A
ordem só poderá se realizar se descobrirmos, por nós
mesmos, o que gera a desordem; portanto, só da compreensão
do verdadeiro fator da desordem nascerá naturalmente a ordem. Assim,
da compreensão da desordem resultará uma ordem natural, e
não quando nos ajustamos ao que é considerado como ordem (padrão
comunista, padrão capitalista, padrão religioso, padrão
coletivo, padrão individual etc.). Este ajustamento só poderá
gerar mais desordem. [In:
A Suprema Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Como
cada um de nós, como ente humano, é ao mesmo tempo indivíduo
e sociedade, não há, propriamente, uma desordem exterior e
uma desordem interior. Essencialmente, a desordem exterior e a desordem
interior são uma só e a mesma coisa. E, para compreendermos
a desordem ou para compreendermos a Verdade ou o nome que se preferir, necessitaremos
de uma ordem extraordinária, que não é realizável
mediante revolta, ajustamento ou adoção de uma fórmula,
seja socialista, seja capitalista, seja religiosa, seja outra qualquer.
[Ibidem.]
Precisamos
estar conscientes de que uma das razões da enorme, inconciliável
e destrutiva desordem que se vê no mundo são as divisões
causadas por todas as religiões. Este mundo está separado
pelas religiões, com seus dogmas, seus rituais, suas crenças
e suas superstições, e, por isto, de modo nenhum poderão
unir os homens. O fato inconteste é que as crenças organizadas,
com suas igrejas e seus rituais, se converteram em enormes corporações,
empresas mercantis, sem nenhum ponto de contato com a Verdadeira Religião
[que, inevitavelmente, surgirá
ao longo desta Era de Aquarius —› Teociência ‹—
de tal sorte que os Mistérios
da Antigüidade serão revelados, naquilo que puderem ser revelados].
[Ibidem.]
O
nacionalismo é um outro produto venenoso que causa
desordem, pois, o nacionalismo jamais unificará os seres-humanos-aí-no-mundo.
Não existe esse conceito absurdo, impróprio, incongruente,
estúpido, tolo e sem sentido de guerra justa, ainda que os seres-humanos-aí-no-mundo
tenham aceitado a guerra como norma da vida! Com mais armamentos, mais generais
e mais soldados a paz é impossível. Enquanto houver governos
soberanos haverá guerras. Matar é simplesmente iníquo.
O nacionalismo, pois, é desordem e gera desordem. [Ibidem.]
Para
encontrarmos a Verdade, deveremos ser livres, deveremos estar sós,
deveremos nadar contra a corrente, deveremos batalhar [lutar
o Bom Combate]. [Ibidem.]
Não
se pode rejeitar uma coisa apenas parcialmente, porém, completamente..
Não se pode rejeitar um veneno só em parte, porém,
totalmente. Ou se rejeita tudo ou não se rejeita nada. [Ibidem.]
A
Verdade e a Liberdade não virão através de uma certa
organização, de uma certa crença, de um certo guru.
Para mim, a palavra guru significa veneno. [Ibidem.]
Por
favor, não confunda
crepúsculo com corpúsculo,
homúnculo com furúnculo,
gonorréia com diarréia,
biliquê com não-sei-quê,
Rodolfo com Astolpho,
louva-deus com João de Deus,
Mona Lisa com Óleo Liza,
Mussolini com Pasqualini,
Luiz Inácio com Santo Inácio,
um Guillotin com outro Guillotin,
Sinatra com cardiogeriatra,
pato no tucupi com patropi
nem o senhor Gru com guru.
—
Eu fico matutando e me perguntando:
se o mundo, afinal de contas, é mâyâ,
que importância tem o patriotismo?
Que importância tem o nacionalismo?
Que importância tem o elitismo?
Que importância tem o religiosismo?
Que importância tem o coisismo?
Que importância tem o fideísmo?
Que importância tem o deísmo?
Que importância tem o teísmo?
Que importância tem o ideologismo?
Que importância tem o nacionalismo?
Que
importância tem o chauvinismo?
Que importância tem o comunismo?
Que importância tem o democratismo?
Que
importância tem o populismo?
Que importância tem o monarquismo?
Que importância tem o republicanismo?
Que importância tem o utopismo?
Que
importância tem o dogmatismo?
Que importância tem o igualitarismo?
Que importância tem o economicismo?
Que importância tem o internacionalismo?
Que importância tem o pessimismo?
Que importância tem o legitimismo?
Que importância têm outros ismos?
Ora,
tudo isto é importantíssimo,
porque todas estas ismologias
são catalisadores permanentes
de separatividade e de desordem,
de
muralhas e de calabouços,
de malquerença e de hostilidade,
de
escuridão e de contramão,
de apócope e de amputação,
de sangueira e de matança,
da
Al-Qaeda e do ISIS,
do
Abu Sayyaf e do Aum Shinrikyo,
do
Jaish-e-Mohammed e do Lashkar-e-Taiba,
do
Gabinete de Segurança Institucional e do FBI,
da
Sûreté e da New Scotland Yard,
do
Mossad e do Naikaku Jouho Chousashitsu,
do
NCIS, do SVU, do CSI, do Hawaii Five-0...
— No unimultiverso incriado,
não existe absolutamente nada disto.
No
unimultiverso incriado,
o que prevalece é a Lei do Amor,
e
o Amor é incompatível com a violência,
com
a malevolência e com a incomplacência.
Por ignorarmos a unimultiplicidade,
a
benignidade e a bondade,
criamos todas as dores e tribulações.
Podemos negar e até não gostar,
mas,
todos nós somos os pais desnaturados
das dissensões,
do
terrorismo,
do
destrutivismo,
do
aparteísmo,
das
guerras,
dos
holocaustos,
dos
genocídios,
dos
gulags,
do
Grande Expurgo,
dos
campos de concentração,
da
Endlösung der Judenfrage,
da
Guantanamo Bay Naval Base,
dos
gurus,
da desgraça,
da
miséria,
da
aflição,
do desespero,
da usura,
do lucro,
da mais-valia,
da
escravidão,
da separação,
da desirmandade,
da xenofobia,
da cacofonia,
da desarmonia,
do preconceito,
da impossibilidade,
da estagnação,
do
Plano Astral,
da Grande Loja Negra,
da
Oitava Esfera,
da entropia,
da morte
et cetera, et cetera, et cetera...
Música
de fundo:
Base
de Guantânamo
Composição e interpretação: Caetano Veloso
Páginas
da Internet consultadas:
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