Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Uma pedra... Todas as pedras...

Todas as pedras... Uma pedra...

Todas as pedras um em Um;

todas as pedras de Um.

 

Uma planta... Todas as plantas...

Todas as plantas... Uma planta...

Todas as plantas um em Um;

todas as plantas de Um.

 

Um bicho... Todos os bichos...

Todos os bichos... Um bicho...

Todos os bichos um em Um;

todos os bichos de Um.

 

Um dasein1... Todos os daseins...

Todos os daseins... Um dasein...

Todos os seres-no-mundo um em Um;

todos os seres-no-mundo de Um.

 

Um ente... Todos os entes...

Todos os entes... Um ente...

Todos os entes um em Um;

todos os entes de Um.

 

Um Universo... Todos os Universos...

Todos os Universos... Um Universo...

Todos os Universos um em Um;

todos os Universos de Um.

 

Um óbice... Todas as compreensões...

Todas as compreensões... Um óbice...

Óbices, compreensões, virtudes, defeitos...

De nós mesmos somos causas e efeitos.

 

Uma vida... Todas as mortes...

Todas as mortes... Uma vida...

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Dasein é o termo principal na Filosofia Existencialista do filósofo alemão Martin Heidegger (1889 – 1976). Dasein é o ser-no-mundo (in-der-welt-Sein) que se encontra em situação, em um círculo de afetos e de interesses, ou seja, o homem que está sempre aberto para se tornar algo novo, estando-no-mundo, sendo-com-todos (mit-Sein-mit-Anderen). A própria situação presente é determinada por aquilo que o homem pretende fazer e vir-a-ser. Muito do que o homem faz hoje, senão tudo, é feito com o objetivo do que ele quer ser amanhã. O dasein, portanto, não pode ser caracterizado fora da existência. Ele é o seu compreender-se, o seu projetar-se, o seu devenir – o tornar-se, o começar a ser o que não era antes. O dasein enquanto substância – ou seja, na sua existencialidade ou substancialidade – é um ainda-não, que, se lançando na existência, reside na não-totalidade em busca desta mesma totalidade. A existência é a sua essência. Ora, isto se resume em: navegar, peregrinar e se compreender é preciso; naufragar, sonolentar e se descompreender não é preciso. Mas, curiosamente, o descompreender-se é uma forma de se compreender, pois é da descompreensão que nasce a compreensão – que os místicos denominam de Illuminação. Enfim, como observa Voltaire Schilling, ser-no-mundo é morar no mundo, e não estar tenuemente ligado a ele. 'Ser', para Heidegger, como observou Sartre, 'é ser as próprias possibilidades: é fazer-se ser'. Isto se resume assim: na condição de ser-no-mundo, dasein e mundo se pertencem mutuamente; e neste incessante desfazimento/fazimento, o dasein é, nada mais nada menos, do que ocupação absorvida no mundo, em-si, para-si, com-os-outros e nos-outros. Tudo é Um; somos todos Um!

 

 

 



Nota editada das fontes:

http://books.google.com.br/

http://www.filoinfo.bem-vindo.net

http://educaterra.terra.com.br/
voltaire/cultura/heidegger3.htm

http://pensamentoextemporaneo.
wordpress.com/tag/dasein/

http://comunix.org/node/722

 

Observação:

Segundo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), disse o Pai da Dialética, Heráclito de Éfeso (datas aproximadas: 540 a.C. – 470 a.C.): O todo e o não-todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissonante... De todas as coisas Um e do Um todas as coisas.

 

Fundo musical:

Comer Comer (Balão Mágico)

Fonte:

http://www.charles50tao.com.br/infantil.htm