Hegel

 

Hegel

 

 

 

 

Tudo aquilo que é real é racional; tudo aquilo que é racional é real. (Hegel)

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Breve Biografia

 

Filósofo alemão (1770 – 1831), Georg Wilhelm Friedrich Hegel elaborou a forma mais complexa e mais completa de Idealismo, no qual procurou interpretar a totalidade dos fatos e da História em função da identidade panlogística1 entre real e racional, expressada em sua célebre máxima: Tudo aquilo que é real é racional; tudo aquilo que é racional é real. Teve grande influência sobre o pensamento filosófico do século XIX, e foi, certamente, o último dos grandes criadores de sistemas filosóficos dos tempos modernos. Tomou contato com o latim ainda criança, mas sua paixão foram os clássicos gregos, a ponto de redundar em resultados verdadeiramente determinantes do ponto de vista teórico. Encorajado pelo pai, entrou no seminário da Universidade de Tübingen, em 1788, onde se tornou amigo do poeta Friedrich Hölderlin e do filósofo Friedrich von Schelling, tendo, em determinada época, se vinculado ao Movimento Rosa+Cruz do seu tempo.

 

Após ter concluído os estudos de Filosofia, tornou-se tutor particular em Berna, na Suíça, e depois em Frankfurt, na Alemanha. Estudou e deu aulas na Universidade de Jena em 1801, quando conheceu as obras de Spinoza, de Rousseau, de Kant e de Schelling. Embora tenha discordado bastante das teses desses pensadores, seu trabalho foi muito influenciado por eles. Seja como for, para Hegel, o fundamento supremo da realidade não podia ser o Absoluto de Schelling nem o Eu de Fichte e sim a Idéia, que se desenvolve numa linha de estrita necessidade. A dinâmica dessa necessidade não teria sua lógica determinada pelos princípios de identidade e contradição, mas, sim, pela Dialética, realizada em três fases: tese, antítese e síntese. Assim, toda realidade primeiro se apresenta, depois se nega a si própria e, num terceiro momento, supera e elimina essa contradição. De acordo com as três fases do processo dialético, que em outras ocasiões Hegel denominou simplicidade, cisão e reconciliação, e em outras de o lado abstrato ou intelectivo, o lado dialético e o lado especulativo ou positivamente racional, a realidade evolui e forma repetidamente novas contradições que encontram solução. Esta, por sua vez, dá origem a contradições novas e a novas soluções. Segundo esse esquema, a idéia lógica, o princípio, converte-se em seu contrário, a Natureza, e esta em Espírito, que é a síntese de Idéia e Natureza: a Idéia para-si. A cada uma dessas etapas correspondem, respectivamente, a Lógica, a Filosofia Natural e a Filosofia do Espírito. A parte mais complexa do sistema é esta última: o Espírito se desdobra em subjetivo, objetivo e absoluto. Enfim, tudo isto, sem, de forma alguma, desqualificar ou minimizar o esforço reflexivo panlogístico de Hegel, não passa de duas coisas irredutíveis que permeiam o Macrocosmo e o Microcosmo: movimento e mudança. Portanto, é bem possível que a nossa tese de hoje venha a ser a antítese de amanhã, que se transmutará na nossa síntese de depois de amanhã. E quanto ao Summum Bonum?

 

 

 

 

 

 

 

Em 1807, Hegel escreveu A Fenomenologia do Espírito, uma de suas produções mais conhecidas e, talvez, sua obra mais brilhante, na qual afirmou que a idéia precede a existência. Anos depois, já morando em Nuremberg, publicou A Ciência da Lógica.

 

Em 1817, como professor de filosofia na Universidade de Heidelberg, Hegel escreveu a Enciclopédia das Ciências Filosóficas, que resume todo o seu pensamento. No ano seguinte, passou a dar aulas na Universidade de Berlim.

 

O Idealismo Hegeliano marcou profundamente a História da Filosofia e sua influência pode ser detectada em escolas muito diferentes umas das outras como o Existencialismo e a Fenomenologia. Além disso, o desenvolvimento da Dialética mediante a substituição da idéia pela matéria foi uma tese central no pensamento de Karl Marx. Não é exagero afirmar, portanto, que a obra de Hegel implantou um quadro de referências indispensáveis para a compreensão das abordagens filosóficas posteriores. Hegel morreu em 14 de novembro de 1831, em Berlim, vítima de uma epidemia de cólera.

 

 

 

 

Síntese da Filosofia de Hegel

 

 

 

 

Segundo Rubem Queiroz Cobra, doutor em Geologia e bacharel em Filosofia, a Filosofia, de Hegel é uma tentativa de considerar o Universo como um todo sistemático. O sistema é baseado na fé. Na religião cristã, Deus foi revelado como verdade e como Espírito. Como Espírito, o homem pode receber esta revelação. Na religião, a verdade está oculta na imagem; mas na Filosofia o véu se rasga, de modo que o homem pode conhecer o infinito e ver todas as coisas em Deus.

 

O sistema de Hegel é, assim, um monismo espiritual, mas um monismo no qual a diferenciação é essencial. Somente através da experiência pode a identidade do pensamento e o objeto do pensamento ser alcançados, uma identidade na qual o pensar alcança a inteligibilidade progressiva – que é seu objetivo. Assim, a verdade é conhecida somente porque o erro foi experimentado e a verdade triunfou; e Deus é infinito apenas porque ele assumiu as limitações de finitude e triunfou sobre elas. Similarmente, a queda do homem era necessária se ele devia atingir a bondade moral. O Espírito, incluindo o Espírito infinito, conhece a si mesmo como Espírito somente por contraste com a Natureza.

 

O sistema de Hegel é monista pelo fato de ter um tema único: o que faz o Universo inteligível é vê-lo como o eterno processo cíclico pelo qual o Espírito Absoluto vem a conhecer a si próprio como Espírito: 1º - através de seu próprio pensamento; 2º - através da Natureza; e 3º através dos Espíritos finitos e de suas auto-expressões na história e sua autodescoberta na arte, na religião, e na Filosofia, como Um com o próprio Espírito Absoluto.

 

O compêndio do sistema de Hegel a Enciclopédia das Ciências Filosóficas é dividida em três partes: Lógica, Natureza e Espírito. O método de exposição é dialético. Acontece, com freqüência, que em uma discussão, duas pessoas que a princípio apresentam pontos de vista diametralmente opostos depois concordam em rejeitar suas visões parciais próprias, e aceitar uma visão nova e mais ampla que faz justiça à substância de cada uma das precedentes. Hegel acreditava que o pensamento sempre procede deste modo: começa por lançar uma tese positiva que é negada imediatamente pela sua antítese; então um pensamento seguinte produz a síntese. Mas esta síntese, por sua vez, gera outra antítese, e o mesmo processo continua uma vez mais. O processo, no entanto, é circular: ao final, o pensamento alcança uma síntese que é igual ao ponto de partida, exceto pelo fato de que tudo que estava implícito ali foi agora tornado explícito, tudo que estava oculto no ponto inicial foi revelado.

 

Assim, o pensamento, propriamente como processo, tem a negatividade como um de seus momentos constituintes, e o finito é, como a automanifestação de Deus, parte e parcela do infinito mesmo. O sistema de Hegel dá conta desse processo dialético em três fases:

1ª - Lógica: O sistema começa dando conta do pensamento de Deus antes da criação da natureza e do Espírito finito, isto é, com as categorias ou formas puras de pensamento, que são a estrutura de toda vida física e intelectual. Todo o tempo, Hegel está lidando com essencialidades puras, com o Espírito pensando sua própria essência; e estas essencialidades estão ligadas em um processo dialético que avança do abstrato para o concreto. Se um homem tenta pensar a noção de um ser puro (a mais abstrata categoria de todas), ele encontra que ela é apenas o vazio, isto é, nada. No entanto, o nada é. A noção de ser puro e a noção de nada são opostas; e, no entanto, cada uma, quando alguém tenta pensá-la, passa imediatamente para a outra. Mas o caminho para sair desta contradição é de imediato rejeitar ambas as noções separadamente e afirmá-las juntas, isto é, afirmar a noção do vir-a-ser, uma vez que o que ambas vem a ser é e não é ao mesmo tempo. O processo dialético avança através de categoria de crescente complexidade e culmina com a idéia absoluta, ou com o Espírito como objetivo para si mesmo.

2ª - Filosofia da Natureza: A Natureza é o oposto do Espírito. As categorias estudadas na Lógica eram todas internamente relacionadas umas às outras; elas nascem umas das outras. A Natureza, no entanto, é uma esfera de relações externas. Partes do espaço e momentos do tempo excluem-se uns aos outros; e tudo, em a Natureza, está em espaço e tempo, e assim é finito. Mas a Natureza é criada pelo Espírito e traz a marca de seu criador. As categorias aparecem nela como sua estrutura essencial e é tarefa da Filosofia da Natureza detectar e revelar esta estrutura e sua dialética; mas a Natureza, como o reino da externalidade, não pode ser racional seqüencialmente, de modo que a racionalidade prefigurada nela se torna gradualmente explícita quando o homem aparece. No homem, a Natureza alcança a autoconsciência.

3ª - Filosofia do Espírito: Aqui Hegel segue o desenvolvimento do Espírito humano através do subconsciente, do consciente e da vontade racional. Depois, através das instituições humanas e da história da Humanidade, como a incorporação e objetivação da vontade; e, finalmente, para a arte, para a religião e para filosofia, na qual derradeiramente o homem conhece a si mesmo como Espírito, como Um com Deus e possuído da verdade absoluta. Assim, está, então, aberto para ele pensar sua própria essência, isto é, os pensamentos expostos na Lógica. Ele, finalmente, voltou ao ponto de partida do sistema, mas no roteiro fez explícito tudo que estava implícito nele e descobriu que nada, senão o Espírito, é; e Espírito é pura atividade.

 

Esquema de ilustração e resumo:

 

 

Nos trabalhos políticos e históricos de Hegel, o Espírito humano objetiva a si próprio no seu esforço para encontrar um objeto idêntico a si mesmo. Na Filosofia do Direito Hegel trata da lei e dos direitos como tais: as pessoas (isto é, o homem como homem, independentemente de seu caráter individual) são o sujeito dos direitos, e o que é requerido delas é meramente obediência, não importa que motivos de obediência possam ser. O Direito, assim, é um abstrato universal e, portanto, faz justiça somente ao elemento universal na vontade humana. O indivíduo, no entanto, não pode ser satisfeito, a menos que o ato que ele faz concorde não meramente com a lei, mas também com suas próprias convicções conscientes. Assim, o problema no mundo moderno é construir uma ordem política e social que satisfaça os anseios de ambos. E assim também, nenhuma ordem política pode satisfazer os anseios da razão, a menos que seja organizada de modo a evitar, por uma parte, a centralização que faria os homens escravos ou ignorar a consciência e, por outra, um antinomianismo (argumentação que se desenvolve por meio de antinomias: proposições mutuamente excludentes) que iria permitir a liberdade de convicção para qualquer indivíduo (liberalismo) e, desta forma, produzir uma licenciosidade que tornaria impossível a ordem política e social.

 

O Estado que alcançasse esta síntese, haveria de apoiar-se na família e na culpa. Seria, talvez, uma forma de monarquia limitada, com governo parlamentarista, julgamento por um júri e tolerância para judeus e dissidentes, e seria diferente de qualquer Estado existente nos dias de Hegel.

 

Na Filosofia da História, Hegel pressupôs que a história da Humanidade é um processo através do qual a Humanidade tem feito progresso espiritual e moral e avançado em autoconhecimento. A história tem um propósito; cabe ao filósofo descobrir qual é. Alguns historiadores encontraram sua chave na operação das leis naturais de vários tipos. A atitude de Hegel, no entanto, apoiou-se na fé, de que a história é a representação do propósito de Deus, e que o homem tinha, agora, avançado longe bastante para descobrir o que esse propósito era: ele é a gradual realização da liberdade humana.

 

O primeiro passo era fazer uma transição da vida selvagem para um estado de ordem e lei é a revolução. Em muitos pontos, o pensamento de Hegel serviu aos fundamentos do Marxismo, e um deles é sua concepção de que os Estados têm que ser encontrados por força e violência, pois não há outro caminho para fazer o homem curvar-se à Lei antes de ele ter avançado mentalmente tão longe suficiente para aceitar a racionalidade da vida ordenada. Alguns homens aceitarão as leis e se tornarão livres, enquanto outros permanecerão escravos. No mundo moderno, o homem passou a crer que todos os homens, como Espíritos, são livres em essência, e sua tarefa é, assim, criar instituições sob as quais eles serão livres de fato.

 

 

 

 

Principais Obras

 

 

 

 

Diferença Entre o Sistema de Filosófico de Fichte e o de Schelling (1801).

A Fenomenologia do Espírito (1807).

Ciência da Lógica (1812 - 1816).

Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1817).

Lineamentos da Filosofia do Direito (1821).

 

 

 


Objetivo do Estudo

 

 

 

 

Primeiro, devo enfaticamente afirmar: este estudo nada possui de original. É uma mera compilação de pensamentos e de reflexões de Hegel, no sentido de oferecer um momento de reflexão, particularmente para aqueles que não conhecem a obra deste ilustre Filósofo e Rosa+Cruz. Longe está de representar o melhor do pensamento hegeliano, mas, com certeza, servirá para que alguma compreensão brote dos fragmentos. O estudo ora divulgado é, na realidade, uma mistura de traduções, edições, cópias e resumos de textos encontrados na Internet e dos livros de minha biblioteca particular; pode, portanto, ser livremente copiado sem que haja sequer necessidade de ser citada a fonte. Isto é: trabalhos como este podem ter autores, mas não têm donos. Finalmente, informo que todas as obras consultadas e todas as Páginas da Internet visitadas estão listadas ao final.

 

 

 

 

Hegel e sua Obra
(Comentários)

 

 

 

 

Hegel, um charlatão banal, vácuo, repugnante e ignorante que mistura insanidade e disparates com uma arrogância sem precedentes, o que os seus partidários transmitem como se tratasse de sabedoria imortal tida como verdade por idiotas... Condenou à ruína toda uma geração de intelectuais. (Arthur Schopenhauer).

 

Hegel diz que a filosofia ganha solo firme pela primeira vez com Descartes. Busca-se um fundamentum inconcussum. Só o eu pode ser isto. Pensar, duvidar, desejar, tomar posição são imanentes a ele. O termo sujeito torna-se o título do eu. O objeto é tudo aquilo que está diante desse eu como algo determinável por esse pensar. (Heidegger).

 

Um estilo apropriadamente elevado e intimidante, incompreensível e, no entanto, sugestivo. O equivalente verbal de trompetes. (Ernest Gellner).

 

A Lógica tradicional afirma que o ser é idêntico a si mesmo e exclui o seu oposto (principio da identidade e de contradição); ao passo que a lógica hegeliana sustenta que a realidade é essencialmente mudança, devir, passagem de um elemento ao seu oposto. (Umberto Padovani e Luis Castagnola em A História da Filosofia).

 

Para Hegel o objeto do pensamento é: o pensamento enquanto tal. (Martin Heidegger).

 

Hegel fecha seu sistema em torno da História, mas as filosofias passadas continuam a respirar nele, a se movimentar nele; ele fechou com elas a inquietude, o movimento, o trabalho da contingência. (Jacques Merleau-Ponty).

 

Foi Hegel quem colocou em primeiro plano, no século XIX, a idéia de evolução da Natureza e do Espírito, quem definiu o caráter histórico do pensamento, da Filosofia e da cultura, e quem mostrou existir, em cada época, uma conexão orgânica que varia conforme mudam as condições do desenvolvimento humano, entre a arte, a religião e as ciências. Foi Hegel, finalmente, o intérprete da concepção romântica do mundo e o reformulador da Dialética, à qual atribuiu a importância de método integral da Filosofia. (Benedito Nunes).


 

 

 

Reflexões Hegelianas

 

 

 

 

 

Tudo é pensamento.2

 

O mais alto objetivo da Arte é o que é comum à Religião e à Filosofia. Tal como estas, é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais elevadas do Espírito.

 

Platão estudou muitos filósofos, esforçou-se longa e duramente, viajou e não foi, na verdade, gênio produtivo nem poético, mas, sim, mente que procedia lentamente. Ao gênio, Deus dá alguma coisa no sono. E o que lhe dá no sono, por isso, nada mais são do que sonhos.3

 

Tudo quanto existe só é verdadeiro na medida em que é idéia em estado de existência; pois a idéia é a verdadeira e absoluta realidade. Nada do que aparece como real aos sentidos e à consciência é verdadeiro por ser real, mas por corresponder à idéia e realizar a idéia... Quando o verdadeiro aparece imediatamente ao Espírito na realidade exterior e a idéia se confunde e se identifica com a sua aparência exterior, então a idéia não é somente verdadeira, mas também bela. Define-se, pois, o belo como a manifestação sensível da idéia.

 

A harmonia da infância é um dom da natureza; a segunda harmonia deve resultar do trabalho e do culto ao Espírito.

 

Nada existe de grandioso sem Paixão.

 

Marquem bem isso, vocês, orgulhosos homens da ação! Vocês são, no final, nada mais que instrumentos inconscientes dos homens que pensam.

 

Os Governos jamais aprenderam nada da História ou agiram segundo os princípios deduzidos dela.

 

As tragédias verdadeiras no mundo não são conflitos entre o certo e o errado. São conflitos entre dois direitos.

 

A verdadeira figura na qual a verdade existe só pode ser o sistema científico dessa verdade.

 

Quem exagera o argumento prejudica a causa.

 

Tudo o que é racional é real e tudo o que é real é racional.

 

O verdadeiro é o todo.

 

 

 

 

Quem quer algo de grande, deve saber limitar-se. Quem, pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.

 

Napoleão é o Espírito do mundo a cavalo.

 

A verdadeira liberdade é autoconsciente na medida que eu tenho autoconsciências ao meu redor.

 

Para conhecer bem os fatos e enxergá-los no seu verdadeiro lugar, deve-se estar no cume – não os considerar de baixo pelo buraco da fechadura da moralidade ou de alguma outra sabedoria. O ponto de vista geral da História Filosófica não é abstratamente geral, mas concreto e eminentemente atual, porque é o Espírito que permanece eternamente junto de si mesmo e ignora o passado. À semelhança de Mercúrio, o condutor das almas, a Idéia é, na verdade, o que conduz os povos e o mundo, e é o Espírito, a sua vontade razoável e necessária, que orientou e continua a orientar os acontecimentos do mundo.

 

A História nos ensina que a História não nos ensina nada.

 

A História universal nada mais é do que a manifestação da razão.

 

A razão é a suprema união da consciência e da consciência-de-si, ou seja, do conhecimento de um objeto e do conhecimento-de-si. É a certeza de que as suas determinações não são menos objetais, não são menos determinações da essência das coisas do que são os nossos próprios pensamentos. É, num único e mesmo pensamento, ao mesmo tempo e ao mesmo título, certeza-de-si, isto é, subjetividade, e ser, isto é, objetividade. A razão é tão poderosa quanto ardilosa. O seu ardil consiste, em geral, nessa atividade mediadora que, deixando os objetos agir uns sobre os outros conforme à sua própria natureza, sem se imiscuir diretamente na sua ação recíproca, consegue, contudo, atingir unicamente o objetivo a que se propõe. A Razão governa o mundo e, conseqüentemente, governa e governou a História Universal. Em relação a essa Razão Universal e Substancial, todo o resto é subordinado e serve-lhe de instrumento e de meio. Ademais, essa Razão é imanente na realidade histórica, realiza-se nela e por ela. É a união do Universal existente-em-si e por-si e do individual e do subjetivo que constitui a única verdade.

 

O Absoluto só no final será o que Ele é na realidade.

 

O artista tem, pois, essa experiência com a sua obra: ele não produziu uma essência igual a ele mesmo. Sem dúvida, da sua obra retorna para ele uma consciência, pois uma multidão admirativa honra a obra como o Espírito que é a essência deles. Essa admiração, porém, ao lhe restituir a sua consciência-de-Si apenas como admiração é antes uma confissão feita ao artista de que ela não é igual a ele. Uma vez que o seu Si retorna para ele como júbilo em geral, ali ele não encontra nem a dor da sua formação e da sua produção nem o esforço do seu trabalho. Os outros podem, de fato, julgar a obra ou trazer-lhe oferendas, conceber, de algum modo, que ela seja a sua consciência; se eles se colocam com o seu saber acima dela, o artista, pelo contrário, sabe o quanto a sua operação vale mais do que a compreensão e o discurso deles; se eles se colocam abaixo dela e nela reconhecem a essência deles que os domina, ele conhece-a, pelo contrário, como o seu senhor.

 

A atitude artística se distingue da atitude prática do desejo no sentido de que a arte deixa subsistir seu objeto em liberdade total, enquanto o desejo emprega seu objeto para seu próprio uso, destruindo-o.

 

O poeta Heinrich Heine, que seguiu os cursos de Hegel de 1821 a 1823, conta que Hegel, um dia, respondeu bruscamente a um estudante que lhe falava do Paraíso: O senhor, então, precisa de uma gorjeta porque cuidou de sua mãe enferma e porque não envenenou ninguém?4

 

Aliás, não é difícil ver que nosso tempo é um tempo de nascimento e de trânsito para uma nova época. O Espírito rompeu com o mundo do seu ser-aí e de seu representar, que até hoje durou; está a ponto de submergi-lo no passado e de se entrega à tarefa de sua transformação. Certamente, o Espírito nunca está em repouso, mas sempre tomado por um movimento para a frente. Na criança, depois de longo período de nutrição tranqüila, a primeira respiração – um salto qualitativo – interrompe o lento processo do puro crescimento quantitativo; e a criança está nascida. Do mesmo modo, o Espírito que se forma lentamente, tranqüilamente, em direção à sua nova figura, vai desmanchando, tijolo por tijolo, o edifício de seu mundo anterior. Seu abalo se revela apenas por sintomas isolados; a frivolidade e o tédio, que invadem o que ainda subsiste, e o pressentimento vago de um desconhecido são os sinais precursores de algo diverso que se avizinha. Este desmoronar-se gradual, que não alterava a fisionomia do todo, é interrompido pelo sol nascente, que revela em um clarão a imagem do mundo novo.

 

O homem não é mais do que a série dos seus atos.

 

Enquanto uma autoconsciência é o objeto, este é tanto eu quanto objeto. Aqui já está presente, para nós, o conceito de Espírito. Mais tarde virá para a consciência a experiência do que é o Espírito, esta substância absoluta que, na perfeita liberdade e independência de sua contraposição, isto é, de distintas consciências de-si que são para-si, é a unidade das mesmas: o eu é o nós e o nós é eu. (Grifo meu).

 

Grandeza, entidade variável mas que, apesar da sua variação, continua sempre a ser a mesma.

 

A vida do Espírito não é aquela que se esquiva da morte, e, sim, aquela que suporta a morte e nela se mantém. O Espírito só conquista a sua verdade com a condição de encontrar-se a si-mesmo na devastação absoluta porque sabe olhar o negativo face a face e deter-se junto a ele. Este afirmar-se é força mágica que torna o negativo no ser.

 

O Espírito resolve-se e identifica-se em sentido positivo em um movimento-de-refletir-se-sobre-si-mesmo.

 

Através do movimento universal, os puros pensamentos tornam-se conceitos, e somente então são o que verdadeiramente são: automovimentos, círculos, essências espirituais. Este movimento das Essências puras constitui, em geral, a natureza da cientificidade.

 

 

 

 

Rousseau teve o mérito de afirmar que o princípio do Estado... é a vontade. Mas, tendo entendido a vontade universal não como a racionalidade em-si e para-si da vontade, mas apenas como o elemento comum que deriva da vontade singular, [Rousseau] faz com que a associação dos indivíduos no Estado se torne um contrato, algo que, portanto, tem como base o arbítrio desses indivíduos, a opinião e o consenso explícito deles.

 

A vontade objetiva é o racional em-si no seu conceito, seja ele reconhecido ou não pela vontade singular e seja ou não desejado pelo querer. Não basta saber o que se quer, [mas] o que quer a vontade, que é em-si e para-si, ou seja, a razão.

 

Sociedade civil: Nessa dependência e reciprocidade do trabalho e da satisfação dos carecimentos, o egoísmo subjetivo se transforma na contribuição para a satisfação dos interesses dos outros. Há uma mediação do indivíduo pelo universal, um movimento dialético pelo qual cada um, ao ganhar, produzir e fruir para si, precisamente por isso produz e ganha para a fruição de todos. Esta necessidade se encontra no encadeamento universal da dependência de todos.

 

Na sociedade civil, a acumulação da riqueza aumenta, por um lado, enquanto, pelo outro, aumentam também a especialização e a limitação do trabalho particular e, com isso, a dependência e o empobrecimento da classe [Klasse] ligada a esse trabalho, o que implica a incapacidade de sentir as outras possibilidades e, em particular, as vantagens espirituais da sociedade civil e de desfrutar das mesmas.

 

O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor. Essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si. Entretanto, ao mesmo tempo, sua natureza fluida faz delas momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todas são igualmente necessárias. É essa igual necessidade que constitui unicamente a vida do Todo.

 

Com efeito, a Coisa mesma não se esgota em seu fim, mas em sua atualização; nem o resultado é o todo efetivo, mas sim o resultado junto com o seu vir-a-ser. O fim para-si é o universal sem vida, como a tendência é o mero impulso ainda carente de sua efetividade; o resultado nu é o cadáver que deixou atrás de si a tendência. Igualmente, a diversidade é, antes, o limite da Coisa: está ali onde a Coisa deixa de ser ou é o que a mesma não é.

 

O Absoluto não deve ser conceptualizado, mas somente sentido e intuído; não é o seu conceito, mas seu sentimento e intuição que devem falar em seu nome e ter expressão.

 

Tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro não como substância, mas também, precisamente, como sujeito. Ao mesmo tempo, deve-se observar que a substancialidade inclui em si não só o universal ou a imediatez do saber mesmo, mas também aquela imediatez que é o ser, ou a imediatez para o saber.

 

Nem o universal tem valor e é realizado sem o interesse, a consciência e a vontade particulares, nem os indivíduos vivem como pessoas privadas, orientadas unicamente pelos seus interesses e sem relação com a vontade universal.

 

O trabalho, na sociedade civil, se fraciona em vários ramos; e, por isso, essa igualdade em-si da particularidade, enquanto algo comum, assume existência [para-si] na corporação.

 

A sociedade civil é o campo de luta do interesse privado singular de todos contra todos; mas, do mesmo modo, tem aqui lugar o conflito desse interesse privado com o interesse de grupos particulares, e, por outro lado, desses dois tipos de interesse com os pontos de vista e ordenamentos mais elevados [universais ou estatais]. O Espírito corporativo, que se gera na legitimação dos interesses particulares, converte-se em si mesmo no Espírito do Estado, dado que é no Estado que encontra o meio de alcançar seus fins particulares.

 

A soberania popular pertence à confusa concepção que tem como base uma representação não-orgânica do povo. O povo, considerado sem o seu monarca e sem a organização necessária e imediatamente conectiva da totalidade, é uma massa informe que não possui qualquer das determinações que existem em um todo organizado.

 

A classe geral, que se dedica mais de perto ao serviço do Governo, deve ter imediatamente, em sua determinação, o universal como finalidade de sua atividade essencial.

 

O serviço público exige o sacrifício das satisfações individuais e arbitrárias que são próprias das finalidades subjetivas; mas reconhece o direito de obter tais satisfações no cumprimento do dever e somente nele. Nisto reside a união de interesse particular e interesse geral que constitui o conceito de Estado e lhe empresta estabilidade.

 

A necessidade geral da Arte é a necessidade racional que leva o homem a tomar consciência do mundo interior e exterior e a lazer um objeto no qual se reconheça a si próprio.

 

Assim, pois, no saber o Espírito encerra o movimento de formação, ao ser afetado pela diferença sobreposta da consciência. O Espírito conquistou o puro elemento de seu ser-aí, o conceito. O conteúdo é, segundo a liberdade de seu ser, o si-mesmo que se aliena ou a unidade imediata do saber-de-si-mesmo. O puro movimento desta alienação constitui, considerado como conteúdo, a necessidade deste. O conteúdo diversificado é como que determinado na relação, não em si, e sua inquietude consiste em superar–se a si mesmo ou na negação; é, portanto, a necessidade ou a diversidade, o ser livre e igualmente o si-mesmo; e, nesta forma da mesmidade, em que o ser-aí é pensamento imediato, o conteúdo é conceito. Uma vez que o Espírito tenha alcançado o conceito, desenvolve o ser-aí e o movimento neste éter de sua vida, e é ciência. Nela, os momentos de seu movimento não se apresentam já como determinadas figuras da consciência, senão, como a diferença da consciência retornada a si-mesma, como conceitos determinados e como o movimento orgânico, fundado em si-mesmo, de tais conceitos.

 

A necessidade, a Natureza e a História não são mais do que instrumentos da revelação do Espírito.

 

O tempo, tal como o espaço, é uma forma pura da intuição ou percepção sensível. É a condição de toda a percepção ativa imediata, e também de tudo o que é percepcionado, isto é, de toda a experiência e de tudo o que é experimentado. A Natureza é feita de tempo e de espaço, e é um processo. Quando salientamos o seu aspecto espacial, estamos conscientes da sua natureza objetiva; quando salientamos o seu aspecto temporal, tornamo-nos conscientes da sua natureza subjetiva. Tal como a percepcionamos, a Natureza é um processo de devir infindável e contínuo. As coisas chegam e partem no tempo, mas são também temporais – o tempo é o seu modo de existência.

 

A Mente Universal manifesta-se na arte como intuição e imaginação; na religião manifesta-se como sentimento e pensamento representativo; e na Filosofia ocorre como liberdade pura de pensamento. Na História mundial a Mente Universal manifesta-se como atualidade da mente, na sua integridade de internalidade e de externalidade. A História do mundo é um tribunal porque, na sua absoluta universalidade, o particular, isto é, as formas de culto, sociedade e espíritos nacionais em todas as suas diferentes atualidades, está presente apenas como ideal, e aqui o movimento da mente é a manifestação disto mesmo... A História do mundo não é o veredicto da força, isto é, de um destino cego realizando-se a si mesmo em uma inevitabilidade abstrata e não-racional. Pelo contrário, porque a mente é razão implícita e explicitamente, e porque a razão é explícita para si-mesma, na mente, enquanto conhecimento, a História do mundo é o desenvolvimento necessário, decorrente da liberdade da mente, dos momentos da razão e, deste modo, da autoconsciência e da liberdade da mente. A história da mente é a sua ação. A mente é apenas o que faz, e a sua ação faz dela o objeto da sua própria consciência. Através da História, a sua ação ganha consciência-de-si-mesma como mente, e apreende-se na sua interpretação de si-mesma para si-mesma. Esta apreensão é no seu ser e no seu princípio, e a realização desta apreensão, numa dada fase, é simultaneamente a rejeição dessa fase e a sua elevação a uma fase mais elevada.

 

As idéias que revolucionam o mundo avançam a passo miúdo.

 

Ser independente da opinião pública é a primeira condição formal para realizar qualquer coisa grandiosa ou racional, tanto na vida como na ciência. Com o tempo, este feito será seguramente reconhecido pela opinião pública, que na altura conveniente o transformará em mais um dos seus preconceitos.

 

Só arriscando a nossa vida conservamos a liberdade. Só assim provamos que a essência da consciência de si-próprio não é o ser, não é o modo imediato como essa consciência surge em primeiro lugar, não é a sua fixação na expansão da vida.

 

A irrestrita infinitude da abstração absoluta ou universalidade, o puro pensamento de si mesmo, é uma das glórias peculiares da inteligência humana.

 

Após contemplar por longo tempo uma soberba montanha, baixou a cabeça e sentenciou: — É, de fato é assim.

 

Quando a liberdade se volta para a ação prática, ela toma forma na religião e na política como fanatismo e destruição – a destruição de toda a ordem social subsistente – como eliminação dos indivíduos que são objetos de suspeita e a aniquilação de toda organização que tente se erguer de novo de entre as ruínas. É só destruindo alguma coisa que essa vontade negativa tem o sentimento de si-própria como existente. É claro que ela imagina querer alcançar algum estado de coisas positivo, como a igualdade universal ou a vida religiosa universal, mas, de fato, ela não quer que esse estado se realize efetivamente, porque essa realização levaria a alguma espécie de ordem, a uma formação particularizada de organizações e de indivíduos, ao passo que a autoconsciência da liberdade negativa provém precisamente da negação da particularidade, da negação de toda caracterização objetiva. Conseqüentemente, o a liberdade negativa pretende querer nunca pode ser algo em particular, mas apenas uma idéia abstrata, e dar efeito a essa idéia só pode consistir na fúria da destruição.

 

Para construir o Absoluto na consciência é preciso negar e superar as finitudes da consciência, elevando, deste modo, o eu-empírico a Eu-transcendental, a Razão e Espírito.

 

A Razão é o agir conforme a um fim.

 

O Espírito, que se sabe desenvolvido assim como Espírito, é a Ciência. A Ciência é a efetividade do Espírito – o reino que para si mesmo constrói em seu próprio elemento.

 

A História da consciência do indivíduo outra coisa não pode ser senão o repercorrer a História do Espírito.

 

 

 

 

Uma Palavra Final

 

 

 

 

Colho na obra História da Filosofia (Do Romantismo até Nossos Dias), volume III, de Giovanni Reale e Dario Antiseri, a inspiração para concluir este estudo. O itinerário fenomenológico hegeliano percorre as seguintes etapas: 1ª) Consciência (em sentido estrito); 2ª) Autoconsciência; 3ª) Razão; 4ª) Espírito; 5ª) Religião; e 6ª) Saber Absoluto. A tese de Hegel é que toda Consciência é Autoconsciência (no sentido de que a Autoconsciência é a verdade da Consciência). Por seu turno, a Autoconsciência se descobre como Razão (no sentido de que a Razão é a verdade da Autoconsciência). E, finalmente, a Razão se realiza plenamente como Espírito, alcançando seu ponto culminante – através da Religião – no Saber Absoluto. Eu quero entender que o conceito hegeliano de Religião seja o de Religião Interior – um Cristianismo depurado de séculos de deturpações, ou seja, um Cristianismo Gnóstico e Iniciático.

 

Se assim não é, por que, para Hegel, as etapas fenomenológicas do Espírito seriam: 1ª) o Espírito em-Si como Eticidade; 2ª) o Espírito que-se-alheia-de-Si; e 3ª) o Espírito que-readquire-certeza-de-Si? Ora, não esqueçamos de que Hegel foi um Rosa+Cruz.




 

 

 

 

 

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Notas:

1. O panlogismo é uma pressuposição teórica compartilhada por certas doutrinas, tais como o leibnizianismo ou especialmente o hegelianismo, segundo as quais o mundo é inteiramente cognoscível pelo saber humano, em decorrência da organização intrinsecamente racional da realidade objetiva.

2. Tudo é pensamento corresponde à afirmação dos antigos segundo a qual o Nous (Inteligência) governa o mundo.

3. Este retrato, como bem é explicado por Giovanni Reale e Dario Antiseri na obra História da Filosofia (Do Romantismo até Nossos Dias), volume III, na realidade, é um perfeito auto-retrato: Hegel estudou muitos filósofos, meditou e viajou. Diferentemente de Fichte, de Schelling e de outros românticos, que assinaram suas obras-primas muito jovens, Hegel chegou lentamente à sua meta. Mas os sistemas dos seus contemporâneos, aos quais ele alude, foram verdadeiramente como sonhos, que a manhã leva, ao passo que as idéias de Hegel passaram a constituir, bem ou mal, um componente fundamental do pensamento ocidental.

4. Isto é equivalente ao pensamento de muitas pessoas que acreditam que por fazerem uma obra justa estão protegidas por Deus e nada de injusto ou detrimentoso poderá lhes acontecer. Ora, se assim fosse, se isto fosse tão simples assim, São Pedro (século I a.C., Betsaida, Galiléia – cerca de 67 d.C., Roma) – o Príncipe dos Apóstolos e o primeiro Bispo de Roma – não teria sido martirizado em Roma e não seria crucificado de cabeça para baixo (a pedido do próprio Pedro), como consta no fragmento conservado na História Eclesiástica, de Eusébio, III, 1. Por outro lado, será que na série de ataques suicidas, coordenados pela Al-Qaeda contra alvos civis nos Estados Unidos da América em 11 de setembro de 2.001, que causaram a morte de 3.234 pessoas e o desaparecimento de 24, não havia um justo entre os que perderam a vida? Enfim, no terremoto do Índico de 2004, com magnitude sísmica estimada em 9,0 na Escala de Richter, que disparou uma seqüência de tsunamis gigantescas em 26 de dezembro de 2004, com vítimas fatais relatadas em mais de 285.000, será que não havia sequer um ser humano digno de não sofrer aquele trauma?

 

 

Crucificação de São Pedro

Crucificação de São Pedro
Michelangelo Merisi (Caravaggio) (1573-1610)

 

 

Bibliografia:

LOGOS – ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA. Volume II. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo, 1990.

MORA, José Ferrater. Diccionario de flosofia. Volume II. Madrid: Alianza Editorial, S. A., 1990.

REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da filosofia (Do romantismo até nossos dias). Volume III. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://marxists.catbull.com/portugues/
hegel/1807/misc/fenomenologia-espirit.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Crucifica%C3%A7%C3%A3o

http://encfil.goldeye.info/hegel.htm

http://www.algosobre.com.br/
biografias/georg-wilhelm-hegel.html

http://www.robertexto.com/
archivo/hegel_e_heidegg.htm

http://www.olavodecarvalho.org/
semana/081114dc.html

http://www.frasesfamosas.com.br/
de/georg-wilhelm-friedrich-hegel.html

http://www.citador.pt/pensar.php?
pensamentos=Georg_Hegel&op=7&author=157

http://www.pensador.info/
autor/Georg_Hegel/

http://br.geocities.com/
discursus/filotext/hegelfil.html

http://www.iea.usp.br/
iea/textos/coutinhohegel.pdf

http://en.wikipedia.org/wiki/
Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel

http://www.hegelbrasil.org/

http://www.mundodosfilosofos.com.br/
hegel.htm

http://www.cobra.pages.nom.br/
fcp-hegel.html

http://pt.wikiquote.org/wiki/
Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel

 

Fundo musical:

Alleluia

Fonte:

http://www.wtv-zone.com/Mary/
MyGospelMidiPage/MyGospelMidiPage.html