A
memória
é muito vigorosa nas crianças e, por isto, a imaginação
é excessivamente viva, pois esta não é mais do que
uma memória dilatada e composta.
As
idéias iguais que nasceram em povos que não se conheciam devem
ter um fundo comum de verdade.
A
verdade é separada da falsidade em tudo o que foi preservado para
nós, através dos longos séculos, por aquelas tradições
comuns que, uma vez que foram preservadas por tanto tempo e por povos inteiros,
devem ter tido uma base pública de verdade.
Os
grandes fragmentos da Antigüidade, já inúteis para a
Ciência porque se enferrujaram, quebraram ou dispersaram. Todavia,
lançam grande luz quando limpos, reunidos e recuperados.
Observamos
que todas as nações, tanto as bárbaras como as humanas,
embora tão distantes entre si no espaço e no tempo, conservam
estes três costumes humanos: todas têm alguma religião,
todos contraem casamentos solenes e todas enterram os seus mortos.
No
início, a natureza dos povos é cruel; depois se torna severa;
em seguida, benevolente; mais tarde, delicada; e finalmente, corrupta.
A
imaginação
[fantasia]
será tão mais robusta quanto mais fraco for o raciocínio.
A
honra
é o mais nobre estímulo da honra militar.
O
homem é uma vontade, uma força e um conhecimento que tendem
para o infinito.
Os
filósofos, até agora, tendo contemplado a Divina Providência
apenas pelo ângulo da ordem natural, demonstraram tão-somente
uma parte, pela qual Deus, como Mente Soberana, livre e absoluta da Natureza,
com seu eterno conselho, deu-nos naturalmente o ser, e, naturalmente, em
nós o conserva, aprestam-se, por parte dos homens, as adorações
com sacrifícios e outras divinas honras. Mas, não O contemplam
pela parte que era mais própria dos homens, cuja natureza possui
esta principal propriedade: de serem sociáveis.
Os
homens – pela sua corrupta natureza, tiranizados pelo amor próprio,
pelo qual seguem senão principalmente a própria utilidade
– querem o que é útil para si e nada ao companheiro,
não sendo capazes de pôr em conato as paixões, a fim
de endereçá-las à justiça. Portanto, estabelecemos:
que, no estado bestial, o homem ama somente a própria salvação
[...]
o homem, em todas essas circunstâncias, ama principalmente a própria
utilidade.
A
religião
hebraica foi fundada pelo verdadeiro Deus na proibição da
divinação, baseada na qual surgiram todas as nações
gentílicas. [...]
Esta dignidade é uma das principais razões pelas quais o mundo
inteiro das nações antigas se dividiu entre hebreus e gentios.
O
homem, por indefinida natureza da mente humana, onde quer que esta o precipite
na ignorância, faz de si regra do Universo.
O
Governo segue a natureza dos governantes.
O
mais
sublime trabalho da poesia é dar às coisas insensatas sentido
e paixão.
A
ordem
das idéias deve seguir a ordem das coisas.
Os
epicuristas ensinavam uma moral de solitários.
A
verdade
e o criado são intercambiáveis.
Não
podemos demonstrar a Física através de suas causas porque
os elementos que compõem a Natureza estão fora de nós.
As
coisas que são provadas na Física são aquelas em que
podemos fazer algo similar.
Toda
teoria deve partir do ponto onde a área de que trata principiou a
tomar forma.
Os
homens, primeiro, sentem sem se aperceber; depois, se apercebem com espírito
perturbado e comovido, e, finalmente, refletem com mente pura. Esta dignidade
é o princípio das sentenças poéticas, que são
formadas com sentidos de paixões e de afetos, diferentemente das
sentenças filosóficas, que se formam pela reflexão
com raciocínios. Por isto, estas mais se aproximam da verdade, quanto
mais se elevam aos universais, e aquelas são tanto mais acertadas
quanto mais se apropriam dos particulares.
Assim
como a Metafísica contempla as coisas em todos os gêneros do
ser, e é lógica, enquanto considera as coisas em todos os
gêneros para significá-las, da mesma forma como a poesia é
uma metafísica poética, pela qual os poetas teólogos
imaginaram os corpos terem sido geralmente divinas substâncias, assim
também a poesia pode ser considerada, agora, uma lógica poética,
pela qual as expressa.
Os
primeiros poetas foram teólogos, e com a sua Teologia fundaram as
Repúblicas.
A
Língua Sagrada
criada por Adão, a quem Deus concedeu a Divina Onomathesia,1
é a imposição dos nomes às coisas, segundo a
natureza de cada uma.
As
mitologias devem ter sido os falares próprios das fábulas
(que é o que o termo significa), pois, sendo as fábulas gêneros
fantásticos, as mitologias devem ter sido suas próprias alegorias.
A
ironia
não pode começar senão nos tempos da reflexão,
porque ela é formada pelo falso, em virtude de uma reflexão
que veste a máscara da verdade.
Os
homens que não sabem a verdade das coisas procuram se ater ao certo,
pois, não podendo satisfazer ao intelecto com a Ciência, que,
ao menos, a vontade repouse sobre a consciência.
A
Filosofia
considera a razão, de que procede a Ciência do verdadeiro;
a Filologia observa a autoridade do humano arbítrio, de onde se origina
a consciência do certo. Esta dignidade define, na segunda parte, os
filólogos, como sendo todos os gramáticos, historiadores e
críticos que se ocuparam da cognição das línguas
e dos feitos dos povos, tanto em sua casa como nos costumes e nas leis,
quanto nas guerras, tratados de paz, alianças, viagens e comércios.
Esta mesma dignidade comprova terem falhado pela metade tanto os filósofos
que não certificaram suas razões pelas autoridades dos filólogos,
quanto os filólogos que não cuidaram de verificar suas autoridades
com a razão dos filósofos. Se houvera ocorrido, teriam sido
mais úteis às repúblicas e nos teriam antecedido ao
meditar esta Ciência [Nova].
Os
falares vulgares devem ser os testemunhos mais graves dos antigos costumes
dos povos, celebrados ao tempo em que estes formaram as próprias
línguas.
A
primeira
Ciência que se deve aprender é a Mitologia, ou seja, a interpretação
das fábulas (pois, todas as histórias gentílicas possuem
fabulosos princípios), já que as fábulas foram as primeiras
histórias das nações gentílicas.
Certamente,
este mundo civil foi feito pelos homens, cujos princípios podem,
porque devem, ser descobertos dentro das modificações de nossa
própria mente humana. A bem refletir sobre tal fato, causa estranheza
[verificar]
como
todos os filósofos seriamente estudaram o modo de obter a Ciência
deste mundo natural, do qual, pois que Deus o fez, somente Ele tem Ciência;
e deixaram de meditar este mundo das nações, ou seja, o mundo
civil, do qual pois que o fizeram os homens, podiam obter sua Ciência
os homens.
As
tradições vulgares devem ter tido públicos motivos
de verdade, por isto nasceram e se conservaram por povos inteiros, em longos
espaços de tempo. Este será outro grande mérito desta
Ciência: o de reconhecer as razões do verdadeiro, que, com
o correr dos tempos e com o modificar-se das línguas e dos costumes,
chegam até nós razões revestidas de falsidade.
Sem
que os povos tomassem conhecimento uns dos outros,2
nasceram separadamente idéias uniformes de deuses e de heróis.
Foram
os próprios homens que fizeram este mundo de nações.
Mas este mundo, sem dúvida, saiu de uma mente freqüentemente
diversa e, às vezes, de todo contrária e sempre superior a
estes fins particulares que os homens se haviam proposto. Destes fins restritos,
feitos em parte para servir a fins mais amplos, se serviram sempre para
conservar a humana geração nesta Terra. Por isto, querem os
homens usar a libido bestial e dissipar seus benefícios, e fazem
a castidade dos matrimônios, onde surgem as famílias; querem
os pais exercer desmedidamente os impérios paternos sobre os clientes,
e sujeitá-los aos impérios civis, de onde surgem as cidades;
querem as ordens reinantes dos nobres abusar da liberdade senhorial sobre
os plebeus, e se tornam escravos das leis, que fazem a liberdade popular;
querem os povos livres se livrar do freio de suas leis, e seguem sujeitos
aos monarcas; pois querem os monarcas, com todos os vícios que lhe
assegurem a dissolução, aviltar seus súditos, e os
dispõe a aceitar a escravidão de nações mais
fortes; querem as nações dissiparem a si próprias,
e vão salvar seus restos nas solidões, de onde, como fênix,
novamente ressurgem. O que fez tudo isto foi, na verdade, a mente, pois
que o fizeram com inteligência; não é questão
de destino, porque o fizeram com livre escolha; nem foi acaso, pois que
com perpetuidade, sempre assim fazendo, chegaram às mesmas coisas.
Assim, pois, de fato, é refutado Epicuro, que defende o acaso, e
seus seguidores, Hobbes e Maquiavel; é também refutado Zenão,
e, com ele, Spinoza, que defendem o destino: ao contrário, foram
confirmados os filósofos políticos, de que é príncipe
o divino Platão, que estabelece como reguladora das coisas humanas
a Providência. Sobre
a Providência se fundamentam os primeiros governos do mundo, sendo
a religião aquela que manteve firme o estado das famílias;
depois, passando aos Governos civis heróicos, ou seja, aristocráticos,
teve de ser a religião a principal sólida base; depois, dando
seguimento aos Governos populares, a mesma religião serviu de meio
aos povos para que a atingissem; detendo-se, finalmente, nos Governos monárquicos,
tal religião foi o escudo dos príncipes. Por isto, perdendo-se
a religião nos povos, nada lhes resta para viver em sociedade, nem
escudo para se defender, nem meio para se aconselhar, nem base onde se afirmem,
uma forma pela qual existam realmente no mundo.
Onde
quer que um povo tenha crescido selvagem, em que as leis humanas não
surtem mais efeito, o único meio poderoso de mitigar esta situação
é a religião.
Com
a língua poética dos gentios foram fundadas as primeiras leis
e as primeiras religiões.
O
senso comum3
é o julgamento sem reflexão, compartilhado por toda uma classe,
por uma nação inteira ou por toda a raça humana.
Como,
de fato, a Ciência nasce das verdades e o erro das falsidades, assim
o senso comum nasce da verossimilhança.
Foi
o temor que – ficticiamente – forjou os deuses4
no mundo.
História
= Teologia civil e racional da Providência Divina.
O
pensamento histórico pode ser construtivo e crítico igualmente,
libertando-o da dependência de fontes escritas, devidamente autorizadas,
e tornando-o genuinamente original e auto-suficiente, capaz de recuperar,
através da análise científica dos dados, verdades que
se perderam por completo.
Naquela
densa noite de trevas que encobre a primeira e de nós tão
distante Antigüidade, aparece a Luz Eterna desta Verdade, que nunca
se apaga e da qual não se pode duvidar sob nenhuma condição:
que este mundo civil, certamente, foi feito pelos homens, cujos princípios
podem, porque devem, ser encantados dentro das modificações
de nossa própria mente humana.
Temos
dois vocábulos: 'verum' e 'certum', dos quais distinguimos os diversos
significados, assim como todos distinguem o falso do dúbio; por isto,
tanto se afasta o falso do dúbio, quanto o 'certum' do 'verum'. Se
estas duas coisas não fossem diversas e distintas, não conseguiríamos
que muitas coisas verdadeiras mostrando-se talvez dúbias, seriam
por sua vez dúbias e certas, assim como, muitíssimas coisas
falsas pudessem se ter por certas, assim seriam simultaneamente falsas e
verdadeiras. O 'verum' nasce da conformidade da mente com a ordem da coisa,
e o 'certum' é produto da consciência assegurada pela dúvida.
Apela-se à razão da conformação com a ordem
da coisa; por isto, se é eterna a ordem da coisa, é eterna
a razão da qual se apresenta a eterna verdade; se a ordem da coisa
contemplada é de tal natureza que não subsiste em todo o tempo,
em todo o lugar e por tudo, não haverá somente uma razão
provável nas coisas que esperam pela ordem cognitiva, nem por uma
razão verossímil naquela que realizemos uma operação.
Assim como o 'verum' é essência da razão, assim será
elemento intrínseco do 'certum' a autoridade, tanto aquela sugerida
por nosso próprio sentido que se chama 'auctoritas', quanto aquela
imposta pelos outros, os quais denominaram autoridade, nascendo ambos da
persuasão.
A
natureza humana traz consigo esta propriedade: que sejam os sentidos as
únicas vias pelas quais ela conheça as coisas.5
As
coisas físicas são distintas da mente.
Como
alguém poderá estar certo de ter visto o todo?6
Eu
não concordo com a opinião de que os poetas se deleitam principalmente
com o falso. Ousarei, ao contrário, afirmar que eles, como filósofos,
procuram, como dever, fazer vir à luz a verdade. Já que o
poeta ensina divertindo e o filósofo ensina com austeridade, um e
outro ensinam os deveres e, um e outro descrevem os costumes dos homens,
um e outro exortam às virtudes e distanciam dos vícios. Mas,
o filósofo, tendo que tratar com eruditos, discute tudo isto segundo
o gênero, e o poeta, em vez disto, por ter que tratar com o vulgo,
persuade, portanto, mediante os fatos e os ditos sublimes dos personagens
que imagina, utilizando como exemplos qualquer forma inventada. Por conseguinte,
os poetas se afastam das formas da realidade cotidiana, para imaginar uma
espécie mais eminente da mesma, abandonando a natureza incerta para
seguir aquela que é constante. E, assim, para serem mais verdadeiros,
seguem o fictício.
Os
antigos filósofos naturais, contemplativos, conduziam seus estudos
no intuito de agradar os deuses.
A
Natureza é obra de Deus, e só Ele, por ser o criador da Natureza,
é quem pode ser capaz de conhecê-la.
Os
oradores agem como cortesãos, não como filósofos. Seus
discursos, em conteúdo, têm apenas uma aparência de verdade.
Os cortesãos fingem ser virtuosos, quando deveriam procurar a verdade
comum a todos, para, assim, obterem com honestidade a aprovação
de todos.
Arte
de persuadir =
capacidade de acalmar os ânimos +
prender a atenção do ouvinte +
comover todos.
O
ouvinte [leitor]
não
deve apenas ouvir [ler],
mas, acreditar também na importância do que foi dito
[lido].
O
defeito mais grave da nossa ordem de estudos é que, enquanto nos
dedicamos com máximo zelo às disciplinas naturais, não
fazemos o mesmo com relação à moral, e, em especial,
a parte que trata da alma humana...
As
coisas humanas, geralmente, estão dominadas pela ocasião e
pela escolha, as quais são muito incertas, guiadas, como são,
mais pela simulação e pela dissimulação.
Quatro
atividades para melhorar a cultura da Humanidade: 1ª) pintura, escultura,
arquitetura, música, poesia e eloqüência; 2ª) erudição
em línguas e conhecimento da História; 3ª) invenções
[inovação];
e 4ª) prudência.
Deus,
por conhecer o verdadeiro, o gera desde a eternidade, e o faz dentro e fora
do tempo. E o critério do verdadeiro é o ter comunicado a
bondade de seus pensamentos durante a criação.
A
mente humana, por ser finita e exterior a todas as demais coisas, agrupa
os extremos das coisas, porém, nunca abarca o todo. Pode pensar as
coisas, mas não entendê-las; e assim, a mente humana participa
da razão, mas não é senhora da razão.
Deus
é a primeira verdade, pois compreende todas as causas.
As
utilidades mudam, mas a igualdade [Lei]
é
eterna.
Utilidade
—›
Necessidades Particulares —›
Sociabilidade.
A
utilidade desperta na mente do homem a idéia de igualdade, que é
a causa do justo [de
tender ao que é justo].
O
temporal não pode ser a causa do eterno nem o corpo pode produzir
o abstrato.
A
repressão pelo medo é insuficiente para se fundamentar e justificar
o [Estado de] Direito.
O
Direito Natural das gentes nasceu privadamente entre os povos, sem nada
saberem uns dos outros; depois, com as circunstâncias das guerras,
das embaixadas, das alianças e dos comércios foi reconhecido
como comum a todo o gênero humano.
Falsa
Persuasão Falsidade
Preconceito.
A
cognição de Deus não termina nela mesma, de modo que
ela se ilumine particularmente com os inteligíveis e, portanto, regule
apenas as coisas morais... Mas, ela é convexa, onde o raio se refrata
e se irradia para fora, para que a Metafísica conheça Deus
providente nas coisas morais públicas, ou seja, nos costumes civis,
com os quais vieram ao mundo e se conservaram as nações.
Todas
as Repúblicas nasceram pela ação das armas, para depois
se estabelecerem as leis.
'Omne
ignotum pro magnifico est.' Tudo o que é desconhecido é tido
por maravilhoso. (Publius
Cornelius Tacitus, apud Vico).
Nações
como a dos caldeus, dos citas, dos egípcios e dos chineses foram
as primeiras a fundar a Humanidade do mundo antigo.
A
ferocidade, a avareza e a ambição são os três
vícios que põem à deriva todo o gênero humano.
Varrão [Marcus
Terentius Varro (116 a.C. – 27 a.C.)] teve a diligência
de recolher trinta mil nomes de deuses,
nomes esses que se reportavam à diversas necessidades, fossem da
vida natural, da vida moral, da vida econômica ou da vida civil dos
primeiros tempos. (Sublinhado
e negrito meus).
A
mente humana, devido à sua natureza indefinida, quando cai na ignorância,
faz de si regra do Universo no que respeita a tudo aquilo que ignora.
A
mente humana é naturalmente inclinada pelos sentidos a se revelar
fora no corpo, e, com muita dificuldade, por meio da reflexão, a
se compreender a si mesma.
Os
homens inteligentes estimam certo tudo o que dita a utilidade igual das
causas.
O
verdadeiro das leis é uma certa luz e um certo esplendor que ilumina
o Direito Natural.
O homem caído no desespero
de todos os socorros da Natureza deseja uma coisa superior que o salve.
O que regula todo o justo dos homens
é a Justiça Divina – ministrada pela Divina Providência
– para conservar a sociedade humana.
Ainda
que este mundo tenha sido criado particular e no tempo, as ordens que o
regulam são universais e eternas.
A
sabedoria dos poetas teólogos antecedeu a Sabedoria da Filosofia
[Iniciação],
pois, tudo quanto primeiro haviam escutado os poetas acerca da sabedoria
vulgar, depois, outro tanto compreenderam os Filósofos
[Iniciados] acerca da Sabedoria Secreta. De modo que se pode
dizer terem sido os poetas o senso e os Filósofos o intelecto do
gênero humano.7
Concordância
com Aristóteles: A mente humana não compreende
coisa alguma da qual não tenha recebido algum estímulo dos
sentidos.
Os
fundadores da Humanidade gentílica, com a Teologia Natural [Metafísica],
imaginaram os deuses. Com a Lógica, inventaram as línguas.
Com a Moral, geraram os heróis. Com a Economia, fizeram as famílias.
Com a Política, fundaram as cidades. Com a Física, estabeleceram
os princípios de todas as coisas divinas... Com a Cosmografia, figuraram
um Universo pleno de deuses. Com a Astronomia, levaram da Terra ao céu
os planetas e as constelações. Com a Cronologia, deram início
aos tempos. E com a Geografia, para dar um exemplo, os gregos descreveram
o mundo dentro da sua Grécia.
Metafísica
(Segundo Giambattista Vico)
A
poesia deve: 1º) ser apropriada ao entendimento; 2º) alcançar
o fim a que se propôs; e 3º) ensinar a agir virtuosamente.
Os
poetas da Antigüidade imaginavam que os deuses [particularmente
Júpiter] eram a causa das coisas que sentiam e que admiravam.
Metafisicamente,
a sabedoria poética começou a partir da contemplação
de Deus pelo atributo da sua Providência.
Sabedoria Secreta dos Filósofos
[ShOPhIa]
—› Teologia Natural [Metafísica].
Religião
—› Moral
Poética.
A
verdadeira amizade natural é o matrimônio, no qual, naturalmente,
começam os três fins do bem, isto é, o honesto, o útil
e o deleitável, pelo que o marido e a mulher passam, por natureza,
a mesma sorte em todas as propriedades e adversidades da vida.
A
Idade Média foi um período em que houve um retorno ao tempo
da barbárie ('barbarie ritornata', barbárie retornada), havendo
uma concordância entre os primeiros tempos bárbaros e os tempos
bárbaros regressados. Todavia, há possibilidade de ocorrer
uma terceira barbárie, a 'barbarie della riflessione' – a barbárie
do intelecto.8
Devido
à igualdade da Natureza Inteligente – que é a própria
natureza do homem – todos são igualizados pelas leis, porquanto
todos nascem livres.
Que
governem o mundo aqueles que são por natureza melhores.
As
almas não morrem com seus corpos. São imortais.
Desde
que Adão era Cadete
Desde
que Adão era cadete,
deuses
o temor tem forjicado,
mil demonhos
manufaturado,
óbices
e travancas fraguado.
Mas,
ajoelhações persistem,
credo
em portentos resistem,
trutas
com deuses insistem.
Tudo
isto é um trino cacoete:
absência
por improficiência,
ensurdecência
por carência,
anuência
por falta de Ciência.
Basta
ter firmeza e dizer não,
pôr
abaixo a porta do alçapão,
e ouvir
o Santo Deus-Coração.