A
Oxidrila: — Hum,
você hoje tá mesmo um balangandã de ouro. Tá
um supertesouro!
O
Hidroxônio: —
Balangandã?
Que supertesouro
mané tesouro; nem ouro, nem super, nem tesouro. Eu já não
to dando mais nem no couro.
A
Oxidrila: — Que
nada; pára com isso Hidroxônio.
Nós doisinhos bem que poderíamos fazer uma covalência.
Depois, com sorte – 'who
knows?' –
uma ponte de hidrogênio!
O
Hidroxônio: —
Não posso. Nem covalência nem ponte; seja ponte hidrogenada,
seja ponte afogada, seja ponte branca, seja ponte flutuante,
seja ponte aérea, seja uma 'Maryland
Bridge',
e muito menos poderá ser uma ponte de Einstein-Rosen. Só se
for uma ponte de safena; eu estou um brochildo de marca maior. Oh!, Oxidrila,
perdi o encanto e perdi
o meu gênio!
A
Oxidrila: — Bobagem,
Hidroxônio;
você precisa, sim, é parar com essa chorumela. Anime-se, meu
amor; tome um Viagra.
O
Hidroxônio: — Você
ficou doida? Eu morro de medo. Esse treco pode desengonçar a minha
velha bisagra.
A
Oxidrila: — Então,
como é que fica?
O
Hidroxônio: — Sei
lá. Hoje, to mais pra banana-nanica!
A
Oxidrila: — Tá
legal, querido, eu entendo. Mas quando nós dois iremos fazer duas
moleculinhas de água?
O
Hidroxônio: — Sei
lá, meu bem! Ah!, bons tempos aqueles de 1819! Lembra? Namoramos
até encher a caixa-d'água lá em Leal Villa de Santiago
de Manágua!
A
Oxidrila: — Porra
Hidroxônio! Você abilolou? Aquele vilarejo rural xexelento que
você conheceu no século XIX se transformou na capital da 'Nic–atl-nahauc'
– palavra indígena que significa 'aqui junto à água'
e que acabou sendo castelhanizada; hoje, é conhecida como (República
da) Nicarágua. Já estamos no século XXI; você
tá perdendo o espetáculo parado naquele século!
O
Hidroxônio: — Pois
é Oxidrila, eu sei.
Mas com espetáculo
ou sem espetáculo, Viagra eu não tomo; prefiro um espéculo.
A
Oxidrila: — Espéculo?
Isso não entra em mim nem morta.
O
Hidroxônio: — É
porque você não é como eu; um guampa-torta que não
entorta!
Citrato
de Sildenafila
Música
de fundo:
Máscara
Negra
Compositores: Zé Kéti, Hildebrando Pereira Matos e Deusdedith
Pereira Matos
Intérprete: Dalva De Oliveira
Fonte:
http://www.umnovoencontromusical.com/
musicas_antigas-A-L.htm