(Miragem ou Ilusão?)

 

 

 

 

 

 

 

Duas Reflexões

 

Herdamos exclusivamente de nós mesmos: os males que praticamos, os bens que fazemos, as coisas que compreendemos. É por isto que somos responsáveis por tudo: pelo ontem, pelo hoje, pelo amanhã.

 

Geralmente, todas as conquistas coletivas advêm do esforço e do sacrifício de poucos para benefício e contentamento de muitos!

 

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

omo fulano-aí poderá faturar algo

pelo qual nem sequer se esforçou?

Como sicrano-aí poderá herdar algo

ao qual nem um pouco se dedicou?

 

 

Fantasias Herdárias?1 Incoerente!

Infalibilidade ex cathedra?2 Implausível!

Suplência senatorial!3 Inadmincrível!4

 

 

L'État c'est moi?5 Não! L'État sommes nous!6

Baionetas? Sangue?7 Insensibilidade!

Orgulhosamente sós?8 Nem em rendez-vous!

Liberdade racionada?9 Impensabilidade!

 

 

usamos os tiquinhos por empréstimo.

Nem que o céu sobre nós desabe,10

imprestabilidade se tornará préstimo.

 

 

Portanto, querido irmão, anote aí:

precisamos desenraizar da cachola

que a nossa mina de ouro está aqui.

Herança? No Kosmos, isto não cola!

 

 

Entretanto, há, sim, uma herança:

o que na cuca puder ser entendido.

E mais: o Eu Interno não se cansa

de procurar o que está escondido!

 

 

E onde este escondido está velado?

Dentrinho de nós, em nosso Coração!

Pombas! Bolas! Nada está interditado;

é só uma questão de zelo-disposição.

 

 

Zelo-disposição + botar pra derreter!

Sonhar com tutu de parente entubado

só faz a nossa encarnação apodrecer,

 

 

Não sei se isto é miragem ou ilusão,

mas, sei que é uma sem-vergonhice.

E o que apodrece sofre entropização!

E tutu de entubado não sara idiotice!

 

 

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Eu morro...

Tu herdas...

Ele inveja...

Nós         ...

Vós         ...

Eles        ...

 

 

 

ShOPhIa: quem cava encontra!

 

 

 

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Notas:

1. As capitanias foram uma forma de administração territorial do Império Português, pela qual a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas atlânticas. No Brasil, este sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias (que, muito a contragosto, mas, penso que apropriadamente, eu denominei de fantasias herdárias), tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial, do início do século XVI até o século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto por Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782), Secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750 – 1777), em 1759. A hereditariedade foi abolida, mas, a denominação capitania ainda não.

 

Capitanias Hereditárias

Capitanias Hereditárias (Luís Teixeira) – 1586
Lisboa, Biblioteca da Ajuda

 

2. A infalibilidade papal é um dos dogmas (verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida) da Igreja Católica. A Teologia Católica afirma que o Papa, em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em matéria de fé ou moral (os costumes) – isto é, ex cathedra (literalmente, a partir da cadeira de São Pedro) está sempre correto. Na clarificação solene e definitiva destas matérias, o Papa goza de assistência sobrenatural do Espírito Santo, que o preserva de todo o erro. O uso da infalibilidade é restrito somente às questões e verdades relativas à fé e à moral (costumes), que são divinamente reveladas ou que estão em íntima conexão com a Revelação Divina. Uma vez proclamadas e definidas solenemente, estas matérias de fé e de moral se transformam em dogmas, ou seja, em verdades imutáveis e infalíveis que qualquer católico deve aderir, aceitar e acreditar de maneira irrevogável. A conseqüência da infalibilidade papal é que a definição ex cathedra dos papas não pode ser revogada e é por si mesma irreformável. É por isto que eu, com todas as minhas falibilidades sem-fim, jamais poderia ser papa! E nem que me implorassem eu aceitaria!

3. Qualquer reforma política séria e à vera tem que dar um fim cabal nessa esdruxulice institucionalizada de suplência de senador. Atualmente, o Brasil possui 81 senadores. Para registrar uma candidatura ao Senado, é preciso cadastrar dois suplentes, que, estratégica e normalmente, são totalmente desconhecidos do povão. Quando um senador eleito se afasta do cargo (coisa que ele não deveria fazer nem acontecer, pois, foi eleito para ser senador e não para ser outra coisa), o primeiro suplente o substitui e, na impossibilidade deste, o segundo passa a ocupar a função. Tais situações são comuns nos casos em que senadores assumem cargos como, por exemplo, de ministro ou de prefeito, renunciam aos seus mandatos ou são cassados. Por isto, os suplentes dos senadores são conhecidos como políticos sem votos. Essa tal de suplência de senador, muito mais do que ilegítima, é, na verdade, uma esculhambência-sem-pudor-patropileira! Mas, esta esculhambência é muito mais complicada do que se possa imaginar, porque o senador eleito-afastado pinta, borda, manda e desmanda no seu suplente, que, sem poder exercer condignamente a função para a qual não foi eleito, não é mais do que um fantoche senatório. No fundo (e no raso), todos esses caras – como o abominável deputado Justo Veríssimo de Santo Cristo – com raríssimas e digníssimas exceções, têm horror a pobre, e querem que o povão não ecloda, ou seja, que eroda, que exploda ou que imploda. Uma perguntinha besta: você sabe os nomes dos suplentes do senador em quem votou na última eleição? Nem eu, nem o Mandrake, nem o Lothar! Definição: suplência de senador é uma coisa contrária à moral, anti-republicana e despatriótica. Precisamos dar um fim nisto. Rapidinho!

 

 

Qualquer parecença desses fantoches-aí com os
suplentes de senadores não é mera coincidência!

 

4. Inadmincrível = Inadmissível + Incrível.

5. L'État c'est moi (em português: O Estado sou eu). Esta frase costuma ser atribuída a Luís XIV (Saint-Germain-en-Laye, 5 de setembro de 1638 – Versalhes, 1º de setembro de 1715), também conhecido como Luís, o Grande ou o Rei Sol, que foi Rei da França e Navarra de 1643 até sua morte, apesar de grande parte dos historiadores dizerem que isto é apenas um mito ou uma lenda. Seu reinado, de 72 anos e 110 dias, é o mais longo da História de qualquer monarca europeu na história.

6. O Estado somos nós!

7. Nosso regime se apóia em baionetas e sangue, não em eleições hipócritas. Frase de Francisco Franco (Bahamonde, Ferrol, 4 de dezembro de 1892 Madrid, 20 de novembro de 1975), militar, Chefe de Estado e ditador espanhol.

8. Frase de António de Oliveira Salazar (Vimieiro, Santa Comba Dão, 28 de abril de 1889 Lisboa, 27 de julho de 1970) foi um estadista nacionalista português que, além de chefiar diversos ministérios, foi Presidente do Conselho de Ministros e professor catedrático de Economia Política, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de Coimbra. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a comunidade internacional e a ONU vinham defendendo a implementação de uma política de descolonização em todo o mundo. O Estado Português se recusou a conceder a autodeterminação aos povos das regiões colonizadas. Salazar, praticando uma política de isolacionismo internacional sob o lema Orgulhosamente Sós, levou Portugal a sofrer conseqüências extremamente negativas em níveis cultural e econômico.

9. É verdade que a liberdade é preciosa; tão preciosa que deve ser cuidadosamente racionada. Frase de Vladimir Ilitch Lenin Simbirsk (22 de abril de 1870 – Gorki, 21 de janeiro de 1924), revolucionário e Chefe de Estado Russo, responsável em grande parte pela execução da Revolução Russa de 1917, líder do Partido Comunista, e primeiro Presidente do Conselho dos Comissários do Povo da ex-União Soviética.

10. Ou que o inferno regele!

 

Música de fundo:

Nobody Knows You When You're Down And Out
Composição: Jimmie Cox
Interpretação: Nina Simone

Fonte:

http://www.mp3fil.to/download/
nina-simone-nobody-knows-when.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://aabbportoalegre.blogspot.com.br/2011/
01/hora-do-conto-com-fantoches.html

http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/
07/o-que-e-a-suplencia-de-senador

https://quadrinhos.wordpress.com/2011/12/31
/80-anos-do-reizinho-de-otto-soglow/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Infalibilidade_papal

http://ccatolico.qualinfonet.com.br/site/?p=3110

http://ditadoreseuropeus.com.sapo.pt/extras.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%
ADs_XIV_de_Fran%C3%A7a

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%
A3o_Jos%C3%A9_de_Carvalho_e_Melo

http://www.howardforums.com/showthread.php/
533360-Post-you-animated-GIF-files-VXXX

http://www.panoramablogmario.blogger.com.br/
2006_06_01_archive.html

http://www.csdirtworks.com/

http://perdurabo10.tripod.com/id29.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil

 

Direitos autorais:

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