lutamos para sermos alguém, isto acaba acarretando sofrimentos e guerras, porque nisto está implicada a busca de poder, isto é, quando aspiramos ao poder, como indivíduos, como grupo ou como nação, estamos provocando a nossa própria aniquilação. Isto é um fato. Conclusão: se permanecermos sós, interiormente em Silêncio, sem buscarmos o poder, sem desejarmos ou nos identificarmos com coisa alguma, não teremos mais medo de nada, [não pré-qualificaremos, não ofenderemos e não muralharemos.] [In: Viver Sem Temor, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

 

 

— dentifiquei-me com a heterossexualidade,
e, por isto, passei a menosprezar todos os LGBTQQICAPF2K+.
Identifiquei-me com os muçulmanos,
e, por isto, passei a menosprezar os judeus.
Identifiquei-me com a inquisição,
e, por isto, passei a menosprezar os cristãos-novos.

 

 

Condenado pela Inquisição
vestido com um sambenito
que leva a Cruz de Santo André.
(Por Francisco de Goya)

 

— Identifiquei-me com o Campo de' Fiori,
e, por isto, passei a menosprezar Giordano Bruno.
Identifiquei-me com o está-bom-do-jeito-que está,
e, por isto, passei a menosprezar o Michel de Nostredame.
Identifiquei-me com o Joaquim Silvério dos Reis,
e, por isto, passei a menosprezar o Tiradentes.
Identifiquei-me com Ânito, Meleto e Lícon,
e, por isto, passei a menosprezar o .
Identifiquei-me com os crimes de ódio racial,
e, por isto, passei a menosprezar o Martin Luther King Jr.
Identifiquei-me com o dr. Tibiriçá,
e, por isto, passei a menosprezar todos os melancias.
Identifiquei-me com o Papai Koba,
e, por isto, passei a menosprezar os gulagzados.
Identifiquei-me com a Cúria Romana,
e, por isto, passei a menosprezar o Papa Francisco.
Identifiquei-me com o Sistema Geocêntrico,
e, por isto, passei a menosprezar o Sistema Heliocêntrico.
Identifiquei-me com o DOI-CODI,
e, por isto, passei a menosprezar o Vladimir Herzog.
Identifiquei-me com João de Deus,
e, por isto, passei a menosprezar o Chico Xavier.
Identifiquei-me com Nathuram Godse,
e, por isto, passei a menosprezar o Mahatma Gandhi.
Identifiquei-me com o Windows 7,
e, por isto, passei a menosprezar o Windows 10.
Identifiquei-me com o Lobo Mau,
e, por isto, passei a menosprezar o Chapeuzinho.
Identifiquei-me com o Lex Luthor,
e, por isto, passei a menosprezar o Superman.
Identifiquei-me com o Justo Veríssimo,
e, por isto, passei a menosprezar todos os pobres.
Identifiquei-me com o Amigo da Onça,
e, por isto, passei a menosprezar todos os babaquaras.

 

 

Amigo da Onça

 

— Identifiquei-me com o Zé Carioca,
e, por isto, passei a menosprezar os maranguapenses.

 

 

Zé Carioca

 

— Identifiquei-me com Roma,
e, por isto, passei a menosprezar Meca.
Identifiquei-me com o Eixo,
e, por isto, passei a menosprezar os Aliados.
Identifiquei-me com o verão,
e, por isto, passei a menosprezar o inverno.
Identifiquei-me com o Sr. Bolsonaro,
e, por isto, passei a menosprezar o Sr. Lula.
Identifiquei-me com o Cosentino,
e, por isto, passei a menosprezar a Operação Lava Jato.
Identifiquei-me com o Al Capone,
e, por isto, passei a menosprezar o Eliot Ness.
Identifiquei-me com a Onorata Società,
e, por isto, passei a menosprezar a Mani Pulite.
Identifiquei-me com o Totò Riina,
e, por isto, passei a menosprezar o Juiz Giovanni Falcone.
Identifiquei-me com a corrupção,
e, por isto, passei a menosprezar a dignidade.
Identifiquei-me com o Estado Islâmico,
e, por isto, passei a menosprezar o Ocidente.

 

 

ISIS

 

— Identifiquei-me com a anaconda,
e, por isto, passei a menosprezar a capivara.
Identifiquei-me com a formiga,
e, por isto, passei a menosprezar a cigarra.
Identifiquei-me com a raposa,
e, por isto, passei a menosprezar as uvas.
Identifiquei-me com Pasárgada,
e, por isto, passei a menosprezar o rei.
Identifiquei-me com o Capitão Gancho,
e, por isto, passei a menosprezar o Peter Pan.
Identifiquei-me com a corja de bandidos,
e, por isto, passei a menosprezar o Leroy Jethro Gibbs.
Identifiquei-me com todos os serial killers,¹
e, por isto, passei a menosprezar o Aaron Hotchner.
Identifiquei-me com o rock pauleira,
e, por isto, passei a menosprezar o samba-canção.
Identifiquei-me com o Programa Silvio Santos,
e, por isto, passei a menosprezar a Discoteca do Chacrinha.
Identifiquei-me com o Chico Anysio,
e, por isto, passei a menosprezar o Jô Soares.
Identifiquei-me com a múmia paralítica,
e, por isto, passei a menosprezar o professor Arquelau.
Identifiquei-me com a riqueza,
e, por isto, passei a menosprezar a pobreza.
Identifiquei-me com a Dalila,
e, por isto, passei a menosprezar o Sansão.
Identifiquei-me com Herodes, o Grande,
e, por isto, passei a menosprezar o Mestre Jesus.
Identifiquei-me com o fi-lo porque qui-lo,
e, por isto, passei a menosprezar o não fi-lo porque não qui-lo.
Identifiquei-me com os cabeludos,
e, por isto, passei a menosprezar os 'kojecas'.
Identifiquei-me com a caçarolinha de assar leitão,
e, por isto, passei a menosprezar a Carolina de Sá Leitão.
Identifiquei-me com o tarado das armadilhas,
e, por isto, passei a menosprezar o Tratado de Tordesilhas.

 

 

Tratado de Tordesilhas
(Assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494)

 

— Identifiquei-me com o Zé do Telhado,
e, por isto, passei a menosprezar a Cadeia da Relação.
Identifiquei-me com o pastel de vento,
e, por isto, passei a menosprezar o caldo-de-cana.
Identifiquei-me com o Elias Maluco,
e, por isto, passei a menosprezar o Tim Lopes.
Identifiquei-me com os com-tudo,
e, por isto, passei a menosprezar os sem-nada.
Identifiquei-me com a vaidade,
e, por isto, passei a menosprezar a modéstia.
Identifiquei-me com o Catolicismo,
e, por isto, passei a menosprezar as demais religiões.
Identifiquei-me com a infalibilidade papal,
e, por isto, passei a menosprezar os adversários da definição.
Identifiquei-me com a Irmandade Muçulmana,
e, por isto, passei a menosprezar as Nações Unidas.
Identifiquei-me com o Sul e o Sudeste,
e, por isto, passei a menosprezar o Norte e o Nordeste.
Identifiquei-me com o despotismo,
e, por isto, passei a menosprezar a Democracia.
Identifiquei-me com a mentira,
e, por isto, passei a menosprezar a verdade.
Identifiquei-me com a ignorância,
e, por isto, passei a menosprezar o conhecimento.
Identifiquei-me com o sonho da padaria,
e, por isto, passei a menosprezar a COVID-19.

 

 

Sonho de Padaria

 

— Identifiquei-me com o Aiatolá Khomeini,
e, por isto, passei a menosprezar o Xá Reza Pahlavi.
Identifiquei-me com o Augusto Pinochet,
e, por isto, passei a menosprezar o Salvador Allende.
Identifiquei-me com a corrente contínua,
e, por isto, passei a menosprezar a corrente alternada.
Identifiquei-me com a mecânica clássica,
e, por isto, passei a menosprezar a Teoria da Relatividade.
Identifiquei-me com o Big Crunch,
e, por isto, passei a menosprezar o Big Freeze.
Identifiquei-me com a destruição,
e, por isto, passei a menosprezar a (re)construção.
Identifiquei-me com a desordem barulhenta,
e, por isto, passei a menosprezar o Silêncio.
Identifiquei-me com a Grande Loja Negra,
e, por isto, passei a menosprezar a Grande Loja Branca.
Identifiquei-me com a Magia Negra,
e, por isto, passei a menosprezar a Magia Branca.
Identifiquei-me com a Oitava Esfera,
e, por isto, passei a menosprezar Shamballa.
Identifiquei-me com a morte,
e, por isto, passei a menosprezar a Vida.

 

 

 

— Identifiquei-me com a guerra sem fim,
e, por isto, passei a menosprezar a Paz Profunda.
Identifiquei-me com o meu Manipura,
e, por isto, passei a menosprezar o meu Sahasrara.
Identifiquei-me com tudo o que não presta,
e, por isto, passei a menosprezar tudo o que presta.

 

 

A Lua Morta
(Nunca foi, não é e nunca será dos namorados!)

 

 

— Identifiquei-me com todos os cagalhões do mundo,
e pifei cheirando a bosta de dragão-de-komodo bêbado,
(que é muito pior do que bosta de hiena-malhada doida varrida
e bosta de político ladrão do petrolão que aceita fazer delação.)

 

 

Eu-cagalhão!

 

 

 

_____

Nota:

1. Algumas declarações impressionantes de serial killers famosos:

• Você sente o último suspiro deixando seus corpos. Você as olha nos olhos. Uma pessoa nessa situação é Deus. (Ted Bundy).

• Durante minha vida, assassinei 21 seres humanos. Eu cometi milhares de arrombamentos, furtos, roubos, incêndios criminosos e, por último, mas, não menos importante, pratiquei sodomia com mil homens. Eu não tenho o mínimo arrependimento por tudo isso. (Carl Panzram).

• Eu adoro o cheiro doce, rude e espesso de homicídio em lugar fechado. É a única maneira que eu tenho para me lembrar de que ainda estou vivo. (Dr. Joseph Michael Swango).

• Eu tirei seu sutiã e sua calcinha e fiz sexo com ela. Essa é uma dessas coisas que penso terem feito parte da minha vida... Ter relações sexuais com os mortos. (Henry Lee Lucas).

• Eu adoro matar pessoas. Eu adoro vê-las morrer. Eu atiro em suas cabeças, e elas se balançam e se contorcem por todo o lugar, e, depois, simplesmente param. Ou as corto com uma faca e vejo seus rostos ficarem muito brancos. Eu amo todo aquele sangue. Eu falei para uma mulher me dar todo seu dinheiro. Ela disse ‘não’, então, eu a cortei e arranquei seus olhos. (Ricardo Leyva Muñoz Ramírez).

• Quatro ou cinco camaradas e eu entramos em uma casa chinesa e prendemos todos no guarda-roupa. Nós roubamos as jóias e estupramos as mulheres. Nós até ferimos uma grávida com a baioneta e arrancamos o feto por seu estômago. (Yoshio Kodaira).

• Eu obrigo uma mulher a ir aonde eu quero, e, quando chego lá, então, eu as mato. (Moses Sithole).

• Eu escolhia as prostitutas porque pensei que poderia matar quantas delas eu quisesse sem ser pego. Eu também as escolhia como vítimas porque elas eram fáceis de ser apanhadas sem ser notadas. (Gary Leon Ridgway).

• Adolf Hitler pode ter errado todas as linhas, mas, uma coisa é incontestável: o homem foi capaz de trabalhar, a partir de seu caminho de cabo no exército alemão, para se tornar o Führer de uma população de quase oitenta milhões. Seu sucesso provou que eu deveria me subordinar a este homem. (Adolf Eichmann).

• Devemos aprender a odiar os nossos inimigos. (Josef Stalin).

• Eu quero o seu coração; quero comer os seus filhos. (Idi Amin Dada).

• A Natureza é cruel. Então, também estamos destinados a ser cruéis. Ao enviar a flor da juventude alemã para a chuva de metais da guerra sem o menor remorso pelo precioso sangue deles que está sendo derramado, eu deveria ter o direito de eliminar milhões de uma raça inferior que se multiplica como verme. (Adolf Hitler).

• Vocês têm de encontrar uma boa mulher. Nem muito inteligente nem muito burra. Nem muito velha nem muito nova. Meio-termo. Uma que saiba cozinhar e limpar. (Saddam Hussein).

 

 

A Mulher de Ideal de Saddam Hussein

 

 

Música de fundo:

Mafia
Composição e interpretação: Mohamed Ramadan

Fonte:

http://arabsong.net/song_listen_15413_1.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://dlpng.com/png/415596

https://www.sympla.com.br/

https://gifer.com/en/MrW6

https://www.vectorstock.com/

https://www.pinterest.ch/pin/492088696775370275/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Tordesilhas

https://pt.dreamstime.com/

https://gfycat.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sambenito

https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/891
08-23-declaracoes-chocantes-feitas-por-serial-killers.htm

https://www.freepik.com/

https://www.planetagibi.com.br/

https://br.pinterest.com/mvsantosreis/o-amigo-da-onça/

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Direitos autorais:

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