O
esoterismo é o conhecimento dado do Mestre para o discípulo,
quase sempre oral, isto é: da boca para o ouvido, àquele que
tenha sido iniciado. Algo como um círculo interno. Normalmente preserva
e respeita a tradição daquele conhecimento e seu conteúdo
não está em livros, mas, ao invés de sabedoria livresca,
é o resultado de profunda reflexão e experiência, testado
pelo Mestre que o confia ao neófito ou ao Adepto adiantado na Senda.
Uma
das experiências do místico é viver em união
com a Realidade Cósmica, em harmonia com o Absoluto e com toda a
Humanidade.
Não
és filho da sorte
Nascido por acaso,
Perdido neste Universo imenso.
És filho das estrelas,
Livre como o vento.
Caído nesta Terra,
És um deus vivo.
Se teu Coração está sofrendo,
Não acuses a fatalidade;
Contempla tua alma serena.
Ela vive no mundo da Unidade! (Symmysta,
de Xavier Cuvelie-Roy, apud Hélio
de Moraes e Marques).
Quem
ainda não foi seduzido pelas informações obtidas dos
inúmeros sites da Internet? Quem não ficou entretido em conversas
nas salas de bate-papo. Observa-se um crescente número de pessoas
que não vivem sem Orkut, Facebook, Twitter... Estes meios, como oportunidade
de conhecer pessoas, procurar conhecidos que não se vê há
tempos, ou como network e com os devidos cuidados, são aceitáveis,
desde que não haja dependência... A rede tem coisas boas, mas
tem muita opinião. Cuidado!
O
que é inadmissível é pautar decisões importantes
na vida com informações oriundas de certas conversas em chats
com pessoas que não se conhece, sem um “filtro” bem afinado.
Há uma regra na lógica aristotélica que diz que se
as premissas forem falsas, a conclusão será falsa. Portanto,
decisões certas se obtêm com informações certas,
corretas e com valor de verdade.
A
Natureza é cíclica. Os ritmos se impõem e, muitas vezes,
sem perceber, participamos de ciclos – alguns porque nos envolvemos
com eles, outros porque os criamos pelo repetir constante de certos pensamentos,
palavras e ações. Como tudo o que está em cima é
igual ao que está embaixo e em nossa condição de miniaturas
do Grande Universo, devemos ter consciência que a harmonia é
a tônica da Natureza. Não se pode ser feliz em desarmonia com
o Cósmico. O Domínio da Vida é o resultado de uma plena
harmonia interna que se reflete em nossa vida e ao nosso redor.
As
[informações]
antecedentes devem sustentar o valor de verdade das conseqüentes.
O
uso de nosso poder interior e de nossa razão equilibradamente é
um direito que o Criador nos deu como ferramenta para a realização
dos nossos objetivos.
A
Hipótese Gaia, atribuída ao cientista britânico James
Lovelock, vê a Terra como um ser vivo. O ponto que mais chama a atenção
é o da interação de todos os ecossistemas entre si
e o mundo mineral. Todas as coisas são interdependentes e funcionam
com auto-regulação, buscando sempre aquilo que nós,
estudantes rosacruzes, costumamos chamar de “a nota tônica da
Natureza”: a harmonia. Assim, a Natureza procura o equilíbrio
harmonizando seus componentes. De tempos em tempos, o equilíbrio
se rompe e a Natureza procura uma compensação para reorganizar
as coisas.
O que nos deixa estarrecidos é quando percebemos os resultados do
chamado “efeito estufa” se manifestando bem ali, na nossa frente.
Na hora, pasmamos com os aflitos, com as perdas de vidas e de bens. e humanamente
questionamos: por quê? Com respostas certas ou não, devemos,
como místicos, prestar o nosso apoio e auxílio aos nossos
irmãos alcançados por catástrofes de qualquer natureza;
neste momento, aos atingidos pelas tempestades na Região Sul. E como?
A fraternidade que se expressa por vezes em benevolência, caridade
e amor deve cristalizar aquilo que a nossa Tradição sempre
defendeu. Recebi um e-mail da Sóror Liana Justen, Mestre do Pronaos
Rosacruz Curitiba Centro e endosso suas palavras para concluir nossa comunicação
da semana: 'Podemos ajudar de muitas formas, na presente situação:
1.Incluindo estes nossos irmãos e irmãs em nossas meditações
e orações; 2. Visualizando a região litorânea
do norte de Santa Catarina e do Vale do Itajaí e sua população,
emitindo vibrações de fortaleza, paciência, coragem,
esperança, fé e disposição construtiva para
enfrentar a calamidade que as atinge; 3. Ajudando com bens materiais a quem
está sofrendo as carências mais elementares, encaminhando-os
via postos de atendimento mais próximos.'
Tem
a coragem de te servires de teu próprio entendimento. Eis a divisa
das Luzes. (Immanuel Kant,
apud Hélio
de Moraes e Marques).
A missão dos
Rosacruzes é passar essa energia – a Grande Obra –
e perpetuar uma
tradição que se preocupa com o ser humano e com a Humanidade.
Um
dos mais belos discursos sobre a liberdade e a fraternidade, proferido pelo
líder negro Martin Luther King em 28 de agosto de 1963, ecoou nos
últimos meses como música de fundo das notícias que
culminaram com a eleição de Barack Obama para presidente do
Estados Unidos. No primeiro discurso depois de eleito, Obama afirmou que
os Estados Unidos são um país composto de brancos, negros,
asiáticos, latinos, índios e muitas outras raças, e
que vai ser o presidente de todos. O fato de um representante da raça
negra ocupar o mais importante cargo do mundo globalizado derruba muitos
dos preconceitos estabelecidos e vigentes por séculos, trazendo a
esperança de uma visão mais generosa da fraternidade humana.
Independente de como será sua gestão, o fato de ter sido eleito
já estabelece uma elevação imensurável na auto-estima
de todos os que de alguma forma se sentem excluídos. “Nós
podemos”... foi o grito mais emblemático da sua eleição.
Estamos mais perto, talvez, do sonho de Martin Luther King, que termina
seu discurso assim: “... quando nós permitirmos o sino da liberdade
soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e em todo vilarejo,
em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia
quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos,
judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir as
mãos e cantar nas palavras do velho hino negro: Livre afinal, livre
afinal”. No momento em que isto acontecer, não precisaremos
mais de políticas de inclusão social, pois não há
excluídos quando não tentamos homogeneizar os homens, mas
respeitamos todas as raças e crenças, vendo a diversidade
como uma grande oportunidade de crescimento humano. Provavelmente estamos
tão próximos da realização da Utopia Rosacruz
como estava Martin Luther King do seu sonho, em 1963. Voltemos à
nossa espiral cíclica da evolução no ponto crucial
deste momento histórico. Pusemos o pé na Nova Era. Não
estamos mais no limiar. Estamos dentro do turbilhão transformador
que vai sacudir todos os alicerces. Inegavelmente, o papel do indivíduo
se amplia nesta nova sociedade e as exigências são maiores.
Não pode mais haver atitude escapista. Ou assumimos nossa responsabilidade
na construção da Humanidade mais consciente e fraterna ou
sucumbiremos todos.
Para ingressar na Ordem Rosacruz
– AMORC, basicamente, basta respeitar as leis do país, ter
bons propósitos e não estar recluso. Nós não
temos barreiras quanto a qualquer tipo de idéia. Pelo contrário,
nós acolhemos a todos, sem distinção de raça,
credo, cor e religião.
A História tem nos mostrado
que não podemos desprezar ou condenar aquilo que não compreendemos
ou que não podemos comprovar no momento.
A
'verdade' é o fruto da Árvore do Conhecimento e não
a própria Árvore. Isto equivale a dizer que colhemos os frutos
do saber, ditos 'verdades' através da reflexão.
A
leitura atenta ou crítica, acompanhada da reflexão, dá
frutos: a consistência do saber que vem de dentro, do interior, de
reflexão.
No
tocante à Economia, consideramos que ela está completamente
à deriva. Todo mundo pode constatar que ela condiciona cada vez mais
a atividade humana e é cada vez mais normativa. Hoje em dia, ela
assume a forma de redes estruturadas muito influentes e, portanto, dirigistas,
quaisquer que sejam suas aparências. Por outro lado, mais do que nunca,
ela funciona a partir de valores determinados que se pretende quantificáveis:
custo de produção, limiar de rentabilidade, avaliação
do lucro, duração do trabalho etc. Estes valores são
consubstanciais com o sistema econômico atual e lhe fornecem os meios
de alcançar os fins que persegue. Infelizmente, estes fins são
fundamentalmente materialistas, porque são baseados no lucro e no
enriquecimento excessivo. Assim é que se chegou a colocar o Ser Humano
a serviço da Economia, quando essa Economia é que deveria
ser colocada a serviço do Ser Humano. Em nossos dias, todas as nações
são tributárias de uma Economia mundial que se pode qualificar
como totalitária. Este totalitarismo econômico não corresponde
às mais elementares necessidades de centenas de milhões de
pessoas, ao passo que as massas monetárias nunca foram tão
colossais no plano mundial. Isto significa que as riquezas produzidas pelos
homens só beneficiam uma minoria deles, o que deploramos. De fato,
constatamos que a defasagem não cessa de se ampliar entre os países
mais ricos e os países mais pobres. Pode-se observar o mesmo fenômeno
em cada país, entre os mais desprovidos e os mais favorecidos. Consideramos
que assim é porque a Economia se tornou especulativa demais e porque
ela alimenta mercados e interesses que são mais virtuais do que reais.
(Positio
Fraternitatis Rosæ Crucis, apud Hélio de Moraes
e Marques).
O
peregrino é aquele que percorre um caminho. Assim, conscientes ou
não, somos todos caminhantes, semelhantes a romeiros que percorrem
uma via santa. Nós caminhamos na senda mística, buscamos a
Luz que irá coroar de êxito nossa missão. Somos
peregrinos porque saímos de um ponto quando nascemos e o processo
natural de viver nos conduz a outro ponto. Dito de outro modo: vivendo,
nos tornamos peregrinos da Vida.
Um
breve experimento: Primeiro, pegue uma folha de papel
em branco; segundo, escreva cinco coisas que você gostaria
que acontecesse (arrumar um emprego ou um novo emprego; ver aquele amigo
com a saúde recuperada; o êxito de um filho(a) em determinada
área; resolver um problema de ordem pessoal ou profissional; casar;
mesmo o acalentado desejo de muitos de ganhar na mega sena sozinho etc.);
terceiro, projete sua visualização no futuro como se
os seus desejos, todos ou alguns, se concretizassem; quarto, bem,
você "conseguiu" o que queria. Pare, pense e sinta o que
você conseguiu. Algo que lhe deixou feliz. Moral da história:
a única coisa que não podemos desejar que não seja
para um fim ulterior é a felicidade. No fundo, conscientes ou não,
queremos ser felizes. Aliás, Aristóteles, em sua Ética
a Nicômaco, já nos avisava que a felicidade é a 'areté'
do homem, isto é, a razão final de nossa existência.
Afirma ainda no Livro I que 'viver bem e ir bem equivale a ser feliz; quanto
ao que é realmente a felicidade, há divergências, e
a maioria das pessoas não sustenta opinião idêntica
a dos sábios'.
Embora a morte seja apenas uma transição
de um plano de existência para outro, sob a perspectiva humana, saímos
de um ponto e estamos “caminhando” em direção
a outro.1
Caminhar
é fazer caminhos e o como fazemos é tão ou mais importante
do que chegar. Significa que o mérito está em como caminhamos,
com que grau de realizações vivenciamos o meio da jornada.
Em outras palavras, com que nível de consciência percebemos
a gratuidade da vida.
Somos
inteiramente responsáveis por nossas vidas. Tudo que nos acontece
é porque de alguma forma merecemos, pois não há acaso.
Nossos sofrimentos são causados pela inobservância das Leis
e dos Princípios Cósmicos, sendo as conquistas e alegrias
verdadeiras o resultado de caminharmos em harmonia com estes mesmos Princípios
e Leis.
Ser
companheiro de jornada2
é saber que não nos dirigimos para o “fim”, mas
para um constante reinício, porque a morte não existe. A vida
é eterna. Comungar da idéia de que o caminhar é essencial
é valorizar o dom da vida como princípio da oferta do Amor
Divino por nós. Quando lhe questionarem por quem os sinos dobram,
lembre-se do poeta3:
'eles dobram por ti...'
Nós
amamos as pessoas como elas são desde que elas sejam como gostaríamos
que elas fossem. Complicado? Na realidade, há de nossa parte uma
projeção daquilo que gostamos e admiramos no outro quando
o outro se encaixa no nosso “modelito”. Consciente ou inconscientemente,
pensamos – “esse é dos meus” ou “faz parte
da minha turma”. Por que será que capturamos o mundo sempre
enquadrado nos nossos modelos, nos nossos paradigmas e só conseguimos
ver e ler o mundo e o outro sob certo prisma? Onde ficam os conceitos de
liberdade, equidade, alteridade e valores? Quando o existencialista Jean
Paul Sartre afirma "o importante não é aquilo que fazem
de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram
de nós” e “não há necessidade de grelhas,
o inferno são os outros” nos remete a um universo de possibilidades
comportamentais onde a necessidade de nos colocarmos no lugar do outro e
procurar entender suas motivações e formas de ver o mundo
torna-se uma necessidade para que possamos conviver harmoniosamente e sem
preconceitos em todos os ambientes. Em última instância, isto
exige um exercício permanente de auto-observação para
descobrirmos e reconhecermos os preconceitos e as dificuldades que temos
na aceitação dos nossos semelhantes, que, na realidade, normalmente,
são muito diferentes de nós. O Véu de Maia a tudo oculta!