Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude.

 

O mundo premia a aparência de mérito com maior freqüência do que o próprio mérito.

 

Apenas quem é desprezível [e hipócrita] pode ter medo de ser desprezado.

 

As virtudes [geralmente] perdem-se no interesse, como as águas do rio se perdem no mar.

 

Perdoamos, com facilidade, àqueles que nos aborrecem; mas não conseguimos perdoar àqueles a quem aborrecemos. [Se o perdão é mesmo uma coisa boa, o primeiro perdão deverá ser para conosco; mas, mais do que perdoar, em termos místicos, compreender é preciso.]

 

François, Duque de La Rochefoucauld (1613 - 1680)

 

 

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Ainda não havia aprendido o quanto a natureza humana é contraditória. Não sabia quanta hipocrisia existe nas pessoas sinceras, quanta baixeza existe nos nobres de espírito, nem quanta bondade existe nos maus.

 

William Somerset Maugham (1874 - 1965)

 

 

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Assim cubro a nudez de minha perversidade/Com velhos andrajos roubados das Escrituras,/Parecendo um santo quando mais encarno o diabo.

 

Não há vício tão simples que não afivele a aparência de virtude.

 

O rosto enganador deve ocultar o que o falso coração sabe.

 

William Shakespeare (1564 - 1616)

 

 

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O que caracteriza as pessoas que exibem exageradamente a sua virtude é que, quanto menos ameaçada está a fortaleza, mais guardas lhe põem.

Victor Hugo (1802 - 1885)

 

 

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A devoção encontra, para praticar uma má ação, razões que um simples homem jamais encontraria.

Charles de Montesquieu (1689 - 1755)

 

 

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Um devoto é aquele que, sob um rei ateu, seria ateu.

Jean de La Bruyère (1645 - 1696 )

 

 

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Dissimular: virtude de rei e de camareira.

François-Marie Arouet (1694, Paris - 1778)
(Mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire)

 

 

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Embora na maioria das vezes o fingimento seja/criticado e dê indícios de espírito maldoso,/em muitas ocasiões, prova/ter feito evidentes benefícios.

Ludovico Ariosto (1474 - 1533 )

 

 

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Ninguém pode, por muito tempo, ter um rosto para si mesmo e outro para a multidão sem no final confundir qual deles é o verdadeiro.

Nathaniel Hawthorne (1804 - 1864)

 

 

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A maior covardia [hipocrisia] de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la.

Bob Marley (1945 – 1981)

 

 

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Se eu fizer o que me apetecer:
Ouvir e calar,
Sofrer sem dizer,
Ler sem compreender,
Gostar sem amar,
Serei um hipócrita que estarei aqui.
Mas, de onda em onda, eu vou navegar,
Ouvir, dialogar...
Sentir essa dor...
Ler e transformar
O gosto em amor.

A. Simões (7 de julho de 2004)

 

 

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Hypocritae volunt haberi pii. Os hipócritas querem ser considerados virtuosos.

 

 

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Hypocrita vivit aliis, et sibi moritur. O hipócrita vive para os outros, mas morre para si.

 

 

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Hypocrita non appetit sanctus esse, sed vocari. O hipócrita não deseja ser santo, mas ser chamado de tal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Objetivo do Trabalho

 

 

 

ste trabalho teve por objetivo analisar e refletir, em termos místicos, a questão da hipocrisia. Para concluir, relatarei um caso pessoal.

 

 

 

 

Definindo a Hipocrisia

 

 

 

Eu não tenho a menor dúvida de que todos sabem o que é hipocrisia e o que é um hipócrita. Mas, custa o quê defini-los? Então, cacoete de professor (que nem aposentado – meio que inalterado – perde o cacoete alimentado), aí vão alguns conceitos-definições:

 

Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa:

 

Hipocrisia: característica do que é hipócrita. Falsidade, dissimulação. Ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos e intenções. Fingimento, falsidade. Caráter daquilo que carece de sinceridade. Etimologia grega: hupokrisía, as (forma posterior) e hupókrisis, eós – resposta, resposta de oráculo. Ação de desempenhar um papel, uma peça, uma pantomima; desempenho teatral, declamação; simulação, dissimulação, falsa aparência. Pelo latim: hypocrisis.

Hipócrita: que ou aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado. Etimologia grega: hupokritês, oû – o que dá uma resposta, especialmente intérprete de um sonho, de uma visão; adivinho, profeta; ator, comediante; velhaco, hipócrita.

 

Novo Dicionário (Eletrônico) Aurélio:

 

Hipocrisia: Afetação duma virtude, dum sentimento louvável que não se tem. Impostura, fingimento, simulação, falsidade. Falsa devoção.

Hipócrita: Adjetivo de dois gêneros. Que ou tem ou em que há hipocrisia: moço hipócrita; sorriso hipócrita. Pessoa hipócrita. Do grego: hypokrités – ator; pelo latim: hypocrita.

 

Wikipédia:

 

A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto realiza a mesma ação. O cientista cognitivo Keith Stanovich fez uma carreira do estudo da hipocrisia. Ele a vê como surgindo da incompatibilidade de tais coisas como o interesse próprio e os desejos com crenças de ordem mais alta na moralidade e na virtude. As únicas pessoas que não são hipócritas são a minúscula e talvez não-existente minoria que é tão santa que nunca se entregam a seus instintos mais básicos e o grupo maior que nunca tenta viver segundo os princípios da moralidade ou virtude. Ele, dessa forma, defende que os hipócritas são na verdade a classe mais nobre das pessoas. La Rochefoucauld tinha expressado alguns séculos antes uma opinião semelhante quando declarou que a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude.

O termo hipocrisia é também comumente usado (alguns diriam abusado) em um sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um padrão duplo. Um exemplo disto é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de regras morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.

A religião tem abundantes exemplos de hipocrisia e não se pode dizer de nenhuma religião que seja imune à ela. O escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica Romana entre padres, supostamente celibatários, é, talvez, o pior exemplo. Durante o governo teocrático Talibã1, havia numerosas denúncias relacionadas a comportamentos hipócritas realizados pelos regentes do Talibã, ao mesmo tempo em que puniam outros pelo mesmo comportamento.

O Novo Testamento do Cristianismo refere-se especificamente aos hipócritas em vários lugares, em especial quando representando de maneira caricatural a seita dos fariseus, como, por exemplo, no Evangelho de Mateus capítulo XXIII, versículos 13 a 15: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar os que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a Terra para fazer um prosélito, e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.

No Zen Budismo, o San Francisco Zen Center forçou seu abade Zentatsu Richard Baker a se demitir nos anos 1980 devido a acusações envolvendo, entre outras coisas, comportamento hipócrita.

 

 

 

 

Discutindo a Hipocrisia

 

 

 

Houve hipocrisia maior, na Antigüidade, do que a condenação e a execução do douto-ignorante2 Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.) por impiedade, ou seja, por ter sido injustamente acusado de corromper a juventude, por não admitir os deuses que o Estado reconhecia e por introduzir novos cultos? Sócrates, por não valorizar os prazeres dos sentidos e por escalar o belo como uma das mais excelsas virtudes, pagou com a vida. O Filósofo Ateniense, seminal da Filosofia clássica grega, poderia ter evitado sua condenação e morte pela cicuta se tivesse desistido da vida justa e se tivesse escafedido com a ajuda de amigos. A razão para sua cooperação com a [in]justiça da Polis e com seus próprios valores mostra uma estupenda faceta de sua Filosofia, em especial aquela que é descrita nos diálogos com Críton.3 Enfim, o medo teve que fazer valer a sua força, e Sócrates se deixou matar e se sentiu morrer de baixo para cima.

 

Mas, o fato é que, todos nós, aqui e ali, escorregamos e fabricamos uma hipocrisia. Não há quem escape, ainda que, com o tempo, isso tenda a melhorar. Pelos menos, nos místicos eu sei que melhora.

 

A História está repleta de exemplos de atos de hipocrisia: uns, autênticos; outros, obversos. Na Vulgata, o Evangelho de São Mateus, XXVI, 30 a 35, narra o seguinte episódio: No Monte das Oliveiras, disse Jesus aos discípulos: — Está escrito: ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas. Pedro, respondendo, disse-Lhe: — Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus: — Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, me negarás três vezes. Respondeu-Lhe Pedro:Ainda que eu tenha de morrer Contigo, não Te negarei. Todos sabem o que aconteceu: Pedro foi hipócrita, negou descaradamente... mas, ainda bem, se arrependeu.

 

E Judas Iscariotes? Foi hipócrita e traidor (entregando Jesus, o Cristo, aos seus capturadores por 30 moedas de prata) ou cumpriu um Designìum Universális? A discussão desta matéria permanece em aberto. Entretanto, o próprio Evangelho de Judas4 contradiz a versão universalmente aceita de que Judas teria sido um traidor. Aponta, ao contrário, Judas como o discípulo mais amado de Jesus e o único que teria sido capaz de compreender a Verdadeira e Santa Missão de Jesus. A suposta traição seria, em verdade, o cumprimento de uma vontade de Jesus, que teria pedido a Judas que o entregasse aos romanos.

 

E Jeanne d'Arc (1412 – 1431), a pequena pastora de Domrémy e donzela de Orléans, esquecida pela História até o século XIX, mas canonizada pelo papa Bento XV em 9 de maio de 1920? Hoje é a padroeira de França. Condenada por heresia e assassinato, foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos. A hipocrisia daquele julgamento de merda incluiu a proposta de Jean de Luxemburgo, que se comprometeu a pagar por sua liberdade se ela prometesse não atacar mais os ingleses. Jeanne recusou, se manteve firme em suas convicções e... morreu!

 

 

 

 

Já o físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei (1564 – 1642) viveu em uma época atribulada na qual a Igreja Católica – hipocritamente – endurecia a sua vigilância sobre a doutrina, para fazer frente à heresia da chamada Reforma Protestante ou falsa reforma. O Papa sentiu que a aceitação do modelo Heliocêntrico como ferramenta tinha sido ultrapassada e convocou Galileu a Roma para ser julgado, apesar de este se encontrar bastante doente. Após um julgamento longo e atribulado, Galileu foi condenado a abjurar publicamente as suas idéias e, depois, à prisão por tempo indefinido. Os livros de Galileu foram censurados e incluídos no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos ou Lista dos Livros Proibidos), mas foram publicados nos Países Baixos, onde o Protestantismo já havia substituído o Catolicismo em larga escala e estava disposto a divulgar tudo o que pudesse vexar a Igreja de onde havia saído. Reza a lenda que, ao sair do tribunal após sua condenação, disse uma frase célebre: — Eppur si muove! Ou seja: contudo, ela se move, referindo-se à Terra. Seus acusadores morreram sem saber se a Terra se movia realmente ou se Galileu estava a mangar de todos eles.

 

 

 

E, antes de tudo isto, o que dizer de Tut Ankh Aton – sucessor de Akhnaton (Faraó da XVIII Dinastia egípcia, fundador da Cidade do Sol e inspirador particularmente do Rosacrucianismo da AMORC) – que, para ocupar o trono, aceitou reinar sob o nome de Tut Ankh Amon, indicando que Amon voltava a ser o deus supremo do Egito? Por ser muito jovem, fisicamente debilitado e não possuir a estatura de seus antecessores, Tut Ankh Amon – hipocritamente – cedeu e permitiu a volta da influência de Tebas que, por sua vez, mais do que hipocritamente, não mediu esforços para destruir e dessacralizar todo o legado de Akhnaton, incluindo-se no desmanche a Cidade de Akhetaton. Hipocrisia não tem idade!

 

 

 

 

Zilhões são os exemplos. Mas, bem pertinho de nós, há o affaire Adolf Hitler–Eva Braun, que 24 horas antes de morrer pôde se assinar Frau Eva Hitler. E quase que errou! De 1932 a 1935, Eva tentou suicidar-se duas vezes: primeiro, com um tiro de pistola, depois, tomando comprimidos para dormir. Recuperou-se das duas tentativas; somente então, Hitler, o grande amor da sua vida, passou a lhe dar um pouquinho mais de atenção. O Füher fazia questão de hipocritamente manter sua relação com Eva em segredo. As mulheres alemãs não deveriam tomar conhecimento do caso entre Adolf e Eva, pois muitas delas apoiavam o Nazismo não pela teoria nacional-socialista em si, e, sim, pelo seu líder carismático e gritalhão, que recebia muitas cartas de fãs apaixonadas. Eva, por isto, raramente era vista em público. Ela, inclusive, chegou a passar por alguns momentos humilhantes. O hipócrita Adolf Hitler chegou a dizer, publicamente e em sua frente, que um homem extraordinariamente inteligente tinha que ter uma mulher burra e primitiva. No caso, o extraordinariamente inteligente era ele, e a mulher burra e primitiva era Eva. A hipocrisia alcançou seu limite em 29 de abril de 1945, quando o senhor Adolf resolveu, unilateralmente, se casar com a senhora Eva. Medo de morrer em pecado? Um dia depois, no dia 30 de abril, Adolf Hitler se matou com um tiro na têmpora direita. É, não era mesmo medo de morrer em pecado. Eva suicidou-se bebendo cianeto. Mas o que levou Hitler a se casar com Eva? Arrependimento de sempre ter sido um canalha com ela? Só ele sabe. Mas, parafraseando Bob Marley, direi que a maior covardia-hipocrisia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de respeitá-la como ser humano. Nisto, Hitler foi mesmo um campeão.

 

Mais pertinho ainda, parecendo até que foi ontem, George Walker Bush (New Haven, 6 de julho de 1946), atual presidente dos Estados Unidos da América, invadiu 'coalizadora', brutal e hipocritamente o Iraque (com a bênção e a comparticipação de outros hipócritas) sob o tríplice pretexto de que o Governo Iraquiano tinha ligações com grupos terroristas, estava a fabricar armas de destruição em massa e não cooperava o bastante com os inspetores de armamentos das Nações Unidas. Tudo grupo! Ficou mais do que provado que o real motivo da covarde invasão, a principal razão para a ação militar no Iraque, foi o mar de petróleo iraquiano. A Guerra estourou em março de 2003, Bagdá caiu, Saddam Hussein foi deposto, se escondeu, deixou a barba crescer, foi localizado, capturado, julgado e enforcado. Tudo hipocrisia, dos motivos para a invasão do Iraque ao julgamento de Saddam. Quem acompanhou, viu. Depois, hipocritamente disseram: 1º - Paul Wolfowitz (Vice-secretário da Defesa dos Estados Unidos na época): A principal diferença é que no caso do Iraque, economicamente falando, nós simplesmente não tínhamos escolha. O país [Iraque] nada em um mar de petróleo. 2º - Bush: Muitas agências de inteligência acreditavam que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, e é verdade que essa informação se provou errada. O saldo da Guerra do Iraque era, até recentemente, de aproximadamente 3.750 soldados estado-unidenses mortos e 27.000 feridos. Estimativas sobre o número de iraquianos mortos pela violência da guerra variam de 70.000 a 150.000. Hipocrisia sem-fim, sem-luz e sem limites.

 

E, por último, para não ir longe demais, não adianta lhufas nem bulhufas o Papa Benedetto XVI choramingar e considerar uma profunda vergonha o escândalo de abuso sexual de menores envolvendo padres católicos norte-americanos, que emagreceu os cofres da Igreja em milhões de dólares com pagamentos de indenizações aos humilhados. Isto não comove ninguém. Esta coisa hipócrito-pedófila não é, por assim dizer, um privilégio norte-americano. É mundial. Onde há pessoas do mesmo sexo reunidas, enclausuradas, a probabilidade de distorções de comportamento, particularmente sexuais, é patente e crescente. Acho que só o Papa Benedetto não sabe isso; se sabe, finge que não sabe. Agora, se essas pessoas são obrigadas ao celibato (que só interessa financeiramente à Igreja como instituição), a coisa fica mesmo dantesca. Já expliquei, em outro trabalho, que o celibato é místico, espiritual e iniciático. Celibato meramente físico, impositivo, é para inglês ver, para padre pedofilizar e para protestante ridicularizar. E se o religioso não der para pedófilo, de duas uma ou as duas: ou fica adoidadamente atrás das confreiras ou dá para ser onanista esfolador. Tudo hipocrisia.

 

Para concluir este item, volto um pouco mais atrás quando afirmei que a História está repleta de exemplos de atos de hipocrisia: uns, autênticos; outros, obversos. O que seria, então, uma hipocrisia obversa, invertida, às avessas? O melhor exemplo que encontro, recentinho, para explicar o que eu penso sobre esta matéria, foi a franca resposta que deu a economista e política brasileira, atual Ministra da Casa Civil, Dilma Vana Rousseff Linhares5 (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947), à pergunta-provocação muito malposta e de péssimo gosto do senador pelo Estado do Rio Grande do Norte, José Agripino Maia, quando, em 7 de maio próximo passado, em audiência na Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal, Dilma se dispôs a responder a questões relativas ao dossiê sobre os gastos do Governo FHC, cabal e peremptoriamente negado pela Casa Civil (não importando, no caso, se a negação sobre a existência do dossiê é verdadeira ou se não é). Resumidamente, respondendo à pergunta de Agripino, emocionada e corajosamente, disse a Ministra: — Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador.

 

Em sentido pleno, direto, a mentira é uma das piores formas de hipocrisia, como, por exemplo, se o dossiê existe de fato, e se é dito que não existe e que jamais foi produzido. Isto é mais do que óbvio. Entretanto, por outro lado, para quem não sabe ou nunca se aprofundou sobre o tema – e é nisto que estou interessado no momento durante os anos de chumbo, no Brasil, pessoas eram presas e torturadas, inclusive porque eram denunciadas maldosa e falsamente. Desavenças e intrigalhadas pessoais podiam gerar denúncias falsas, que geravam prisões, que geravam, entre outras barbaridades, paus-de-arara e choques elétricos, que geravam morte ou dor e seqüelas para o resto da vida, que não geraram pedidos de desculpas da parte dos psicopatas-torturadores pelos maus-tratos 'torturatórios' que praticaram, como se o próprio suplício da tortura para arrancar de alguém uma revelação fosse, em si, uma prática patriótica, rotineira e aceitável e não uma insânia psicopaticamente abominável. Então, mentir para não entregar os seus iguais, para defender a vida, própria e de outros, é um ato louvável e justificável, uma dignidade que merece nução, jamais refusão. Eu, na situação da Dilma, mentiria tanto quanto ela disse que mentiu ou muito mais elevado à enegésima potência!

 

 

 

 

Enfim, se a luta armada, por qualquer motivo, não é misticamente recomendável – mas eu jamais criticarei ou julgarei aqueles que lutaram e que morreram pela redemocratização do Brasil – mentir, aprontar e falsificar para salvar vidas é pra lá de recomendável, digno de louvor e passível de aplausos e de gratidão. Este foi, em outro sentido, particularmente o caso do empresário hipócrita Oskar Schindler (Zwittau-Brinnlitz, 28 de abril de 1908 – Hildesheim, 9 de outubro de 1974) que se tornou célebre por ter salvado 1.100 trabalhadores judeus do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial. Primeiro, Oskar foi um nazista fedorento, solidário com o regime e babador dos ovos dos nazistas. E mais: foi hipócrita, bajulador, caviloso, desleal, disfarçado, dissimulado, mauricinho fajutão, falso, fingidor, insincero, mentiroso, pérfido e 'vantajador'. Enriqueceu despudoradamente às custas do trabalho braçal forçado dos judeus prisioneiros de guerra. Depois, já meio que envergonhado do que estava a perpetrar, ao ver, enojado e nauseado, as cinzas que enchiam o ar e cobriam as ruas, ouviu e acatou o grito de sua Consciência. E assim, num relance, se tornou fraterno, autêntico, direto, franco, genuíno, leal, lhano, liso, puro, real, salvador e um verdadeiro ser humano, arriscando sua vida para salvar os judeus que o enriqueceram, e, no final, quando a Guerra acabou, já redimido perante os homens, chorou, lamentou e se desesperou por não ter podido salvar todas as vidas que poderia ter salvado. Mas, quem salva uma única vida salva um mundo inteiro... Quem muda o destino fatal de uma única vida muda o palco e a imagem do mundo de uma geração, e, por isso, vive eterna e bem-agradecidamente na lembrança desta mesma geração.

 

Passada a Segunda Guerra, Oskar Schindler livrou-se de ser preso devido aos depoimentos dos judeus a quem ajudara. Posteriormente, ele e a esposa Emilie foram agraciados com uma pensão vitalícia do Governo de Israel em agradecimento aos seus atos humanitários. O seu nome foi inscrito junto a uma árvore, plantada por ele, na Avenida Dos Justos, do Museu do Holocausto, em Jerusalém, ao lado dos nomes de outras cem personalidades não-judias que ajudaram os judeus durante o Holocausto.

 

 

Museu do Holocausto (Yad Vashem) – Jerusalém


 

 

 

Devachan e Hipocrisia

 

 

 

O Mestre Kut Hu Mi, em uma de suas famosas Cartas,6 ensinou: Mal é um termo relativo, e a Lei de Retribuição é a única Lei que nunca erra. Portanto, todos os que não desapareceram no seio do pecado irremissível e da bestialidade vão ao 'Devachan'.7 Mais tarde, terão que compensar, voluntária ou involuntariamente, pelos seus pecados.8 Entretanto, recebem os efeitos das causas que geraram.

 

Aos hipócritas, fica a advertência do Mestre Kut Hu Mi: O Sexto Princípio do homem, como algo puramente espiritual, não poderia existir ou ter existência consciente no 'Devachan', a menos que houvesse assimilado alguns dos mais puros e abstratos atributos mentais do Quinto Princípio ou alma animal: seu 'Manas' (mente) e memória. Ao morrer o homem, o seu Segundo e Terceiro Princípios morrem com ele; a tríade inferior desaparece e os Quarto, Quinto, Sexto e Sétimo Princípios formam o sobrevivente Quaternário. Daí em diante, é uma luta de 'morte' entre as dualidades Superior e Inferior. Caso vença a Superior, o Sexto Princípio, tendo atraído para si, do Quinto, a quinta-essência do Bem, seus mais nobres afetos, as mais santas (ainda que sejam terrenas) aspirações e as partes mais espiritualizadas de sua mente seguem o seu Divino Ancião. O Sétimo Princípio permanece associado como uma casca vazia (a expressão é perfeitamente correta) que vagueia pela atmosfera terrestre com a metade da memória pessoal desvanecida e os instintos mais brutais plenamente vivos por certo tempo – um 'Elementar', em última palavra. Este é o guia angélico do médium comum. Se, por outro lado, é a Dualidade Superior a derrotada, então é o Quinto Princípio que assimila tudo o que resta no Sexto Princípio, de recordações pessoais e de percepções individuais. Mas, com toda essa bagagem adicional, ele não permanecerá no 'Kama Loka' – o 'Mundo do Desejo' da atmosfera de nossa Terra. Em muito pouco tempo, como uma palha flutuando dentro da atração dos vórtices e covas do 'Maelstron' (sorvedouro), é atraído e aprisionado no grande remoinho de Egos humanos, enquanto o Sexto e o Sétimo Princípios (que constituem, em si, a Mônada Eterna e Imperecível, mas também inconsciente), convertidos agora em uma Mônada puramente espiritual e individual sem vestígios da última personalidade e não tendo um período regular de 'gestação' que atravessar (pois não há mais um Ego Pessoal purificado para renascer) – após um período de repouso inconsciente, mais ou menos prolongado, no espaço ilimitado – se achará encarnada em outra personalidade no próximo planeta. Quando chega o período de Plena Consciência Individual – que precede o de Absoluta Consciência no 'Paranirvana' – aquela existência pessoal perdida se torna como que uma página arrancada do Grande Livro de Vidas, sem que reste nem uma palavra solta que assinale a sua ausência. A Mônada purificada não a perceberá nem a recordará na série de seus nascimentos passados, o que aconteceria se tivesse ido ao Mundo das Formas ('Rupa Loka'). A sua visão retrospectiva não perceberá nem o mais leve sinal indicador de que tenha existido... Em favor do gênero humano, devo dizer que essa supressão total de uma existência dos registros do Ser Universal não ocorre tão freqüentemente a ponto de representar uma grande porcentagem. De fato, à maneira do 'idiota congênito', muito mencionado, tal coisa é um 'lusus naturæ' – uma exceção, não a regra.

 

Então, hipócritas: com Devachan ou sem Devachan, será supressão total dos registros do Ser Universal ou será permanência no seio da Santa Vida e prosseguimento da Peregrinação? Ora, este trabalho foi denominado de Discurso Sobre a Hipocrisia. Eu sei muito bem que a hipocrisia não é o pior dos pecados. Muito pior é, por exemplo, assassinar, vivisseccionar e estuprar. Mas quem é hipócrita e cultiva a hipocrisia haverá de, depois, chorar muito e de ranger os dentes até parti-los. A hora da mudança é já! E eu não consigo deixar de fumar!

 

 

 

 

A Título de Conclusão
(Eu-hipócrita)

 

 

 

O que menos passei a desejar, depois que coloquei na Internet o Website Pax Profundis, é que as pessoas que eventualmente lêem o que eu escrevo pensem que eu sou uma espécie de santo ou de iluminado diáfano. Longe estou de tudo isto. Tenho meus momentos de fraqueza e, de vez em quando, dou mesmo minhas escorregadelas, tanto quanto, sem qualquer comparação, deram as suas Gibran Khalil Gibran e Santo Agostinho.

 

Por este motivo, educativamente, vou contar um caso recente de escorregadela que se deu comigo. Minha natureza é inteiramente avessa à burocracia, e, por isto, costumo deixar para última hora aquilo que denomino de pendências burocráticas tantalizantes. Foi por isto que, recentemente, hipocritamente escorreguei.

 

Minha carteira de motorista venceu no dia 5 de maio de 2008. No dia 7, já bastante atrasado em relação ao tempo determinado para atualizá-la, liguei para o DETRAN-RJ, e fui informado que havia um prazo extra de trinta dias, por assim dizer, para regularizar a situação. Dois ou três dias depois, resolvi ir ao DETRAN de Vila Isabel, na Zona Norte no Rio de Janeiro, para tentar resolver logo esta pendência. Peguei um táxi, e conversando com o motorista sobre a situação, ele me disse que conhecia uma pessoa que resolvia tudo por R$ 400,00. Prova e exame de vista. Hipocritamente eu topei. Nem cheguei a ir ao DETRAN. O motorista deu meia-volta e me trouxe para casa, ficando de me telefonar no dia seguinte para acertar tudo. Tudo resolvido? Tudo resolvido coisa nenhuma. Foi só o motorista dar meia-volta que a Voz Interior deu um grito: — Mais uma vez você vai agir como um filho-da-puta? Bem, daquele momento em diante, eu entrei em uma espécie de pânico místico-moral-espiritual. Em casa, chorei amarguradamente por ter tido a desfaçatez de ter topado aquela parada. Eu queria que caísse um raio na minha cabeça, mas não queria que o taxista ligasse, para eu, morto de vergonha, não ter que dizer a ele que o compromisso hipócrita em que eu havia me metido havia melado. Ora, eram R$ 400,00; e, dessa truta fedorenta, provavelmente, ele levaria algum. Logo, certamente, ele ligaria, conforme combinado, no dia seguinte. Sabem o que aconteceu? Primeiro: eu morri de vergonha por ter topado essa hipocrisia, chorei muito e sofri alguns dias com essa coisa me martelando na cabeça. Segundo: curiosamente, o taxista não me ligou. Terceiro: já resolvi tudo. Honestamente. Por telefone, que era o que eu já deveria ter feito, ficou acertado para o dia 4 de junho para eu ir ao DETRAN e marcar a provinha e o exame de vista. Ufa! Quanto ao taxista, não o vi mais e não me lembro sequer da sua fisionomia.

 

Coisas como estas, quando acontecem comigo, entretanto, cada vez mais raras, por um lado, me horrorizam e me enchem de vergonha; por outro, me deixam muito feliz, pois só me dão a certeza de que não estou só, e de que a Voz Interior do Deus do meu Coração que estou construindo não me deixa fazer uma simples merdinha sem me avisar. Também serve para me lembrar de que somos todos falíveis e sujeitos a deslizar sob a pressão de nossas ignorâncias. Por isto, temos que ser tolerantes com as falhas alheias e nutrir em nossos Corações a mais ilimitada compaixão. Por isto também, ou ficamos calados (se achamos que devemos ficar calados) ou falamos sem usar eufemismos. Logo, dianinho não substitui diabo e safo não substitui ordinário–corrupto–sacanocrata. Eufemismo é uma forma de hipocrisia. Como eufemismo hipócrita é afirmar que Jesus eliminava os dejetos pela aura. Ora, Ele comia e bebia como qualquer um e teria que defecar e urinar igualmente como qualquer um. No entanto, na Idade Média, os doutores da Igreja faziam questão de hipocritamente assegurar que Jesus não fazia isso.

 

 

Rio de Janeiro, sexta-feira, 30 de maio de 2008.

 




 



 

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Notas:

1. O talibã (também transliterado talebã, taliban ou taleban) é um movimento islamita nacionalista da etnia afegane pashtu, que efetivamente governou o Afeganistão entre 1996 e 2001. O movimento talibã derivou principalmente da etnia pashtu, porém também inclui muitos voluntários não-afeganes do mundo árabe, assim como de países da Eurásia e do sul e sudeste da Ásia.

2. O Oráculo de Delfos afirmou que Sócrates era o mais sábio dos homens porque a sua sabedoria consistia em saber que não sabia (douta-ignorância). Uma de suas frases mais famosas é: Só sei que nada sei. O verdadeiro Filósofo é aquele que se coloca na posição de eterno aprendiz, isto equivalendo a ser crítico em relação ao suposto conhecimento alheio e despretensioso em relação ao que ele próprio conhece.

3. Críton (ou do dever) é um dos diálogos escritos pelo filósofo grego Platão (428/27 – 347 a.C.). Neste diálogo, Críton, tenta convencer Sócrates, de quem é discípulo, a fugir da execução de sua sentença de morte. Sócrates discorda e reafirma que sente que deve seguir a razão (por julgar isto o mais correto), mesmo que esta a leve a morte. No texto de Críton, encontra-se um forte debate acerca da justiça, da doxa e da episteme, no qual Sócrates defende a posição da razão frente ao discurso do povo (representado por Críton).

4. O Evangelho de Judas é um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialetal, que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob uma outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e, sim, atendido a um pedido Deste para denunciá-Lo aos romanos. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os Seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e uma outra versão para a criação do Universo.

5. Dilma Vana Rousseff Linhares (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores, e atual Ministra da Casa Civil. É graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado em Teoria Econômica e doutorado em Economia Monetária e Financeira, ambos pela UNICAMP. Na década de 1960, durante o regime militar, participou da luta armada atuando em organizações de esquerda, como a Política Operária e o Comando de Libertação Nacional (COLINA). Dilma esteve presa entre 1970 e 1973 nos órgãos públicos de repressão política, quando afirma ter sido torturada. Em dezembro de 2006, a Comissão Especial de Reparação da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro aprovou pedido de indenização por parte de Dilma e de outras 18 pessoas presas em dependências de órgãos do Governo Estadual na época.

6. As Cartas dos Mahatmas não devem ser objeto de fé cega, mas seu conteúdo essencial permanece atual e válido para este Terceiro Milênio. As Cartas foram uma série de documentos, particularmente escritos pelos Mestres Kut Hu Mi e Moria para Alfred Percy Sinnett (1840 – 1921), que, entre vários ensinamentos, inclui este: Reconhecemos apenas uma Lei no Universo: a Lei da Harmonia, do Equilíbrio Perfeito. A partir do conteúdo dessas Cartas, Sinnett escreveu, em 1881, O Mundo Oculto, e, em 1883, Budismo Esotérico.

7. Como explica o Mestre Kut Hu Mi, o 'Devachan' é um estado, digamos, de intenso egoísmo, durante o qual o Ego (combinação do Sexto e Sétimo Princípios) colhe a recompensa do seu altruísmo na Terra. Está completamente mergulhado na felicidade de todos os seus afetos pessoais, preferências e pensamentos terrenos, e recolhe o fruto de suas ações meritórias. Nenhuma dor, nenhuma pena, nem mesmo a sombra de uma aflição, obscurecem o brilhante horizonte de sua incontaminada felicidade, porque é um estado de perpétuo 'maya'. Vai ao 'Devachan' o ego pessoal, mas beatificado, purificado, santificado. Todo Ego que, depois do período de gestação inconsciente, renasce no 'Devachan' é necessariamente tão puro e inocente como uma criança recém-nascida. O fato de haver renascido comprova, já por aí, a preponderância do bem sobre o mal em sua velha personalidade. E, enquanto o 'karma' (do mal) fica temporariamente suspenso, para segui-lo mais tarde em sua futura encarnação terrena, ele só leva ao 'Devachan' o 'karma' de suas boas obras, palavras e pensamentos.

8. Pecado, nesta citação, deve ser entendido como violação de uma Lei Cósmica, consciente ou inconscientemente (como é o caso, por exemplo, da destruição da Natureza e do assassinato voluntário cometido com premeditação contra os nossos irmãos animais para os mais diversos fins). Não tem o sentido religioso e estático de que se não houver arrependimento e perdão concedido o indivíduo irá penar eternamente em um inferno ou em algo parecido, sem possibilidade futura, por assim dizer, de remissão por compensação e compreensão, ainda que a palavra remissão não seja adequada para explicar o funcionamento da Lei da Retribuição. Melhor mesmo é se pensar primeiro em compensação involuntária e inconsciente, porque ao nascer a compreensão as formas de compensação podem, em muitos casos, ser escolhidas voluntária e conscientemente. O que não existe mesmo é paraíso e inferno definitivos. Na verdade, eles estão em nossos Corações como criações temporárias derivadas de nossos pensamentos, palavras e atos.

 

Páginas da Internet e Websites consultados:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Percy_Sinnett

http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=15

http://www.teosofia.com.br/
artigos.asp?item=132&idioma=

http://villedelumiere.blogspot.com/2008/02/
quem-salva-uma-vida-salva-toda-uma.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff

http://www.rdpizzinga.pro.br/
livros/cartas2/mahatmas.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/George_W._Bush#Iraque

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eva_Braun

http://pt.wikipedia.org/wiki/Akhenaton

http://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei

http://pt.wikipedia.org/wiki/Joana_d'Arc

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Joana_d'Arc#O_processo_em_Ru.C3.A3o

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Judas_Iscariotes#O_Evangelho_de_Judas

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Evangelho_de_Judas

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Judas_Iscariotes#O_Evangelho_de_Judas

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Apologia_de_S%C3%B3crates

http://www.espacoacademico.com.br/
050/50cburdzinski.htm

http://esbclubefilosofia.blogspot.com/
2007_10_01_archive.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADton

http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o

http://dofundo.blogs.sapo.pt/4971.html

http://www.citador.pt/citacoes.php?Hipocrisia=
Hipocrisia&cit=1&op=8&theme=102&firstrec=0

http://pt.wikipedia.org/wiki/Talib%C3%A3

http://pt.wikiquote.org/wiki/
Fran%C3%A7ois_de_La_Rochefoucauld

http://pt.wikiquote.org/wiki/Hipocrisia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipocrisia

 

Observação:

A animação em flash Hipocrisia foi elaborada a partir de duas fotografias digitais, ambas disponibilizadas nos Websites abaixo:

http://blogdosilencio.blog.com/2007/2/

http://gestavea-caminhando.blogspot.com/
2008/05/escola-autoridade-e-hipocrisia.html

 

Fundo musical:

Have You Ever Really Loved a Woman?

Fonte:

http://www.skally.net/index2.html