A
loucura de Amor é uma rica meada. Quem vier a reconhecer
isto não trocará o Amor por nada: ele pode unir os
opostos e reverter o paradoxo. Declaro: a loucura do Amor torna
amargo o que é doce, torna o estrangeiro um amigo e torna
o menor o mais digno.
É obrigação
do homem praticar virtudes, não a fim de obter consideração,
ou alegria, ou riqueza, ou posição, ou qualquer alegria
no Céu ou na Terra, mas, unicamente para homenagear a incomparável
sublimidade de Deus, que criou nossa natureza para este fim, e fez
isto para Sua própria honra e louvor, e para nossa bem-aventurança
em eterna glória. Este é o modo no qual o Filho de
Deus comandou, e do qual Ele mesmo nos deu conhecimento e compreensão,
quando viveu como Homem. Pois, do início ao fim do tempo
que Ele viveu na Terra, Ele fez e realizou perfeitamente, entre
a multiplicidade, o desejo do Pai nas coisas em todos os tempos,
com tudo o que Ele foi, e com todo o serviço que pode atuar,
em palavras e obras, em alegria e dor, em grandiosidade e humilhação,
em milagres e na angústia da morte amarga. Com Seu Sagrado
Coração, sua alma inteira, e com toda a sua força,
em toda e em cada circunstância, Ele esteve pronto para aperfeiçoar
o que estava querendo de nossa parte.
Para
as almas que não atingiram tal Amor, eu dou este bom conselho:
se não podem fazer mais, que peçam anistia ao Amor,
e o sirvam com fé, de acordo com o conselho do nobre Amor,
e pensem que poderá acontecer.
O poder do Amor é
imenso!
Aquele
que ama a Deus ama seus trabalhos. Seus trabalhos são as
nobres virtudes, portanto, aquele que ama a Deus ama as nobres virtudes.
Este Amor é genuíno e cheio de consolação.
As virtudes, e não a doçura, são a prova do
Amor, por isto, às vezes acontece de aquele que ama menos
sentir mais doçura. O Amor não está em cada
pessoa de acordo com o que ela sente, e, sim, de acordo com como
a pessoa está assentada em virtudes e enraizada em caridade.
Só
depois que morre é que uma pessoa fica além da cura.
Ele
foi, para mim, como se fôssemos um sem diferença.
É
irrelevante filosofar sobre a natureza última da Deidade,
e é inútil buscar uma carreira de conquistas mundanas.
Há
uma única palavra: 'Minne'. Amor.
Agora,
considere como Jesus, o Cristo, viveu, e os santos que permaneceram
aqui embaixo depois Dele, bem como as boas pessoas, agora vivas,
que desejam praticar aquele grandioso Amor que é o Amor de
Deus: eles vivem constantemente na humildade de Coração
e na incessante perseguição das boas obras. Vivem
de acordo com a justiça; não de acordo com seu prazer
ou sua satisfação em qualquer modo que seja, ao menos
que saibam que para Deus resultem a glória e o direito que
Lhe é devido. Confie-se à Sua bondade soberana como
a um Pai. Esteja pronto para seguir os bons conselhos dados a você
por amigos que se alegram em lhe ver fazer progressos. E escute
alegremente o bom conselho em questões de virtude, quem quer
que os dê; e sofra tudo alegremente no exercício da
virtude por Amor de Deus. E veja que você tem um trabalho
a fazer; a ociosidade é muito arriscada para alguém
que deseja se assemelhar a Deus, pois, a preguiça é
a mãe de todos os males. Ore sem cessar, ou faça uma
ação caridosa, ou execute um ato de alguma outra virtude,
ou sirva aos doentes. Pela honra do Amor, seja indulgente com a
raiva e com a ignorância. Regozije-se no Espírito de
Deus, pois Ele basta a si mesmo, e é Amor. Seja sempre alegre
entre suas companhias, e deixe todos os sofrimentos deles serem
seus. Cuide de todas as suas palavras tão sinceram
O
Amor é a maior necessidade e o negócio mais urgente
que tenho a meu cargo. Como também o Amor fraterno que vive
na caridade de Jesus, o Cristo. Ele apóia o irmão
amado no que quer que possa ser – na alegria ou na tristeza,
com sinceridade ou brandura, com serviços ou conselhos, e,
finalmente, com consolação ou ameaças.
Pelo
bem de nossas tristezas não consoladas, consolemos a todos
os que estão tristes.
A
consciência de uma entidade é condicionada pela maturidade
e pela orientação da sua consciência individual.
A experiência de um ser é necessariamente filtrada
pela sua consciência condicionada.
Uma
vez que a experiência pessoal de Deus é condicionada
pela consciência, 'Minne' se refere tanto ao Divino como à
resposta da alma a Ele.
Deixe
entrar em seu Coração todas as palavras que você
ouvir Dele nas Escrituras... E cuide em fazer todo o possível
para viver como a sublimidade Dele exige.
Se,
por falta, você ofender quem quer que seja, não espere
muito para corrigir isso. Você está obrigado a isto
pela morte de nosso Senhor, a fim de contentá-Lo. Utilize
os meios que você achar ser os melhores e mais rápidos
para fazer a paz com quem você ofendeu. Caia a seus pés
e responda palavras pacíficas ou sele uma reconciliação
– estas ações você não deve omitir
por causa de rancor, da perda ou da vergonha, se você deseja
obter Deus como seu Amor e Noivo.
O
modo de vida e o pensamento purificam a percepção
e movem a alma para uma crescente comunhão com o Divino.
Deus
é transcendente, inefável, incompreensível
e inexprimível.
'Minne',
em si, é um aspecto do Divino que se reflete como uma qualidade
da alma, e é também a conexão entre eles –
o Divino e a alma – antes como a luz refletida da superfície
de um objeto: o raio de luz e o orbe solar são um só.
O
que é este suave peso do Amor e seu jugo
de suave sabor? Será a nobre carga do espírito com
que o Amor toca a alma amante e a une a Ele em uma só vontade
e em um só ser, sem retorno?
Oh!,
como aos meus olhos parece novo quem serviu ao novo Amor com fidelidade
nova e verdadeira, como a noviça deveria apropriadamente
fazer quando o Amor primeiro se revela a ela! Pois o Amor concede
o bem novo que torna a mente nova, que renova a si mesmo em tudo
em que o Amor renovadamente toca.
Conheço
uma pessoa que, no início, se dedicava ao Amor como em um
jogo, até que Nele se perdeu tão completamente que
já não havia jogo algum para ela.
Para ela, recuar é completamente impossível.
Devemos
esquecer completamente o amor em troca do Amor. Aquele que troca
o amor pelo Amor é sábio, é íntegro,
seja na morte, seja na vida. Morrer pelo Amor é ter vivido
bastante. Eia, Amor! Há muito tempo me conduziste ao extremo;
mas, neste mesmo extremo aonde me levaste, manterei vigília,
Amor, a serviço de teu Amor.
Diante
da rainha, caminhavam três donzelas. Uma, com um régio
manto vermelho, levava dois trompetes em suas mãos. Ela soprou
um deles e disse: 'Quem não ouvir à minha Senhora
será eternamente surdo à felicidade, e jamais ouvirá
ou verá a melodia superior e o maravilhoso poder do Amor'.
E o outro trompete soou, e ela disse: 'Quem acorrer e seguir os
caminhos que minha Senhora ama será poderoso no reino do
Amor'. A
segunda donzela tinha um régio manto verde, e levava em suas
mãos dois ramos de palma, cada um deles selado com um livro.
Com os ramos ela removia de sua Senhora o pó dos dias e das
noites, e do Sol e da Lua, pois ela não queria que nenhum
deles ficasse empoeirado. A terceira donzela tinha um régio
manto negro, e em sua mão segurava algo semelhante a uma
lanterna cheia de dias, pela qual a Senhora via as profundezas das
profundezas e as alturas das mais elevadas altitudes. A rainha se
aproximou de mim ameaçadoramente, e, rapidamente, colocou
seu pé em minha garganta, e gritou com a voz mais terrível,
e disse: 'Sabes quem sou?' E eu disse: 'De fato sei; já me
causaste muito pranto e dor. És a faculdade da razão
da minha alma'.1
O
Amor deve ser o mais puro possível, e a pureza é adquirida
através da incondicionalidade, a qual é ganha pelo
cultivo de todas as virtudes.
E
também se confesse amorosamente e se lamente diante de Deus
com consciência da sua culpa, até que Ele tenha escutado
o lamento, perdoado a má ação, e, além
disso, cedido a você a graça antes que você possa
vir a confessá-la na presença de um padre. Por todas
as suas más ações que foram vistas pelos homens,
humilhe-se publicamente. O mal que você fez somente em seu
Coração, declare, como te disse antes, entre você
e Deus em confissão.
A
virtude incondicional não pode ser considerada posse pessoal.
Qualquer
pessoa que deseje verdadeiramente pode fazer a jornada, embora cada
uma deva começar com o primeiro passo.
Não
há privilégios nem há descanso na Ascensão
Espiritual.
Lá havia uma árvore
com suas raízes para cima e sua copa para baixo. Esta árvore
tinha muitos ramos. Dos ramos mais baixos, que formavam o topo,
o primeiro é a fé, e o segundo é a esperança,
pelos quais a pessoa inicia. O Anjo me disse: 'Oh senhora, subis
nesta árvore do início até o fim, todo o caminho
até as profundas raízes do Deus incompreensível.
Este é o caminho dos iniciantes e daqueles que perseveram
até a perfeição. 'A árvore da vida estende-se
de cima para baixo, e é o Sol que ilumina tudo.'
Seguir
a árvore ao longo de todos os seus ramos até as raízes
leva a alma até a sede da Deidade.
O
trono, que parecia um disco, era a eternidade. Os três pilares
eram os três nomes pelos quais os miseráveis que estão
longe do Amor o conhecem. O pilar de fogo é o nome do Espírito
Santo. O Pilar semelhante ao topázio é o nome do Pai.
O pilar como ametista é o nome do Filho. O fundo redemoinho,
que é tão pavorosamente escuro, é a fruição
divina em suas tormentas ocultas.
Levanta,
pois, estás em mim desde a eternidade, completamente livre
e sem queda! Dou-te, agora, um novo Mandamento. Se queres ser como
eu em minha Humanidade, deves desejar ser pobre, miserável
e desprezada por todos, e todas as tristezas te serão mais
doces do que qualquer prazer terreno.
Deves
sempre, com avidez ardente, procurar
novos sofrimentos em prol do Amor.2
Deves deixar o Amor – Ele mesmo – agir; Ele te recompensará
todas as penas com Amor. Se deixares teus sofrimentos serem um fardo
para ti, é evidente que tu não O amas. Se desejas
fazer uma cena e ostentar teu sofrimento, esqueceste completamente
do nosso Amor, que conquista tudo, e conquistará quem quiser
pertencer completamente a Ele... Assim, adornemo-nos ambas para
que o próprio Amor possa nos levar à beatitude que
foi preparada, onde o Amor estará eternamente.
Amor
Espiritual Imersão
no Divino.
A
[personalidade-]alma
sofre porque suas experiências devem ser transformadas.
Quem
conquista o Amor é ele mesmo conquistado; assim
ele é servido. E, quando acalenta quem quer que seja, o
Amor consuma, em nova moldura, tudo o que possui. Assim,
sendo velho, aprende através do poder do Amor a conquistar
a paz, onde ele descobre que o preço do Amor é a miséria.3
A
intensa atração da alma pelo Amor é um sinal
de que ainda não ficou velha. Para adquirir este estado,
que tem pouco a ver com a longevidade, a alma deve aprender a ser
destemidamente ativa ao mesmo tempo que incondicionalmente receptiva.
Às
vezes indulgentes, às vezes rudes, às
vezes tenebrosos e às vezes brilhantes, ao liberar consolo,
no medo coercitivo, no aceitar e no dar, devem aqueles que são
cavaleiros errantes no Amor viver sempre aqui embaixo.4
A
alma deverá se adornar como uma noiva esperando a boda, pois,
quando a alma adquirir as virtudes do altruísmo, da caridade
e da identificação com todos os seres e as faculdades
da vontade, da veracidade e da memória espiritual será
elevada pelo Divino Esposo à Boda Celeste.
A
alma altruísta se torna um espelho tão perfeito do
Divino que a Luz Crística e seu reflexo se tornam indistinguíveis.
Enquanto
Deus não pertencer à alma em sua totalidade, Ele não
a satisfará verdadeiramente.
Acima
de tudo o que está escrito,
de tudo o que é criado, o espírito
pode apreender e ver claramente,
seguindo de perto o caminho de Nosso Senhor.
Se
conhecimento vos faltar,
devei buscá-lo no interior;
em vossa simplicidade achareis
o claro espelho sempre pronto.
Felizes
aqueles que têm
a nua visão sem intermédio:
podem, só com o olhar,
receber a vivificação,
e
se lançar ao objetivo divino
buscando o único bem vital,
só para Ele tudo deixar,
até que O tenha sem O perder.
O
Coração que possui essa Luz
sofre demais,
se experimenta o peso do pecado.
Ele
permanece despojado e miserável
até que, conforme sua consciência,
seja satisfeito,
e
encontre sua liberdade
apenas pelo testemunho interior,
mostrando-lhe que a sua dívida,
quanto ao Amor, está totalmente paga.
É
preciso que desejeis
e ameis sem ser pelos sentidos;
exterior e interiormente,
que permaneçais sem conhecimento,
como uma morta.
Ouvi
o que ordena o Amor:
não vos inquiete o humano afeto.
O Amor encobre e protege
aquele que ele conduz,
como as asas dos serafins.
Depois
de saborear
a libação da Divindade
é preciso fundir e transformar
o que para sempre
deseja no lar da bela Deidade ancorar.
______
Notas:
1. As três
acompanhantes régias são o temor santo, o espírito
do auto-exame – que vela pela pureza das perfeições
reivindicadas pela alma aspirante, ou seja, é o discernimento
que distingue entre Amor e razão – e a Sabedoria –
que une a razão ao Amor, e vê só Deus como Deus
e todas as coisas como Deus no conhecimento de Deus, e cada coisa
como divina, que, quando em espírito, está unida a
Deus. Quanto a isto, é importante recordar que os símbolos
são originários da tradição e da Tradição
ou advêm de experiência pessoal. Assim, suas fontes
repousam na transmissão, na assimilação, na
intuição, na comunicação telepática
e, também, em percepções psíquicas de
encarnações anteriores. Geralmente, os símbolos
são estruturados a partir de mecanismos subconscientes e
de componentes objetivos, sendo, nesse sentido, representações
mentais, emoções ou simples atos, todos utilizados
pelo ser para emblemar objetos, idéias, Leis Cósmicas
etc. Anthropos
physei politikon zoon, proclamou Aristóteles.
Mas, mais do que um animal político (politikon),
familiar (oikonomikon)
e senhorial (despotikon),
o homem é um ente simbólico (simbolikon).
Ao acusar ou ao anunciar um castigo ou um prejuízo, por exemplo,
costuma apontar ameaçadoramente o dedo indicador em direção
àquele que pretende subjugar ou terrorizar. Isto é
um ato simbólico de intimidação. Mas, da mesma
forma que uma moeda tem duas faces (cara e coroa), geralmente o
intimidador se esquece de que, ao aterrorizar ou amputar seu irmão,
um dedo é apontado para o intimidado, enquanto três
apontam para si! Na verdade, são três contra um. O
intimidador sempre haverá de perder! Então, infelicidade
e doença! Que se acumulam pelos evos! Retribuição...
Retribuições... Causa... Efeito... Aprendizado, mas
às expensas de infelicidade, de doença e de dor. Infelicidade
educativa e Amorosa, doença educativa e Amorosa, e dor educativa
e Amorosa. Mas... não é para acontecer desta forma!
Acontece porque o homem decide que quer que seja desta forma. Inconscientemente
e por uma mistura de ignorância e de vaidade. A
felicidade acontece quando o que você pensa, o que você
diz e o que você faz estão em harmonia.
(Mahatma Gandhi, 1869 – 1948). Intimidar, assassinar, fazer
a guerra, ofender, mentir, horrorizar, aterrorizar, incendiar, suicidar...
não podem, sob nenhum ângulo, produzir felicidade,
harmonia, saúde e paz. Interior e/ou coletiva. Para se compreender
adequadamente a finalidade dos símbolos, deve-se ter em mente
que o homem existe e atua em um quádruplo campo: físico,
biológico, psicológico e psíquico. E assim,
homem e campo se inter-relacionam através de múltiplas
possibilidades, a saber: interação física,
funções biológicas e psicológicas, comunicação,
comportamento, campos eletromagnéticos (auras), fenômenos
psicotrônicos (parapsicológicos), harmonização
e simbolização. Logo, os símbolos podem ter
diversas classificações, isto é, podem ser
naturais, artificiais, objetivos, subjetivos, subconscientes, individuais,
coletivos, culturais e Cósmicos ou Universais. Isto conduz
ao fato de que são usados para múltiplos fins e sempre
novos símbolos são incorporados à galeria dos
já existentes. Assim sendo, a Humanidade vem utilizando os
símbolos para formular idéias, para poder se comunicar,
para preservar conceitos filosóficos, científicos
e místicos, para se expressar, para memorizar fatos, leis,
acordos, nos processos de concentração e de meditação,
e, iniciaticamente, para promover integração psicológica
e União Mística. Também, como visto, para ameaçar
e subjugar. Os símbolos, as imagens e as alegorias cumprem,
assim, diversas finalidades, a saber: necessidade de ordem, comunicação,
preservação do conhecimento, auto-expressão,
recordação, instrução, concentração,
meditação e Ascensão Mística. É
importante que fique claro que os símbolos arquetípicos
são fundados em Princípios Cósmicos, que, por
serem Primordiais, não podem ser delidos, e, desde sempre,
são patrimônio inalienável do pensamento humano.
Os símbolos, por exercerem ativa interferência no desenvolvimento
emocional e psíquico do ente, requerem, para serem adequadamente
compreendidos e misticamente bem utilizados, o funcionamento harmônico
de determinadas funções psicológicas como a
imaginação e a memória. De sorte que, um símbolo
objetivo está vinculado ao plano físico e um símbolo
psíquico manifesta-se mentalmente. No âmbito do Misticismo,
os símbolos sempre resultaram de experiências espirituais
ou psíquicas, e são empregados misticamente para compreender
e dirigir as Leis Universais para o Bem, para o Bom, para o Brlo
e para o Justo. Três aspectos básicos regulam a simbologia
místico-esotérica: união cósmica, integração
com a Natureza e harmonium.
Para todo e qualquer místico, harmonium
significa unificação harmoniosa da humana dualidade.
Em um nível mais esotérico, deve-se pensar na septenalidade
da humana manifestação e na própria existência-manifestação
do Universo. Enfim, todo místico sente intuitivamente que
tudo aquilo que tem existência é UM. UM com o UM. A
própria concepção ou percepção
de dualidade e de multiplicidade são produtos intransponíveis
da incapacidade de o ser poder acessar o Todo Cósmico. A
ilusão (mâyâ)
é uma fatal inerência do existir, do estar e do vir-a-ser.
Nem os mais Elevados Hierofantes dela podem escapar integralmente.
Por isso, o autodesenvolvimento depende insubstituivelmente de três
fatores fundamentais: 1º) compreender o que se deseja mudar;
2º) perceber em que a coisa será mudada; e 3º)
estar consciente da responsabilidade pela mudança. Geralmente,
é o desconhecimento destes três fatores que causa dor,
desespero e impedimento.
2. Aqui está
um exemplo do que expliquei na nota anterior. Qual é o sentido
prático e místico de procurar
novos sofrimentos em prol do Amor?
3. Aqui, eu
só posso entender miséria
como inexistência
de qualquer querer, desejo, cobiça ou paixão. E assim,
a miséria,
em relação às coisas do mundo, é e está
contraposta à plenitude do Um, onde jamais houve, há
e haverá miséria.
4. Este viver
sempre aqui embaixo
é como tenho dito: a meta necessária e obrigatória
de todos nós é viver no mundo e com o mundo, solidariamente
com os seres-no-mundo. Fugir ou se esconder ou se tornar
um eremita enclausurado são egoísmos tenebrosos que
terminarão exatamente por produzir o oposto do que é
buscado e esperado. Desertos, montanhas e cavernas – clausuras,
enfim – nunca Illuminaram
ninguém. Um místico moderno deve viver misturado,
pois, só misturado poderá transmitir e compartilhar
o que apre(e)ndeu. Por outro lado, o que adianta adquirir um conhecimento
e, depois, se meter em uma caverna, subir uma montanha ou ir para
o deserto, sem compartir este conhecimento com ninguém? Isto
é outro egoísmo tenebroso. Em princípio, devemos
divulgar tudo; só não devemos tornar público
o que puder fazer mais mal do que bem. Logo, devemos pesar muito
bem nossa decisão de vulgarizar as coisas, pois seremos responsabilizados
por esta vulgarização.