Somatização
Somatização
se refere a uma ou várias queixas físicas, que uma
investigação adequada não revele existência
de patologia orgânica ou mecanismo patofisiológico
que expliquem a intensidade da queixa física. Geralmente,
a somatização é considerada o resultado de
uma resposta orgânica a um extremo sofrimento psicológico.
A presença de somatizações não exclui
o diagnóstico de outras doenças psiquiátricas,
ocorrendo freqüentemente em comorbidade (simultaneamente) com
estas. Pacientes com transtornos psiquiátricos, como depressão,
transtorno de ansiedade ou algum transtorno de personalidade descrevem,
em 72% dos casos, sintomas físicos além dos usados
para diagnóstico do transtorno.
Somatização,
segundo sua definição contemporânea, criada
por Zbigniew Lipowski (1924 – 1997), é
uma tendência
para experimentar e comunicar desconforto somático e sintomas
que não podem ser explicados pelos achados patológicos;
deve-se procurar ajuda médica para eles. É
um diagnóstico que deve ser feito por exclusão de
outras causas, que deve ser usado com cautela por ser muito difícil
garantir que não há outras causas. É uma causa
bastante freqüente em serviços de atenção
primária, onde, pelo menos, um sintoma somatizado aparece
em 16% a 50% das entrevistas iniciais (anamnese). Na literatura
internacional, existe uma tendência recente sobre o assunto,
e está se tornando costume usar o termo sintomas físicos
sem explicação médica (SEM) ou idiopático,
isto é, que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a
partir de causas obscuras ou desconhecidas.
Quando
não identificados, os pacientes com transtornos somatizantes
costumam demandar uma grande quantidade de consultas médicas
e exames, que apenas aumentam seu sofrimento, ansiedade e frustrações,
gerando altos custos para o sistema de saúde.
Acredita-se
que fatores psicológicos e psicossociais desempenham um papel
importante na etiologia desta condição. Em pacientes
com transtornos de somatização, o sofrimento emocional
ou as situações de vida difíceis são
experimentados como sintomas físicos. Quando se diagnostica
uma causa psicológica, passa a ser chamado de psicossomatização.
Negligenciar
a importância destes sintomas pode provocar revolta, descrédito,
sentimento de rejeição e aumentar ainda mais os sintomas
e a angústia do paciente. O paciente,
freqüentemente, considera que o médico é incompetente,
inexperiente ou desinteressado, e procurar outro profissional aumentando
assim os custos para a rede de saúde pública ou para
o próprio paciente com exames desnecessários.
Diante
de eventos psicologicamente traumáticos (como casamento,
divórcio, demissão, seqüestro, traição,
hospitalização ou morte de pessoa querida) é
comum que um ou mais dos seguintes sintomas sejam somatizados:
Dor
difusa por todo o corpo
Dor de cabeça
Dor no peito, braços, pernas, costas e/ou articulações
Dificuldade para respirar
Hipersensibilidade
Desmaios
Náusea/Mal-estar
Vômito
Fadiga (Cansaço excessivo)
Manchas na pele
Tonturas
Batimentos cardíacos acelerados (Taquicardia)
Fraqueza muscular
Perda do apetite por longos períodos
Sangramento menstrual excessivo
Desinteresse sexual
Em pacientes mais sensíveis,
como histriônicos, podem ocorrer sintomas como:
Amnésia
Alucinação
Perda de voz
Surdez
Visão dupla ou borrada
Cegueira
Dificuldade para caminhar
A
Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, freqüentemente
designada pela sigla CID (em inglês: International
Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems
– ICD) apresenta sete possíveis diagnósticos
para pacientes que apresentem freqüentes somatizações:
Transtorno
de somatização
Transtorno somatoforme indiferenciado
Transtorno hipocondríaco
Disfunção autonômica somatoforme
Transtorno doloroso somatoforme persistente
Outros transtornos somatoformes
Transtorno somatoforme não-especificado
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Somatiza%C3%A7%C3%A3o