Heráclito de Éfeso
Em pintura de Johannes Moreelse (1602-1634)

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Heráclito de Éfeso (datas aproximadas: 540 a.C. – 470 a.C. em Éfeso, na Jônia) foi um filósofo pré-socrático que recebeu o cognome de Pai da Dialética e ficou célebre por sua obscuridade. Todavia, salvo melhor juízo, penso que nada seja mais claro do que esta afirmação heraclitiana: Os homens deveriam tentar compreender a coerência subjacente das coisas; ela está expressa no Logos, fórmula ou elemento de ordenação comum a todas elas. Deste conceito, derramou a seguinte máxima, à qual não se pode fazer qualquer reproche: Dando ouvidos não a mim, mas ao Logos, é avisado concordar em que todas as coisas são uma.

 

Tímon de Fliunte (320 a.C. – 230 a.C.), sofista e autor satírico do terceiro século a.C., resumiu o pensamento de Heráclito como enigmático e definiu o pensador jônico como aquele que se exprime por enigmas. Já de Cícero, Heráclito recebeu a alcunha de obscuro, pois desprezava a plebe, recusou-se a participar da política (que era essencial aos gregos) e tinha também desprezo pelos poetas, pelos filósofos e pela religião, ainda que tenha admitido que as práticas religiosas convencionais – ilógicas e insensatas – possam conduzir, por vezes, acidentalmente, à verdade. Sua alcunha derivou-se, principalmente, devido ao livro (Sobre a Natureza) que escreveu com um estilo obscuro, próximo a sentenças oraculares.

 

Sobre a vida de Heráclito, Diógenes Laércio relata: Heráclito, filho de Blóson, ou, segundo outra tradição, de Heronte, era natural de Éfeso. Tinha uns quarenta anos por ocasião da 69ª Olimpíada (504 - 501 a.C). Era homem de sentimentos elevados, orgulhoso e cheio de desprezo pelos outros. Retirado no templo de Ártemis, divertia-se em jogar com as crianças. Acercando-se dele os efésios, perguntou-lhes:

— De que vos admirais, perversos? O que é melhor: fazer isto ou administrar a República convosco?

E, por fim, tornado misantropo e retirando-se, vivia nas montanhas, alimentando-se de ervas e plantas.

 

Utilizando geralmente de hipocrisia, Heráclito ridicularizava o conhecimento dos médicos e dos físicos de sua época. Sobre as circunstâncias de como ocorreu a sua morte, Diógenes Laércio assim nos conta: Hermipo, porém, conta que ele (Heráclito) perguntava aos médicos se alguém podia, esvaziando-lhe o ventre, expelir a água. Como negassem, deitou-se ao Sol e pediu aos criados que o cobrissem com esterco. Assim deitado, faleceu no dia seguinte e foi sepultado na praça pública. Neantes de Cizico afirma que, tendo sido impossível retirá-lo de sob o esterco, lá permaneceu, e, irreconhecível pela putrefação, foi devorado pelos cães.

 

Heráclito admitia que tudo é movimento, e que nada pode permanecer estático. Panta Rhei, sua máxima, significa tudo flui, tudo se move, exceto o próprio movimento. Exemplificava, dizendo que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque, ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá, e a pessoa mesma já será diferente (de fato, a Biologia veio a descobrir, muito mais tarde, que nossas células estão em constante renovação, e isso é uma mudança).

 

 

Por este motivo, ou seja, por admitir que todas as coisas correm como rios, também foi depreciado como filósofo chorão. Mas, o fato é que Heráclito pensava que coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam; coisas úmidas secam, coisas secas umedecem etc. A realidade, para este pré-socrático, acontece, então, não em uma das alternativas (calor, frio, umidade, sequidão), que é apenas parte da realidade; e, sim, na mudança ou, como Heráclito explicava, na guerra entre os opostos. Tal guerra é que permite a harmonia e mesmo a paz, já que assim é possível que os contrários possam existir: A doença faz da saúde algo agradável e bom, ou seja, se não houvesse a doença, não haveria porque valorizar a saúde, por exemplo. Ele ainda considerava que, nessa harmonia, os opostos coincidem da mesma forma que o princípio e o fim, em um círculo, ou a descida e a subida, em um caminho (o caminho a subir e a descer é um e o mesmo).

 

Dizia também: a água do mar é a mais pura e a mais poluída; para os peixes, é potável e salutar, mas para os homens é impotável e deletéria. O quente é o mesmo que o frio, pois o frio é o quente quando muda (ou, dito de outra forma: o quente é o frio depois de mudar, e o frio, o quente depois de mudar, como se ambos, quente e frio, fossem versões diferentes da mesma coisa). Resumindo tudo isto: inevitabilidade de mudança, pois, cada par de contrários forma tanto uma unidade como uma pluralidade, já que pares diferentes estão interligados.

 

 

 

 

Inserido no contexto pré-socrático, Heráclito definiu, partindo de seus pressupostos (o Panta Rhei e a guerra entre os contrários) uma arché, um princípio de todas as coisas: o Fogo. Para ele, todas as coisas são uma troca do Fogo, e o Fogo uma troca de todas as coisas, assim como o ouro é uma troca de todas as mercadorias e todas as mercadorias são uma troca do ouro, ou seja: todas as coisas transformam-se em Fogo, e o Fogo transforma-se em todas as coisas. Para Heráclito, o Fogo condensado se umidifica, e com mais consistência torna-se Água, e esta, solidificando-se, transforma-se em Terra e a partir daí, nascem todas as coisas do mundo. Este é o caminho que Heráclito define como sendo para baixo. Derretendo-se a Terra obtém-se Água. Água transforma-se em vapor, tal como vemos na evaporação do mar. E rarefazendo-se o vapor transforma-se novamente em Fogo. E este é o caminho para cima.

 

 

 

 

No pensamento heraclitiano, Deus não tinha a aparência de um homem nem de outro animal qualquer. Deus não era nem criador, nem onipotente. Heráclito limitava-se a identificá-Lo com os opostos, os quais persistem apesar de suas mudanças e assim são capazes de compreender sua própria unidade. Dizia Heráclito: Deus é dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, saciedade-fome; mas se alterna como o Fogo quando se mistura a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada um. Também afirmou: O mais sábio dos homens, comparado a Deus, parecer-se-á um símio, em sabedoria, em beleza e em todo o resto.

 

 

 

 

 

 

 

 

Objetivo do Trabalho

 

 

 

Este rascunho nada tem de original. De novo, contém apenas as animações em flash que produzi para ilustrar o texto. Portanto, constitui-se apenas da divulgação de um estudo fragmentário que fiz sobre o que há de disponível sobre Heráclito em minha biblioteca particular e na Internet. É, portanto, uma simples e despretensiosa coleção de fragmentos para proporcionar ao leitor um momento de reflexão, pois nada há sobre este pré-socrático que já não tenha sido divulgado.

 

Mas não posso deixar de chamar a atenção para a sua máxima Panta Rhei – tudo flui, tudo se move. Teremos que, um dia, compreender algumas coisas básicas sobre o Kósmos: 1ª) nunca houve um começo criacionista – uma espécie de Big Bang; 2ª) não poderá haver um fim; 3ª) o nada não pode dar origem ao que quer que seja, tanto quanto o que quer que seja não poderá ser transformado em nada; 4ª) entre outras Leis, tudo é regulado pela Lei do Triângulo e pela Lei da Ação e Reação; 5ª) o Kósmos não é castigador nem concede prêmios (não há um céu e não há um inferno); 6ª) o Kósmos se manifesta em meio a um incessante movimento e a uma incessante transformação; e 7ª) no Kósmos, a contingência é impossível; as necessárias coisas que integram o Kósmos estão em processo de evolução (reintegração) permanente. Como deixou escrito Heráclito, para baixo ou para cima, o caminho é um e o mesmo. Penso que os fragmentos heraclitianos que serão reproduzidos a seguir facilitarão o encaminhamento destas questões.

 

 

 

 

 

 

Pensamentos de Heráclito

 

 

 

Os olhos e os ouvidos são maus testemunhos quando a alma não presta.

 

A oposição traz concórdia. Da discórdia advém a mais perfeita harmonia.

 

Um homem tolo assusta-se a cada palavra.

 

Tudo se faz por contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela harmonia.

 

A verdadeira constituição das coisas gosta de se ocultar.

 

Para os seres despertos, há somente um mundo comum.

 

Panta Rhei! Tudo flui!

 

 

O caminho para baixo e para cima é um e o mesmo.

 

Imortais, mortais; mortais, imortais. A vida destes é a morte daqueles, e a vida daqueles é a morte destes.

 

O relâmpago governa o Universo.

 

Muita instrução não ensina a ter inteligência.

 

Pois uma só é a coisa sábia: possuir o conhecimento que tudo dirige através de tudo.

 

Mais do que o incêndio, é preciso extinguir a insolência.

 

Os que procuram ouro cavam em muita terra e pouco encontram.

 

É preciso que lute o povo pela Lei, tal como pelas muralhas.

 

Não conjecturemos à-toa sobre as coisas supremas.

 

Não compreendem como o que diverge consigo mesmo concorda: harmonia de tensões retornantes, como de arco e lira.

 

Harmonia não-manifesta é superior à aparente.

 

Se não tiveres esperança, não encontrarás o inesperado, pois não é encontradiço e é inacessível.

 

A única coisa que não muda é que tudo muda.

 

Não cruzarás o mesmo rio duas vezes porque outras são as águas que correm nele.

 

 

 

 

Para Deus tudo é belo, é bom, e é justo; os homens, contudo, julgam umas coisas injustas e outras justas.

 

O Uno – o único sábio – recusa e aceita ser chamado pelo nome de Zeus.

 

A Justiça saberá ocupar-se dos que tramam mentiras e de seus testemunhos.

 

É sábio escutar não a mim, mas ao meu discurso ('logos'); e confessar que todas as coisas são Um.

 

Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um Fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.

 

 

 

 

As transformações do Fogo: primeiro o mar; e a metade do mar é a Terra, a outra metade o vento quente. A Terra dilui-se em mar, e esta recebe a sua medida segundo a mesmo lei, tal como era antes de se tornar Terra.

 

Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa: vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente.

 

Para as Almas, morrer é transformar-se em Água; para a Água, morrer é transformar-se em Terra. Da Terra, contudo, forma-se a Água, e da Água a Alma.

 

Assim como a aranha, instalada no centro de sua teia, sente quando uma mosca rompe algum fio (da teia) e por isso acorre rapidamente, quase aflita pelo rompimento do fio, assim a alma do homem, ferida alguma parte do corpo, apressadamente acode, quase indignada pela lesão do corpo, ao qual está ligada firme e harmoniosamente.

 

A Alma compõe-se de Fogo. Provém da umidade, e nesta se converte, numa absorção total que é, para ela, a morte. A alma-Fogo está aparentada com o mundo-Fogo.

 

A vigília, o sono e a morte estão relacionados com o grau de ardência da Alma. Durante o sono, a Alma está, em parte, separada do mundo-Fogo, e deste modo, diminui de atividade.

 

As Almas virtuosas não se transformam em Água, quando da morte do corpo, mas sobrevivem para se juntarem, eventualmente, ao Fogo Cósmico.1

 

Bem e mal são uma e a mesma coisa. Os médicos cortam, queimam torturam de todos os modos os doentes, exigem um salário, ainda que nada mereçam, fazendo-lhes um bem semelhante à doença.

 

Se a felicidade consistisse nos prazeres do corpo, deveríamos proclamar felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer.

 

As opiniões dos homens são jogos de crianças.

 

Completo e incompleto, concorde e discorde, harmonia e desarmonia, e de todas as coisas, um, e de um, todas as coisas.

 

Quem se poderá esconder da Luz que nunca se deita?

 

Tudo acontece segundo a discórdia e a necessidade.

 

O equilíbrio total do 'Kósmos' só pode ser mantido se a mudança em uma direção conduzir eventualmente à mudança na outra, isto é, se houver uma 'discórdia' infindável entre contrários.

 

Só uma coisa é sábia: conhecer o pensamento que governa tudo através de tudo.

 

Descemos e não descemos nos mesmos rios; somos e não somos.

 

O próprio tempo traz todas as coisas.

 

Não seria melhor para os homens, se lhes acontecesse tudo o que desejam.

 

Na circunferência, o princípio e o fim se confundem.

 

De quantos ouvi palavras! Nenhum chegou a compreender que a Sabedoria.2 é distinta de todas as coisas.

 

A Sabedoria consiste em [tentar] compreender o modo como o mundo funciona.

 

O bem pensar é a mais alta virtude; e a Sabedoria consiste em dizer a verdade e em agir conforme a Natureza, ouvindo a sua Voz.

 

O que aguarda os homens após a morte não é nem o que esperam nem o que imaginam.

 

Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e recebamos como um presente o que quer que nos traga o dia de hoje.

 

O caráter é para o homem um 'daímon'.

 

O caminho da espiral sem fim é reto e curvo; é um e o mesmo... Para baixo ou para cima, o caminho é um e o mesmo.

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

Uma Palavra Final

 

 

 

Porque concordo, reproduzirei, editado em parte, como conclusão, o entendimento de G. S. Kirk e de J. E. Raven – autores da obra Os Filósofos Pré-socráticos – sobre o pensamento heraclitiano.

 

A despeito de muitas obscuridades e de diversas incertezas de interpretação, é evidente que o pensamento de Heráclito possuía uma unidade global que se afigura inteiramente nova. Heráclito pode ser acusado de tudo, menos de ter sido um taquipsíquico; sabia o que dizia. Praticamente, de forma sistemática, todos os aspectos do mundo foram refletidos e estão explicados em seu pensamento. Talvez, o mais importante legado heraclitiano tenha sido a divulgação de que as mudanças naturais de todas as espécies são regulares e equilibradas, e que a causa determinante deste equilíbrio é o Fogo (ou Logos, como foi denominado) – constituinte comum de todas as coisas.

 

Enfim, a compreensão do Logos, da verdadeira constituição das coisas, é necessária; isto se as nossas Almas não vierem a se tornar excessivamente umedecidas, a ponto de se tornarem ineficazes e ineficientes devido à insensatez, à cobiça, ao desejo e às múltiplas paixões que a endureçam, degradem e as tornem inexeqüíveis no contexto da harmonia universal, impedindo uma inter-relação desejável e efetiva.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Misticamente, isto pode ser entendido da seguinte forma: a reciclagem cósmica entropizante – a forma mais extrema do Revertere ad locum tuum (Retorna ao teu lugar), [Vulgata, Números, XXIV, 11] – se dá quando o nível próprio de degradação e de inexeqüibilidade da Alma é irreversível. Aqui, neste caso, não há punição nem propriamente dor; simplesmente, como há uma patente impossibilidade de evolução (reintegração), por uma espécie de endurecimento, a Essência animante reverterá à condição inicial, ao ponto de onde partiu, e o ente, por assim dizer, perde sua individualidade-identidade (Impressão Digital Cósmica) como ente. A Teosofia denomina esta lamentável condição de seres-sem-alma (estéreis criaturas). Quanto a isto, em O Matrimônio Perfeito, Samael aun Weor assim se pronunciou: Os que não possuem alma são esboços de homens, fantasmas de morte. Isso é tudo. Os veículos dos homens sem alma são veículos de fantasmas; não são os autênticos veículos do Fogo. Isto, entretanto, não significa que todos os homens-sem-alma tenham que obrigatoriamente ser reciclados e entropizados. Não. Se a maioria de nós, hoje, é um Quadrado (segundo Rudolf Steiner, 1861 – 1925, Corpo Físico, Corpo Etérico ou Vital, Corpo anímico-sensitivo e Alma do Intelecto), um dia, já foi um simples Triângulo (Corpo Físico, Corpo Etérico ou Vital e Corpo anímico-sensitivo). E muitos dos que hoje ainda são Triângulos poderão vir a se tornar Quadrados, assim como os Quadrados de hoje poderão se tornar Pentágonos no futuro, até completarem conscientemente sua Constituição Setenária (segundo Rudolf Steiner, Corpo Físico, Corpo Etérico ou Vital, Corpo anímico-sensitivo, Alma do Intelecto, Alma da Consciência Plenamente Espiritualizada, Espírito Vital e Homem-espírito*). O que virá depois? Não importa, mas é certo que 7 = = . Mas, por que querer saber a respeito das 239 etapas que estão faltando, para que as três séries de setes estejam integralmente cumpridas? E, mesmo que soubéssemos, restaria a pergunta: o que virá depois? Todavia, tudo isto depende de quê? Tão-somente do esforço e do mérito de cada um de nós.

* Segundo Rudolf Steiner, pode-se também apresentar a seguinte composição do homem: 1. Corpo Físico; 2. Corpo Vital; 3. Corpo Astral; 4. Eu, como cerne da Alma; 5. Identidade Espiritual, como Corpo Astral transformado (Transmutado); 6. Espírito Vital, como Corpo Vital transformado (Transmutado); e 7. Homem-espírito, como Corpo Físico transformado (Transmutado). Então, se uma síntese deste entendimento pudesse ser feita, tudo se resume a Corpo Físico —› Corpo Físico Transmutado.

2. Sabedoria —› ShOPhIa = 300 + 6 + 80 + 10 = 396 18 9.

 

Bibliografia:

BORNHEIM, Gerd A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, s. d.

KIRK, G. S. e RAVEN, J. E. Os filósofos pré-socráticos. 2ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.scribd.com/doc/2523034/Ebook
-Antroposofia-ESP-Rudolf-Steiner-Teosofia

http://br.geocities.com/
samaelaunweor2/matrimonio/11.htm

http://pt.shvoong.com/humanities/1704277-t%C3%
ADmon-fliunte-vida-obra-import%C3%A2ncia/

http://www.culturabrasil.pro.br/
heraclito.htm

http://www.mundodosfilosofos.com.br/
heraclito.htm

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Her%C3%A1clito

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Her%C3%A1clito_de_%C3%89feso

 

Fundo musical:

Panta Rhei

Fonte:

http://www.rafald.slupca.lm.pl/
pliki/strony/polifonia/dzwonkipoly.html