Sobre
seu afastamento da bancada petista: Só
não digo que é palhaçada porque respeito os profissionais
do circo.
Arrancando
lágrimas de colegas e servidores ao discursar contra a reforma da
Previdência: É
como se estivessem arrancando o meu coração, e não
podem me devolver os melhores anos da minha vida, que passei construindo
este Partido.
Não
acredito que o poder tenha mudado as pessoas, que tenham se metamorfoseado
ao tocarem os tapetes supostamente sagrados dos palácios. O poder
não muda as pessoas; ele as revela.
Criticando
a posição do PT, que ameaçava assinar pedido de CPI
do financiamento de campanhas, se a oposição insistisse na
CPI do escândalo Waldomiro Diniz: É
a política do eu conheço seus podres, você conhece os
meus, mas vamos deixar tudo como está.
Comentando
os elogios recíprocos entre o líder do Governo, Aloizio Mercadante
e o líder tucano Arthur Virgílio: Vai
começar o duelo de amor explícito.
No
programa de Jô Soares, garantindo que o Presidente Lula não
ignora o que fazem os dirigentes petistas que são acusados no caso
do mensalão: Ou
todos são inocentes ou estão todos articulados.
Comentando
o pouco tempo de televisão que terá para sua campanha: Ainda
bem que sou asmática e consigo falar sem respirar.
Dirigindo-se
a Fátima Bernardes em sua entrevista no dia 9 de julho de 2006 ao
Jornal Nacional: Meu
amor, eu tenho que entender mais sobre reforma agrária do que você.
Não posso meu amor, isso é contra a Constituição.
Renan
Calheiros, líder do PMDB no Senado, convida a senadora Heloísa
Helena para se filiar ao seu Partido: O PMDB ficaria muito honrado se Heloísa
Helena levasse em conta o convite. Quem sabe ela não seria nossa
candidata ao governo de Alagoas?
Resposta
de Heloísa Helena, fazendo pouco do convite: Isso
é brincadeira! Tenho mais o que fazer.
Expulsa
do PT em 14 de dezembro de 2003, fundou um novo Partido. Tendo lutado veementemente
contra a decisão do PT, a Senadora teve ao seu lado a defesa do também
Senador Eduardo Suplicy. Após o fato, declarou: Eu não
vou ficar chorando abraçada à bandeira do Partido a que eu
dediquei os melhores anos de minha vida para construir e que hoje comodamente
me expulsa.
A
saída do Congresso Nacional mexeu com o bolso da ex-Senadora, que
deixou de ganhar um salário de R$ 12,5 mil para viver com R$ 3 mil.
Comentário de Heloísa: Não
trato isto com choradeira nem com lamentação. Eu fiz uma opção
de estar em sala de aula. A divulgação do salário serve
apenas para mostrar ao Brasil o quanto o professor ganha muito mal. Só
isso.
Quando
entrou no Congresso Nacional pela primeira vez, parou diante da rampa do
imenso monumento, mirou o céu de Brasília e, assustada, rezou:
Pedi a Deus força
para todos os dias vencer a vaidade e renegar o luxo.
Fui
testada pelos rituais esnobes, cínicos e mentirosos, porém
sedutores, e não me dobrei. Isto me dá uma suprema satisfação
moral e uma vontade imensa de gargalhar.
Ao
ser expulsa do PT em 2003: Você
não sabe o quanto sofri. Levei meses acordando todas as noites, várias
vezes chorando, sem acreditar no que estava acontecendo.
Sobre
o sertão de Alagoas, onde nasceu: Eles
[os cactos] dão
flores lindas, coloridas e pequenas, visíveis apenas para quem tem
os olhos de um sertanejo, como eu. Lá me reencontro com a minha essência,
me deparo com a história da menina pobre e sobrevivente que vivia
com longas tranças no cabelo e pés descalços.
Quando
me dizem que a religião é o ópio do povo, eu respondo
que a fé é o ópio que suaviza minhas dores e que me
dá forças para ajudar a minimizar a dor alheia.
Santo
Agostinho dizia que a esperança tem duas lindas filhas: a indignação
de não aceitar nunca a injustiça e a coragem para buscar sempre
a mudança. Essa, em resumo, sou eu.
Não
faço parte de nenhum dos bandos políticos de Alagoas e de
Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro
público roubado. Nunca patrocinei passagens aéreas para marginais
que viajam para articular o propinódromo da roubalheira do eixo Alagoas/Brasília.
Sou
como a maioria das mulheres que não têm paciência para
os jogos fingidos e sórdidos da política com seus esconderijos
e traições. Dizemos o que pensamos, lutamos pelas belas causas
que acreditamos, e, mesmo engolindo medos e fraquezas, estamos sempre no
campo de batalha.
Reagindo
à ameaça de expulsão do PT, em maio de 2003:
Não somos a senzala1
do Planalto.
O
camarada Jesus Cristo dizia: ou quente ou frio, o morno se vomita.
Os
homens são muito bobos. Nós, mulheres, enxergamos uma celulite
a quilômetros de distância. Eles são ludibriados com
uma boa meia fina.
Tratei
os boatos sobre mim como comportamento de homenzinhos desqualificados, sem
coragem de fazer o debate franco na presença dos envolvidos.
Sobre
o embate entre os senadores Antônio Carlos Magalhães e Jader
Barbalho. Outubro de 2000: Só
tenho paciência para agüentar briga de criança com menos
de 35 anos.
Odeio
gente falsa, cínica.
Foi
estranhíssimo para mim ser expulsa do PT. Trata-se do primeiro caso
de expulsão por fidelidade partidária.
Sou um poço de ternura, mas
não coloquem palavras nem inventem mentiras a meu respeito, senão,
como boa nordestina que sou, viro uma onça sertaneja.
Eu
não posso aceitar que os ministros, com tantos problemas que existem
no Brasil, se comportem como moleques de recado do Presidente da República.
Eu
só não tenho tolerância com quem é chegado à
vigarice política e ao banditismo. Com isto, realmente, eu não
tenho tolerância.
A
Constituição do País é clara: a terra improdutiva
é passível de reforma agrária. A nossa proposta de
reforma agrária é no sentido de assentar 1 milhão de
famílias.
Acho
que não há nada de mais belo – na verdade, a mais bela
declaração de amor à Humanidade –
do que cada um conforme
suas possibilidades e para cada um conforme sua necessidade.2
Um
programa de Governo não pode estar distanciado da legislação
em vigor do País. Qualquer questão, sejam as relações
internacionais do Brasil, seja a autodeterminação dos povos
– o que está na área de segurança, de saúde
e de educação –
nada pode ser feito
além daquilo que determina a legislação em vigor no
País.
Transposição
mecânica de experiências históricas é uma fraude
política e uma desonestidade intelectual que eu jamais poderia compartilhar.
Não
há no planeta Terra nenhuma experiência socialista. Então,
seria desonestidade intelectual da minha parte e desconhecimento de toda
a tradição socialista dizer que eu vou implementar o socialismo
no Brasil... Hoje, eu luto pela Democracia. A democratização
da riqueza, das políticas sociais, da informação e
da cultura. Da terra e do espaço bom, porque a Democracia no Brasil
não existe.
A
Democracia não se consolida porque nós estamos falando o que
pensamos. A Democracia de um país não se consolida quando
48% de toda a riqueza produzida nacionalmente é apropriada por 0,005%
das famílias brasileiras. Então, quando eu digo que é
importante baixar a taxa de juros para que nós tenhamos 60 ou 70
bilhões de dinheiro novo e limpo, penso que não seja para
colocar nas peças íntimas de vestuário masculino,
que não seja para
comprar parlamentação de suga ou mensaleiro, mas, sim, para
investigar o que dinamiza a Economia local, o
que gera
empregos, o
que gera
renda, o
que possibilita
a educação. Onde está a lógica de um País
que investe dez vezes mais para pagar os juros da dívida do que o
que é aplicado em toda a área da educação? Educação
infantil – creches, escolas –
ensino fundamental,
ensino profissionalizante, educação de jovens e adultos, ensino
médio, produção de ciência e tecnologia, incubadoras
para a nossa juventude. Existe Democracia em um País no qual mais
da metade dos jovens brasileiros passam o dia todo sem fazer nada, sem estudar
nem trabalhar?
A ocupação de terras
improdutivas ou de espaços públicos só se dá
quando os governos são tão incompetentes, irresponsáveis
e insensíveis, que montam um mapa da reforma agrária conforme
a violência.
Não é fácil
fazer o processo de desapropriação. O problema das ocupações
de terras no Brasil, da violência no campo, é que os assentamentos
não são assentamentos: são verdadeiras favelas rurais,
porque reforma agrária não é só a distribuição
de terra. É saneamento agrícola, crédito, infra-estrutura.
É impossível as pessoas permanecerem nas favelas rurais como
está acontecendo no País.
Um
bom Governo é aquele que possa acolher as crianças brasileiras
e a juventude brasileira, do mesmo jeito que eu, mãe, acalento os
meus próprios filhos.
Precisamos
democratizar a informação, que, em uma sociedade de massas,
determina a formação de opiniões e de valores, desempenhando,
assim, um papel central na organização social e política.
Em nível nacional, apenas seis conglomerados recebem quase 90% do
faturamento dos meios de comunicação de massa. Na maior parte
do Brasil, a situação mais comum é a de monopólios
regionais que associam em uma mesma família, ou grupo, a propriedade
de praticamente toda comunicação de massas, o controle da
política local e os cargos de representação nos níveis
estadual e federal. Sendo usados, basicamente, para induzir o consumo e
difundir o estilo de vida a ele associado, esses meios formam uma corrente
multiplicadora de vulgarização e mediocridade que invade a
informação, a cultura e a política. A censura é
praticada quotidianamente em instituições privadas altamente
hierarquizadas. Para libertar o potencial criador da sociedade, estabelecer
autenticidade na comunicação, garantir o pluralismo e difundir
valores construtivos do processo civilizatório, a rede de televisões
e de rádios deve ser reorganizada na forma predominante de um espaço
público, nem governamental, nem privado.
Para
o desenvolvimento econômico, a digitalização pode representar
um impulso formidável para a incorporação de uma nova
tecnologia com efeitos multiplicadores importantes em vários setores
e particularmente na área do audiovisual. O Ministério da
Cultura estima que hoje em dia a Economia da cultura e do audiovisual movimenta
apenas R$ 4 bilhões por ano, o que não condiz com as imensas
possibilidades que a produção relacionada a esse setor já
representa para Economias mais desenvolvidas. Estudos internacionais indicam
que até 2009 a movimentação do setor, em todo o mundo,
alcançará o montante de US$ 1,8 trilhão. O crescimento
mundial desse mercado é estimado em 7,3% ao ano, sendo que a América
Latina é o segundo mercado mais promissor do mundo para fins de expansão,
só perdendo para a China. Com respeito à valorização
da produção cultural nacional, as oportunidades que podem
ser abertas para a ampliação da produção audiovisual
independente e a sua veiculação são imensas. Mas, para
tanto, a regulação deverá ser estabelecida de acordo
com o objetivo de se permitir um redimensionamento do chamado espectro eletromagnético,
por onde são transmitidos os sinais do rádio e da televisão,
viabilizando a entrada em cena de um conjunto de novos agentes de difusão,
muito além dos restritos beneficiários atuais.
Teremos
de rever todo o arcabouço legal relativo à regulamentação
das telecomunicações no País. O atual Código
Brasileiro de Telecomunicações, além de absolutamente
ultrapassado e inadequado para responder a um conjunto de novas exigências
geradas até mesmo pelo surgimento de novas tecnologias (ele é
de 1962), desde o seu nascedouro já incorporou uma série de
deformações – sob o ponto de vista da Democracia –
visando atender
os interesses corporativos dos grandes empresários do ramo da TV
e do rádio. Ademais, para ir se adequando às novas exigências
e pressões desses mesmos setores, ao longo dos anos, foi sendo produzido
um emaranhado de novas leis, decretos, portarias e normas, muitas vezes
sem nenhum nexo em relação a uma política coerente
e adequada aos interesses da sociedade brasileira, especialmente com relação
a mecanismos de controle social e público da programação
vinculada nesses meios de comunicação. Mais grave, ainda,
é a situação atual – decorrente de decisão
tomada no governo FHC – onde a parte referente às telecomunicações
foi retirada do corpo legal da regulamentação atinente ao
Código. Precisamos, enfim, de um novo Código, que trabalhe
com a realidade tecnológica atual e que regule a convergência
entre diferentes meios de comunicação, amparando legalmente
a introdução da digitalização das TVs e rádios.
Portanto, por todas essas razões, torna-se mais do que urgente o
'refazer' de todo o percurso legal que venha a conferir ao País uma
legislação adequada aos tempos atuais, abrangendo a regulação
do rádio, das TVs abertas e pagas, e de toda a área de telecomunicações,
a partir de uma clara perspectiva de envolvimento da sociedade civil, como
forma de se assegurar uma nova regulação que não fique
refém dos poderosos interesses corporativos do setor.
Como
norte geral da nova regulação que defendemos, deveremos atender
aos princípios explicitados no artigo 221, da Constituição
Federal: finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
promoção da cultura nacional e regional; produção
independente; regionalização da produção cultural,
artística e jornalística; respeito aos valores éticos
e sociais. Ao apreciar esses princípios, fica clara a absoluta urgência
dessa nova regulação e a total inconstitucionalidade que vigora
atualmente em nossos meios de comunicação.
Somos
contrários a parlamentares, prefeitos, governadores, ministros e
presidentes da República serem concessionários de emissoras
de rádio e TV ou mesmo controladores de jornais ou revistas, porque
defendemos, preferencialmente, a propriedade social dos meios de comunicação.
Esta é a natureza pública que terá de ser privilegiada
na nova conformação que pretendemos estimular para o setor.
A propriedade privada e centrada nos interesses pessoais de políticos
é uma antítese do que defendemos e aprofunda as possibilidades
de apropriação privada e anti-social dos meios de comunicação.
Temos
a intenção de estimular a produção regional
e independente, como temos a consciência de que a melhor maneira de
neste momento garantir que esse objetivo se transforme em realidade é
assegurar que a regulação da TV digital contemple, com clareza
e sem dubiedades, o aproveitamento democrático das possibilidades
de estender, ao maior número possível de interessados, o acesso
aos novos canais que o adequado uso do espectro eletromagnético permite,
a partir da tecnologia digital. Esta é, inclusive, a questão
mais importante a ser definida nesta fase de implantação da
TV digital no País: a mudança qualitativa e quantitativa dos
conteúdos audiovisuais que estarão sendo veiculados por essa
mídia. A TV digital permite a multiplicação dos atuais
canais disponíveis para a veiculação de novos programas.
Dependendo da forma objetiva como ela venha a ser regulada, garantiremos
uma pluralidade significativa da produção audiovisual, na
medida em que definamos a necessidade dessa produção vir a
ser regionalizada e realizada pelo maior número possível de
realizadores independentes das cadeias de TVs já implantadas.
Ao
mesmo tempo em que temos necessidade de responder a problemas educacionais
que já deveriam ter sido resolvidos – qualidade de escolas
públicas, redução do analfabetismo, particularmente
o funcional, e melhorar a qualidade da educação – temos
hoje, também, que enfrentar desafios impostos pelas mudanças
tecnológicas em todo o Planeta, que nos obriga a resolvê-los
em conjunto. Por exemplo, já não adianta apenas educar e alfabetizar.
Cerca de 13% de brasileiros com mais de quinze anos são analfabetos.
Se, a eles, somarmos os chamados analfabetos funcionais – pessoas
que escrevem o próprio nome, soletram palavras, mas não conseguem
redigir uma carta ou ler um pequeno artigo – chegaremos à espantosa
percentagem de 75%. É preciso alfabetizar e educar, mas já
incluindo esses brasileiros no universo da informática. Senão,
continuarão analfabetos, desta vez, digitais. Hoje, o mundo vive
uma revolução tão poderosa quanto a industrial. Ela
vem desconstruindo os alicerces da Economia mundial e mudando o modo de
produção da riqueza. Qualquer projeto de ciência e tecnologia,
portanto, não pode estar separado de um novo Projeto para o Brasil.
Nós precisamos voltar a crescer muito mais dos que os atuais e medíocres
3,5%, para que a nossa Economia volte a gerar os empregos necessários
e, ao mesmo tempo, democratizar a riqueza do País. Claro que, para
isto, precisamos fazer uma verdadeira revolução no País
em áreas fundamentais e buscar uma maneira soberana de inseri-lo
no mundo contemporâneo. Um país da grandeza do Brasil não
pode, e não deve, aceitar a idéia de que a criação,
seja ela científica ou tecnológica, é coisa de país
desenvolvido. Para nós, o desenvolvimento científico e tecnológico
é sinônimo de soberania nacional e de superação
do impasse gerado pelo subdesenvolvimento e pela desigualdade. A ciência
e a tecnologia, no nosso Governo, serão usadas para elevar os níveis
de educação e saúde do povo, inseri-los no mundo digital,
democratizar o acesso à informação e ao conhecimento,
expandir postos de trabalho, promover um desenvolvimento que preserve o
meio ambiente e que melhore a qualidade de vida dos brasileiros. A questão
de fundo, portanto, é de natureza política. Devemos manter
o comando do Estado e da Economia nacional nas mãos daqueles que
não têm compromisso com a construção da Nação?
Devemos viver como reféns de agentes – nascidos ou não
no Brasil, não importa – que não se integram à
nossa sociedade, não se sentem parte dela, não gostam dela,
não se misturam com ela, não concebem nela o seu futuro, estão
sempre com o pé na porta, prontos para ir embora, e utilizam nosso
povo e nossos recursos naturais como meros instrumentos de valorização
de uma riqueza cada vez mais desterritorializada? Estas são as grandes
questões a serem resolvidas por nossa geração. Com
relação à adoção de 'software' livre
por parte dos órgãos da administração federal,
temos não somente interesse como criaremos as melhores condições
possíveis para a sua plena utilização, superando os
impasses da tímida iniciativa que até agora marcou as experiências
do gênero no âmbito dos programas do Governo Federal.
Tenho
preocupações ambientais muito grandes. Se eu me preocupo com
o ovo da tartaruga marinha, por que não devo me preocupar com ovo
humano? Se me preocupo quando o boto cor-de-rosa tem a cabeça decepada
pelo arpão, por que não posso me preocupar com uma criança
que tem a cabeça decepada por um instrumento abortivo?
Talvez,
um dia, possamos melhor estudar o caráter político-escatológico
de certos homenzinhos corruptos, ordinários e pusilânimes.
Minhas obrigações constitucionais exigem investigar orgias
sexuais com dinheiro público roubado, e, portanto, a promiscuidade
do público com o privado (aqui nos dois sentidos: orgias para 'adoçar'
os crimes contra a administração pública e potencializar
que no mesmo espaço geográfico houvesse tráfico de
influência, intermediação de interesse privado, exploração
de prestígio, corrupção ativa e passiva e a exploração
das filhas da classe trabalhadora pela prostituição e drogas).
Sobre
a transposição das águas do Rio São Francisco:
O Governo Federal está aplicando uma fraude política desastrosa
e faz uso do discurso da solidariedade entre os nordestinos. Isto é
uma farsa, pois a água será usada para fins econômicos
e ninguém sabe quais as conseqüências disso... Em Sergipe
e em Alagoas, nós temos muita gente que mora perto do Rio, o vê
diariamente, mas não tem água para consumo em casa. Portanto,
temos muita gente com sede, e a prioridade deveria ser essas pessoas. O
projeto de transposição apenas viabiliza interesses dos grandes
latifundiários, os promotores do agroshow – que é a
agricultura de exportação... Está mais do que claro
que a iniciativa não é para matar a sede dos nordestinos,
cujos estados não são originalmente banhados pelo Rio São
Francisco. Trata-se de um negócio, um estímulo à especulação
e uma iniciativa que vai incentivar os latifundiários. Os sergipanos
e os alagoanos serão duramente atingidos pela falta de água.
E pior: a água salgada do mar já vem ocupando áreas
de água doce do Rio. Isto é preocupante, mas o Governo optou
pela ajuda aos latifundiários.
O
Brasil não pode continuar discutindo desenvolvimento sustentável,
prioridades de investimento e de utilização de nossos recursos
de maneira errônea e atrasada como faz hoje. Na Amazônia, temos
60% de todo o material genético do mundo, e a fase atual de crescimento
das nações passa pelo conhecimento e pela utilização
da biodiversidade. E nós temos tanto e cuidamos tão mal, além
de ficarmos discutindo modelos de desenvolvimento já em desuso no
mundo!
Se
temos outras formas de energia, mais limpas, menos agressivas ao meio ambiente,
não podemos deixar de avançar nesse sentido. E o que não
falta são os meios. Temos possibilidade de gerar energia eólica,
solar e o biodiesel, com mais geração de empregos e menos
comprometimento ambiental.
O
aumento da importância dessa região, por seu potencial hídrico,
energético, alimentar, mineral e genético, pede urgência.
É preciso criar poderosas instituições nacionais que
integrem e coordenem o trabalho de milhares de pesquisadores e cientistas
capazes de conceber e consolidar, junto com as populações
locais, um modelo inteligente, moderno e sustentável para o desenvolvimento
da região. A biodiversidade é a grande riqueza nacional, mas
o Brasil insiste em destruir a sua galinha dos ovos de ouro. Só na
Amazônia existem 55 mil espécies de plantas, 428 tipos de mamíferos,
1.622 tipos de aves, 467 tipos de répteis e 516 tipos de anfíbios.
Mas, até hoje, a Amazônia convive com as suas 7 pragas: fogo
(perdas de US$ 121 milhões por ano); madeireiras (mais de 3 mil empresas
cortam nossas árvores. Para cada unidade retirada, os madeireiros
danificam pelo menos outras quinze); estradas (mais de 80% das queimadas
acontecem perto das rodovias); garimpos (poluem os rios, devastam reservas
ambientais e levaram a AIDS para as aldeias indígenas); pastagens
(cerca de 12% da Amazônia já virou pasto); corrupção
(a operação Curupira, realizada em junho, prendeu 47 funcionários
do IBAMA envolvidos na exploração ilegal da floresta); burocracia
(dos R$ 539 milhões em multas aplicadas em 2004, apenas R$ 63 milhões
foram pagos e apenas R$ 3 milhões ficaram com o IBAMA).
Pontos
para a segurança pública no Brasil:
criação do Sistema Único de
Segurança Pública;
assinatura de um Pacto Federativo de Combate ao Crime Organizado; modernização
do aparato de segurança, com estabelecimento de um piso salarial
digno para os policiais; transferência de conhecimento, tecnologia
e inteligência para a polícia, além de monitoramento
24 horas de suas atividades, com o objetivo de impedir a promiscuidade do
aparato policial com o crime organizado; monitoramento das fronteiras brasileiras;
garantia
da dignidade dos presos que estão nas cadeias brasileiras; diversificação
das penas de acordo com os crimes cometidos; combate
às causas da violência, por meio da redução da
taxa de juros e do crescimento do País, o que permitirá investimentos
em educação, no desenvolvimento e na criação
de emprego e renda; repactuação
da dívida dos estados para que tenham recursos suficientes para o
setor de segurança pública.
A
restrição quanto ao porte e às condições
de aquisição das armas de fogo e, em sentido mais amplo, a
concepção de desarmamento partem de uma premissa incontestável:
uma sociedade armada tende a resolver seus conflitos na forma de violência
armada. Ou seja: a belicosidade passa a ser um traço permanente das
relações domésticas e sociais.
A
saúde é o principal exemplo da ineficácia do serviço
público e da desigualdade social no País... O Brasil possui
o pior perfil epidemiológico do Planeta, embora sua legislação
em relação à saúde seja a mais avançada
no mundo todo... Na mesma família pobre em que alguém morre
de dengue, pode ter alguém com uma neoplasia maligna que se não
for devidamente tratada pode ser fatal... O grande problema, é a
má administração e a corrupção do poder
público... Após cumprir a cota de atendimentos, os hospitais
públicos não podem fechar as portas; têm que continuar
atendendo e não são remunerados por isso... O papel dos profissionais
da saúde é, ao mesmo tempo, intervir para viabilizar melhorias
no saneamento básico, no tratamento do lixo e outras políticas
públicas que causem impactos no perfil epidemiológico da população
brasileira, e cuidar bem dos pacientes para que suas doenças não
tenham graves complicações.
Sobre
a proposta apresentada pelo Governo para a reforma da Previdência
(PEC 40):
A reforma é apresentada como algo para corrigir as distorções
das superaposentadorias. Se quer resolver as altas aposentadorias, basta
o teto, que antes era de 8 mil, depois de 12 mil e agora é de 17
mil. E eles já estão dizendo que os Estados podem definir
o teto. Isto mostra como é fácil mexer com os pequenos e difícil
mexer com os grandes... Queremos uma reforma da Seguridade que amplie direitos,
mas que não tire e nem desestruture o Estado. E que acabe com o fator
previdenciário, que penaliza o pobre.
______
Notas:
1. Senzala
era o alojamento que, nas antigas fazendas ou casas senhoriais, abrigava
os escravos.
2. Marx
e Engels elaboraram minuciosamente o modo de produção comunista.
Segundo eles, o Comunismo seria dividido em duas fases. Durante a primeira
fase, o Socialismo, Marx propõe a divisão da produção
segundo o trabalho, pois, primeiro, não haveria produção
suficientemente para distribuir segundo as necessidades; segundo, a mentalidade
coletiva ainda estaria vinculada à moral burguesa e, por isto, o
homem não poderia trabalhar a quantidade de horas que quisesse pela
sua própria consciência, e, mesmo assim, iria requerer mais
do que os outros. Assim, neste momento, a produção deveria
ser distribuída segundo o trabalho. A
sociedade entrega-lhe um bônus consignando que prestou tal ou qual
quantidade de trabalho (depois de descontar o que trabalhou para o fundo
comum), e, com este bônus, ele retira dos depósitos sociais
de meios de consumo a parte equivalente à quantidade de trabalho
que prestou. A mesma quantidade de trabalho que deu à sociedade sob
uma forma, recebe-a desta sob uma outra forma diferente. Assim,
como Marx explica em crítica ao programa de Gotha, haveria um fundo
comum ou social e um fundo individual. Ao planejar a Economia, os trabalhadores
criariam uma cota de trabalho para cada trabalhador ao fundo comum, e este
trabalho seria destinado a manter asilos, hospitais, escolas, obras de infra-estrutura
etc, ou seja, para toda a sociedade. O trabalhador, no entanto, poderia
trabalhar mais quantas horas quisesse para o fundo individual. Esta quantidade
de horas seria quantificada em uma quantidade de produção
equivalente, e, com isso, o trabalhador receberia um bônus para retirar
dos armazéns públicos essa quantidade de produtos em outra
forma. Assim, digamos que feitas as devidas deduções, se um
trabalhador trabalhou 1000 horas (em trabalho socialmente necessário),
ele poderia adquirir o equivalente a 1000 horas em outros produtos. Mas
com a evolução da sociedade a produção, poderia
ser distribuída completamente segundo as necessidades. Na
fase superior da sociedade comunista, quando houver desaparecido a subordinação
escravocrata dos indivíduos à divisão do trabalho e,
com ela, o contraste entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, quando
o trabalho não for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade
vital, e quando, com o desenvolvimento dos indivíduos, em todos os
seus aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem
em caudais os mananciais da riqueza coletiva, só então será
possível ultrapassar-se totalmente o estreito horizonte do direito
burguês e a sociedade poderá inscrever em suas bandeiras: De
cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades.
(Grifo meu). Eu grifei esta
afirmação porque, muito mais do que ideológia, é
profundamente mística.
Nós
não gostamos de ver,
nós não queremos ver...
Mas, nós precisamos ver
porque todos nós,
gostemos ou não gostemos,
somos responsáveis
por tudo e por todos.
Somos todos UM!
Páginas
da Internet acessadas:
http://pt.wikiquote.org/wiki/
Helo%C3%ADsa_Helena
http://www.adusp.org.br/noticias/
Informativo/140/inf14004.html
http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br
/node/3711
http://www.comunidadesegura.org/
pt-br/node/30234
http://noticias.ambientebrasil.com.
br/noticia/?id=27042
http://www.lead.org.br/article/view/1142
http://www.my-forum.org/Artigos_Interessantes
_79008/Heloisa_Helena_responde__por_
Diogo_Mainardi_da_V_151598.html
http://praxiscrista.blogspot.com/2008/07/
ex-senadora-helosa-helena-se-manifesta.html
http://www.fndc.org.br/internas.php?
p=noticias&cont_key=95980
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marxismo
http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/
JN/0,,AA1247088-3586-518095,00.html
http://www.frasesfamosas.com.br/de/
heloisa-helena-lima-de-moraes-carvalho.html
http://www.terra.com.br/istoegente/342/
reportagens/esp_mulheres_heloisa.htm
http://www.psol.org.br/nacional/heloisa-helena
/1455-declaracao-de-heloisa-helena
http://www.terra.com.br/istoegente/331/
reportagens/personalidade_heloisa.htm
http://noticias.terra.com.br/brasil/
interna/0,,OI1512006-EI7896,00.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Helo%C3%ADsa_Helena
Fundo
musical:
Opinião
Composição:
Zé Keti
Interpretação: Zé Keti
Fonte:
http://www.charles50tao.com.br/samba_III.htm