1.
Há, contudo, os que nem sequer necessitam arrumar uma explicação
ou uma desculpa para se sentirem seguros, confortáveis e sem
culpa para praticar uma velhacaria. Geralmente são psicopatas,
ou seja, são portadores de transtorno de personalidade anti-social
(TPA).
2.
A psicopatia é o distúrbio mental em que o enfermo apresenta
comportamentos anti-sociais e amorais sem demonstração
de arrependimento ou remorso. Há incapacidade para amar e se
relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos,
e um extremo egocentrismo e inaptdão para aprender com a experiência.
Conforme explica o Dr. Osvaldo Lopes do Amaral, é muito
importante delimitar o conceito de psicopatia para que não
se torne um rótulo aplicado indiscriminadamente. Continua
Amaral: Nos estudos médicos sobre este transtorno são
usados como sinônimo de psicopatia as denominações
de sociopatia e de transtorno de personalidade anti-social (TPA).
Esta última denominação é a mais usada
nos textos científicos. O conceito atual de psicopatia
refere-se a um transtorno caracterizado por atos anti-sociais contínuos
(sem ser sinônimo de criminalidade), e principalmente por uma
inabilidade de seguir normas sociais em muitos aspectos do desenvolvimento
da adolescência e da vida adulta. Os portadores deste transtorno
não apresentam quaisquer sinais de anormalidade mental (alucinações,
delírios, ansiedade excessiva etc.) o que torna o reconhecimento
desta condição muito difícil. Critérios
diagnósticos para o transtorno de personalidade anti-social:
A - Existe um padrão de desrespeito e violação
dos direitos dos outros, ocorrendo desde a idade de 15 anos, como
indicado por três (ou mais) dos seguintes: 1) falhas
em adaptar-se às normas sociais que regem os comportamentos
legais indicadas pela repetição de atos que são
motivos para prisão; 2) propensão para enganar indicada
por mentiras repetitivas, uso de codinomes e manipulação
dos outros para benefício ou prazer pessoal; 3) impulsividade
ou falha em planejar o futuro; 4) irritabilidade e agressividade indicadas
por brigas e agressões repetitivas; 5) desrespeito negligente
pela própria segurança ou dos outros; 6) irresponsabilidade
indicada por falhas repetitivas em sustentar um trabalho consistente
ou honrar obrigações (financeiras ou morais); e 7) falta
de remorso indicado pela indiferença ou racionalização
ao ter maltratado alguém ou roubado alguma coisa. B - O indivíduo
tem pelo menos 18 anos de idade. C - Há evidências de
transtornos de conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D - A ocorrência do comportamento anti-social não é
exclusiva do curso da esquizofrenia ou de um episódio maníaco.
Resumindo, conclui o Dr. Amaral: Os aspectos essenciais do
estudo do TPA (psicopatia ou sociopatia) são: um transtorno
de natureza crônica que se inicia como transtorno de conduta
em torno de 15 anos e consolida-se como TPA aos 18 anos. Atinge mais
homens do que mulheres, tem componentes genéticos, familiares,
neurológicos e sociais. O número de seus portadores
tem aumentado muito na sociedade atual. Os portadores de TPA têm
uma inteligência média e alguns são muito inteligentes.
Usam muito os recursos verbais e são muito convincentes nas
suas argumentações. Têm alterações
no lobo frontal (a parte do cérebro que controla o relacionamento
com as pessoas) e nos circuitos que controlam as emoções.
Estas alterações fazem com que sejam agressivos, irritadiços
e estabeleçam relações muito perturbadas. Muitos
cometem crimes violentos (a maioria não) e são conhecidos
os casos de matadores em série, terroristas e líderes
do crime organizado. Uma parte dedica-se a atividades predatórias
do ser humano, tendo a enganação como elemento essencial.
As possibilidades de tratamento são limitadas pois os portadores
de TPA não estabelecem vínculos firmes e duradouros
e não aprendem com a experiência. Quando punidos não
aprendem com a experiência, voltando a cometer crimes e a violar
os direitos dos outros. Não sentem culpa com os atos anti-sociais
que cometem e sempre têm explicações e racionalizações.
Às vezes chegam a dizer que "matei por amor". São
pessoas extremamente frias e calculistas. Colocam nos outros (projetam)
aspectos detestáveis da sua mente e sentem uma espécie
de triunfo e grandiosidade quando enganam ou agridem alguém.
As medidas de prevenção não são muitas
e consistem em ajudar aos portadores a não se reproduzirem
com o excesso que lhes é peculiar, com medidas de apoio. No
nível individual a proteção é o conhecimento
e boa observação das pessoas com os quais convivemos
e com quem fazemos transações comerciais. A sociedade,
como conjunto, pode escolher melhor os políticos que vão
representá-la eliminando os predadores velhacos. Qualquer
que seja o caso, nós místicos temos de estar sempre
muito atentos para não ficar classificando o que misticamente
não pode e nem deve ser classificado. Para concluir estas reflexões,
cito: en médecine comme en amour, ni jamais, ni toujours...
Fundo
musical:
The
Impossible Dream (Mitch Leigh & Joe Darion)
Fonte:
http://www.geocities.com/~goldenoldies/jukeboxclassics.htm
Websites
consultados:
http://www.psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm
http://www.inef.com.br/psicopatia.htm
http://personales.ya.com/laemental/psicopatia.htm
http://www.acosomoral.org/29.htm
http://www.archivosdemedicina.com/files/1/webpgs/psicopatia.html
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=30&sec=91
http://www2.uol.com.br/setonline/
reportagens/217_psicopata_americano.shtml