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Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Hiparco de Nicéia

Hiparco de Nicéia

 

 

Hiparco de Nicéia, em grego Hipparkhos (190 – 126 a.C.), foi um astrônomo, construtor, cartógrafo e matemático grego da Escola de Alexandria nascido em Nicéia, na Bitínia, hoje Iznik, na Turquia. Viveu em Alexandria, sendo um dos grandes representantes da Escola Alexandrina, do ponto de vista da contribuição para a Mecânica. Trabalhou, sobretudo, em Rodes (161 – 126 a. C.).

 

Hoje, é considerado o fundador da Astronomia científica e também chamado de Pai da Trigonometria (tri = três + gono = ângulo + metrien = medida) por ter sido o pioneiro na elaboração de uma tabela trigonométrica, com valores de uma série de ângulos, utilizando a idéia pioneira de Hipsicles (180 a. C.), herdada dos babilônios, da divisão do círculo em 360 partes iguais (140 a. C.). Cada uma das 360 partes iguais em que a circunferência foi dividida recebeu o nome de arco de 1 grau. Cada arco de 1 grau foi dividido em 60 partes iguais e cada uma dessas partes recebeu o nome de arco de 1 minuto. Cada arco de 1 minuto também foi dividido em 60 arcos iguais e recebeu o nome de arco de 1 segundo.

 

Hiparco viveu em uma época posterior à Idade de Ouro da produção matemática daquela Universidade, atingida com Euclides de Alexandria (360 a.C. – 295 a.C.), Apolonio de Rodes (c. 295 a.C. – 230 a.C.), Eratóstenes de Cirene (entre 276 e 273 a.C. – 194 a.C.) e Arquimedes de Siracusa (287 a.C. – 212 a.C.), e que, a partir daí, entrou em declínio, mas foi um grande astrônomo, sem dúvida, e morreu em Rodes. Além de produzir algo inovador como a tabela de cordas, inventou um método para a resolução de triângulos esféricos.

 

Na Astronomia, Hiparco é considerado uma figura de transição entre astronomia babilônica e a obra de Ptolomeu. Trouxe para a Grécia os conhecimentos babilônicos sobre a graduação sexagesimal do círculo, e, a partir daí, definiu a rede de paralelos e meridianos do globo terrestre. Destacou-se pelo rigor de suas observações e segurança das conclusões a que chegou.

 

Fez descobertas fundamentais para a Astronomia: rejeitou a teoria heliocêntrica de Aristarco de Samos (310 a.C. – 230 a.C.) e desprezou os ensinamentos da Astrologia; criticou a obra geográfica de Eratóstenes de Cirene (entre 276 e 273 a.C. – 194 a.C.) e empregou rigorosos princípios matemáticos para a localização de pontos na superfície da Terra.

 

Entre suas contribuições na Astronomia citam-se a organização de dados empíricos derivados dos babilônicos, melhoramentos em constantes astronômicas importantes tais como duração do dia e do ano, com uma aproximação de 6 minutos e 30 segundos, elaboração do primeiro catálogo estelar da história com cerca de 850 estrelas e a impressionante descoberta da precessão dos equinócios, o movimento cíclico ao longo da eclíptica, na direção oeste, causado pela ação do Sol e da Lua sobre a direção do eixo de rotação da Terra e que tem um período de cerca de 26.000 anos.

 

Hiparco foi quem introduziu o conceito de grandeza associado ao brilho aparente (e não às dimensões) das estrelas. Ele chamou as estrelas mais luminosas de primeira grandeza, assim prosseguindo até as menos brilhantes, no limite da visibilidade humana, as estrelas de sexta grandeza.

 

Inventou um dioptro especial (também chamado de Bastão de Tiago) que era uma régua graduada com um guia e um cursor, usada para medir ângulos. Usou-a para medir o diâmetro aparente do Sol e da Lua, e determinou as coordenadas celestes das estrelas.

 

Criou o primeiro astrolábio – instrumento usado para medir a distância angular de qualquer astro em relação ao horizonte (150 a. C.). Criou o sistema de localização pelo cálculo de longitude e latitude e dividiu em zonas climáticas o mundo habitado então conhecido. Para a Cartografia, criou um método de projeção estereográfica.

 

Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua, e também demonstrou que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância (o valor correto é 60). Determinou, ainda, a duração do ano com uma margem de erro de 6 minutos.

 

De acordo com historiadores, até o final da vida, Hiparco dedicou-se ao estudo da Lua e elaborou a previsão dos eclipses futuros por 600 anos. Sua máxima era: Nunca enganar um amigo.

 

 

Teorema de Hiparco

 

 

Para qualquer quadrilátero inscritível, a razão entre as diagonais é igual a razão da soma dos produtos dos lados que concorrem com as respectivas diagonais.

 

 

 

 

 

Assim, resolvi lembrar:

tudo está relacionado;

tudo está entremeado.

 

No Kosmos, tudo é um;

de fora, não há nenhum.

Temos que relegar o não,

pois, cada um é um irmão.

 

m está para n assim como

a.d + b.c está para a.b + c.d,

 

Fará avançar ecce Homo,1

se a regra é não admitir,

e, por isto, tão-só ir e vir?

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Ecce Homo foram as palavras pronunciadas pelo senhor Pôncio Pilatos – Procurador da província romana da Judéia entre os anos 26 e 36 – quando apresentou Jesus, o Cristo (flagelado, ensangüentado e humilhado com a infame coroa de espinhos) à multidão hostil e imbecil, para que fosse tomada uma decisão final, por esta multidão hostil e imbecil, sobre o destino de Jesus, já que o senhor Pôncio não via nenhum motivo evidente e direto para O condenar. Em português, Ecce Homo significa: Eis o Homem. [Vulgata, Evangelho segundo São João, XIX: 5]. Mas, o senhor Pôncio, apesar de não ter percebido nenhum motivo para condenar o Divino Mestre, covardemente, como sói acontecer com todos os cagarolas, cedeu, condenou e mandou crucifixar! E Jesus foi barbaramente crucifixado! E a Profecia se cumpriu! E o Sangue limpo de Jesus inundou e purificou o mundo, e, eterizado, permanece no éter da Terra desde o Mistério do Gólgota. Depois, adianta[ria] o quê choramingar e dizer lavabo, inter innocentes, manus meas (lavarei, entre os inocentes, as minhas mãos), como continuam a dizer, em outro sentido, até hoje, tantos e tantos ófilos, envergonhando o Místico Padecimento do Crucificado? [Vulgata, Salmos, XXV: 6]. Eusébio de Cesaréia (c. 265 – 339), em sua História Eclesiástica, afirma que o senhor Pôncio acabou caindo em desgraça junto ao Imperador Caio Júlio César Augusto Germânico (12 – 41) – alcunhado de Caligula pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça em vê-lo mascarado de legionário, com pequenas caligæ (sandálias militares) nos pés. Por ter caído em desgraça, o senhor Pôncio cometeu suicídio por volta do ano 37. Aqui, cabe bem o ditado: foi pior a emenda que o soneto. Mas – quem sabe? – talvez a história da crucifixão de Jesus tenha um outro sentido e tenha sido outra, e o senhor Pôncio, sem saber, tenha sido apenas o agente efetuador do que precisava que se efetivasse. Se a crucifixão não tivesse acontecido... Se o Sangue de Jesus não tivesse sido eterizado... Por isto, disse Jesus: Pai, se é do Teu agrado, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a Tua. [Vulgata, Evangelho segundo São Lucas, XII: 42]. Então, sejamos dignos deste Sangue.

Nota editada das fontes:

http://www.upasika.com/docs/steiner/Steiner%20
Rudolf%20-%20Eterizacao%20do%20sangue.pdf

http://www.fraternidaderosacruz.org/mec.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecce_Homo

 

 

 

 

Fundo musical:

Turkish March
Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.madore.org/~david/music/midi/